CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARÁ

COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA
INTRODUÇÃO ÀS GEOCIÊNCIAS
AULA 05 - 29/05/2007
TÓPICOS ABORDADOS:
• Os materiais terrestres: os minerais
• Os materiais terrestres: as rochas

OS MINERAIS

O que é um MINERAL?
É uma substância inorgânica, de ocorrência natural, composição química definida e arranjo atômico
interno ordenado, que, quase sempre, apresenta-se em estado sólido.
São exemplos de minerais:
• O quartzo
• O diamante
• A hematita
• O mercúrio

A Mineralogia é o ramo da Geologia que estuda os minerais, sua composição, propriedades, gênese e
ocorrência.

O que é MINÉRIO?
Trata-se de um mineral, ou uma associação de minerais, que contém metais e/ou minerais exploráveis
em escala econômica.Os minérios abrigam, portanto, minerais de valor econômico.

São exemplos de minérios:

• Bauxita - minério de alumínio
• Galena - minério de chumbo
• Hematita - minério de ferro
• Apatita - minério de fósforo
• Pirita - minério de ferro e enxofre

A Cristalografia é a ciência que trata do estudo dos cristais e das leis que governam seu crescimento,
sua forma externa e estrutura interna.

O que é um CRISTAL?
É um sólido homogêneo, que possui arranjo atômico interno tridimensional, refletido externamente.
Encontra-se limitado por superfícies geralmente planas, lisas, apresentando-se com formas geométricas
externas.
Dificilmente, os cristais ocorrem de forma isolada. Em geral, eles ocorrem agrupados, formando os
chamados agrupamentos cristalinos.
Dentre os agrupamentos cristalinos mais comuns estão os agrupamentos classificados como drusas e
geodos.

Drusas são quaisquer associações de cristais que formam uma espécie de cobertura no interior de
rochas, minerais ou fendas.
Os geodos constituem uma massa mineral oca, aproximadamente esférica, com o interior recoberto
por cristais.

MINERALÓIDE ou SUBSTÂNCIA AMORFA

Qualquer substância que ocorra naturalmente na crosta terrestre, de origem orgânica ou inorgânica,
que não possua arranjo atômico interno ordenado.
São exemplos de mineralóides:
• Vidro vulcânico - uma rocha
• Âmbar - uma resina orgânica
• Pérola - uma gema orgânica
• Carvão - uma rocha
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS

1. Clivagem
É a propriedade que um mineral tem de se dividir em planos paralelos entre si. Ela depende da
estrutura do mineral e pode ocorrer em uma ou mais direções.

2. Fratura
É a maneira pela qual um mineral se rompe, não sendo ao longo dos planos de clivagem.

3. Dureza
É a resistência que uma superfície lisa oferece ao ser riscada.A dureza depende da estrutura do
mineral: quanto mais fortes as ligações atômicas, maior a dureza do mineral.O grau de dureza é
determinado observando-se a facilidade ou dificuldade relativa com que um mineral é riscado por
outro ou por determinados objetos.A dureza dos minerais é estabelecida com base em uma escala de
dez minerais comuns, conhecida como Escala de Dureza de Mohs.

1 - Talco 6 - Ortoclásio
2 - Gipsita 7 - Quartzo
3 - Calcita 8 - Topázio
4 - Fluorita 9 - Coríndon
5 - Apatita 10 - Diamante

Dureza de outros materiais comuns:

• Unha = 1
• Moeda = 3,5
• Alfinete = 4
• Lâmina de barbear/prego de aço = 5
• Vidro = 5,5
• Porcelana = 6,5

4. Tenacidade
É a resistência que um mineral oferece ao ser rompido, esmagado, rasgado ou dobrado.Quanto à
tenacidade, um mineral pode ser:
• Quebradiço ou friável: quando se rompe ou pulveriza-se com facilidade.
• Maleável: quando, por pressão, pode ser transformado em lâminas delgadas.
• Dúctil: quando pode ser reduzido a fios.
• Flexível: quando pode ser dobrado, retorna ou não ao seu estado anterior.

5. Densidade Relativa
É o número que exprime a relação entre o peso de um mineral e o peso de igual volume de água,
determinados a pressão de uma atmosfera e temperatura de 4 oC.
A densidade relativa depende da composição do mineral e da forma pela qual os átomos se organizam
nesse mineral.
A densidade relativa é obtida por meio da Balança de Jolly.

PROPRIEDADES ÓTICAS DOS MINERAIS

1. Brilho
Consiste da aparência geral da superfície de um mineral frente à luz refletida.
O brilho pode ser metálico (aparência brilhante) e não-metálico. Dentre os não-metálicos destacam-
se:
• Vítreo: brilho semelhante ao vidro.
• Graxo: brilho com o aspecto de graxa.
• Resinoso: brilho com aparência de resina.
• Nacarado: brilho iridiscente, como a madre-pérola.
• Gorduroso: brilho com aspecto de uma cobertura de óleo.
• Sedoso: brilho com aspecto de seda, devido aos agregados de fibras minerais.
• Perláceo: brilho semelhante ao de uma pérola.
• Adamantino: brilho semelhante ao do diamante.
• Terroso: aspecto semelhante à terra.
2. Cor
A cor de um mineral depende da absorção seletiva da luz que é refletida ou transmitida pelo mesmo,
devendo sempre ser observada em uma fratura recente.Quanto à cor, os minerais podem ser:
• Idiocromáticos: minerais que apresentam cor constante, resultado apenas de sua composição
química (p. ex. enxofre, galena, malaquita, etc.)
• Alocromáticos: minerais que possuem cores variadas, seja em decorrência de sua composição
química ou devido à presença de impurezas (p. ex. quartzo, mica, calcita, etc.)

3. Traço
É a propriedade que os minerais possuem de, ao riscar uma superfície despolida de porcelana, deixar
um traço sobre a mesma.Como a dureza da porcelana é de 6,5, minerais com dureza superior a esse
valor não deixam traço sobre a placa. Nesse caso, o traço é classificado como incolor.

OUTRAS PROPRIEDADES DOS MINERAIS

1. Propriedades Organolépticas
Resultam da sensibilidade dos órgãos dos sentidos, sobretudo o sabor, odor e tato.

2. Propriedades Magnéticas
O magnetismo nos minerais é resultado da presença de ferro na estrutura dos mesmos. Os minerais
podem ser: fortemente magnéticos (p. ex. magnetita), moderadamente magnéticos (p. ex. hematita)
e fracamente magnéticos (p. ex. turmalina).

3. Propriedades Térmicas
As propriedades térmicas estão relacionadas ao modo como o calor se propaga em um mineral.A
condutibilidade indica o quanto um mineral pode conduzir calor; a fusibilidade, por outro lado, indica
a resistência de um mineral frente à fusão pelo calor.
AS ROCHAS

O que é uma ROCHA?

É um agregado natural, coeso, composto por um ou mais minerais.

PETROLOGIA
É o ramo da geologia que trata da origem, ocorrência, estrutura e história das rochas.

PETROGRAFIA
É o ramo da geologia que trata da descrição e classificação sistemática das rochas. A petrografia é um
campo da petrologia.

O CICLO DAS ROCHAS

É um modelo geral que descreve como os variados processos geológicos criam e modificam as rochas.

As rochas, quanto à sua gênese, podem ser classificadas em:

• Rochas Ígneas
• Rochas Sedimentares
• Rochas Metamórficas

As rochas ígneas formam-se a partir do resfriamento e cristalização do magma.

O magma é o material rochoso, em estado de fusão, aprisionado no interior da Terra. O magma,

quando extravasa e alcança a superfície da Terra, é chamado de lava.

Se o processo de cristalização do magma ocorrer na superfície ou próxima a ela, as rochas geradas são
chamadas de rochas ígneas extrusivas ou rochas vulcânicas.

As rochas formadas no interior profundo da Terra são chamadas de rochas ígneas intrusivas. Tais
rochas podem chegar à superfície terrestre através de processos de denudação e de processos
tectônicos.
Todas as rochas podem ser decompostas e desagregadas por meio de uma grande variedade de
processos superficiais, coletivamente chamados de intemperismo.

Os produtos gerados pelo intemperismo podem ser removidos através da erosão, podendo ser
transportados por agentes diversos (água, vento e gelo) e depositados em sítios específicos,
denominados bacias de deposição.

Nesse estágio, esses produtos inconsolidados são chamados de sedimentos.

Nas bacias de deposição, os sedimentos são submetidos a processos de compressão e alterações

químicas que modificam esses materiais, transformando-os em materiais consolidados, as chamadas
rochas sedimentares.

Esse processo de transformação dos sedimentos em rochas sedimentares é chamado de diagênese.

No interior da Terra, vários processos podem levar a modificações texturais, estruturais e

mineralógicas nas rochas, em virtude das condições de pressão e temperatura a que as mesmas são
submetidas.

Se essas modificações ocorrerem em estado sólido (ou seja, sem que haja fusão das rochas), as rochas
resultantes são chamadas de rochas metamórficas.

Todas as rochas descritas anteriormente podem, por meio de forças tectônicas, retornar ao interior da
Terra e lá, submetidas a pressões e temperaturas extremas, fundirem-se, transformando-se em magma
para recomeçar, uma vez mais, o ciclo das rochas.