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UNIDADE 3 -

RELIGIÃO E
ÉTICA – A • Prof.: WALLISON A. BRANDÃO
CENTRALIDADE
DO PROBLEMA
DO MAL
CENTRALIDADE DO PROBLEMA DO
MAL PARA A HUMANIDADE

• O ano histórico de 2020 foi marcado pela eclosão de um nova pandemia, a Covid-
19 que mudou completamente o panorama da social, econômico, cultural,
ambiental, político, religioso, enfim, da vida humana e de todo o planeta de forma
ampla. O problema do mal se faz presente através da violência física contra
crianças (trabalho infantil, pedofilia, exploração sexual), mulheres (estupros,
feminicídio), contra o outro étnica ou racialmente diferente de mim (o racismo e a
xenofobia), da forte e cada vez maior e mais visível degradação ambiental (vide
queimadas e destruição de biodiversidades, fauna e flora, como no caso brasileiro
em relação à Amazônia), mais do que nunca o tema e centralidade do mal ganha
novos e decisivos contornos.
O QUE É ÉTICA?

• Segundo Abbagnano (2007), a Ética implica considerá-la sobre dois prismas


diferentes: 1) da conduta humana que deve ser orientada com vistas a atingir um
fim determinado, segundo a natureza, segundo o que se supõe ser próprio da
natureza humana.
• 2) Análise da conduta segundo a busca de um fim; segundo a necessidade de
determiná-la para o alcance de um fim.
• Limites da concepção de Ética: nenhuma dessas duas concepções não aponta
qual é a origem do mal. A necessidade de normatização e rotinização da ação
humana se estabelece única e exclusivamente pela possibilidade ou mais que isso,
pela realidade efetiva daquilo que consideramos o mal.
A origem do mal segundo
Platão
Confusão entre ser e não-ser
COMO A CONFUSÃO ENTRE SER E
NÃO-SER PRODUZ O MAL
• As ideias em Platão possuem cinco graus ou naturezas: a) noção lógica; b) paradigma
epistemológico; c) entidade real ou ontológica; d) causa eficiente; e) causa final.
• Causa eficiente: as ideias são realidades que criam e produzem outras realidades, além de ensejar
em nós o desejo do conhecimento e da virtude. A razão é parte da mesma natureza que o intelecto
humano.
• Causa final: agindo a distância causa nos homens o desejo de conhecer as ideias de Bem,
Bondade e Justiça.
• A natureza do erro: é algo humano, é uma falha do conhecimento, da identidade e da composição
de uma essência. Isso nada mais é do que a ignorância, quando o erro é involuntário, ou mentira e
falsidade quando o erro é voluntário. A questão fundamental do erro é que envolve a atribuição de
uma essência, predicado ou qualidades que não pertencem a um determinado objeto.
• Origem do mal: é resultado da natureza imperfeita do homem, de sua mistura entre inteligível e não-
inteligível, ilimitado e limitado, finitude e infinitude, ser e não-ser, já que tem como pais o “Recurso e
a Pobreza”. O mal é sempre resultado da decisão voluntária ou involuntária pelo não-ser presentes
nas coisas do mundo sensível.
A origem do mal segundo
Santo Agostinho
O mal como privação de Ser
POR QUE O MAL É PRIVAÇÃO DE SER?

• Santo Agostinho analisa o mal em três perspectivas:


• a) Mal ontológico-metafísico: o mal não existe no cosmo, sendo apenas graus inferiores de ser em
relação à Deus, dependentes da finitude da coisa criada e dos diferentes níveis dessa finitude. Mas
quando visto do ponto de vista do universo, o mal desaparece quando visto no conjunto ou no todo
do universo.
• b) Mal ético-moral: compreendido como o pecado. O pecado é dependente da má vontade. Não há
uma causa eficiente para o mal moral, mas sim uma “causa deficiente” para a existência no mal. A
vontade humana deveria tender para o bem supremo. Mas a existência de diversos e diferentes bens
criados e finitos, podem atrapalhar e permitir que a vontade subverta sua ordem hierárquica e prefira
os bens inferiores em detrimento dos bens superiores.
• c) mal físico: é identificado com as doenças, sofrimentos, tormentos do espírito e a morte tem como
origem o pecado original. O mal físico, nesta perspectiva é consequência do mal moral.
O MAL NÃO EXISTE COMO ENTIDADE
ONTOLÓGICA-METAFÍSICA

• Resolução do paradoxo socrático-platônico: como explicar que, uma vez conhecido o bem, seria
impossível fazer o mal? Santo Agostinho aponta para centralidade da vontade no agir humano. Isso,
portanto, torna possível que eu conheça o bem, mas que com a faculdade da minha vontade eu
possa rejeitá-lo.
• O mal não existe como substância ontológica: o mal não existe enquanto entidade ontológica-
metafísica na filosofia agostiana. O mal é antes de tudo um não-ser. O mal é resultado da limitação e
da perversão da natureza humana que, as vezes é capaz de subverter a própria vontade e escolher
os bens inferiores em detrimento dos superiores.

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