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Sao Luis
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DOS ANJOS, Maycon G.C.¹; FILHO, Pedro R.²; MAIA, Paula dos S.³;DEMAISON,André L.4
Esse artigo apresenta uma proposta inicial de cartaz universal para as agências bancárias de São Luís-
MA, que proíbe o uso de telefone celular nas dependências das agências segundo a Lei Municipal nº
5.432/2011. A ergonomia informacional, as normas regulamentadoras e entrevistas com usuários das
agências foram indispensáveis à proposta desenvolvida.
This paper presents an original poster for the universal banks of São Luís-MA, banning cell phone use on
the premises of the agencies under the bylaw No. 5.432/2011. Informational ergonomics, regulatory
standards and interviews with users of the agencies were indispensable to the proposal developed.
1. Introdução
3. Problema
3.1 Observações
Na agência A:
O cartaz de proibição do uso do celular não apresenta nenhum símbolo que universalize
a informação;
Há a repetição do cartaz de proibição do uso do celular no mesmo ponto e ainda assim a
informação é despercebida pelo usuário;
O contraste entre letras e plano de fundo do cartaz não conduz a uma boa visibilidade,
bem como o tamanho das letras também não garantem uma legibilidade necessária e uma leitura
precisa, pois o texto encontra-se totalmente centralizado;
Figura 1 – Cartaz encontrado na agência A
Na agência B:
Há um símbolo que universaliza a informação, mas se encontra em tamanho reduzido,
dando prioridade ao texto;
O cartaz apresenta um contraste figura e fundo bom, mas também passa despercebido
devido à localização e tamanho das letras;
O cartaz de proibição do uso do celular não tem localização estratégica e nem conta
com diversas cópias espalhadas dentro da agência.
Na agência C:
Não se encontrou o cartaz de proibição do uso do celular, mas em outra agência do
mesmo banco foi encontrado um cartaz que é o padrão para todas os outros desta
corporação;
O contraste figura e fundo do cartaz desta agência também pode ser considerado bom,
porém é despercebido pelo usuário.
4. Métodos e técnicas:
Para este trabalho, foram feitas entrevistas abertas não estruturadas com usuários
das agências bancárias, juntamente com um teste baseado no método de desenvolvimento de
ícones propagado por Howard et al. (1991) para consultar os usuários, abrangendo duas etapas:
pesquisa de imagens e teste de validação, no intuito de avaliar a compreensão do símbolo
gráfico do aparelho celular.
Em um primeiro momento, a pesquisa de imagens constituiu-se de entregar folhas
A4 para o usuário com palavras-chave impressas no alto. Foram colocadas na primeira folha as
palavras “telefone” e “celular” e na segunda folha, a frase “proibido usar telefone celular”.
Pediu-se, então, para que os entrevistados desenhassem uma imagem para representar as
palavras impressas e, a partir dessas imagens, foram elaborados os símbolos.
Em um segundo momento, no teste de validação, os símbolos gerados na fase
anterior foram submetidos à avaliação por um número maior de usuários. Aplicou-se esse
método à 50 pessoas, entre 18 e 55 anos de idade. As entrevistas foram realizadas em paralelo
ao teste desenvolvido por Howard et al. (1991), e foram aplicadas também aos funcionários das
próprias agências bancárias.
As informações solicitadas aos respondentes foram:
1. Você usa celular ou rádio dentro das agências bancárias?
2. Você sabia que é proibido o uso de celulares ou rádio dentro dos bancos? Se sim, como ficou
sabendo?
3. Quando você entra no banco, já observou que existem cartazes comunicando a proibição do
uso de celular ou rádio?
4. Se não, porque você nunca observou o cartaz informando sobre a proibição do uso do celular
no banco?
5. Se sim, você sente dificuldade ao tentar ler os cartazes fixados nos bancos proibindo o uso do
celular? Quais?
6. Você acrescentaria alguma outra informação ou medida para conscientizar a proibição do uso
do celular ou rádio nas agências bancárias?
7. Você se sente seguro ao entrar nas agências bancárias? E ao sair? Por quê?
5. Resultados e Discussão
Nas entrevistas abertas, a maioria dos respondentes relatou não saber que existia
uma Lei Municipal proibindo o uso do aparelho celular nas agências bancárias.
Algumas citações:
Usuário 1:
“Eu sou muito vigilante, procuro deixar meu celular desligado quando vou a Igreja e entro no
banco, mas, não sabia que era isso Lei no banco.”
Usuário 2:
“Eu uso celular no banco, nunca vi nenhum cartaz dizendo que não podia usar.”
Outros respondentes nas entrevistas declararam que sabem da proibição, mas usam o
telefone celular nas agências bancárias normalmente, como é o caso de alguns funcionários da
agência bancária B. Com relação aos outros funcionários das agências bancárias, na agência A e
na agência C, nenhum o utiliza, somente o telefone da própria agência. Já na agência B citada,
aparentemente pode-se usar o telefone celular sem nenhum problema, contrariando a Lei
Municipal nº 5.432/2011 que restringe o uso até por funcionários das agências.
Na agência A, um funcionário declarou que para atrair a atenção dos usuários quanto à
Lei de proibição do uso do celular na agência deveria se aproveitar dos televisores existentes
dentro da própria agência que fazem propaganda e divulgam informações sobre a mesma. Na
agência B, um funcionário relatou que nada precisava ser feito para chamar a atenção do
usuário, pois o cartaz já estava informando corretamente. Por fim, na agência C, o funcionário
declarou que a mídia televisiva e outros veículos de comunicação precisavam propalar mais
sobre a Lei proibitiva do uso do celular nas agências bancárias para que as pessoas pudessem se
acostumar com o não uso.
No método de Howard aplicado, todos os usuários desenharam celulares com antena e a
figura do “X”, além do círculo com traço na diagonal para representar a proibição do uso do
celular. Ocorreram variações mínimas no desenho, porém todos muito semelhantes, como
demonstrado nas figuras X, Y e Z.
A pesquisa realizada com os usuários das agências bancárias mostrou que 84,6 % das pessoas
entrevistadas desenharam um celular quadrado e com antena. Essas mesmas pessoas não
utilizam o telefone celular dentro da agência bancária, pois ficaram sabendo da proibição pela
televisão ou jornal.
Outro ponto analisado nas entrevistas foi que 90% dos entrevistados não conseguiram visualizar
o cartaz proibitivo do uso do aparelho celular ao chegarem às agências bancárias, pois não
estavam bem localizados ou não eram notados pelas pessoas.
Em um contexto geral, foi elaborado um modelo de cartaz, que ainda está em fase de
estudo e pesquisa, que deverá apresentar um dos símbolos mostrados nas figuras 9, 10, 11 e 12 e
será testado em uma avaliação de compreensibilidade com os usuários. Inicialmente chegou-se a
seguinte:
Figura 13 – proposta inicial de cartaz universal.
O tamanho do cartaz foi escolhido também com base na NBR9050 que informa sobre a
sinalização de portas e defende que a altura das placas fixadas nas portas de banheiros (locais
públicos) seja de 20 cm. Então, definiu-se as dimensões de 20x30 cm, para posteriormente
adicionar também o texto que acompanha o símbolo.
Quanto às cores, foi utilizado o contraste entre preto, branco e vermelho, evitando fugir
do contexto em que o usuário se encontra.
6. Considerações finais
Verificou-se, até o momento, que o usuário ainda produz em sua mente a imagem
pictórica do celular como sendo uma forma quadrada e com antena. Nota-se ainda que há uma
familiarização dessa imagem, bem como, a do “X” (ou da barra na diagonal) com o círculo
como sendo um símbolo de negação.
O objetivo desta pesquisa é, por meio dos requisitos da ergonomia informacional, das
normas regulamentadoras e do design de advertência, gerar uma proposta de comunicação para
alertar o usuário sobre a Lei Municipal nº 5.432/2011 que restringe o uso do telefone celular nas
agências bancárias e sua consequência ao não ser atendida.
A partir dos resultados iniciais se propôs um cartaz que objetiva ser adotado por
qualquer agência bancária. Novos estudos deverão ser aplicados para, enfim, chegar a uma
proposta refinada com os mesmo objetivos.
Agradecimentos
Este estudo foi desenvolvido com apoio das graduandas que fizeram parte da equipe de;
Maria Elizabeth de Araújo Pontes e Thyanne Cristine Diniz Pontes.
7. Referências bibliográficas
Iida, I. Ergonomia: projeto e produção/ Itiro Iida – 2ªedição ver. e ampl. – São Paulo: Edgard
Blucher, 2005.