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NATAL – 2021
1. REGIONALISMO CRÍTICO - DEFINIÇÃO
Dito maneira breve o Regionalismo se coloca como uma crítica ao
modernismo Le Corbusiano.
Segundo Moore 2005, a perspectiva de um regionalismo progressista ou
crítico, pareia um antídoto para as fantasias regressivas do historicismo pós-
moderno.
O regionalismo crítico foi desenvolvido pelo historiador de arquitetura
britânico Kenneth Frampton. E ganhou muito destaque a partir da década de 60.
Que tinha como proposta o emprego de soluções locais ao invés de universais.
E nesse aspecto o geógrafo Jonh Agnew defende que é impossível compreender
os lugares dentro das dimensões limitadas da arquitetura ou da geografia física.
Ele argumenta que, as variáveis que caracterizam os lugares são polivalentes.
E oferece três elementos, ou escalas, para que possamos compreender o
fenômeno do lugar. Localização, Sentimento de lugar e localidade.
De acordo com o autor, o conceito de lugar é como um processo dinâmico
que liga humanos e não humanos no espaço, em uma variedade de escalas.
Para Frampton a valorização do lugar, se dá de diversas formas, enquanto que
para alguns valorizam um bom banho de rio, para outros a valorização se dá ao
fazer compras.
Do mesmo modo que o lugar é pensado tipicamente como algo que
possui, uma qualidade física, a tecnologia é, como o lugar, um campo em se
desenrola a luta entre interesses competitivos.
Segundo os sociólogos, Donald Mackenzie e Judith Wajcman, a
tecnologia inclui três qualidades “O conhecimento humano” os “Padrões de
Atividades Humanas” e os conjuntos de “Objetos Físicos”. Ou seja, é necessário
conhecimento não apenas para se construir os artefatos, mas também para
relacionar as condições naturais em que ele funciona e para usá-lo. Fica evidente
que os computadores, martelos e tratores são inúteis sem o conhecimento
humano e as práticas que os empregam.
E os aparatos tecnológicos podem ser chamados de rede técnica,
segundo Bruno Latour. Elas se referem não apenas a um conjunto de objetos,
mas as redes sociais que criam relações entre o conhecimento humano, as
práticas humanas e os recursos não humanos. Ela é essencialmente um
conceito espacial porque seu funcionamento depende da mobilização de
recursos humanos e não humanos existentes em diversos lugares. Um exemplo
disso são os arquitetos, seus clientes, os empreiteiros responsáveis pela
execução e os bancos que financiam, constituindo assim uma rede social de
construção.
A melhor maneira de compreender a tecnologia é através da geografia.
Por ela interpreta a realidade como acontecimentos humanos no espaço. Nos
faz compreender melhor como as redes técnicas dominam os lugares habitados
por humanos e não humanos.
O regionalismo crítico se propõe a valorizar tanto os meios tecnológicos e
a intimidade com o lugar como as forças históricas positivas. As doutrinas do
regionalismo crítico estão mais bem servidas pelas suposições não modernas.
O regionalismo crítico possui então uma ligação muito forte como não moderno,
no sentido de que não existe uma distância efetiva entre a cultura e natureza. E
que é difícil distinguir entre as qualidades de um lugar e as tecnologias
empregadas para cria-las, enquanto que o moderno existe uma separação entre
humano e objeto ou tecnologia.
No brasil temos o arquiteto Zanine Caldas que fez bom uso de madeiras
locais, em seus projetos.
Tadao Ando, com a igreja da luz no Japão.
Vittorio Gregotti, com seu projeto Unviversitá dela Calabria, na Itália.
Rafael Moneo com o Murcia City Hall na Espanha.
Luis Barragan com a Cuadra San Cristóbal no Méximo.
Alvaro Siza com o Pavilhão de Portugal em Portugal.
Podemos concluir que o regionalismo crítico não apenas nos alerta por
meio da poética de suas formas contra a perda da identidade do lugar e da
comunidade, mas também contra a nossa incapacidade reflexiva de tomarmos
consciência dessa perda no momento em que ela ocorre.
4. CONCLUSÃO
5. ANEXO
REFERENCIAS
FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo:
Martins Fontes, 2008.