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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Você pode dividir o sistema operacional em três partes básicas, que são:
8 https://github.com/Konamiman/Nextor
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Dispositivos
O MS-DOS é um herdeiro do CP/M, que tem fortes raízes no TOPS-10 e
traz alguns elementos do Unix, o primeiro sistema operacional de tempo
compartilhado bem sucedido feito no mundo. Logo, muitos dos conceitos
do Unix e seus herdeiros (Uzix9, Fuzix10, até o Linux) estão presentes no
MSX-DOS. Um deles é o conceito de dispositivos.
• A:, B:, C:, até D: (no MSX-DOS 1) ou até H: (no MSX-DOS 2) – letras de
drive. Cada partição compõe um dispositivo, e há uma letra associada
a ele.
9 http://uzix.sourceforge.net/
10 http://www.fuzix.org/
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
• AUX: (Porta serial). Se você tiver uma interface do tipo RS-232, esse
será o dispositivo que estará vinculado a ela.
• NUL: (Dispositivo nulo). Ele não existe, mas usamos ele para alguns
testes. Se for usado como dispositivo de entrada, ele retorna um sinal
de “fim de arquivo”. Se ele for usado como dispositivo de saída, simula,
mas não executa as operações de gravação neste dispositivo. Alguns
usuários bem humorados dizem que o NUL é o melhor lugar para
guardar uma cópia de segurança dos seus dados. Afinal, não ocupa
espaço! Mas não espere recuperar os dados caso você precise...
Caracteres “coringa”
Os caracteres “coringa” (ou caracteres de referência global) são recursos
usados para apontar um ou mais arquivos ou diretórios do sistema de uma
só vez. Este é um recurso que permite que você faça a filtragem do que será
listado, copiado, apagado, etc. No MSX-DOS, temos 2 tipos de coringas:
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Diretórios
Os diretórios são divisões lógicas criadas em um sistema de arquivos, que
permite que arquivos que tenham relação, sejam agrupados.
Logo, você pode ter um diretório chamado JOGOS, e dentro dele ter
diretórios como ROM, DSK, TRADUCAO, etc. Assim, você pode colocar
os jogos nessa pasta, separando os arquivos ROM, imagens de disquete
e traduções em diretórios separados. Então, os diretórios servem para
organizar o caos que rapidamente um dispositivo de armazenamento pode
se tornar.
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
• O ponto aponta para onde você está. Ou seja, ele aponta para o
diretório onde você está. Parece bobeira, mas isto é útil para quando
você copia um arquivo, por exemplo, e quer garantir que ele seja
copiado para onde você está.
É claro que esta funcionalidade fica mais clara com o MSX-DOS 2, que tem
suporte a diretórios.
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Prompt de comando
O prompt de comando é o ponto onde você pode inserir comandos para que
o interpretador possa entendê-los e executá-los – ou não. Nos sistemas
operacionais que seguem o padrão MS-DOS (MSX-DOS incluso), é comum
termos um prompt da seguinte forma:
A:\UTILS\LOCATE\DB>
Onde:
• A: é a letra de drive.
• > é o caractere que aponta que dali por diante, você poderá digitar
comandos.
Para usuários que lidaram com o MS-DOS, o prompt mais conhecido é o C:\>,
já que a primeira partição do HD fica no drive C.
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
O caminho relativo parte do diretório onde você está, sem precisar trazer o
caminho absoluto, que apesar de completo, é muitas vezes grande demais.
Arquivos batch
Um arquivo batch contém sequências de comandos a serem executados
pelo sistema operacional. No Unix, nós conhecemos como shell scripts, e
posso dizer com pureza d’alma que eles são os “primos ricos” dos arquivos
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
batch. Eles são muito mais completos, tem mais flexibilidade e capacidade do
que os arquivos batch. Mas vamos falar dos “primos pobres”. Na prática, os
scripts em shell e os arquivos batch são quase iguais e têm o mesmo objetivo:
Automatizar certas tarefas que são repetitivas.
AUTOEXEC.BAT e o REBOOT.BAT
O AUTOEXEC.BAT é um arquivo batch a ser executado toda vez em que o
computador é iniciado com aquela mídia. Logo, se você tem disquetes com
AUTOEXEC.BAT e você ligou o seu MSX, ele será executado. Mas não
temos aqui o CONFIG.SYS (como havia no MS-DOS). Todas as variáveis de
ambiente devem ser setadas no MSX-DOS.
Redirecionamentos
Redirecionamentos é um dos recursos mais úteis que qualquer sistema
operacional tem. Mesmo o MSX-DOS 1 tem eles disponíveis. Você pode
redirecionar a entrada, a saída ou criar um duto (pipe) entre dois comandos.
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Vale ressaltar que teremos exemplos com alguns comandos abaixo. Falaremos
mais a respeito desses comandos de forma mais apropriada no decorrer
do livro.
Redirecionamento de saída
Você vai redirecionar a saída para, por exemplo, um arquivo-texto. Assim, se
você digitar DIR > SAIDA.TXT, o MSX-DOS criará um arquivo chamado
SAIDA.TXT, e resultado do comando DIR será enviado para ele. Você depois
pode editar esse arquivo no MPW, no TED ou no MSX VI, vai ler o arquivo no PC
e usar um editor de textos… Seja lá o que você for fazer. O caractere “>” aponta
para onde será enviada a saída. Ele criará um novo arquivo com esse nome
e colocará a saída dentro dele. Mas se você usar “>>” e o arquivo já existir,
você acrescentará essa informação no arquivo, não criará um novo, caso não
exista, funciona como o caractere “>”.
Veremos um exemplo:
DIR > SAIDA.TXT
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Mas, e a saída de erros? Bem, se você não colocar nada, ela será repassada à
saída padrão, a tela. Agora, se acrescentarmos 2> NUL: ao comando. Você
teria algo como:
DIR > SAIDA.TXT 2> NUL:
Ainda, se você quiser que ambas as saídas sejam repassadas para o mesmo
arquivo, você deverá executar o seguinte comando:
DIR > SAIDA.TXT 2>&1.
Redirecionamento de entrada
Este é um recurso muito pouco usado, mesmo em sistemas mais complexos
que o MSX-DOS. Procurei um bom exemplo, mas não achei.
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Capítulo 1: Uma conversa técnica
Em sistemas padrão Unix, isto foi elevado ao estado de arte. Mas sistemas
não-Unix, como o MSX-DOS, é possível usar esse recurso também. No MSX-
DOS 1 isso é pouco usado, mas no MSX-DOS 2 temos mais desse recurso
sendo usado.
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