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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – FHS


CURSO DE PSICOLOGIA

Daidani Maria Pimentel


Danielle Torres Lima
Ruth Léia Monnerat Fonseca

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO


ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE CÂNCER DE
PRÓSTATA E DE MAMA.

Governador Valadares
Junho 2009
DAIDANI MARIA PIMENTEL
DANIELLE TORRES LIMA
RUTH LÉIA MONNERAT FONSECA

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO


ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE CÂNCER DE
PRÓSTATA E DE MAMA.

Monografia apresentada ao curso de Psicologia da


Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade
Vale do Rio Doce, como requisito parcial à obtenção do
título de Graduação em Psicologia.

Orientador: Omar de Azevedo Ferreira

Governador Valadares
Junho 2009
A Atuação do Psicólogo Hospitalar no Atendimento aos
Portadores de Câncer de Próstata e de Mama.

DAIDANI MARIA PIMENTEL


DANIELLE TORRES LIMA
RUTH LÉIA MONNERAT FONSECA

Monografia apresentada ao curso de Psicologia da


Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade
Vale do Rio Doce, como requisito parcial à obtenção do
título de Graduação em Psicologia.

Governador Valadares, _____de ____________ de 2009.

Banca Examinadora:

________________________________________________
Prof. Omar de Azevedo Ferreira - Orientador
Universidade Vale do Rio Doce

________________________________________________
Prof. Mário Gomes de Figueiredo - Convidado
Universidade Vale do Rio Doce

_________________________________________________
Profa. Solange Nunes Leite Batista Coelho - Convidada
Universidade Vale do Rio Doce
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente o autor da vida, que permitiu que os nossos caminhos se


cruzassem. Nesta oportunidade, alicerçamos uma amizade duradoura que nos rendeu
conhecimento, aprendizagem e a realização deste trabalho;

As nossas queridas famílias, pela compreensão nos momentos de ausência, pelo incentivo
e amor incondicional;

Aos colegas de sala, pela singularidade e pelas habilidades compartilhadas durante os


cinco anos de curso;

A todos os professores, que vivenciaram conosco suas experiências e saberes,


contribuindo para a nossa formação intelectual, profissional e pessoal;

E de forma muito especial aos nossos orientadores, Luiz Carlos Nebenzahl e Omar de
Azevedo Ferreira pela dedicação, paciência e competência na orientação deste.

Muito Obrigada!!!!
INSTANTES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de


cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria
mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas
levaria a sério.

Seria mais higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria


mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a
mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada


minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria. Mas, se
pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque,
se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o
agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro,


uma bolsa de água quente, um guarda-chuvas e um pára-quedas: se
voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo


da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais
voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com
mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

Jorge Luiz Borges


FONSECA, Ruth Léia Monnerat; LIMA, Danielle Torres; PIMENTEL, Daidani Maria
(2009). A atuação do Psicólogo Hospitalar no atendimento aos portadores de câncer de
próstata e de mama. Trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Ciências Humanas e
Sociais da Universidade do Vale do Rio Doce. Curso de Graduação em Psicologia.
Orientador: Prof.: Omar de Azevedo Ferreira.

RESUMO

No presente trabalho foi abordado o conceito de câncer, suas características, formação e


desenvolvimento. Dentre os diversos tipos de câncer que existem, foi enfatizado os dois de
maior incidência entre homens e mulheres da sociedade brasileira: o câncer de próstata e o
câncer de mama. Foi feita a descrição do conceito de cada um deles, assim como o
desenvolvimento, os principais sintomas, diagnóstico, fatores de risco, formas de prevenção e
tratamento dos mesmos. Outro aspecto ressaltado, diz respeito ao breve histórico do hospital e
da psicologia hospitalar e aos objetivos e contribuições da psico-oncologia no atendimento
aos portadores de câncer de próstata e de mama, como instrumento de apoio e auxílio no
enfrentamento da doença. Foi acrescentado os aspectos emocionais dos portadores de câncer
de próstata e de mama, decorrentes do processo de adoecer e da internação, assim como a
importância da atuação do psicólogo hospitalar junto a este “Ser Doente”, que neste momento
de sua vida se encontra fragilizado, desacreditado e com pouca perspectiva de vida. Nesse
contexto, dentre as atribuições e o fazer do profissional em questão é fornecer ao paciente,
seus familiares e cuidadores suporte psicológico, amparo, orientações e maneiras de como
lidar com a dura realidade na qual se encontram, mostrando novas perspectivas e alternativas
possíveis de conviver com a doença.

Palavras-chave: Câncer. Próstata. Mama. Psicologia Hospitalar. Psico-oncologia.


SUMÁRIO

APRESENTAÇÂO................................................................................09

INTRODUÇÃO.....................................................................................11
Problema de Pesquisa..............................................................................14
Objetivos.................................................................................................14
Justificativa.............................................................................................15
Método....................................................................................................16

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O CÂNCER DE


PRÓSTATA E DE MAMA..................................................................17
1.1 Conceituação de Câncer...................................................................17
1.2 O Câncer de Próstata........................................................................18
1.2.1 Desenvolvimento..........................................................................18
1.2.2 Sintomas........................................................................................19
1.2.3 Diagnóstico...................................................................................19
1.3 O Câncer de Mama...........................................................................20
1.3.1 Tipos..............................................................................................20
1.3.2 Desenvolvimento..........................................................................21
1.3.3 Sintomas........................................................................................21
1.3.4 Diagnóstico...................................................................................22
1.4 Os Fatores de Risco do Câncer de Próstata e de Mama...................22
1.5 As Formas de Prevenção e Tratamento do Câncer de Próstata e de
Mama......................................................................................................24
1.6 Dados Epidemiológicos do Câncer de Próstata e de Mama.............25
2 O HOSPITAL, A PSICOLOGIA HOSPITALAR E A PSICO-
ONCOLOGIA.......................................................................................27
2.1 O Surgimento do Hospital – Breve Histórico...................................27
2.1.1 A Psicologia Hospitalar – Breve Histórico....................................28
2.1.2 A Psico-oncologia, seus objetivos e contribuições .......................29

3 A ATUAÇÃO DO PSICOLÓGO HOSPITALAR NO


ATENDIMENTO AOS PORTADORES DE CÂNCER DE
PRÓSTATA E DE MAMA..................................................................32
3.1 Os Aspectos Emocionais Decorrentes do Adoecer e da Internação.32

3.2 A Importância da Atuação do Psicólogo no Contexto Hospitalar Aos


Portadores de Câncer de Próstata e de Mama.........................................35

CONCLUSÃO.......................................................................................39

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................41
APRESENTAÇÃO

O presente trabalho resultou de uma pesquisa qualitativa, com revisão bibliográfica sendo
utilizado o método descritivo. Pretendeu-se aqui, não somente, promover uma reflexão sobre
os possíveis impactos psicológicos que o câncer de próstata e de mama pode provocar na vida
emocional dos homens e mulheres quando se descobre ser portador de uma neoplasia
maligna, mas teve como principal finalidade compreender a atuação do psicólogo hospitalar
com estes pacientes.

Falar de câncer torna-se um assunto temido para muitas pessoas. Dizer que é um portador
de câncer pode gerar no indivíduo sentimentos negativos e constrangimentos. Apesar da
grande incidência com que o câncer de próstata e de mama tem acometido homens e mulheres
no Brasil e no mundo, trata-se de um tema que envolve medo, preconceitos, dúvidas, mitos e
incertezas.

Na introdução deste trabalho foi apresentado o problema de pesquisa que deu origem a
investigação do tema do trabalho. Também foi comentado a diferença entre doença e doença
crônica e ainda foram mencionados os objetivos e as justificativas que tornaram relevantes
para o entendimento do assunto proposto.

No primeiro capítulo, procurou-se explanar sobre a conceituação do câncer de próstata e


de mama, o desenvolvimento, os sintomas, as formas de prevenção, diagnóstico e
estadiamento e as formas de tratamento. Neste capítulo, ainda observou-se os dados
epidemiológicos do câncer de próstata e de mama no Brasil e no mundo.

No segundo capítulo, ressaltou-se sobre o surgimento, os objetivos, a importância da


psico-oncologia e suas possíveis intervenções. Comentou-se sobre o surgimento do hospital e
da psicologia hospitalar, e também relatou-se o conceito da psico-oncologia, seus objetivos e
contribuições no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de mama.

No terceiro capítulo, abordou-se o tema do trabalho que é: A atuação do psicólogo


hospitalar no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de mama. Ressaltou-se os
aspectos emocionais dos portadores de câncer de próstata e de mama, e ainda acrescentou-se a
importância do acompanhamento psicológico à estes pacientes, seus familiares e cuidadores,
constituindo-se como uma das partes cruciais do trabalho em questão.
10

Na conclusão, procurou-se evidenciar os elementos que foram descritos ao longo deste


trabalho, que respondem às questões levantadas na parte consagrada à introdução.
INTRODUÇÃO

Devido à globalização, aos avanços tecnológicos, aos incentivos à área de pesquisas e aos
grandes problemas mundiais (saúde, poluição, etc.), a mídia tem divulgado muitas
informações sobre a saúde e bem-estar do ser humano e como devem cuidar de si mesmo.

Contudo, é necessário que as pessoas tenham as informações necessárias para que se


conscientizem da importância da prevenção, assim como da sua participação no sucesso do
tratamento se estiver doente, pois desta forma, pode-se evitar uma futura hospitalização e
maiores complicações do seu estado físico e emocional decorrentes do processo de adoecer e
da internação.

Cabe no momento, falar de um assunto que tem amedrontado e gerado sentimentos


negativos em algumas pessoas, pois quando descoberta e tratada tardiamente pode levar o
paciente à morte. Esta doença é o câncer, que tem acometido homens, mulheres, jovens,
crianças e idosos em todos os seus aspectos: cultural, social, profissional, racial, etc.

Além desses aspectos apresentados, vale ressaltar àqueles de ordem emocional, tais como:
medo, ansiedade, depressão, angústia, estresse, etc., o que influencia diretamente na forma de
colaborar com o tratamento da doença.

Foi no contexto dos aspectos emocionais do portador de câncer que surgiu o presente
trabalho cujo tema é “A atuação do psicólogo hospitalar no atendimento aos portadores de
câncer de próstata e de mama”, com o propósito de compreender a dimensão do trabalho
desse profissional com estes portadores, seus familiares e cuidadores.

Saber que tem câncer e que este pode tirar a vida causa na pessoa um forte impacto o que
gera vários receios. Para o homem portador de câncer de próstata, pode existir o preconceito e
o temor de ser examinado pelo médico, causando-lhe sofrimento e angústia, por isso não é
difícil encontrar com alguns deles que dizem que nunca irão fazer o exame ou que retardam o
máximo possível de ir ao especialista.

Quanto à mulher portadora de câncer de mama, pode haver o temor de perder uma parte
do corpo, causando muitas vezes, diminuição da auto-estima e a “fantasia” de ser menos
mulher.
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Antes de adentrar às questões específicas ao tema proposto deste trabalho, serão


abordados alguns conceitos e aspectos importantes referentes ao mesmo.

O primeiro desses aspectos refere-se ao conceito dos termos “doença” e “doença crônica”.
Entende-se por “doença”, a desarmonia orgânica ou psíquica, que em função de sua
manifestação, desestrutura a dinâmica de desenvolvimento do indivíduo como um ser global,
gerando uma desarmonização do sujeito; compreende-se essa alteração como um abalo
estrutural na condição de ser dentro de sua sóciocultura. (SANTOS; SEBASTIANI, 1996).

Sendo o câncer considerado como uma doença crônica que compromete o sistema vital de
seu portador, para melhor compreender o significado do termo, faz-se necessário o
esclarecimento do conceito do mesmo.

Zozaya (1985), citado por Santos; Sebastiani (1996) define doença crônica como:

“qualquer estado patológico que apresente uma ou mais das seguintes


características: que seja permanente, que deixe incapacidade residual, que produza
alterações patológicas não reversíveis, que requeira reabilitação ou que necessite
períodos longos de observação, controle e cuidados.” (p.149).

Ou seja, falar em “doença crônica”, implica dizer que é qualquer estado patológico em
que seja observado pelo menos uma das características acima citadas; características estas que
modificam todo o mecanismo de desenvolvimento do indivíduo e que exigem novas formas
de adaptação diante de sua nova condição de vida frente à doença.

Segundo Santos; Sebastiani (1996),

“muitas enfermidades não têm a perspectiva da recuperação, resta à pessoa que foi
acometida por uma dessas enfermidades o esforço para se adaptar a vida com a
doença, ou seja, se reestruturar quase que por completo para poder assim viver, na
medida do possível, com qualidade apesar das limitações e perdas impostas pela
enfermidade.” (p.150).

As enfermidades crônicas produzem uma série de conflitos emocionais, ansiedade,


angústia, medo, que vão desencadear no paciente tipos de mecanismos defensivos múltiplos,
dentre os mais freqüentes se destacam:

Regressão: o paciente adota, diante da situação, uma conduta infantil e coloca em jogo
mecanismos regressivos. Tal reação é freqüentemente observada em indivíduos muito
dependentes e que em função de sua enfermidade se convertem em centro de atenções.
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Negação: mecanismo em que o paciente não reconhece ou aceita sua enfermidade; adota
uma atitude negativa, se recusa a receber ajuda e, portanto, pouco colabora com o tratamento.

Intelectualização: ao contrário da negação, este é o mecanismo em que o paciente


investiga e procura conhecer todos os aspectos de sua enfermidade, acreditando que ao
conhecê-la melhor, esta deixe de existir.

No que diz respeito ao diagnóstico do câncer de próstata e de mama, tais conflitos se


fazem presente também. Cabe ao Psicólogo Hospitalar em seu atendimento aos portadores de
câncer de próstata e de mama, investigar tais conflitos, contribuir na reabilitação, quando
possível, do paciente e orientar seus familiares e cuidadores.

Mesmo diante de todo o estresse e limitações impostas pela doença, o portador de câncer
de próstata e de mama, geralmente, é encorajado pela equipe de saúde e pela família a levar
uma vida “normal” na medida do possível. Com a constatação da doença, muitos pacientes
enfrentam a perda de um corpo saudável e ativo. Para outros, o funcionamento corporal não
adequado leva a uma perda da autonomia e da capacidade de agir com independência.

Tornar-se isolado socialmente, a perda do emprego e da estabilidade econômica são


fatores que podem ser considerados como conseqüências impostas pelo próprio tratamento e
também pelas limitações do paciente. A doença impõe limites nas relações vinculares do
indivíduo, uma vez que a sua dinâmica de vida foi alterada em função do processo de
adoecimento.

Em virtude das manifestações psicológicas e sentimentos vividos pelos portadores de


câncer de próstata e de mama mencionados até o momento e outros tantos como, a depressão,
a falta de esperança, a incerteza quanto ao futuro, sensação de desamparo, fragilidade,
desespero, ameaça, etc, se explica a importância, a relevância e o interesse pelo tema do
trabalho em questão, que é a atuação do Psicólogo Hospitalar no atendimento aos portadores
de câncer de próstata e de mama.

O psicólogo hospitalar procurará estudar e compreender o indivíduo enquanto um ser que


adoece, situação esta, permeada de sofrimento físico e psicológico que gera conflitos, angústia
em nível existencial, tanto para o paciente como também para seus familiares e cuidadores.
Levará em consideração sua fundamental importância no âmbito hospitalar, pois espera-se
que o psicólogo seja um profissional habilitado, capacitado e apto a lidar e considerar o “Ser
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Doente” dentro de suas limitações físicas, psíquicas e/ou sociais, visando uma reabilitação do
paciente dentro desta nova condição de ser, buscando, na medida do possível, uma vida
próxima do normal.

PROBLEMA DE PESQUISA

O câncer de próstata assim como o de mama é uma doença temida, e percebida como
traumática e estigmatizadora, a ponto de afetar a estrutura física, emocional e social do
indivíduo. Resta saber o que o psicólogo hospitalar pode fazer para amenizar e/ou eliminar
esse sofrimento na vida de pessoas, causado pelo câncer de próstata e de mama. Esse é o
contexto que fez surgir à questão central dessa investigação que se apresenta nos seguintes
termos:

Qual é a atuação do psicólogo hospitalar no atendimento aos portadores de câncer de


próstata e de mama?

OBJETIVOS

A investigação ao tema proposto, teve como objetivo geral conhecer a atuação do


psicólogo hospitalar no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de mama.

Em termos específicos procurou-se ao longo dessa investigação:

1. Verificar a faixa etária em que há maior incidência do câncer de próstata e de


mama.
2. Conhecer os objetivos e contribuições da psico-oncologia no atendimento aos
portadores de câncer de próstata e de mama.
3. Descrever os aspectos emocionais dos portadores do câncer de próstata e de mama e
também de seus familiares e cuidadores.
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JUSTIFICATIVA

A escolha pelo tema “A atuação do psicólogo hospitalar no atendimento aos portadores de


câncer de próstata e de mama”, ocorreu devido à observação da incidência e freqüência com
que o câncer de próstata e de mama vem atingindo homens e mulheres da sociedade
brasileira.

Sendo essa doença causadora de medos, estigmas e preconceitos para algumas pessoas,
procurou-se conhecer os aspectos emocionais que acompanham estes portadores, seus
familiares e cuidadores.

Mesmo com a divulgação na mídia das campanhas de prevenção contra o câncer de


próstata e de mama, percebeu-se que permanece alto o índice de mortalidade em função da
doença, o que vem preocupando as autoridades da área de saúde.

Em função dessa observação, fez-se necessário uma investigação mais detalhada acerca da
participação do psicólogo hospitalar neste contexto e ainda permitiu conhecer os objetivos e
contribuições da psico-oncologia no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de
mama.

Foi relevante, também, verificar a faixa etária em que há maior incidência e freqüência
desses tipos de cânceres, descrever os aspectos emocionais desses pacientes, seus familiares e
cuidadores decorrentes do processo de adoecimento.

Um outro fator que justificou a escolha pelo tema foi conhecer a importante contribuição
do psicólogo hospitalar na busca de alternativas de conduta psicoterápica que visem melhorar
a qualidade de vida de todos os envolvidos nessa luta contra o câncer de próstata e de mama.
Portanto, o psicólogo pode desempenhar suas atividades na prevenção do câncer, no
diagnóstico, no tratamento, no processo de cura e até na terminalidade.

Sendo assim, este trabalho teve como principal finalidade compreender a atuação desse
profissional no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de mama, portanto, espera-
se obter o reconhecimento dos demais profissionais da área de saúde quanto à importância da
atuação do psicólogo hospitalar e ainda criar demanda para o futuro profissional em
psicologia oncológica.
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MÉTODO

Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa qualitativa, com revisão
bibliográfica onde se utilizou livros específicos ou interligados ao tema em questão. O método
utilizado foi o descritivo.

A pesquisa bibliográfica teve como objetivo principal pesquisar assuntos inerentes à


atuação do psicólogo hospitalar no atendimento aos portadores de câncer de próstata e de
mama. Assuntos estes que forneceram subsídios para enriquecer e compreender a
problemática referida.

A realização da pesquisa qualitativa teve como finalidade compreender os fenômenos


sociais, a partir de uma visão que prioriza o aspecto subjetivo. A subjetividade, aqui referida,
é uma postura que percebe o dado em seu aspecto mais amplo, levando-se em conta não
apenas o dado em si, mas também outros aspectos que o circundam. (OLIVEIRA 1999).

Para Cervo e Bervian (2002) apud Mattos, Rossetto Júnior e Blecher (2003), o método de
pesquisa descritivo tem como características observar, registrar, analisar, descrever e
correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a
freqüência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA E
DE MAMA

1.1 CONCEITUAÇÃO DE CÂNCER

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2008), o câncer é o nome dado a
um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado
(maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para
outras regiões do corpo.

Também denominado neoplasia maligna, o câncer é uma doença crônica que compromete
o sistema vital de seu portador. Sua ocorrência se deve a um processo de divisões anormais de
células, de forma exacerbada e incontrolável.

Levando em consideração o significado do termo neoplasia – “novo crescimento”, Willis


apud Mcmanus (2003), o define em termos funcionais como uma perturbação do crescimento
celular em que ocorre alteração permanente e hereditária nas células, resultando em
proliferação patológica do tecido.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,


determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias
malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de
células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente
constituindo um risco de vida.

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando
ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos
ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das
vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se
defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas,
aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.
18

1.2 O CÂNCER DE PRÓSTATA

Conforme os autores Fagundes et al (2002),

“a próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada na frente do


reto e na base da bexiga. A próstata circunda parte da uretra, o tubo que transporta a
urina da bexiga para fora através do pênis. (...) é constituída por tecido muscular,
glândulas e tecido conjuntivo.” (p.27 e 28)

Ainda de acordo com os autores esta glândula apresenta quatro áreas principais. São elas:
Zona Periférica: zona mais extensa da glândula; principal local de origem do câncer de
próstata (75-80%); Zona de Transição: região onde existe um pequeno número de casos de
câncer; Zona Central: região onde ocorre um número ainda menor de casos de câncer; Zona
Periuretral: região onde não se origina nenhuma malignidade.

De acordo com a Associação Brasileira do Câncer (ABCâncer, 2009), a próstata é o órgão


responsável pela produção do fluido seminal que nutre os espermatozóides, produzidos nos
testículos, e lubrifica a uretra, ajudando-os a sair, no momento da ejaculação. A função
normal da próstata depende da testosterona, hormônio masculino produzido nos testículos a
partir da puberdade. A próstata é um órgão peculiar porque é o único no organismo que cresce
com o envelhecimento e isso ocorre em todos os homens a partir dos 40 anos. A este processo
de desenvolvimento da glândula, dá-se o nome de hiperplasia benigna da próstata ou
adenoma.

1.2.1 DESENVOLVIMENTO

Conforme a ABCâncer (2009), assim como todos os outros tecidos e órgãos do corpo, a
próstata é composta por células, que geralmente se dividem e se reproduzem de forma
ordenada e controlada. Quando este processo de divisão e reprodução é alterado em
decorrência de uma disfunção celular, é produzido um excesso de tecido, que dá origem ao
tumor, podendo ser este benigno ou maligno.

O tumor maligno ou câncer, cresce não só comprimindo, mas também invadindo e


destruindo tecidos sadios à sua volta. Quando o câncer de próstata se espalha, pode afetar
nódulos linfáticos, bexiga e, especialmente, os ossos da bacia e da coluna lombar. Chama-se
isto de metástases do câncer de próstata.
19

1.2.2 SINTOMAS

Baseado em dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2008),

“o câncer de próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Muitos
pacientes não apresentam nenhum sintoma, ou, quando apresentam, são
semelhantes ao crescimento benigno da próstata (dificuldade miccional, freqüência
urinária aumentada durante o dia ou a noite). Uma fase avançada da doença pode
ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários ou quando mais
grave como infecções generalizadas ou insuficiência renal.”

A partir disso, observa-se que a evolução do câncer de próstata constitui-se em três


principais fases, compreendidas respectivamente em: fase inicial, caracterizada por uma
evolução quase imperceptível, onde os sintomas podem ser confundidos com o crescimento
benigno da próstata; fase avançada, que pode vir acompanhada de dor óssea e sintomas
urinários e, por fim, a fase mais grave da doença, onde o quadro do paciente já se torna mais
crônico, em função das infecções generalizadas ou insuficiência renal.

1.2.3 DIAGNÓSTICO

Segundo a ABCâncer (2009), o toque retal é o primeiro passo para o diagnóstico. Usando
uma luva e introduzindo o dedo através do ânus, o médico, geralmente, urologista, é capaz de
sentir a presença de uma protuberância endurecida ou um aumento da próstata.

Tal procedimento permite ao médico detectar o câncer bem antes de os sintomas


ocorrerem. Recomenda-se que em homens acima dos 50 anos de idade, este exame seja
realizado anualmente e aqueles em que há casos na família de um ou mais parentes de
primeiro grau diagnosticados com a doença devem começar aos 40 anos.

Há um outro exame, que determina o nível do Antígeno Prostático Específico (PSA).


Trata-se de um teste feito no sangue, cuja principal função é verificar indícios de casos
iniciais de câncer de próstata. Os dois exames precisam ser feitos conjuntamente, pois um
complementa o outro.

“Feitos estes exames, caso o médico suspeite de qualquer irregularidade, poderá


solicitar exames adicionais como radiografias, exames de sangue, além da
ultrassonografia transretal, acompanhada de uma biópsia. O único método seguro
para confirmar o diagnóstico de câncer de próstata é a biópsia. Para isto, uma
amostra do tecido prostático é retirada, comumente por punção da próstata, através
de uma agulha inserida diretamente na glândula.” (ABCâncer, 2009).
20

Uma vez realizado estes exames, em caso do médico encontrar ou suspeitar de qualquer
alteração na glândula, existem ainda outros tipos de exames adicionais como radiografias,
exames de sangue, além da ultrassonografia transretal, acompanhada de uma biópsia, que
poderão ser solicitados afim de confirmar a hipótese inicial. Contudo, a biópsia (exame que
consiste numa pequena cirurgia destinada a retirar um pedaço do nódulo suspeito, ou mesmo
o nódulo inteiro, para que este seja analisado), constitui-se como o único método eficaz e
preciso para a confirmação ou não do diagnóstico do câncer de próstata.

1.3 O CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama ocorre quando há formação de tumor maligno no tecido da mama,


sendo classificado como um tipo de carcinoma. O carcinoma de mama é uma doença
complexa e heterogênea, com formas de evolução lenta ou rapidamente progressivas. Tal
evolução depende do tempo de duplicação celular e outras características biológicas de
progressão. (CAMARGO; MARX; 2000).

Este tipo de câncer não é uma doença exclusiva e característica apenas do sexo feminino.
È também encontrado no sexo masculino, embora o número de vítimas mulheres seja superior
ao de homens. Segundo Ricci e Pinotti (2004), para cada homem com câncer de mama
existem 100 mulheres portadoras.

1.3.1 TIPOS

De acordo com a revista de Oncologia (ASTRAZENECA, 2007, p.08), “o câncer de


mama pode ser dividido em duas categorias principais: o câncer de mama não-invasivo e o
câncer de mama invasivo.”

O câncer de mama não-invasivo é também denominado de carcinoma in situ. São assim


denominados, pelo fato de não serem capazes de espalhar-se para outras partes do corpo.
Constitui-se dois tipos de câncer que estão confinados aos ductos ou lóbulos e não se
propagam para tecidos circunvizinhos. São eles: o carcinoma ductal in situ (conhecido como
CDIS); e o carcinoma lobular in situ (conhecido como CLIS).
21

Um câncer de mama invasivo é aquele que se movimenta além dos lóbulos e ductos, para
dentro do tecido mamário adjacente. Existem vários tipos de câncer de mama invasivo, o mais
comum é o carcinoma ductal invasivo, que ocorre nos ductos e representa cerca de 80% de
todos os casos de câncer.

1.3.2 DESENVOLVIMENTO

Segundo a ABCâncer (2009), geralmente o câncer de mama está dividido em quatro


estágios: do pequeno e localizado (estágio 1) até o que se espalhou para outras partes do corpo
(estágio 4).

Estágio 0: Quando as células do câncer de mama estão completamente contidas nos


ductos da mama (canais na mama que levam o leite ao mamilo) e ainda não se
espalharam para o tecido mamário em volta.
Estágio 1: Tumor com menos de dois centímetros. As glândulas linfáticas na axila não
são afetadas e não há sinais de que ele tenha se espalhado pelo corpo.
Estágio 2: Tumor entre dois e cinco centímetros e/ou glândulas linfáticas na axila
afetadas. Não há sinais de que o câncer se espalhou.
Estágio 3: Tumores maiores de 5 centímetros e que podem ter afetado as estruturas
vizinhas como o músculo ou a pele. As glândulas linfáticas geralmente foram afetadas,
mas não há sinais de que o câncer se espalhou além das glândulas linfáticas na axila.
Estágio 4: O câncer se espalhou para outras partes do corpo. Este é o câncer
secundário (metastático).

1.3.3 SINTOMAS

Na maioria das vezes o primeiro sinal do câncer de mama é um pequeno nódulo no seio.
Geralmente este nódulo é indolor e seu processo de desenvolvimento pode ocorrer lenta ou
rapidamente. Vale enfatizar que este não á apenas o único sinal evidente que determina a
detecção do tumor. È importante que a mulher, além deste sintoma, fique atenta a outros que
incluem: mudança de cor, reentrâncias (curvas para dentro), enrugamentos, ou elevação da
pele em uma área do seio; mudança do tamanho ou formato do seio; secreção no bico do seio;
presença de um ou mais nódulos nas axilas. (ABCâncer, 2009).
22

1.3.4 DIAGNÓSTICO

Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer de mama, maiores serão as chances e
possibilidades de se obter a cura para a doença. Existe a possibilidade de o resultado de
tratamento quando realizado na fase inicial da doença, tornar-se mais eficaz e menos
agressivo para a paciente. Dentre os objetivos do diagnóstico precoce, destaca-se: redução da
mortalidade; facilitar o tratamento do câncer; diminuir a morbidade da doença e possibilitar
cirurgias mais conservadoras e mais estéticas.

É fundamental que o diagnóstico do câncer de mama seja feito mais precocemente


possível, pois isto aumenta as chances de cura, evita que o câncer se espalhe para outras
partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação.

Para um diagnóstico precoce do câncer de mama, é necessário que toda mulher:

Faça um auto-exame das mamas mensalmente; este é o método de diagnóstico onde a


própria mulher faz um exame visual e de palpação na mama em frente a um espelho.
O exame deve ser feito aproximadamente sete dias após cada menstruação ou, se a
mulher não menstrua mais, pelo menos uma vez por mês em qualquer época.
Ir ao mastologista uma vez por ano; o exame clínico da mama pode confirmar ou
esclarecer o seu auto-exame, e o médico especialista em mamas (mastologista) é a
pessoa mais indicada para isso.

1.4 OS FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE PRÓSTATA E DE MAMA

De acordo com as literaturas, existem alguns fatores de risco que são comuns na maioria
dos tipos de cânceres. Fazendo referência aos dois tipos específicos do trabalho em questão,
observa-se que fatores como a história familiar e a idade são comuns aos mesmos.

Com base em dados da ABCâncer (2009), o câncer de próstata é um dos cânceres mais
freqüentes em homens acima de 50 anos. É curável, na maioria dos casos, quando detectado
precocemente e responde muito bem aos tratamentos.
23

A maior incidência de homens diagnosticados com o câncer de próstata encontra-se a


partir dos 50 anos de idade. A probabilidade de homens jovens serem acometidos pela doença
é rara. Assim como na maioria das doenças, nesta, há também grandes possibilidades de cura
ao ser constatada logo no início de seu desenvolvimento e os resultados obtidos com o
tratamento são consideráveis.

Outros fatores se destacam como aspectos que contribuem para o surgimento e


desenvolvimento da doença. Fatores hereditários, hábitos alimentares ou estilo de vida, nível
de hormônio são alguns deles.

Quanto ao câncer de mama, as causas ainda não estão completamente compreendidas, mas
algumas mulheres parecem ter um risco ou uma predisposição maior de desenvolverem a
doença. Além dos riscos em comum ao câncer de próstata, tal fato justifica-se pela ocorrência
dos seguintes fatores: menarca precoce; menopausa tardia (após 50 anos); primeira gravidez
(após 30 anos); nuliparidade (não ter tido filhos); ingestão regular de álcool; exposição a
radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos; ausência de exercícios físicos e alimentação
rica em gordura alterada quimicamente.

De acordo com o INCA (2008), é controvertida a associação do uso de contraceptivos


orais com o aumento do risco para o câncer de mama. As mulheres que usam contracepção
oral entre os 25 e 40 anos de idade não parecem estar sob maior risco de desenvolver câncer
de mama. Entretanto, o uso prolongado de contraceptivo oral em dosagens elevadas de
estrogênio, e/ou seu uso em idade precoce, antes da primeira gravidez, tendem a aumentar a
probabilidade de ocorrência do câncer de mama antes da menopausa.

A História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente


se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos
de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente
10% do total de casos registrados.
24

1.5 AS FORMAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO CÂNCER DE


PRÓSTATA E DE MAMA

Pode-se enfatizar que não há um único fator determinante considerado como sendo a
causa do surgimento da doença. Considera que existem diversos fatores que contribuem para
o desenvolvimento e progresso da mesma. O conjunto de fatores referido pelo autor é
composto por aspectos tais como, a predisposição genética, a exposição a fatores ambientais
de risco, o contágio por determinados vírus, o uso do cigarro, a ingestão de substâncias
alimentícias cancerígenas, dentre outros.

Provavelmente, todos os diferentes tipos de câncer não têm uma única causa, mas sim
uma etiologia multifatorial. (HUGUES, 1987 citado por CARVALHO, 2002, p.03).

“Para que a doença ocorra, parece ser necessária uma operação conjunta de vários
fatores tais como, a predisposição genética, a exposição a fatores ambientais de
risco, o contágio por determinados vírus, o uso do cigarro, a ingestão de substâncias
alimentícias cancerígenas, e muitos outros.” (TRICHOPOULOS, LI & HUNTER,
1996 apud CARVALHO, 2002, p.03).

“Acredita-se também na possibilidade de contribuições psicológicas no crescimento do


câncer. Inúmeros pesquisadores vêm estudando possíveis efeitos de estados emocionais na
modificação hormonal e desta na alteração do sistema imunológico.” (BOVBJERG, 1990
citado por CARVALHO, 2002, p.03). Percebe-se assim, que as questões psicológicas ou
aspectos emocionais do indivíduo, também são apontadas pelo autor como fatores que
colaboram para a manifestação do câncer.

Estima-se que até 70% dos casos de câncer podem ser evitados simplesmente impedindo-
se a exposição aos fatores de risco ambientais. A eliminação do hábito de fumar,
modificações na dieta, com maior consumo de frutas, verduras, legumes e cereais, a
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e do controle na exposição a agentes
químicos, radiações ionizantes e raios ultravioleta são medidas práticas que contribuem para a
redução máxima do risco de se desenvolver um câncer.

Conforme o INCA (2008) e a ABCâncer (2009), dentre as formas de tratamento para o


câncer, as principais são:
25

Cirurgia: É a mais antiga das formas de tratamento do câncer, ainda ocupa uma
posição de destaque no controle desta doença. Uma cirurgia oncológica definitiva visa
a remoção mecânica de todas as células malignas presentes junto ao câncer primário.
Radioterapia: é um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou
impedir que suas células aumentem visando a cura do paciente, ou para diminuir os
sintomas da doença, evitando as possíveis complicações decorrentes da presença e
crescimento do tumor.
Quimioterapia: é a utilização de medicamentos específicos para o tratamento de
tumores, com o objetivo de destruir células cancerosas. Ingeridas ou injetadas na veia,
músculo ou sob a pele, os quimioterápicos distribuem-se para todas as partes do corpo.

1.6 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA E


DE MAMA

Com base nas informações epidemiológicas sobre o câncer de próstata, (POLLOCK et


al..; 2006),

“expõe que o câncer de próstata clínico é uma doença dos idosos, com pico de
incidência e mortalidade por volta dos 70 anos de vida. A doença responde por 10-
30% dos tumores clínicos registrados em homens e por 60% de todas as mortes
masculinas por câncer. Embora a taxa de incidência varie muito entre continentes e
dentro deles, entre as diversas populações étnicas, há evidência de que a taxa de
mortalidade não se correlaciona com a taxa de incidência. A incidência de câncer
de próstata clínico e sua mortalidade são baixas na Ásia e altas na Europa e na
América do Norte; A América Latina e o Sul da Europa tem taxas intermediárias”.
(p. 586)

Percebe-se que na faixa etária mencionada pelo autor, o câncer de próstata representa um
percentual relativamente alto no que diz respeito à taxa de mortalidade em decorrência da
doença, embora o percentual de casos registrados ou diagnosticados corresponde apenas cerca
de 10 a 30% dos tumores clínicos.

Segundo o INCA (2008), o câncer de próstata é o sexto tipo de câncer mais comum no
mundo e o mais prevalente em homens (cerca de 10% do total de câncer). No Brasil, para
cada 100 mil homens a partir dos 50 anos de idade, há 52 casos registrados. Apesar de um
alto índice de homens com câncer de próstata no mundo todo, sabe-se que nos países
desenvolvidos há uma maior probabilidade de ocorrência do câncer de próstata em relação aos
demais países, isto porque nos países desenvolvidos há maior prevalência de alimentos
26

industrializados e gordurosos. Outro fator de risco é falta de atividade física regular. Para
diminuir os riscos de desenvolver a doença ele recomenda uma dieta rica em ômega 3, frutas,
verduras e alimentos poucos gordurosos.

Quanto aos dados epidemiológicos do câncer de mama, (PARKIN, 2001; RIES et al.,
2001, citado por PAULINELLI; MOREIRA; FREITAS JÚNIOR, 2004), afirma que há uma
elevada incidência e mortalidade em todo o mundo, constituindo-se assim como um grave
problema de saúde pública. O motivo pelo qual tem aumentado o índice dessa neoplasia é
devido às mudanças dos hábitos de vida e no perfil epidemiológico da população.

Na concepção dos autores acima citados, o câncer de mama é o tipo de câncer mais
freqüente no mundo e o mais freqüente entre as mulheres sendo a causa mais comum de
morte em quase todos os países do mundo.

Para Maluf; Jo Mori; Barros (2005, p.150), “o câncer de mama é a neoplasia maligna que
mais atinge o sexo feminino e é a maior causa de mortes por este tipo de doença, sendo
responsável por cerca de 20% dos óbitos por câncer entre as mulheres.”

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2008), o
Brasil deve registrar 49 mil casos de câncer de mama em 2009. O número se mantém estável
em relação a 2008.
2 O HOSPITAL, A PSICOLOGIA HOSPITALAR E A PSICO-
ONCOLOGIA

2.1 O SURGIMENTO DO HOSPITAL – BREVE HISTÓRICO

Segundo Foucault (1999), o surgimento do hospital como instrumento terapêutico é uma


invenção relativamente nova, datada no final do séc. XVIII. Ou Seja, o hospital antes desta
época e que funcionava na Europa, desde a Idade Média, não era concebido para curar.

Antes do séc. XVIII, o hospital era visto como uma instituição de assistência aos pobres,
de separação e exclusão. Como portadores de doença e de possível contágio, os pacientes
eram considerados perigosos. Assim, o hospital os recolhia, protegendo a sociedade. Não era
o doente que era preciso curar, mas o pobre que estava morrendo devia ser assistido,
oferecendo os últimos cuidados e sacramento. Nesta época, dizia-se que o hospital era um
morredouro, um lugar onde morrer. O pessoal hospitalar era “curativo, religioso ou leigo, que
estavam ali para fazer a caridade que lhe assegurasse a salvação eterna (FOUCAULT, 1999).

Foucault (1999), afirma que a experiência hospitalar não incluía a formação do médico.
Sua intervenção na doença era em torno da noção de crise. Na prática médica, nada permitia a
organização de um saber hospitalar. Não havia intervenção da medicina, ou seja, hospital e
medicina permaneceram independentes até meados do séc. XVIII.

Pode-se questionar então como ocorreu essa transformação, isto é, como o hospital foi
medicalizado e a medicina pôde tornar-se hospitalar?

“O ponto de partida da reforma hospitalar foi, não o hospital civil, mas o hospital
marítimo” (FOUCAULT, 1999, p. 103). Esse hospital marítimo era considerado um lugar de
desordem econômica e tráfico de mercadorias trazido das colônias. O traficante se fazia
doente e era levado para o hospital no momento do desembarque. Aproveitava a ocasião para
esconder a mercadoria que escapava do controle da alfândega. Nesses hospitais havia ainda o
problema da quarentena, isto é, da doença epidêmica que as pessoas traziam ao
desembarcarem. A reorganização do hospital se deu a partir da introdução de mecanismo
disciplinares frente ao espaço confuso que era o hospital.
28

Portanto, a formação de uma medicina hospitalar se deve, por um lado, a disciplinarização


do espaço hospitalar e, por outro, a transformação do saber e da prática médica, isto é, da arte
médica para a ciência médica.

A partir do momento em que o hospital foi concebido como um instrumento de cura e a


distribuição do espaço tornou-se terapêutico, o médico passou a ser o principal responsável
pela organização do local. Aparece assim, o personagem do médico de hospital.

O saber médico que até o início do séc. XVIII se localizava somente nos livros, começa a
ter seu lugar no hospital, ou seja, a formação normativa de um médico deve passar pelo
hospital. Além de ser um lugar de cura, define-se também, como um lugar de formação de
médicos. O grande médico de hospital – aquele que será mais sábio, quanto maior for a sua
experiência hospitalar – é uma invenção do final do séc. XVIII.

2.1.1 A PSICOLOGIA HOSPITALAR – BREVE HISTÓRICO

Fundado em 1818, em Massachusetts, o Hospital McLean possibilitou a inserção do


psicólogo na área hospitalar através da formação de uma equipe multiprofissional composta
por patologistas, fisiologistas, bioquímicos e psicólogos. O processo da Psicologia Hospitalar
surgiu pela iniciativa de profissionais, demanda da população e pelas próprias instituições.
(SALTO, 1999).

No Brasil, a atuação dos psicólogos em hospitais teve início na década de 50 (LAMOSA,


1987 citado por ROMANO, 1999), nesta época, eram exercícios isolados e que se aproximava
do que se pode chamar “o transporte do consultório para dentro do hospital”, ou seja, embora
competente e sério, as atividades desenvolvidas dentro do hospital em quase tudo
assemelhava-se ao do consultório: postura, teoria, local.

“O tempo passou, o hospital mudou, a clientela começou a ter novas necessidades, os


médicos e a equipe tiveram novos interesses, o quadro de psicólogo aumentou. Enfim
mudanças” (ROMANO, 1999, p.83).

Segundo Camon et al (1994), a psicologia hospitalar tem como objetivo principal a


minimização do sofrimento provocado pela hospitalização. Esta minimização do sofrimento
provocado pela hospitalização comentada pelo autor, implicará num leque bastante amplo de
29

opções de atuação do psicólogo, onde todas as variáveis, como prescrição medicamentosa


numa determinada faixa horária e/ou processo de limpeza e assepsia hospitalar, que surgem
desse processo de internação, deverão ser consideradas, pois desta forma, o atendimento ao
portador do câncer de próstata e de mama poderá ser coroado de êxito.

De acordo com Camon et al (1994), a psicologia hospitalar não pode se colocar dentro do
hospital como força isolada solitária sem contar com outros determinantes para atingir seus
preceitos básicos, pois o psicólogo reverte-se de um instrumental muito poderoso no processo
de humanização do hospital na medida em que trás em seu bojo de atuação a condição de
análise das relações interpessoais. A própria contribuição da psicologia para clarear
determinadas manifestações de somatização é, igualmente, decisiva para fazer com que seu
lugar na equipe de saúde da instituição hospitalar esteja assegurado.

2.1.2 A PSICO-ONCOLOGIA, SEUS OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES

Segundo Gimenes (1994), a Psico-oncologia surge como área de conhecimento a partir da


década de 50, quando a comunidade científica passou a reconhecer que tanto o aparecimento
quanto a manutenção e a remissão do câncer, poderiam ser intermediados por fatores cuja
natureza extrapolavam condições biomédicas. Ou seja, esse profissional tornou-se
indispensável para ajudar os pacientes oncológicos em suas possíveis limitações emocionais
perante a doença, entre eles estão, os homens e mulheres portadores do câncer de próstata e de
mama.

De acordo com Gimenes (1994), a psico-oncologia é o nome da área de interface entre a


Oncologia (a parte da Medicina que estuda o câncer) e a Psicologia e tem por objetivos: a)
identificar o papel de fatores psicológicos e sociais, no aparecimento, desenvolvimento,
tratamento e reabilitação do paciente com câncer e; b) sistematizar de um corpo de
conhecimentos que possa antes da primeira gravidez permitir a assistência integral do
paciente com câncer e de sua família, bem como a formação de profissionais de saúde
especializados com o seu tratamento.

Portanto, a oncologia oferece diversificações e um vasto campo para o trabalho do


psicólogo e, como uma área especializada dentro da Psicologia Hospitalar, também possui
especificações e técnicas próprias de atendimento (CANTONE, 2009).
30

Para Cantone (2009), nesta área de atuação, o psicólogo está presente juntamente com
outros profissionais na convivência com o estigma câncer, elevando a importância dos
aspectos psicossociais, integrando a doença e o doente na totalidade do ser, como uma
unidade: mente, corpo e sentimento.

Durante a intervenção psicológica, podem ser examinadas questões relativas a "maneira


de viver", ou seja, atitudes e comportamentos de alguma forma prejudiciais à saúde da pessoa,
ajudando-a a perceber a necessidade de uma reorganização que possibilite uma vida mais
saudável e satisfatória. Outro aspecto seria ajudar a pessoa a lidar com o diagnóstico de
câncer e participar ativamente de seu tratamento, mobilizando seus recursos internos para
aumentar as possibilidades de melhora ou cura.

Atualmente pode-se afirmar que o acompanhamento psicológico do portador do câncer de


próstata e de mama, bem como de seus familiares em todas as etapas do tratamento, constitui
elementos indispensáveis da assistência prestada. (BEARISON & MULHERN, 1994;
CARVALHO, 1994; DAHLQUIST, CZYZEWSKI & JONES, 1996; GIMENES, 1996 citado
por COSTA JR, 2001). Deve-se observar, entretanto, que por se tratar de uma área
relativamente recente, são muitos os fatores psicossociais vinculados a um episódio de câncer
ainda não suficientemente compreendido por pesquisadores e profissionais da área (COSTA
JR, 2001).

Temas relacionados à adaptação, comportamento e ajuste emocional do portador do


câncer de próstata e de mama aos efeitos psicossociais do tratamento do câncer a longo prazo
e modalidades de intervenção psicológica junto a estes pacientes, familiares e cuidadores,
ainda serão por exemplo, alvos de estudos científicos e assunto de discussão pelos próximos
anos. (COSTA JR, 2001).

Segundo Penna (1997), a psicoterapia deve ter como objetivo melhorar, modificar e
atenuar aquilo que é disfuncional e que cause sofrimento ao paciente que o impeça de utilizar
formas adaptativas para lidar com a patologia, visando melhoras na qualidade de vida do
indivíduo na vigência de uma doença. Por isso que o psico-oncologista deve ter uma postura
ativa e com foco do adoecimento do portador do câncer de próstata e de mama e de suas
preocupações no momento.
31

Para Davidson (2003, p 74.), “as terapias psicológicas aumentam a sobrevida promovendo
ajustamento à doença.” Esse ajustamento podem ter correlatos imunológicos que medeiam
influências aparentes na sobrevida, ou seja, pacientes que adotam o espírito do combate “não
vou deixar esta doença me abater” e a negação “não acredito que isto realmente seja câncer”,
como estilos de adaptação, vivem mais.
3 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NO ATENDIMENTO
AOS PORTADORES DE CÂNCER DE PRÓSTATA E DE MAMA.

3.1 OS ASPECTOS EMOCIONAIS DECORRENTES DO ADOCER E DA


INTERNAÇÃO.

Apesar dos progressos da medicina em relação aos métodos de diagnóstico e tratamento, o


câncer de próstata e de mama é ainda visto como uma sentença de morte pela maior parte dos
homens e mulheres acometidos pelo mesmo. O medo da morte, da rejeição, de serem
estigmatizados, da mutilação, da recidiva, dos efeitos do tratamento e das incertezas quanto ao
futuro passam a fazer parte do cotidiano destes portadores.

“O câncer diferencia-se das demais doenças pela peculiaridade de estar


constantemente associado a maus prognósticos e a idéia de morte iminente. A
representação social do câncer não tem contribuído para uma visão menos
pessimista da doença, embora muitos progressos estejam sendo feitos no que se
refere aos resultados das terapias anticâncer e ampliação das expectativas de
sobrevivência.” (CARVALHO, 1999, p.75).

De acordo com Parkes citado por Carvalho (1999), o medo está presente, sobretudo no
caso de pacientes com câncer, devido à insegurança e a incerteza do que pode vir acontecer.
Dentre os medos mais constantes observados nas pesquisas realizadas pelo autor estão: medo
da dependência, que resulta em perder o controle e a autonomia sobre a própria vida, e ter de
depender de outras pessoas até mesmo para as atividades mais íntimas; medo do que vai
acontecer com os familiares após a sua morte, ou seja, o temor da sobrevivência deles,
tanto do ponto de vista financeiro como do desenvolvimento pessoal; medo de não consegui
realizar as metas pessoais, o medo de morrer cedo e não conseguir realizar as metas de vida,
de trabalho, de não ver os filhos ou netos crescerem, ou quaisquer outras que sejam essenciais
para essa pessoa; medo da dor ou da mutilação, que resulta em não conseguir suportar a dor,
de não ser cuidado de forma adequada, da mutilação e da degeneração corporal, perda das
funções físicas, psíquicas, intelectuais, sexuais e dos limites impostos por essas perdas; medo
da morte, temor da aniquilação, da finitude, de não existir, de ser esquecido, da separação ou
de quaisquer outros atributos ligados à morte.

Para Sontag (1994), as representações do câncer remetem a uma doença cruel, corrosiva,
contagiosa, estigmatizada e degradante que consome o indivíduo aos poucos, sendo muitas
33

vezes considerada um castigo de Deus. O paciente que tem o diagnóstico de câncer de


próstata e de mama e que possue relações significativas com esta doença pode experimentar
algum grau de angústia espiritual enquanto lida com as conseqüências do diagnóstico e seu
significado. A tentativa de explicar ou transformar o mal em bem, a dor em privilégio, as
lágrimas em sorriso são freqüentemente usados para defender Deus.

Em relação aos sentimentos dos homens quanto ao câncer de próstata, (MATTOS;


LOIOLA; LOPES, 2001 citado por GIANINI, 2007, p.06) afirmam que “as características
associadas ao sofrimento emocional dos homens referem-se às limitações físicas, a
diminuição da capacidade de ereção, cansaço, fadiga e a orquiectomia bilateral (retirada dos
testículos), responsável pela produção de hormônio masculino (testosterona) que inibe o
crescimento do tumor, mas que também interfere na ejaculação.

Outro ponto relevante a ser considerado em relação ao estado emocional do homem é a


sua fantasia de perda da virilidade. Segundo Segal (1994) apud Gianini (2007, p.06) “isso se
deve ao fato de que o homem permanece com o encargo de assumir a performance sexual,
confundindo masculinidade com desempenho sexual”.

Quanto ao câncer de mama, este costuma ser aversivo para as mulheres devido às
exigências sociais quanto ao padrão de beleza. Como afirma Martins (2001), os rigorosos
padrões de beleza instituídos pela sociedade brasileira, nos quais a juventude e perfeição da
estética corporal são fundamentais, contribuem para afetar a auto-imagem e auto-estima das
portadoras do câncer de mama. Os meios de comunicação de massa divulgam a necessidade
de corresponder ao padrão de beleza vigente. Em decorrência, quando o câncer atinge áreas
de estética e sexualidade como a mama, o estado psicológico da doente fica mais
comprometido. Ela passa a considerar-se inadequada ao padrão de beleza socialmente
estabelecido. A idade e o estágio da vida alteram as percepções, a compreensão e a aceitação
de ser portadora do câncer de mama. A época é importante não só em termos de
desenvolvimento, mas também com relação a outros motivos de tensão. Períodos de transição
na vida podem intensificar o modo como a paciente vai lidar com o diagnóstico e o tratamento
da doença.

As pacientes com câncer de mama quando precisam submeter à mastectomia (retirada das
mamas), correm-se o risco de apresentarem uma imagem corporal negativa por causa da
cirurgia mutilante e dos efeitos devastadores do tratamento, pois podem produzir perda
34

considerável da independência econômica, alterar o comportamento social e as relações


significativas, além de reduzir a capacidade de resposta sexual.

De acordo com Otto (2002), a resposta de uma mulher ao tratamento para o câncer e a
correspondente ameaça à sexualidade dependem de diversas condições, a saber: seus
sentimentos sobre a própria feminilidade; o valor dado ao seio perdido; o desconforto físico; a
resposta de outras pessoas significativas; o apoio que ela recebe com relação à sua identidade
sexual e seu sentimento de auto-estima.

As mulheres reagem com tristeza e sofrimento unidos a uma sensação de luto pela perda
do seio. Isto porque uma importante parte do corpo com significado emocional e sexual foi
extirpada. Esta perda contribui para o estabelecimento de sentimentos de depressão, vergonha,
incompletude e repugnância. É como se não reconhecessem mais o próprio corpo. A
desfiguração do corpo é vista como a causa dos problemas sexuais. A nova aparência física
gera, muitas vezes, vontade de se esconder. (SEGAL, 1995).

O avanço de novas técnicas de cirurgia plástica para a reconstrução da mama ajuda muito
na reabilitação da mulher. Os resultados geralmente são satisfatórios porque possibilitam
melhor recuperação física, estética e psicológica, reduzindo o trauma causado pela mutilação.
A cirurgia plástica pode ser realizada alguns meses ou anos após a mastectomia ou, de
imediato, dependendo da condição clínica da paciente.

A cirurgia (mastectomia) para as mulheres, assim como a (prostatectomia) para o homem,


sempre provoca certa ansiedade e medo. Fantasias sobre o anestesia, sobre a falta de controle
durante o ato cirúrgico, deformações e preocupações estéticas e funcionais. Pode adquirir
ainda o caráter de mutilação que muitas vezes não depende apenas da visibilidade ou não do
órgão que será retirado, mas, muito mais, do significado que esse órgão possui. (SOUZA
2003).

Portanto, o câncer de próstata e de mama pode desencadear conflitos emocionais e reações


psíquicas associadas a crenças e padrões de comportamentos, que inibem sua participação
ativa no tratamento e podem ter consequências traumáticas se não forem diagnosticados a
tempo.

Com a doença fica evidente a hospitalização gerando conseqüentemente um estado de


crise. Este impõe ao paciente, perdas e desorganizações que precisam ser recuperadas ou
35

administradas. Isto se faz necessário para que possa retomar ao controle de sua vida e voltar a
participar de sua existência.

É normal que sentindo seu corpo impossibilitado de seguir seu ritmo psicológico, o
paciente sinta-se em conflito. De um lado, imobilizado pela doença e hospitalização, de outro
se impondo às limitações reais e fantasmáticas, em busca da homeostase perdida.

Além das questões psicológicas inerentes ao adoecer, outras têm reforçado o exercício do
modelo biopsicossocial no atendimento à saúde: o reconhecimento da influência dos estudos
emocionais sobre o agravamento, determinação ou recuperação física e a disposição dos
psicólogos em querer transformar a qualidade de sobrevida dos pacientes.

O indivíduo, uma vez doente, passa a debater-se entre sentimentos ambivalentes,


decorrentes do choque de seu mundo de valores e sua realidade atual. Sendo assim, o portador
do câncer de próstata e de mama torna-se psicologicamente frágil, pois está diante de uma das
questões mais angustiantes da existência humana revelada nos conflitos entre a vida e a morte.
(CHIATTONE; SEBASTIANI, 1997).

3.2 A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO


HOSPITALAR AOS PORTADORES DE CÂNCER DE PRÓSTATA E DE
MAMA

É imprescindível um trabalho que resgate o sentido da vida junto a pacientes oncológicos.


Isto é necessário para que possam viver plenamente a vida, quando vida e morte se alternam
na consciência destes sujeitos (PAIVA & PINOTTI, 1998).

Os portadores de câncer de próstata e de mama, não podem mudar a realidade que lhes
arrebata, mas podem mudar o seu modo de viver consigo mesmo e com os outros. O papel do
psicólogo começa a ter importância neste, quando: subsidia a compreensão da relação entre
estilo da vida com as características peculiares de cada paciente, prepara o paciente para os
próximos passos do tratamento e trabalha o medo da morte buscando juntos à força da vida.
(GIMENES, 1997).
36

Para Camon (1994),

“O psicólogo precisa ter muito claro que sua atuação no contexto hospitalar não é
psicoterápica dentro dos moldes do chamado setting terapêutico. E como
minimização do sofrimento provocado pela hospitalização, também é necessário
abranger-se não apenas a hospitalização em si – em termos específicos da patologia
que é eventualmente tem originado a hospitalização – mas principalmente as seqüelas
e decorrências emocionais dessa hospitalização.” ( p.24).

Camon (1994), afirma ainda que:

“É importante que o psicólogo tenha ciência de sua atuação para se tornar ele também
mais um dos elementos abusivamente invasivos que agridem o processo de
hospitalização e que permeiam largamente na instituição hospitalar. Ainda que o
paciente em seu processo de hospitalização esteja muito necessitado da intervenção –
e seguramente muito dos pacientes encaminhados ao processo de psicoterapia
também estejam necessitados de tratamento, mas preservam a si o direito de
rejeitarem tal encaminhamento – a opção do paciente de receber ou não esse tipo de
intervenção deve ser soberana e deliberar a prática do psicólogo.” (p.25).

De acordo com Santos; Sebastiani (1996. p.172), “o psicólogo hospitalar que trabalha com
o paciente portador de doença crônica atuará junto ao “Ser Doente” no sentido de resgatar sua
essência de vida que foi interrompida pela ocorrência do fenômeno doença”. Esse resgate
permite ao portador do câncer de próstata e de mama uma melhor qualidade de vida diante da
doença.

O psicólogo no hospital procura ser o intermediário psicológico, buscando atingir a


compreensão das relações entre profissionais, entre profissionais/pacientes e
profissionais/família, pois muitas vezes a angústia ou a depressão do doente refere-se à
destruição do corpo, sofrimento, invalidez, medo à internação, constituindo então,
dificuldades na relação médico/paciente.

De acordo com Santos; Sebastiani (1996, p.173) “o Psicólogo Hospitalar considera o


indivíduo doente como uma pessoa em uma situação peculiar, com uma vivência singular.”
Deste modo, o tratamento ao portador do câncer de próstata e de mama, seja clínico,
nutricional, social e emocional, deve ser obrigatoriamente pessoal e empático, pois o paciente
encontra-se comprometido com sua situação atual. Logo, é impossível desconsiderar o que
surge na consciência dele e também de seus familiares, a partir do aparecimento da doença.

Assim como o paciente, a família e seus cuidadores podem passar por diversos estados
emocionais: medo, ansiedade, angústia, mobilização de mecanismo de defesa (negação,
37

racionalização e fantasia são os mais freqüentes), mas nesse caso toda a mobilização tem
como intuito a superação da crise.

Se as condições de evolução da enfermidade permitem, no caso de doença crônica, esse


intento é muitas vezes alcançado, e sendo assim, a família, os cuidadores e o paciente voltam
a viver no mesmo sistema que existia antes da instalação da crise. Nessa circunstância a
função do psicólogo é auxiliar na atenuação da crise e na busca das respostas adaptativas para
o enfrentamento desta.

Como se pode observar, a família e cuidadores exercem um papel fundamental em todo


processo de relação do paciente enfermo com sua doença, tratamento e hospitalização. Deve-
se levar em consideração que é esta família que irá conviver e assistir ao paciente em sua
doença, irá compartilhar com ele suas perdas e limitações que esta impõe, lhe dará apoio e
conforto nas horas difíceis de enfrentamento da dor e da angústia.

Portanto, a assistência psicológica dentro do hospital faz-se necessário na busca do alívio


emocional desse paciente de doença crônica, seus familiares e cuidadores, sendo que muitas
vezes a ajuda a ser prestada implica numa mobilização de forças, em que a angústia e a
ansiedade estão presentes, pois este “Ser Doente” encontra-se num momento não escolhido de
sua vida.

No hospital o psicólogo atua, quase sempre, também em situações de crises e


emergências, considerando que a doente crônico hospitalizado passa por novas situações de
adaptação e mudança no seu dia-a-dia quando se instalam muitas vezes regressões
emocionais, negação da realidade, dependência, impotência, sentimentos esses que advém da
própria rotina de hospitalização do indivíduo. Para Santos; Sebastiani (1996) é nesse
momento que:

“o psicólogo tem por função entender e compreender o que está envolvido na


queixa, no sintoma e na patologia, para ter uma visão ampla do que está se
passando com o paciente, para que possa auxiliá-lo no enfrentamento desse difícil
processo, bem como dar à família e equipe de saúde subsídios para uma
compreensão melhor do momentum de vida da pessoa enferma.” ( p.174).

Cabe ao psicólogo, como profissional de saúde, observar e ouvir com paciência as


palavras e silêncios do portador do câncer de próstata e de mama, já que ele é quem mais pode
oferecer, no campo da terapêutica humana, a possibilidade de confronto do paciente com sua
angústia e sofrimento na fase de sua doença, buscando superar os momentos de crise.
38

O atendimento psicológico tem ainda como finalidade vivenciar junto a esses pacientes
que está diante de seus conflitos e problemas sua nova condição de ser, numa tentativa de
interpretar a questão pessoal trazidas por eles, escutando suas experiências despojando-se dos
condicionamentos e predisposições inerentes da condição humana.

Prestar assistência ao paciente, lidar com suas angústias, minimizar seu sofrimento de seus
familiares e cuidadores, e trabalhar os aspectos emocionais decorrentes da doença, da
hospitalização ou de uma cirurgia é tarefa do psicólogo hospitalar.
CONCLUSÃO

O levantamento bibliográfico realizado neste trabalho, permitiu fazer uma reflexão sobre
uma doença grave que é o câncer de próstata e de mama, que se torna cada dia mais comum
entre os homens e entre as mulheres. Paralelamente, contribuiu também, para uma melhor
compreensão da atuação do psicólogo hospitalar nesse contexto.

Dentro das particularidades do câncer de próstata e de mama, foi verificado que há uma
evidente preocupação dos profissionais da área de oncologia na constatação precoce da
neoplasia. O que tem levado muitos portadores de câncer de próstata e de mama a não ter
possíveis sucessos no tratamento e a vir a falecer é a descoberta tardia da doença, ou seja,
quando a doença já está em estágios avançados.

A partir do momento que recebem do médico o diagnóstico de serem portadores de câncer


de próstata e de mama, pode-se dizer que ambos os sexos sofrem com os grandes impactos
psicológicos em sua vida. Esse carcinoma compromete não somente a integridade física, mas
também a relação que o paciente estabelece com o seu corpo e mente. De um lado, a próstata
é o órgão responsável pela nutrição do espermatozóide, e está diretamente ligada à
sexualidade. Do outro, a mama que é um símbolo do corpo que é sinônimo de feminilidade,
beleza, sexualidade e maternidade. Pode-se dizer então, que o diagnóstico do câncer de
próstata e de mama geralmente vem acompanhado do surgimento de sintomas de estresse,
ansiedade, angústia, depressão, temor da mutilação, do sofrimento e da morte.

A prostatectomia (retirada da próstata) e a mastectomia (retirada da mama) é o tratamento


cirúrgico que surgiu para combater o câncer. E este por sua vez, consiste na retirada do tumor,
e dependendo do tamanho, é extirpado no homem os nódulos linfáticos, bexiga e,
especialmente, os ossos da bacia e da coluna lombar, enquanto nas mulheres podem ser
retirados os nódulos linfáticos das axilas e/ou músculos peitorais. Desta forma, tanto a
prostatectomia quanto a mastectomia degrada a imagem do homem e da mulher, pois estão
diretamente relacionados à sexualidade. Portanto, carregam consigo angústias e sentimentos
de perda, contribuindo ainda mais para acentuar possíveis comportamentos depressivos.

A atuação do psicólogo no contexto hospitalar tornou-se fundamental no cuidado dos


aspectos emocionais do paciente oncológico, entre os quais encontra-se, o portador de câncer
de próstata e de mama. O campo de entendimento e o foco de sua atuação está relacionado a
40

minimização e/ou eliminação do sofrimento desse portador, assim como de seus familiares e
cuidadores , sofrimento este gerado pelo processo de adoecimento e internação.
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