Engenharia
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modelos, documentação, entre outros
Engenheiro de Software: We Need You
Sobre a Importância da Engenharia de Software
Antonio Mendes da Silva Filho
antoniom.silvafilho@gmail.com
Professor e consultor em área de tecnologia
da informação e comunicação com mais
de 20 anos de experiência profissional, é
autor do livros Introdução a Programação
Orientada a Objetos com C++, Arquitetura
de Software, Programando com XML, todos
pela Editora Campus/Elsevier, tem mais de
30 artigos publicados em eventos nacionais
e internacionais, colunista para Ciência e
Tecnologia pela Revista Espaço Acadêmico
com mais de 60 artigos publicados, tendo
feitos palestras em eventos nacionais e no
exterior. Foi Professor Visitante da Univer-
sity of Texas at Dallas e da University of
Ottawa. Formado em Engenharia Elétrica
pela Universidade de Pernambuco, com
Mestrado em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal da Paraíba (Campi-
na Grande), Mestrado em Engenharia da
Computação pela University of Waterloo
e Doutor em Ciência da Computação pela
Univesidade Federal de Pernambuco.
20 Engenharia de Software Magazine - Engenheiro de Software: We Need You
E
ngenharia compreende o uso de
princípios e conhecimento empí-
rico e científico obtidos a partir
de estudos, investigações e experiências
visando o desenvolvimento de um pro-
duto que, dependendo da área, pode ser
um motor, um dispositivo eletrônico, um
prédio ou um sistema de software. Para
tanto, três aspectos essenciais devem
ser considerados: custo (orçamento de
desenvolvimento), tempo (cronograma
de execução) e qualidade. Dentro deste
contexto, a engenharia de software, a
exemplo de outras engenharias, também
visa o desenvolvimento de um produto
(software) que pressupõe satisfazer aos
requisitos de qualidade, dentro do prazo
e sem estourar o orçamento.
O profissional de engenharia de sof-
tware (ler Nota do DevMan 1) é crucial
para o momento atual e também será
pelas próximas décadas. Por quê? Basta
olhar ao seu redor. Tudo em seu cotidia-
no é influenciado por software como, por
exemplo, atividades bancárias, ensino,
De que se trata o artigo?
Apresenta a engenharia de software, destacan-
do sua importância no contexto atual do avanço
tecnológico e crescimento econômico mundial,
além de salientar a necessidade de formação de
engenheiros de software.
Para que serve?
Informar quão essencial é a formação de profissio-
nais de engenharia de software a fim de atender a
demanda de desenvolvimento de software com-
plexo e de grande porte.
Em que situação o tema é útil?
O artigo explora conhecimentos necessários de
um engenheiro de software e seu importante
papel para atender a demanda de desenvolvi-
mento de sistemas de software que satisfaçam
restrições de custo, tempo de desenvolvimento
e qualidade, que compreendem pilares da enge-
nharia de software.
entretenimento, operação de aviões,
diversos segmentos da indústria, comu-
nicações nas variadas mídias e muito
mais. Em tudo, você encontrará softwa-
re. Portanto, se você é um engenheiro de
software, “We Need You!”.

Nota do DevMan 1
Engenharia de Software
A Engenharia de Software visa à criação de produtos de software que atendam
as necessidades de pessoas e instituições e, portanto, tenham valor econômico. Para
isso, usa conhecimentos científicos, técnicos e gerenciais, tanto teóricos quanto em-
píricos. Ela atinge seus objetivos de produzir software com alta qualidade e produti-
vidade quanto é praticada por profissionais treinados e bem informados, utilizando
tecnologias adequadas, dentro de processos que tirem proveito tanto da criatividade
quando da racionalização do trabalho.
Software no cotidiano
Você já percebeu que software está praticamente em todas as
coisas de seu cotidiano? Um exemplo simples é a central telefônica
que permite que duas pessoas conversem ao telefone. O controle
da operação das centrais telefônicas é todo feito por software. Você
já foi a alguma casa lotérica para efetuar um pagamento de conta
de água ou energia? Ou já arriscou jogar na loteria? Quando você
vai à casa lotérica por qualquer um dos motivos acima, você está
usando o sistema que tem todo seu controle feito por software e
o mesmo acontece quando você vai ao banco. Perceba que quase
todos os sistemas hoje em dia têm seu controle operacional sendo
feito por software. E com certeza você é usuário de computador
que possui diversos tipos de software operando nele. Observe
que o software tem se tornado um companheiro e sido uma
ferramenta fundamental de nosso dia-a-dia.
Se você ‘olhar’ para trás, poderá perceber que há, aproxi-
madamente cinco décadas atrás, software constituía uma
pequena, senão ínfima parcela dos sistemas computacionais
quando comparado ao hardware. Naquela época, os custos
de desenvolvimento e manutenção de software eram despre-
zíveis. Hoje, porém, software é responsável por significativa
porção dos sistemas computacionais. Encontramos software
nas mais diversas aplicações. No uso doméstico, fazemos uso
de processadores de texto (como, por exemplo, Word da Mi-
crosoft). Adicionalmente, software tem sido um componente
importante e muito utilizado em diversos sistemas. Podemos
exemplificar seu uso no controle e supervisão dos sistemas
de geração e distribuição de energia bem como em sistemas
de telecomunicações, onde ele é encarregado do controle e
roteamento de milhares de ligações telefônicas. Observe que
empresas e pessoas têm conseguido otimizar suas atividades,
geralmente, fazendo uso de software. Mas, o que é software?
Software compreende um conjunto de instruções que quando
são executadas em um processador fornecem funcionalidades
com desempenho desejado. Software é também entendido
como programa de computador, o qual é composto de ins-
truções que fazem o computador prover as funcionalidades
desejadas. Entretanto, esse conjunto de instruções não precisa
apenas ser executado num computador. Com a redução de cus-
to dos processadores, podemos encontrar software em outros
dispositivos como, por exemplo, o telefone celular.
E N GEN H A RI A D E SOF T WAR E
Figura 1. Pilares da Engenharia de Software
Agora, se você quiser uma visão mais completa, observe
que software compreende não apenas o conjunto de instru-
ções que são executadas num processador para fornecer as
funcionalidades de um sistema, mas também todo artefato
vinculado ao código, como a documentação do sistema (que
traz informações do projeto), bem como documentação para
usuário (informando-lhe como utilizar o software).
Nesse sentido, um engenheiro de software é o profissional
responsável por levantar e analisar o conjunto de requisitos,
desenvolver o projeto, implementá-lo, testá-lo e entregar
ao cliente. Mas, para ter sucesso na execução do projeto,
o engenheiro de software precisa considerar três aspectos
essenciais às engenharias, que costumo denominar dos
pilares da engenharia: Custo, Tempo e Qualidade. Esses
pilares, juntamente com a compreensibilidade e princípios
de engenharia, constituem as preocupações do engenheiro
de software desde o primeiro dia de qualquer projeto, como
ilustrado na Figura 1.
Todavia, há algo que precede a tudo isso. É inegável a ne-
cessidade de satisfazer esses três pilares, isto é, controlar o
orçamento, cronograma de execução e defeitos (ou bugs). No
entanto, o engenheiro de software não terá sucesso se não
considerar princípios (de engenharia) e entendimento (cor-
reto, completo e consistente) do sistema a ser desenvolvido.
Embora tudo o que foi apresentado acima seja essencial, o
que torna a Engenharia de Software uma disciplina impor-
tante? E, mais, a pergunta que não quer calar: Precisamos de
engenheiros de software?
A resposta a segunda pergunta é sim, e esse profissional
será essencial nas décadas vindouras. A resposta a primeira
pergunta é dada em partes neste artigo.
Características da Engenharia de Software
Software é um produto (artefato) complexo, por natureza,
exigindo atividades e processo bem definidos, além de execu-
ção disciplinada do projeto. Adicionalmente, software não é
produzido (no estrito sentido da palavra) como acontece com
carros, aparelhos de TV e outros equipamentos. Diferente-
mente, software é desenvolvido. Software requer um processo
de desenvolvimento e não um processo de ‘fabricação’, impli-
cando que ele exigirá o uso da engenharia sempre.
Por que software é considerado complexo?
Aqui, três fatores são destacados (sem a intenção de ser
completo) como responsáveis por essa complexidade.
Edição 30 - Engenharia de Software Magazine 21
 1. Software é um artefato de difícil compreensão e desenvol-
vimento. Frequentemente, o engenheiro opta pelo software
em detrimento do hardware na solução de problema por con-
siderar sua manutenção mais fácil e também (em parte) pelo
fato do software não ‘sofrer’ desgaste físico. Vale ressaltar que
o sistema de software está sujeito a mudanças e evolução e,
portanto, seu entendimento e desenvolvimento devem levar
em consideração essas futuras modificações. Outro fator im-
pactante para compreensão e desenvolvimento de software
é que ele não é um artefato ´visível’ que seja facilmente e
intuitivamente capturado por modelos ‘tratáveis’.
2. Software é desenvolvido e, portanto, requer que diver-
sos artefatos sejam ‘construídos’ como, por exemplo, plano
de projeto, documento de requisitos, modelo arquitetural,
código, especificação de casos de teste, plano de teste, dentre
outros. Observe que utilizar um processo de desenvolvi-
mento requer diversos métodos para elicitação e análise de
requisitos, método de projeto e implementação, métodos
de teste e inspeção para cada um dos artefatos gerados no
desenvolvimento.
3. Software precisa satisfazer metas de produto, de projeto
e de processo. Concomitante a esses métodos, o engenheiro
de software faz uso da linguagem natural para elaborar do-
cumentos e de outras notações e linguagens especializadas
para descrever modelos e escrever código. Não apenas isso,
ainda deve identificar os atributos de qualidade (ou requi-
sitos não funcionais) que o software deve oferecer suporte.
Atributos de qualidade como confiabilidade, eficiência,
Fator Exemplo
Pessoas Tamanho da equipe, nível de familiaridade com processo, nível de conhecimento,
grau de motivação e envolvimento da equipe
Processo Disponibilidade de ferramentas, disponibilidade e padrão de uso de métodos, ciclo
de vida de projeto, restrições orçamentárias e de cronograma, mecanismos de
tratamento e rastreamento de mudanças de requisitos
Produto Domínio da aplicação, grau de inovação do produto, atributos de qualidade exigidos
(como interoperabilidade e confiabilidade)
Tabela 1. Fatores influenciadores na complexidade de software
Figura 2. Efeitos do aumento do fluxo de informação (Fonte: Five forces
integridade, manutenibilidade, usabilidade e corretude, em
geral, impõem dificuldade maior para o desenvolvimento.
Dentro desse contexto, o software deve satisfazer a metas de
produto como eficiência e confiabilidade, deve atender metas
de projeto (sendo executado em conformidade com cronogra-
ma e orçamento) e deve acomodar a metas de processo que
antecipa possível evolução do produto.
Considerando os fatores destacados que contribuem para
tornar software um artefato complexo, pode-se obter outra
classificação alternativa em termos de pessoas, processo e
produto, como ilustrado na Tabela 1.
Necessidade de Engenheiros de Software
Tecnologia da informação e, mais especificamente, softwa-
re tem sido e continuará a ser um produto demandado no
mercado global. Apesar da volatilidade que se tem observa-
do em alguns segmentos do mercado, os cenários indicam
crescimento de demanda por software e seus profissionais.
De acordo com pesquisa da McKinsey & Company, uma das
forças determinante do aumento da economia global tem sido
o fluxo crescente de informações que implica num aumento
da capacidade de inovação, desenvolvimento e customização
de produtos e serviços, além de maior conhecimento e satis-
fação dos consumidores, como ilustrado na Figura 2.
Como destacado na Figura 2, inovação será um fator pre-
ponderante juntamente com uso da tecnologia com objetivo
de apoiar atividades de pessoas e instituições. Mas as ins-
tituições de ensino superior (IES) brasileiras têm formado e
capacitado o capital humano existente no Brasil de modo a
atender e permitir crescimento consistente e vigoroso nos
próximos anos?
É preocupante a forma pela qual o capital humano brasi-
leiro na área de Engenharia de Software tem sido formado
e colocado no mercado. Nesse sentido, um conteúdo crítico
e parte integrante da engenharia de software é reuso de
software que constitui aspecto essencial à produtividade no
desenvolvimento de sistemas de software. Entretanto, esse
conteúdo, extremamente essencial é muito pouco trabalhado
nos cursos de graduação da área. Ainda não há nas empresas
de desenvolvimento de software a ‘cultura’ institucionalizada
orientada para o reuso. Observe que reuso de software é uma
das formas para elevar a produtividade de uma companhia
e, mais importante, a produtividade é um fator determinante
para posicionar a empresa na economia nacional e global.
Isto é ilustrado na Figura 3, que indica avaliação feita em
pesquisa junto a 1400 executivos de empresas sobre o grau
de importância da produtividade na economia global.
Isso destacado acima aponta para a importância da enge-
nharia de software e necessidade de formar mais capital
humano nesta área. Mas, não é tudo. Pesquisa realizada pela
Forrester Research, Inc. informa que gastos a nível mundial
no ano de 2009 foram de US$ 1,469 trilhões no setor de TI,
sendo US$ 362 bilhões referentes a software, havendo previsão
RESHAPINGTHEGLOBALECONOMY-C+INSEY'LOBAL3URVEY2EPORT que nos anos de 2010 e 2011 os gastos com software serão de

22 Engenharia de Software Magazine - Engenheiro de Software: We Need You


aproximadamente US$ 400 e 440 bilhões, como mostrado na
Figura 4. Desse total, quase metade do total do mercado de
software é pertinente aos EUA, enquanto que cerca de 10%
do total é pertinente à América Latina, como mostrado nas
Figuras 5 e 6, respectivamente.
Figura 3. )MPORTÊNCIADAPRODUTIVIDADENAECONOMIAGLOBAL&ONTE4HE
E N GEN H A RI A D E SOF T WAR E
Adicionalmente, observa-se a nível mundial que cerca de 10%
da provisão orçamentária da empresas tem sido destinada para
aquisição e atualização de sistemas de software nos anos de
2010 e 2011, como ilustrado na Figura 7. Esse percentual é de
aproximadamente de 10% em 2010 e 15% (estimados) em 2011
na América Latina, justificado em grande parte pelo momento
econômico vivido no Brasil.
Em Relatório Global de Tecnologia da Informação 2009-2010,
divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, este ano o Brasil
ficou na 61ª posição no ranking de desenvolvimento do setor,
com estimativa de demanda de cerca de 200 mil profissionais
de TI. Esses dados, e os números apresentados anteriormente,
contribuem para destacar a importância de formar capital
0RODUCTIVITY)MPERATIVE-C+INSEY'LOBAL&ORCES3URVEY humano na área de Engenharia de Software.
Aliado a este aspecto, software é um produto ‘onipresente’ do
cotidiano das pessoas e das empresas. Praticamente, ninguém se
imagina hoje em dia viver sem os sistemas de comunicações que
permitem conversações telefônicas (da telefonia fixa e móvel)
locais, interurbanas e internacionais. Também, ninguém se ima-
gina viver sem a indústria dos transportes que nos proporciona
serviços de transportes via terrestre e aérea. O cotidiano das
pessoas e das empresas dependem, e muito, do transporte aéreo.
Por exemplo, o Boeing 777 tem mais de 4 milhões de linhas de
código enquanto que o jato F-22 tem mais de 2 milhões de linhas
de código. Não é possível desenvolver sistemas desse porte sem
a disciplina de engenharia. Sistemas como esses exigem elevado
Figura 4. 'ASTOSEM4)ANÓVELMUNDIAL&ONTE'LOBAL)4-ARKET2EPORT
&ORRESTER2ESEARCH)NC nível de confiabilidade em seu funcionamento. Sistemas dessa
natureza requererem do profissional habilidades de:
Idenficar  funcionalidades  do  sistema;
Analisar  se  não  existe  inconsistência,  ambiguidade  e  se  todas  
as  funcionalidades  foram  levantadas;
Desenvolver  o  projeto  e  coordenar  sua  execução;
Dimensionar  a  equipe  e  fazer  alocação  de  tarefas;
Definir  e  usar  tecnologias  para  implementar  a  solução;
Testar  o  sistema  e  implantá-­‐‑lo  no  ambiente  do  usuário.

Embora os argumentos e dados apresentados indiquem a

crescente demanda por profissionais de Engenharia de Softwa-
re, sua formação é condição básica para lidar com os desafios
da área. E, para tanto, deve-se considerar as competências
Figura 5. 'ASTOSEM4)NOS%5!&ONTE'LOBAL)4-ARKET2EPORT&ORRESTER preconizadas no Curriculum Guidelines for Undergraduate
2ESEARCH)NC Degree Programs in Software Engineering (vide Quadro de
Links no final deste artigo).

Figura 6. 'ASTOSEM4)NA!MÏRICA,ATINA&ONTE'LOBAL)4-ARKET2EPORT Figura 7. $ISTRIBUI¥ÎODOGASTOSEM4)NA!MÏRICA,ATINA&ONTE'LOBAL)4

&ORRESTER2ESEARCH)NC -ARKET2EPORT&ORRESTER2ESEARCH)NC

Edição 30 - Engenharia de Software Magazine 23

Desafios da Engenharia de Software
A Engenharia de Software, a exemplo de outras engenharias,
possui desafios. Entretanto, o avanço tecnológico e crescimento
econômico que o mundo tem experimentado desde o século
passado e atuais tendências de uso da tecnologia impõem
desafios aos engenheiros de software que compreendem:
1. Produtividade e complexidade – Crescente complexidade
dos sistemas e necessidade de lidar com a heterogeneidade
de sistemas de software considera o modelo orientado para
serviços.
2. Eficiência e previsibilidade – Limitações dos modelos
existentes para determinar quantitativamente as qualidades
do produto e processo, além da necessidade de gerenciar um
desenvolvimento distribuído com grandes equipes (com parte
da equipe e atividades off-shore).
3. Dependability – A dependability é característica crítica em
diversos sistemas de software e tem como atributos confiabili-
dade, disponibilidade, segurança e manutenibilidade. Dentre
esses atributos, confiabilidade e segurança são mandatórias na
maioria dos sistemas de software e, portanto, requer integração
de aspectos técnicos, gerenciais e organizacionais.
4. Reuso – Maturidade é observada numa disciplina quando
ela é empregada de maneira eficiente e proporciona resulta-
dos excelentes em termos de custo, tempo e qualidade. Essa
‘maturidade’ vem com uma ‘cultura de reuso’ de artefatos de
software.
Dos desafios apontados acima, reuso afeta e é influenciado
pelos demais em que ele pode proporcionar os seguintes
benefícios:
• Atendimento a demanda de negócios;
• Maior produtividade;
• Melhor qualidade;
• Menos tempo para entrega do produto;
• Melhor uso de recursos;
• Auxílio a questões complexas de sistemas;
• O reuso de forma sistemática implica numa recuperação de
investimento de qualquer tecnologia.
É papel do engenheiro de software lidar com os desafios
destacados e responder a elas é uma das metas da engenharia
de software que tem definição clássica dada por Fritz Bauer
em 1969, como:
“O  estabelecimento  e  uso  de  sólidos  princípios  de  engenharia  para   the U.S Economy: Report of a Symposium (2006)
que  se  possa  obter  economicamente  um  software  que  seja  confiável  e   http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=11587
que  funcione  eficientemente  em  máquinas  reais.”
Olhando para trás e lembrando as questões levantadas por
Tom DeMarco no livro Why Software Cost so Much? em 1975
ainda ‘parecem’ atuais:
• “Por que demora tanto tempo para que os programas sejam
concluídos?”
• “Por que os custos são tão elevados?”
• “Por que não descobrimos todos os erros antes de entregar-
mos o software ao nosso cliente?”
24 Engenharia de Software Magazine - Engenheiro de Software: We Need You
• “Por que temos dificuldades em medir o progresso enquanto
o software está sendo desenvolvido?”
Conclusão
Software é uma ‘entidade’ quase onipresente que afeta,
praticamente, o dia a dia das pessoas e das empresas. Seu uso
ocorre na educação, comunicações, transporte, entretenimento,
medicina e governos das três esferas, dentre tantas aplicações.
Software é parte essencial e crítica no comando de aviões, ban-
cos, operações em bolsas de valores, assim como num sistema
de pequeno porte como aquele utilizado na vídeo locadora
mais próxima de sua residência.
Engenharia de Software surgiu para atender a demanda por
uma disciplina de engenharia, que tem como pilares custo,
tempo e qualidade, para o desenvolvimento de sistemas de
médio e grande porte como os exemplos destacados neste
artigo, muito embora também empregada para desenvolver
um ‘toy example’ (isto é, sistema de pequeno porte) como o
da vídeo locadora ou aquele utilizado no caixa e controle de
estoque de pequenas mercearias.
A verdade é que desde o crescimento do uso dos computado-
res pessoais na década de 80, desde o surgimento da Internet
na década de 90, a quantidade de sistemas de software têm
crescido em tamanho e complexidade e, como discutido no
artigo, os dados sobre investimentos no setor têm crescido e
continuarão a crescer demandando, cada vez mais, profissio-
nais de engenharia de software. Portanto, se você é engenheiro
de software, “We Need You!”.
Links
Software and higher education
http://portal.acm.org/citation.cfm?id=1107458.1107486
Guide to the Software Engineering Body of Knowledge (SWEBOK)
http://www.computer.org/portal/web/swebok
Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Software Engineering
http://sites.computer.org/ccse/
Collection of Software Bugs
http://wwwzenger.informatik.tu-muenchen.de/persons/huckle/bugse.html
Measuring and Sustaining the New Economy, Software, Growth, and the Future of
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