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INTRODUÇÃO

Porque a ética da psicanálise?

A psicanálise, segundo Freud, faz um corte na modernidade – as três feridas narcísicas.

Copérnico: o governo tem que se justificar para o povo – Hobbes, Locke, Rousseau.

Por outro lado, uma ética cosmopolita, do outro – Hume e o utilitarismo.

De todo modo, não mais uma ética religiosa.

Darwin: administração das populações, lógica dos bens.

Marx – povo insurreto vs. Durkheim – administração de populações.

Indivíduo em choque com o coletivo – coletivismo, temas da alienação. Ética


protestante – ética individualista.

Freud: o lado obscuro da modernidade e do progresso. Aonde vai dar o


desenvolvimento da ciência e do mercado? O projeto da modernidade e os ideias do
iluminismo desabam.

Freud possui um pensamento nascido dos sinais de ruptura com a modernidade. Nós,
que somos pós-modernos, qual o pensamento ético para esse momento?

Lacan fala muito de história em seu seminário sobre a ética. Porque a ética se
transforma no tempo, porque o modo de nos relacionarmos com os outros e com o
mundo se transforma no tempo. O sistema de valores se transforma.

O que pretendo fazer aqui, tarefa pouco modesta é percorrer os estágios da história da
humanidade até chegar no hoje, no agora, dessa saída de pandemia.

ESTRUTURA DA HISTÓRIA MUNDIAL


“A anatomia humana é a chave para a anatomia do macaco”: Formas desenvolvidas
permitem ler formas precedentes, as potencialidades ali presentes e como essas
incipiências crescem em proporção. Por exemplo, o dinheiro no feudalismo.
Freud em Totem e Tabu fala de três fases da humanidade e como ser humano passa por
essas fases em seu percurso psíquico:

a) animismo/ fase oral/ nomadismo: mundo doador – mãe doadora.


A criança dá o sinal e a mãe preenche esse sinal com a experiência de satisfação que
fica gravada como significante no inconsciente. O mesmo acontece com esse ser
humano primitivo, ele percebe o que ele deseja conforme o mundo oferece – o desejo é
o desejo do Outro. Uexkull – biólogo estoniano, início da etologia: umwelt – mundo
próprio e innenwelt – mundo interior, funcionando num esquema de chave e fechadura.
Louis Bolk – neotenia da espécie humana, plasticidade da humanidade.

b) fase anal/ sedentarismo/ totemismo: aliança e instituições zero


Lida com os mortos – em Complexos Familiares Lacan nota que o ser humano
permanece vinculado aos pais depois de não ter mais necessidade disso. Negociar com
os mortos – Kojève em sobre a autoridade, a autoridade do morto é maior que a do vivo
porque o morto não responde, é uma espécie de desejo mortificado, engessado.

Fase anal: relação com o Outro por meio de um objeto de troca – o cíbalo. Dom e
contradom, aliança: as estruturas elementares do parentesco de Lèvi-Strauss.

Quando nos sedentarizamos é criamos um ambiente nosso, um lar – instituições zero:


hau, mana. Fora da tribo há o pânico, o desamparo. Nesse momento o Pai aparece
diluído nos múltiplos totens que definem as leis de aliança – Karatani nota isso.

Ritual xamânico e a catarse: nossos corpos são inscritos por significantes, entre o
psíquico e o somático, a pulsão. O ritual trabalha nesse domínio – ritual da parturiente,
rituais de iniciação.

Lévi-Strauss: “A cura consiste em tornar pensável uma situação dada inicialmente em


termos de afetos, e tornar aceitáveis para o espírito as dores do que o corpo se recusa a
aceitar”.

Lévi-Strauss: pensamento normal: muito significado e poucos significantes; pensamento


patológico: excesso de significantes. O ritual exige a participação do doente e da
comunidade. O xamã fornece à paciente uma linguagem que pode expressar estados não
formulados, e, de outro modo informuláveis.

O corpo como resposta arcaica. Exemplo do bebê – desenvolve uma febre patológica;
exemplo da histérica – desenvolve uma resposta somática. Como o desenvolvimento
dessa resposta teve um contexto, é possível buscar o significado do sintoma. Lacan no
Seminário 20 diz, os pais produzem a neurose, a psicanálise reproduz a neurose – tenta
encontrar mediação, um meio de manipulação da pulsão.

Lévi-Strauss: psicanalista funciona de modo semelhante ao xamã. O xamã trabalha em


interação com a coletividade, o psicanalista trabalha com a individualidade – mito
individual do neurótico. O que é um mito: são significantes funcionando como pontos
que se constelam, o mito é uma narrativa que tem por base significantes pulsionais.
Modelo imaginário para resolver uma contradição real – a significância serve para fazer
parar de se mover um não-sentido flutuante. Porém essa narrativa se transforma no
tempo, quando a energia se torna livre de novo – mais uma definição de pulsão.

A catarse é uma significação que ocorre a nível libidinal de algo que só existia em
estado latente – a poética em Lacan: quando a interpretação surte efeito, a verdade se
revela em seu ser poético – o poema ou verso é a palavra que ressoa na alma.

A transgressão do tabu é sentida por toda a tribo – conforme aponta Freud. Qualquer ato
transgressor deve ser reintegrado no campo simbólico coletivo.

Mito faz enraizamento social – o análogo hoje é a ideologia; o neurótico é aquele que de
algum modo não participa de uma ideologia.

O inconsciente é um vazio que contém leis de estrutura – a linguagem é o modelo do


Lévi-Strauss, a gente fala sem conhecer a gramática; na tribo, a gente tem um papel
social, um circuito de afetos de maneira imanente (caso do avunculato).

c) fase fálica: impérios


Nesse momento o que se instaura ou se inventa é o monoteísmo – e com ele, como nota
Charles Melman, a neurose obsessiva. Grande homem, único Pai no monoteísmo. Agora
surge o falo como significante do significado em geral, a instituição zero se encarna no
Deus todo poderoso – organizador da hierarquia. Relação íntima entre política e
religião, conforme nota Karatani.

Porque respeitamos a autoridade, ou porque nos sentimos constrangidos frente a ela? O


I(A) é a pecinha da autoridade. A autoridade é o significante da autoridade – Tu és
aquele que me seguirás do Lacan; é a estrelinha da professora; é o elogio dos pais, é o
eu te amo.
Pilhagem e redistribuição é o paradigma aqui: um modo vertical de troca, diferente da
lógica do dom – nessa lógica haviam modos de desequilíbrio: kula e vendeta.

Superego: severidade do Pai – um jeito de não deixar a pulsão livre. Aquilo que é o
pecado original que nos vincula à Lei.

É nesse estágio que temos algo como a moral. No totemismo a tribo funciona como um
espaço simbólico coletivo e único, a transgressão do tabu é uma ameaça para toda a
comunidade, é o campo simbólico que ameaça desintegrar caso não seja sanada a
transgressão. Aqui temos um vínculo íntimo com o Pai, esse vínculo é o vínculo da
culpa ou da Lei, e onde há culpa há pressão moral. Na tribo a energia livre virava
narrativa e ritualística coletiva, aqui, vira pecado e superego.

O ritual mais esclarecedor desse estágio é o ritual jurídico: que nega o crime como
negação da comunidade, ofensa ao Pai ou Rei – rituais de suplício de Foucault.

A perda a unidade orgânica é recompensada com a subserviência: ressentimento e


reconhecimento.

Discurso do Mestre: uma moralidade calcada ou sustentada pelo significante-mestre


(falo).

d) modernidade – ciência e mercado


Porque o Freud fala FERIDA narcísica?!?!

Conjunção entre técnica e capitalismo.

Ciência é antissubjetiva: não constitui uma Weltaschanuung – conforme Freud em O


Futuro de uma Ilusão. m1*m2/d² não diz nada do mundo, diferentemente de um mito de
criação.

O falo circula, não é fixo como no campo do mestre. Fetiche das mercadorias e não
mais fetiche entre pessoas, que são todas iguais. O mundo agora se mede, se quantifica,
os atores trocam de posição, o Rei não, é definido pela linhagem real. Koyré: o universo
não é mais hierárquico (ensaios sobre Copérnico e Newton).

A psicanálise fruto da modernidade – sociedade laica, iluminista e republicana.


Modernidade: o lugar das verdades ancestrais é o lugar da ficção, inconsciente. Aquilo
que só o transcendental captava, o gozo, cai na modernidade – se torna uma
subjetividade não euclidiana.

A modernidade carregava um regime de promessas, o progresso era nosso Mito: traria


liberdade, igualdade, fraternidade. Conforto ou que quer que se queria. Deu errado:
Freud se depara com a pulsão de morte ao fim da 1ªGM.

A psicanálise é compartícipe da ciência, porque ela não dá sentido ao mundo, não é uma
visão de mundo.

Hoje: O distúrbio neuroquímico como paradigma do sofrimento não convoca a


linguagem ou o pensamento como mediador.

A depressão se insere aí: advinda do empobrecimento subjetivo, do definhamento do


pensamento.

O medo de sofrer confunde-se com o medo do desconhecido. O homem contemporâneo


desaprendeu a sofrer.

Ética da psicanálise
Tensão entre o geral e o particular – nada preparado nem no microcosmo, nem no
macrocosmo para a felicidade.

A ética está além do mandamento – não dogmática.

3 ideais que Lacan comenta no seminário sobre a ética: amor – baseado em Eros e na
fase genital da psicanálise inglesa; autenticidade – baseado na liberdade ou não
alienação do sujeito, no sujeito cartesiano, ego independente da psicanálise americada;
profilaxia – estar preparado para lidar com tudo, Winicott é um dos alvos aqui.

Freud: quanto mais a civilização avança, mais há renúncia pulsional – tese de o mal-
estar na civilização. Essa tese deve ser lida como a falta de um ambiente simbólico onde
essas pulsões encontrem ligação. Daí uma definição de pulsão como energia não ligada.

Essa energia não ligada vai pra onde? Ela se expressão de modo cifrado como sintomas,
é uma atividade arcaica, corporal ou mítica. Daí outra definição de pulsão: ela sempre se
realiza.
Qual ética da psicanálise
A psicanálise não surgiu para propor uma ética, mas como um discurso novo sobre o
homem. A pergunta a ser feita é: qual a ética compatível com essa concepção de
homem? Sujeito cartesiano – ética kantiana; sujeito dos prazeres – ética humeana;
sujeito maximizador de vantagens – ética benthaniana. Nenhuma dessas concepções
pode ser a da psicanálise.

A psicanálise parte de um inconsciente, o que torna difícil fundar sua ética na


racionalidade, calcar a ética num princípio universal ao qual nos adequaríamos. Por
outro lado, o inconsciente desconhece o bem e o mal, é pura pulsão, o que torna difícil,
também, vincular esse princípio universal ao Bem supremo – a psicanálise conhece o
além do princípio do prazer.

Causa do desejo: Hiância na noção de causalidade. A ética da psicanálise relacionada:


ao sujeito dividido (divido entre o que o que? Entre sua parte aparente ou representável
e aquilo que o causa, irrepresentável, entre algo e o nada); à cura que não traz plenitude;
à teoria das relações sociais (qual o dilema ético de uma época? Na época do Freud,
devo ou não me submeter a moralidade paterna). Que de nossa posição nós somos
sempre responsáveis. e que nenhum determinismo existente pode abolir a nossa
responsabilidade. O sujeito deve ser também concebido, do ponto de vista ético,
enquanto instância de resposta à determinação que ele recebe, e que coloca em questão,
através da sua recusa ou do seu assentimento, a relação à causa significante que funda
sua existência de ser falante.

A causa atribuída à realidade sexual do sujeito é, por conseguinte, traumática no que ela
excede, pelo continuum do gozo não cifrável, à determinação significante constitutiva
do sujeito. Diversamente do deciframento analítico, pelo qual o analisante é enviado aos
determinantes ocultos do seu discurso, a interpretação correta deve incidir sobre a
instância traumática do non-sens, ou seja, sobre a tuxn [sorte] sexual da qual o sujeito,
tendo se constituído como resposta, não poderia fixar a significação.

O que a psicanálise nos ensina, com relação a isto, é que a causa do sentido não é senão
o próprio desejo. O desejo causa o sentido, e o que causa o desejo? O objeto pra sempre
perdido.
Um bom dogma ou tabu ou código libera o sujeito de ter que elaborar uma resposta
neurótica. Porque o sujeito moderno é centrado no eu e carente de ser – não encontra
seu fundamento no mundo. As formações sociais libertam os sujeitos de terem que
construir uma neurose.

Numa sociedade tradicional o conflito é resolvido publicamente, ao modo do ritual. Na


sociedade moderna o conflito é vivido privadamente, intrapsiquicamente.

Cristianismo: grande processo de internalização do conflito. Assim, em vez de


projetarmos no mundo exterior as moções pulsionais recalcadas, tal qual se realizava
antes, "nós lhes fazemos emergir na vida interior dos doentes, alí onde elas agora
habitam.

Capitalismo: substituição do Bem pelos bens. Porém, há a permanência do bem como


pura forma – pressão superegóica. A Lei kantiana é regida só pela razão, independe de
Deus ou de qualquer mito. Essa Lei, então, encontra-se além do princípio do prazer. A
extrema renúncia em Kant e o extremo gozo em Sade.

Visão da psicanálise
A psicanálise ocupa o lugar deixado vazio pelo Bem supremo – a substância da
psicanálise se dá com a perda das coordenadas, isto é, o gozo. O significante inscrito
como letra é homólogo à letra das fórmulas físicas.

Civilização: renúncia pulsional – essa energia se torna livre.

Descartes: desamparo/ empirismo: dessacralização.

Religião, tradição: existem para lidar com o desamparo – evitar o pânico original.

Renascença: ponto de vista cosmopolita, estrangeiro – descentramento copernicano do


mundo.

Modernidade: cada pessoa é levada a ter um contato com um número cada vez maior de
estranhos. É seu ethos, a sua morada à qual ele se apega, que é questionada com o
nascimento ela cidade. (por isso a ética nasceu na Grécia, ela não era um império, que
tem moral, mas: a) adquiria cultura do império, b) era cosmopolita, várias cidades,
portanto, não formava uma ordem fechada.
HEGEL: A guilhotina se torna então a grande igualizadora da Razão, científica, da qual
ela é o traçado materializado. Matar o pai, em ato! É chocante, matou-se o totem, a
representação mística do Pai.

Ética da psicanálise para psicanalistas:


Pra quê serve ética na clínica? Quando a gente se recusa a responder é porque
eticamente decidimos seguir o princípio freudiano. Quando insistimos, “conta mais” é
porque não nos contentamos com aquilo (o desejo do psicanalista é o desejo de obter a
diferença pura). Pro paciente, quando ele entende a ética daquela situação, ele se coloca
mais, se responsabiliza mais (mesmo se desresponsabilizando) e ele segue menos os
desejos dos Outros, e segue o desejo Outro que o habita.

'Porque sofremos, reconhecemos termos errado", traduz Hegel o verso 916 de Antígona.

Freud falava também sobre levar uma vida além das hipocrisias e das inibições. Ética do
deixar falar – psicanálise. Melhor falar em nome do id do que permitir que ele fale
através de mim.

O psicanalista apenas interpreta, se a psicanálise cura, é por acréscimo (a metáfora da


virilidade masculina: o home pode fazer só um bebê inteiro, não as partes).

A psicanálise trata do sujeito dividido, não entre razão e emoção, corpo e mente, mas
entre o eu e o Outro, lugar de onde o sujeito é determinado sem que o eu tenha controle
sobre isso.

Seria talvez mais exato concluir, na linha deste argumento, que o recalque incide menos
sobre a representação dita insuportável do que sobre o próprio sujeito. Porquê, nós
preferimos aceder ao Outro do que a nós, porque aceder ao Outro também é gozo –
ganho secundário, mais-de-gozar: a pulsão sempre orienta. O Outro amparava na época
de Freud, hoje mais-de-gozamos no campo do Outro.

Mas porque abandonamos o gozo? Porque o mundo andou mais rápido que nós.
Renúncia pulsional.

a vida não tem sentido em produzir um covarde. Os pacientes ficam mais corajosos
(paciente que contou pro pai que é lésbica)
Um pouco sobre sublimação
A sublimação representa o desejo para o desejo e o sujeito para o Outro. O sujeito como
intercessão entre o real e o simbólico.

A sublimação como coisa que contém o vazio: o vazo.

Criar um estilo próprio, construir um destino.

A sublimação tem um alcance próprio, pois ela nos permite enfrentar a falta-a-ser.

Passagem do trágico ao cômico.

SEMINÁRIO SOBRE A ÉTICA DA PSICANÁLISE: SERMNÁRIO 7


Harmonia- Lei- além da Lei
11-12. Tensão entre particular e universal (nada preparado no macrocosmo nem no
microcosmo).

13. Ética está além do mandamento, aquém do mandamento temos a moral.

15. Não há harmonia.

19. Três ideais: amor, autenticidade, profilaxia (pós-freudiano).

24. Simbólico como ficção.

30. Por meio da Lei moral se presentifica o real (que está além da Lei, o qual a Lei dá
contorno).

32. A práxis psicanalítica é o prelúdio para a ação moral, o ato.

35. A verdade como particular – o desejo advindo do inconsciente é uma inscrição e o


mundo moderno possibilita a vivência dessa inscrição.

Metapsicologia
43. Princípio do prazer cria um trilho, se inscreve como experiência. 276. Inconsciente:
é uma memória que se esquece!!!

46. Primeiro o sujeito da experiência = estabelecimento de dois princípios, o princípio


do prazer e seu outro lado da moeda, o princípio da realidade. 269. Construímos a
realidade com o prazer.

71. Processo primário: coisas mudas – mas que têm relação com palavras.
Segundo: pensamento-ficção e seu outro lado da moeda, percepção-realidade.

77. Vorstellungen – entre a percepção e a consciência, forma – logo, princípio do


prazer. 78. Processos de metáfora e metonímia.

Terceiro: objetivação-consciente e seu outro lado da moeda, objeto-inconsciente.

62. O homem lida com pedaços escolhidos da realidade. 78-79. Nisso tudo, trata-se de
reconstruir uma forma.

60. Sache e Ding. 67. O Ding é colocado no próximo.

68. Ding como Outro absoluto, que trata-se de reencontrar.

70. Ding: fora-do-significado. 80. A coisa não é boa nem má, está além. 84. A Mãe é
das Ding. 85. Realização do incesto é o fim do mundo. 87. A Lei regula a distância
entre sujeito e das Ding – 10 mandamentos.

1ª- Identificação primária (I), amor apoio – amar a Deus sobre todas as coisas;

279. I: onipotência e urbild.

2º e 3º- Preservar o lugar do Outro absoluto; 101.Outro oculto.

4º - ficção social;

5ª - Ideal do Eu;

6ª em diante – regulação de i(a).

Cristo é mais ético que Moisés e menos moral.

155. No nosso arranjo, o Trieb, esse conceito, responde a uma crise de consciência que
estamos vivendo. 175. Mal-estar: ruptura de freios.

103. É a Lei a Coisa? Não, mas não se pode conhecer a Coisa senão pela Lei – “trevas
exteriores”.

123. Fantasia vem encobrir das Ding.

Ding
Assim como falta ao sujeito o significante que confira identidade a seu ser no campo do
Outro, o Outro não dispõe de um significante que venha definir sua Alteridade. Eis, ao
que nos parece, o que leva Derrida a afirmar que "o centro da estrutura pode ser dito,
paradoxalmente, na estrutura e fora da estrutura”.

O centro não é o centro. " Em virtude desse descentramento, conclui Derrida, "o
conceito de estrutura centrada - embora represente a própria coerência, a condição de
cpisteme como filosofia ou como ciência - é contraditoriamente coerente. E como
sempre, a coerência na contradição exprime a força de um desejo.

152. A Coisa define o ser humano, embora o humano nos escape.

212. A Lei serve para ser transgredida e assim renovar os laços sociais (Moralität em
Hegel); se a transgressão passa do ponto, muda-se a Lei.

223-237: i(a)- Real: mesma coisa: Ding, gozo;

Simbólico: igualdade: Lei;

Imaginário: comunidade.

238. Sade: técnica orientada ao gozo não sublimado.

251. O gozo não se satisfaz com alguma necessidade, mas com a pulsão, que tem uma
dimensão histórica.

254. Vontade de destruição, vontade de recomeçar com novos custos.

259-260. Primeira defesa: Bem – orientação, explicação, simbolização.

Segunda defesa: Belo – sentimento, catarse, descarga. (contar o caso das


galinhas em que uma agride a outra e elas ficam de boas).

Mal-radical – das Ding.

262-263. Curar o sujeito das más traduções para seu desejo – até o limite do incurável.
274. A dimensão do Bem levanta uma muralha na dimensão do nosso desejo.

267. A rememoração é rival da satisfação.

314. O significante introduz duas coisas no mundo: verdade-revelação (desvelamento


do recalcado) e contecimento-criação.

Sublimação
O Belo purga, a gente não suporta não saber o que tá rolando. 309. O sofrimento é uma
estase eu que se afirma que o que é não pode entrar de novo no nada de onde saiu;

137. Sublimação eleva o objeto à dignidade da coisa. 147-148. Significante como vazo,
para conter o vazio: sublimação. Criacionismo, porque cria no nada (ex nihilo).

157-158. Histeria – arte; neurose obsessiva – religião; paranoia – ciência: três


tipos de sublimação. Em toda sublimação o vazio será determinante.

A arte organiza o vazio; religião evita o vazio – mas ele permanece ali; ciência:
descrença; rejeição do sentido e da presença da Coisa.

331. O aspecto comovente da beleza faz vacilar o juízo crítico; entre o bem e o mal.

334. Em Antígona não houve sublimação, a criação de um mediador simbólico – ela não
cedeu em seu desejo e nem o Outro se rompeu.

O sublime é o modo de representar a fratura.

Desejo do analista e fim de análise


262-263. Curar o sujeito das más traduções para seu desejo – até o limite do incurável.

351. No fim da análise, sabe-se que não há plenitude.

352. O analista tem um desejo prevenido, ele não pode dar o impossível.

355. Uma análise termina quando o paciente vira analista.

356. Quem se pretende analista deve se confrontar com o desamparo. [Ler esse pedaço]

359. O que a análise articula: é mais cômodo sujeitar-se ao interdito que incorrer na
castração – melhor se limitar do que encarar a desgraça.

367. Agiste em conformidade com o desejo que te habita?

373. A única coisa da qual se possa ser culpado é de ter cedido em seu desejo. 375.
Ceder em seu desejo é trair.

376. Quatro apontamentos sobre a psicanálise:

1) A única coisa da qual pode ser culpado é de ter cedido em seu desejo.

2) O herói pode impunemente ser traído – o herói não se vinga porque seu desejo
é maior.
3) A traição fode com o homem comum, o tira dos trilhos.

4) Não há outro bem senão o que se pode se servir para pagar o preço de acesso
ao desejo.

379. O desejo se refugiou na paixão de saber – modernidade [ler esse padaço].

95. Kant (ética)/Newton (física) – no século XX, uma ética e técnica que já não trazem
nada de novo.

145. Lei (Ding) – desejo (objeto) – tédio (Outra coisa).

193. Política < moral> ética;

Política <ritual> estética;

Estética <catarse> ética.

320 e segs. Antígona: entre a vida e a morte (sua vida e morte e vida e morte da
comunidade).

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