Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bioprodução - Livro Completo
Bioprodução - Livro Completo
DOMÍNIOS FACETAS
1. Dor e desconforto
Domínio I - Domínio físico 2. Energia e fadiga
3. Sono e repouso
4. Sentimentos positivos
5. Pensar, aprender, memória e concentração
Domínio II - Domínio psicológico 6. Auto-estima
7. Imagem corporal e aparência
8. Sentimentos negativos
9. Mobilidade
Domínio III - Nível de 10. Atividades da vida cotidiana
Independência 11. Dependência de medicação ou de tratamentos
12. Capacidade de trabalho
13. Relações pessoais
Domínio IV - Relações sociais 14. Suporte (apoio) social
15. Atividade sexual
Domínio V - Ambiente 16. Segurança física e proteção
17. Ambiente no lar
18. Recursos financeiros
19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e
qualidade
20. Oportunidades de adquirir novas informações e
habilidades
21. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer
22. Ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima)
23. Transporte
Domínio VI - Aspectos
espirituais/Religião/Crenças 24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
pessoais
Quadro 3: Domínios e facetas dos WHOQOL-100
Após a inserção dos dados, para a utilização dos resultados de sua pesquisa,
o pesquisador poderá copiar os escores individuais de cada respondente, os
resultados da estatística descritiva e os gráficos; entretanto, não pode modificar tais
resultados. A única área que lhe é permitida a inserção e edição de valores é a da
tabulação das respostas dos respondentes. Também é permitida a exclusão de
linhas para remover os respondentes que não preencheram devidamente o
questionário.
O requisito para a utilização da presente ferramenta é um computador ou
notebook com o software Microsoft Excel instalado. O download da ferramenta pode
ser realizado através da URL: http://www.brunopedroso.com.br/bpwhoqol-100.xls
que também pode ser solicitada através do envio de um e-mail para o autor.
1.6 Referências
FLECK, M. P. A. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização
Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciência e Saúde
Coletiva. Vol. 5, n.1, p.33-38, 2000.
FLECK, M. P. A. et al. Aplicação da versão em português do instrumento de
avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100).
Revista de Saúde Pública. Vol. 33, n. 2, p. 198-205, 1999a.
FLECK, M. P. A. et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de
avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Brasileira de
Psiquiatria. Vol. 21, n.1, p.19-28, 1999b.
FLECK, M. P. A. et al. Problemas conceituais em qualidade de vida. In: A avaliação
de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Grupo WHOQOL. Versão em português dos instrumentos de avaliação da qualidade
de vida (WHOQOL) 1998. Disponível em <http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.html>.
Acesso em 13 abr. 2008.
UNIVERSITY OF BATH. About the WHO Field Centre for the Study of Quality of Life.
Disponível em: <http://www.bath.ac.uk/whoqol/about.cfm>. Acesso em 13-abr-2008.
WHOQOL Group. WHOQOL User Manual. Geneva: 1998.
2. PROCEDIMENTOS NO PLANEJAMENTO DE AMOSTRAS
EM PESQUISAS SOBRE QUALIDADE DE VIDA
2.1 Introdução
Atualmente, percebe-se uma abordagem diferenciada relacionada à
Qualidade de Vida (QV) das pessoas, apontando a uma valorização de fatores
inerentes ao ser humano, como grau de satisfação, realização tanto profissional
como pessoal, bom relacionamento com a sociedade e acesso à cultura e ao lazer
como exemplos reais de bem-estar.
Pesquisas em vários países, incluindo o Brasil, mostram que o estilo de vida
coloca-se como um dos fatores mais importantes e determinantes da QV e saúde de
indivíduos, grupos e comunidades (NAHAS, 2001). Devido à influência do estilo de
vida e da atividade física na saúde das pessoas e principalmente dos trabalhadores,
este assunto se torna preocupação, pois baixos níveis de saúde e bem-estar podem
provocar conseqüências tanto para o indivíduo quanto para a organização de
trabalho (DANNA; GRIFFIN, 1999).
Desta forma, a análise da QV em colaboradores tem se mostrado de grande
importância quando se buscam melhorias no ambiente de trabalho e no setor
produtivo. Isso possibilita uma gestão da saúde do colaborador com uma visão mais
abrangente, valorizando um estilo de vida mais saudável, que adicione grande parte
dos fatores essenciais para alcançar e, principalmente, manter uma boa QV dentro e
fora do ambiente laboral. A utilização dessas informações pode melhor direcionar e
fundamentar programas de promoção da saúde de colaboradores, proporcionando,
assim, condições ao indivíduo de utilizar todo o seu potencial produtivo.
É consenso entre as empresas, que investem na saúde de seus
trabalhadores, o fato de que eles não se tornam ou permanecem saudáveis por
acaso, mas que deve haver um comprometimento delas para que isso aconteça
(HUNNICUTT, 2001).
Para Ferriss (2006, p. 117), a QV é o resultado de duas forças - endógenas e
exógenas. “As endógenas incluem forças mentais, emocionais e respostas
fisiológicas do indivíduo para com a sua vida. As forças exógenas incluem a
estrutura social, cultural, social psicológica e influências do ambiente social que
afetam o indivíduo, grupo e a comunidade”. De forma generalizada, a investigação
em QV está intimamente relacionada a fatores como: estado de saúde, longevidade,
satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e
espiritualidade dos indivíduos, sendo este conceito diferente de pessoa para pessoa
e mudando ao longo da vida (NAHAS, 2001).
Em pesquisas sobre QV, quando se busca obter resultados com significância
expressiva, seja analisando quantitativamente ou qualitativamente, a definição da
seleção da amostra é de grande importância. Um dos primeiros obstáculos que se
encontra é o tamanho mínimo da amostra necessário que se deve obter para iniciar
o trabalho de coleta dos dados. Na aplicação dos instrumentos de pesquisa que
avaliam a QV, como saber quantos indivíduos da população alvo da pesquisa devem
ser escolhidos? A determinação do tamanho da amostra é um problema de grande
relevância, porque amostras demasiadamente pequenas podem levar a resultados
não confiáveis e amostras desnecessariamente grandes levam a desperdícios de
tempo e dinheiro.
Os principais erros originados pelo não planejamento do tamanho mínimo
necessário da amostra são: a pesquisa pode mostrar-se enganosa, inviável,
coletam-se dados de tamanho aleatório e insuficiente, os erros nas conclusões
podem atingir grandes amplitudes levando à conclusão errônea e não condizente
com a realidade daquela população em estudo. Por isso mesmo, quando se propõe
analisar a QV em colaboradores de uma determinada empresa, um procedimento
bem delineado deve ser seguido. Esse é o principal objetivo deste trabalho, ou seja,
propor um procedimento com dimensão adequada da amostra, para que se possa
avaliar com segurança estatística a QV de colaboradores de uma empresa qualquer.
2
§ zD / 2 .V ·
n ¨ ¸ (1)
© E ¹
Equação 1 – Equação para estimar o tamanho da amostra em populações infinitas
Fonte: Triola (2005)
2
NV 2 zD / 2
n (2)
N 1E 2 V 2 zD / 2 2
Equação 2 – Equação para estimar o tamanho da amostra em populações finitas
Fonte: Triola (2005)
n 1s 2 V
n 1s 2 , (4)
F D2 F E2
Equação 4 – Equação para estimar o V
Fonte: Levine (2005)
Físico
Psicológico
Nível de independência
Relações sociais
Meio ambiente
Espiritualidade
12 24 36 48 60 72 84 96
Médias
Desvio-
Domínios Média Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo
padrão
Físico 58,94 12,26 35,00 52,00 58,00 67,00 90,00
Psicológico 66,88 12,81 33,00 58,50 66,00 75,00 95,00
Nível de
75,00 10,87 50,00 66,50 75,00 82,00 97,00
independência
Relações sociais 72,06 12,67 44,00 66,00 73,00 79,00 96,00
Meio ambiente 65,31 9,42 44,00 59,50 65,00 70,00 91,00
Espiritualidade 77,22 19,60 13,00 69,00 75,00 94,00 100,00
Fonte: Dados do estudo, 2007
Tabela 3 – Resumo dos dados coletados referente à QV
100
80
60
DADOS
40
20
0
o co s
sic gi cia cia
i
en
te
a de
Fí ló ên so bi l id
is co e nd s am ua
P p õe r it
de aç ei
o
spi
e
in
R el M E
ld
ve
Ní
2.5 Conclusão
De acordo com o objetivo deste estudo em propor um procedimento no
planejamento do tamanho mínimo necessário da amostra para que se possa avaliar
com segurança estatística a QV de colaboradores de uma empresa, os resultados
analisados indicaram que na variação dos dados representados pelos desvios-
padrão expostos - 12,26; 12,81; 10,87; 12,67; 9,42; 19,60 - que o mais coerente é
trabalhar com o maior desvio padrão obtido. Nesse caso, o escolhido é o desvio-
padrão obtido para o domínio espiritualidade, ou seja, V = 19,60. Em sequência há a
necessidade de obter um intervalo de confiança. Neste estudo, este intervalo é dado
por 16,4 V 24,5 . Portanto, tem-se 95% de confiança que o verdadeiro V para o
domínio espiritualidade está dentro desse intervalo de confiança. Logo, adota-se
para o planejamento da pesquisa V 24,5 , ou seja, igual ao limite superior do
intervalo de confiança.
Outro fator decisivo para a definição do tamanho da amostra em pesquisas de
QV é a margem de erro adotada, pois o tamanho da amostra é sensivelmente
afetado por esta. Assim, fixando o desvio-padrão e variando a margem de erro, tem-
se que, quanto menor a margem de erro que se deseja trabalhar, maior será o
tamanho mínimo da amostra necessário para se realizar a pesquisa. Ressalta-se
que a escolha da margem de erro mais apropriada fica a critério do pesquisador,
pois, dependendo da escolha, o tamanho da amostra mínimo necessário será menor
ou maior. No exemplo citado, com 95% de confiança, poderá ser no mínimo 88 e no
máximo 945.
Deste modo, é possível concluir que, no planejamento da pesquisa, o
tamanho da amostra mínimo necessário para se realizar a pesquisa, que nesse caso
é a estimativa de médias populacionais envolvendo dados de QV, depende
fortemente da variação dos dados que compõem a população ou, pelo menos, de
uma estimativa dessa variação e da margem de erro máxima que se pretende
estimar as médias populacionais, além do grau de confiança em que se pretende
trabalhar.
Deve-se ressaltar que, no planejamento da coleta de dados amostrais de QV
para inferências sobre a população alvo da pesquisa, deve-se considerar-se também
o tipo de amostragem. Além de se determinar com segurança o tamanho mínimo da
amostra necessário para se realizar a pesquisa, o como coletar os dados também é
de vital importância. Neste caso deve-se sempre usar as técnicas disponíveis e as
mais aconselháveis e, claro, o bom senso.
As inferências realizadas sobre dados amostrais de QV são generalizadas à
população alvo da pesquisa. Para que essas inferências realmente retratem com
fidedignidade a população, essa preocupação com o planejamento da amostra
realmente é necessária.
2.6 Referências
DANNA, K. & GRIFFIN, R. W. Health and well-being in the workplace: a review and
synthesis of the literature. Journal of Management, v.25, n. 3, p. 357-84, 1999.
DEVORE, J. L. Probabilidade e estatística para engenharias e ciências. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2006.
FERRISS, A. L. A Theory of Social Structure and the Quality of Life. Applied
Research in Quality of Life, n. 01, p. 117-123, 2006.
FLECK, M. P. A.; et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de
avaliação da qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Brasileira de
Psiquiatria, v. 21, n.1, p.19-28, 1999.
HUNNICUTT, D. Discover the power of wellness. Business and Health, Montvale, v.
19, n. 3, p. 40-45, 2001.
LEVINE, D. M.; et al. Estatística: teoria e aplicações usando Microsoft Excel em
português. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões
para um estilo de vida ativo. 2. ed. Londrina: Midiograf, 2001.
TRIOLA, M.F. Introdução à estatística. 9. ed. Rio de Janeiro, 2005.
3. LQOL-70: UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE DE VIDA COM BASE NO LAZER
Bruno Pedroso
Luiz Alberto Pilatti
João Luiz Kovaleski
José Roberto Herrera Cantorani
Marcelo Edmundo Alves Martins
3.1 Introdução
A preocupação com a qualidade de vida tem se tornado crescente nas últimas
décadas. A visão holística do homem como um ser biopsicossocial passa a ganhar
espaço, inclusive no ambiente empresarial. Essa reflexão se fortalece pela
percepção de que o desempenho dos trabalhadores está fortemente relacionado
com a sua qualidade de vida.
Não obstante o processo dessas reflexões, é também fortalecido o
entendimento de que as atividades de lazer constituem um fator de influência direta
na qualidade de vida. Contudo, factível também é o entendimento de que tais
atividades vêm se extinguindo do cotidiano do trabalhador, sobretudo nesta
sociedade que pode ser definida como a sociedade do conhecimento. Com base em
tais prerrogativas o presente estudo propõe-se à criação de um instrumento para a
avaliação da qualidade de vida das pessoas, sobretudo dos trabalhadores. Este
instrumento terá em sua base a relação entre o lazer e a qualidade de vida,
compreendido em seus aspectos sociais, psicológicos e fisiológicos.
Ao contrário do que pode parecer, a preocupação com o estilo de vida é muito
antiga e aparece desde Sócrates por volta de 400 a.C. (ANDUJAR, 2006). No
entanto, o termo “qualidade de vida” foi mencionado pela primeira vez por Lyndon
Johnson, em 1964. Presidente dos Estados Unidos na ocasião, afirma que os
objetivos de uma nação não podem ser mensurados através do balanço bancário,
mas, sim, da qualidade de vida proporcionada às pessoas (FLECK et al, 1999).
Desde então, pesquisadores das mais variadas áreas de conhecimento têm
concentrado seus estudos nessa área. Ainda que não seja possível definir a
qualidade de vida em um único conceito, percebe-se que os autores são unânimes
no que diz respeito aos aspectos da subjetividade, multidimensionalidade e a
existência de dimensões positivas e negativas da qualidade de vida (MION et al,
2005).
Dessa forma, pode-se afirmar que não existe um conceito absoluto de
Qualidade de Vida, mas sim, a visão diferenciada de pesquisadores de diversas
áreas. De acordo com Gaspar (2001, p. 47), pode-se definir qualidade de vida como
“um conjunto subjetivo de impressões que cada ser humano possui, sendo
simultaneamente um produto de diversos fatores que o afetam e um processo que
ele experimenta a cada momento”.
A afirmação anterior evidencia que a qualidade de vida varia de indivíduo
para indivíduo e provém do resultado da variedade de experiências presenciadas
por ele mesmo. Já para Santos (2002), uma boa qualidade de vida deve oferecer
condições para que as pessoas venham a desenvolver o máximo de suas
potencialidades, em todas as suas atividades.
Sob essa ótica, é expressa a idéia de que a qualidade de vida se relaciona
diretamente ao prazer pessoal e que sofre interferência da vida cotidiana em todos
os seus aspectos. Tal idéia conduz à compreensão de que Mion et al estavam
corretos ao apontar a qualidade de vida como um fator diretamente dependente da
satisfação do indivíduo, bem como dos ambientes com os quais este tem contato.
Partindo dessa premissa, é perceptível que diversos são os fatores
influenciáveis na qualidade de vida no trabalho. Desta forma, a avaliação da
qualidade de vida no trabalho pode ser vista como o resultado de pequenos detalhes
que, ao acumularem determinado nível de enfermidades (físicas ou mentais), pode
resultar na queda do desempenho do colaborador e, por conseqüência, numa
deficiência na cadeia produtiva da empresa.
A presente investigação justifica-se pelo fato de que a qualidade de vida e as
atividades de lazer possuem alta correlação; entretanto, na sociedade
contemporânea essas atividades não vêm sendo contempladas como em épocas
anteriores. Através deste estudo, pretende-se diagnosticar o quão prejudicial vem
sendo a carência de atividades de lazer no contexto “qualidade de vida” dos
colaboradores vinculados ao ambiente produtivo.
A presente pesquisa possui como objetivo o desenvolvimento de um
instrumento de avaliação da qualidade de vida com base no lazer, sustentado pela
teoria de Norbert Elias e as categorias do tempo livre. Partindo do preceito de que o
homem é um ser biopsicossocial, tal instrumento foi fundado em três grandes
esferas: fisiológica, psicológica e sociológica.
Esfera psicológica:
Esfera sociológica:
3.6 Metodologia
A presente pesquisa, de natureza aplicada, pautou-se pela construção de um
instrumento de avaliação da qualidade de vida com base no lazer a partir das
categorias do tempo livre da teoria de Norbert Elias, seguindo os moldes do
WHOQOL e fundado em três grandes esferas: fisiológica, psicológica e sociológica,
pois parte-se do preceito de que o homem é um ser biopsicossocial.
O WHOQOL é o instrumento de avaliação da Qualidade de Vida da
Organização Mundial da Saúde. A versão em português é disponibilizada pela
FAMED-Universidade Federal do Rio Grande do Sul/HCPA, no site
http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.html.
As questões do WHOQOL são formuladas por escalas de respostas do tipo
Likert, com uma escala de intensidade (nada - extremamente), capacidade (nada -
completamente), freqüência (nunca - sempre) e avaliação (muito insatisfeito - muito
satisfeito; muito ruim - muito bom).
Partindo do material empírico levantado, são adotados os seguintes
procedimentos, que são os mesmos do instrumento original. Os procedimentos, de
acordo com o Grupo WHOQOL, são:
Definição das palavras âncoras para cada uma das escalas (intensidade,
capacidade, freqüência e avaliação).
Seleção de 15 palavras com significados intermediários entre os dois pontos
âncoras através de dicionários, literatura e outros instrumentos psicométricos
(p.ex. escala de intensidade: âncora 0% = nada; âncora 100% =
extremamente; palavras selecionadas: quase nada, levemente, pouco,
ligeiramente, nem muito nem pouco, moderadamente, razoavelmente etc.).
Confecção de uma escala visual analógica de 100 mm para cada uma das
palavras selecionadas.
Aplicação das escalas, relativa a lazer, em 20 indivíduos representativos da
população que atua no setor industrial.
Seleção das palavras que tiveram média entre 20 - 30 mm (25%), entre 45 –
55 mm (50%) e entre 70 - 80 mm (75%). Se mais de uma palavra ficou com
média entre as faixas acima, seleciona-se a de menor desvio padrão.
Verificação da característica ordinal da escala em 10 indivíduos que ordenam
as palavras sorteadas entre as duas palavras âncoras.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Fisiológica 55,58
Psicológica 58,63
Sociológica 57,42
GERAL 57,91
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
É notável uma proximidade nos resultados das três esferas. Por conseguinte,
nenhuma delas se distancia significativamente do resultado global. A avaliação da
Qualidade de Vida com base no Lazer da empresa, objeto de estudo, apresentou um
índice próximo de 58% de satisfação. Ainda que não seja possível comparar com
outros estudos, percebe-se um índice de insatisfação razoavelmente elevado (42%).
3.9 Referências
ALMEIDA, M. A. B. de. Desenvolvimentismo e lazer. Revista Lecturas. Vol. 10, n.
87, 2005.
ALMEIDA, M. A. B. de.; GUTIERREZ, G. L. A busca da excitação em Elias e
Dunning: uma contribuição para o estudo do lazer, ócio e tempo livre. Revista
Lecturas. Vol. 10, n. 89, 2005.
ANDUJAR, A. M. Modelo de qualidade de vida dentro dos domínios bio-psico-social
para aposentados. 2006. 206 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis.
AYRES, K. V.; SILVA, I. P. Stress e Qualidade de Vida no Trabalho: a percepção de
profissionais do setor de hotelaria. In: Fórum Internacional de Qualidade de Vida no
Trabalho, 4., 2004, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: ISMA-BR, 2004.
ELIAS, N.; DUNNING, E. A Busca da Excitação. Tradução Maria Manuela Almeida e
Silva. Lisboa: DIFEL, 1992.
FAMED – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL/HCPA. Versão
em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL) 1998.
Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol.html>. Acesso em: 25 ago. 2007.
FLECK, M. P. A. et al. Aplicação da versão em português do instrumento de
avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-100).
Revista Saúde Pública. Vol. 33, n. 2, p. 198-205, 1999.
FRANÇA, T. L.; CAVALCANTI, K. B. Um olhar histórico acerca do lazer: o
encantamento crítico científico sensível de uma pesquisadora no domínio da
educação, educação física, esporte. In: Congresso Brasileiro de História da
Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. 8., 2002, Ponta Grossa. Anais... Ponta
Grossa: UEPG, 2002.
FRANÇA JÚNIOR, N. R.; PILATTI, L. A. Gestão de qualidade de vida no trabalho
(GQVT): modelos que os líderes e gestores podem utilizar para propiciar uma melhor
qualidade de vida no trabalho. In: Simpósio de Engenharia de Produção, 11., 2004,
Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2004.
FREITAS, A. L. P., RODRIGUES, S. G. A avaliação da confiabilidade de
questionário: uma análise utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. In: Simpósio de
Engenharia de Produção, 12., 2005, Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2005.
GASPAR, C. A. F. Qualidade de vida de trabalhadores que participam de práticas
externas de cidadania empresarial: possibilidades de transformações individuais e
coletivas. 2001. 188 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis.
GEBARA, A. O Tempo na Construção do Objeto de Estudo da História do Esporte,
do Lazer e da Educação Física. In: Encontro Nacional de História do Esporte, Lazer
e Educação Física, 2., 1994, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: UEPG, p. 175-
189, 1994.
MION JÚNIOR, D.; PIERIN, A. M. G.; GUSMÃO, J. L. de. Desafios no controle da
pressão arterial no Brasil: a qualidade de vida e a terapêutica anti-hipertensiva.
Disponível em: <http://www.deciomion.com.br/medicos/folhetos/index.asp>. Acesso
em: 19-set-2006.
PILATTI, L. A. Qualidade de vida no trabalho: perspectivas na sociedade do
conhecimento. In: VILARTA, R. et al (Orgs.). Qualidade de vida e novas tecnologias.
Campinas: IPES Editorial, 2007.
REIS, N. SOARES, T. Lazer e envelhecimento saudável: um recorte sobre a
relevância dos conteúdos culturais. Revista Lecturas. Vol. 11, n. 99, 2006.
SANTOS, S. R. dos. et al. Qualidade de vida do idoso na comunidade: aplicação da
Escala de Flanagan. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
11692002000600002&script=sci_arttext>. Acesso em: 19 set. 2006.
STURION, L.; CABRAL, S. G. O Lazer após a revolução industrial. Disponível em:
<http://www.faculdade.nobel.br/?action=revista&id=32>. Acesso em 31 jul. 2007.
4. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:
UMA ADAPTAÇÃO DO MODELO DE WALTON
4.1 Introdução
O cenário contemporâneo retrata que, cada vez mais, as empresas estão
buscando acompanhar as modificações ocorridas no ambiente empresarial que,
conseqüentemente, concentram grande parte dos seus esforços na tentativa de
possuir um diferencial, para garantir vantagem competitiva no mercado. Assim,
algumas empresas começaram a perceber que focar os indivíduos que compõem a
organização pode ser uma boa estratégia empresarial.
A mobilização e a valorização das pessoas em suas atividades têm se dado,
ultimamente, em conseqüência das mudanças de conceitos e alterações de práticas
gerenciais ocorridas nas organizações. As empresas, ao invés de investirem
diretamente em produtos e serviços, estão investindo nas pessoas que os
entendem, sabem como criá-los, desenvolvê-los e melhorá-los (ZANETTI, 2002).
Dessa forma, a investigação em Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), o
desenvolvimento e a aplicação de programas que incrementem melhorias no
ambiente de trabalho podem trazer benefícios para a empresa nas relações com
seus trabalhadores e, como conseqüência, na qualidade de seus produtos,
tornando-os, assim, mais competitivos no mercado. Uma abordagem diferenciada no
que diz respeito à Qualidade de Vida (QV) das pessoas, apontando a uma
valorização de fatores inerentes ao ser humano, como o grau de satisfação,
realização tanto profissional como pessoal, bom relacionamento com a sociedade e
acesso à cultura e ao lazer, como exemplos reais de bem-estar, é o que se percebe
atualmente no universo empresarial.
A discussão sobre a QVT não é recente. Após uma investigação no Banco de
Teses da Capes, foram encontradas dissertações e teses na área de Administração
a respeito da QVT a partir de 1989 e, após 1996, na área de Engenharia de
Produção. Em geral as pesquisas em torno da questão da QVT visam à
compreensão a respeito de situações individuais dos trabalhadores em seus
ambientes laborais, incluindo aspectos comportamentais e de satisfação individuais
(LIMONGI-FRANÇA, 2004). Para avaliar a QVT, os modelos mais freqüentemente
encontrados nas literaturas são de Hackman e Oldham (1975), Westley (1979),
Wether e Davis (1983), Walton (1975) e Fernandes (1996). No Brasil o modelo de
Walton (1975) é um dos mais aceitos e utilizados por pesquisadores da QVT.
Durante o desenvolvimento de alguns estudos relacionados a QVT e após
várias aplicações do modelo de Walton para avaliação da QVT, notou-se o fato de
que alguns colaboradores, quando submetidos à avaliação de QVT, apresentaram
dificuldades em interpretar e entender a forma original do modelo, em virtude da
utilização de termos e expressões mais cultas. Outro ponto de dificuldade foi em
relação à ausência de perguntas diretas e específicas para a definição de cada
critério. Com base nessa perspectiva, verificou-se a necessidade de um instrumento
de fácil compreensão para atender a colaboradores com um menor nível de
escolaridade.
Nesse contexto, o objetivos deste estudo foram:
adaptar o modelo de avaliação da QVT proposto por Walton em 1975 em uma
linguagem mais simples e direta, permitindo sua aplicação em indivíduos com
baixo nível de escolaridade;
apresentar o desenvolvimento da versão adaptada, ressaltando que este
estudo não objetivou a criação de um novo modelo de avaliação da QVT, mas
visou adequá-la a um modelo já existente e amplamente utilizado.
4.3 Metodologia
Este estudo desenvolveu-se em quatro contextos diferenciados:
primeiramente no contexto da literatura acadêmica atual sobre o assunto QVT e
seus modelos de avaliação; em seqüência na investigação sobre a consistência
interna de questionários. Após essas etapas foi realizada a organização e a
adaptação das questões e, finalmente, seguiu-se a aplicação propriamente dita do
instrumento e a análise dos coeficientes encontrados por critério e, de maneira geral,
do instrumento como um todo. A descrição mais detalhada das etapas é
apresentada a seguir.
4.3.1 Desenvolvimento das perguntas
O processo de desenvolvimento das perguntas e a adaptação dos termos
técnicos para termos mais simples e usuais sem, no entanto, alterar o seu
significado envolveu alguns passos:
a) Aplicação do instrumento em sua forma original e a identificação dos termos que
seriam adaptados. Alguns destes termos estão indicados na tabela 2 a seguir:
Termos originais Termos adaptados
remuneração justa salário
benefícios extras alimentação, transporte, médico, dentista
etc.
salubridade condições de trabalho
fadiga cansaço
polivalência possibilidade de desempenhar vários
trabalhos
constitucionalismo respeito às leis e normas
Fonte: Dados do estudo, 2008
Tabela 2 – Exemplos de alguns termos alterados e adaptados no instrumento
Valor de D Confiabilidade
D Muito baixa
0,30< D Baixa
0,60< D Moderada
0,75< D Alta
D >0,90 Muito alta
Fonte: Freitas e Rodrigues (2005)
Tabela 4 - Escala de confiabilidade do alfa de Cronbach
Critério Valor de D
Compensação justa e
adequada 0,86
Condições de
trabalho 0,84
Uso das capacidades 0,86
Oportunidades 0,79
Integração social 0,66
Constitucionalismo 0,88
Trabalho e vida 0,84
Relevância social 0,81
TOTAL 0,96
Fonte: Dados do estudo (2008)
Tabela 5 - Coeficiente alfa de Cronbach do instrumento adaptado
3,38
3,30
Justa e Adequada
Integração Social
Relevância Social
Trabalho e Vida
Condições de
Constitucionalismo
Capacidades
Oportunidades
Compensação
Uso das
Trabalho
Nível de Satisfação
Critérios Desv. Coef.
Média
Pad. Variação
1. Compensação justa e adequada 3,30 0,9 3,66
2. Condições de trabalho 3,60 0,71 5,07
3. Uso e desenvolvimento de 0,65 5,85
capacidades 3,80
4. Oportunidade de crescimento e 0,83 4,08
segurança 3,38
5. Integração social na organização 3,64 0,62 5,87
6. Constitucionalismo 3,69 0,79 4,67
7. O trabalho e o espaço total de vida 3,64 0,76 4,79
8. Relevância social do trabalho na vida 3,82 0,58 6,59
Fonte: Dados do estudo (2008)
Tabela 6 - Média, desvio padrão e coeficiente de variação dos critérios de QVT.
4.5 Conclusão
É perceptível o fato de que a gestão das organizações vem sofrendo
alterações. A busca pela qualidade, antigamente direcionada apenas aos aspectos
organizacionais e produtivos, agora também é voltada para a QV dos colaboradores.
Tornou-se de conhecimento público que, assim como o trabalho é uma necessidade
do ser humano, a satisfação provinda dele representa também uma necessidade.
Dessa forma, os gestores têm sustentado o preceito de que, melhorando a QV dos
colaboradores, estar-se-á melhorando a organização como um todo.
O objetivo de propor um instrumento com características psicométricas
satisfatórias, adaptado ao modelo de Walton, foi atingido. O coeficiente alfa de
Cronbach de valor =0,96 alcançado na aplicação do instrumento indica que este
apresenta, com base na classificação proposta por Freitas e Rodrigues (2005),
consistência interna muito alta.
Dessa forma, pode-se afirmar que a adaptação do modelo de Walton,
proposta neste estudo, permite, através de questões mais esclarecidas e uma
escala de resposta mais objetiva, a sua aplicação em pessoas com baixa
escolaridade, garantindo a obtenção de resultados fidedignos sem alterar critérios e
objetivos do instrumento original.
4.6 Referências
DETONI, D. J. Estratégias de avaliação da qualidade de vida no trabalho: estudos
de casos em agroindústrias. Florianópolis, 2001. 141f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina.
COLE, D. C. et al. Quality of working life indicators in Canadian health care
organizations: a tool for healthy, health care workplaces?. Occupational Medicine,
Vol. 55, n.1, p. 54-59, 2005.
FERNANDES, E. C. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar.
Salvador: Casa da Qualidade, 1996.
FREITAS, A. L. P., RODRIGUES, S. G. A avaliação da confiabilidade de
questionário: uma análise utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. In: Simpósio de
Engenharia de Produção, 12., 2005, Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2005.
LIMA, W. D.; STANO, R. C. T. M. Pesquisa de clima organizacional como
ferramenta estratégica de gestão da qualidade de vida no trabalho. In: Simpósio de
Engenharia de Produção, 11., 2004, Bauru. Anais... Bauru: UNESP, 2004.
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de Vida no Trabalho: QVT. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
WALTON, R. E. Criteria for quality of work life. In: DAVIS, L. E. et al. Quality of
working life: problems, projects and the state of the art. New York: Macmillian, p. 91-
104, 1975.
ZANETTI, E. M. S. P. Gerenciamento de recursos humanos: o caso das micro e
pequenas indústrias de confecções do município de Colatina-ES. Florianópolis,
2002. 133 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade
Federal de Santa Catarina.
Agradecimento
Os autores agradecem o apoio concedido pela Capes através do suporte financeiro
recebido à elaboração da pesquisa.
ANEXO
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O
MODELO DE WALTON
1.2 O quanto você está satisfeito com seu salário, se você o comparar com o salário dos seus colegas?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
1.3 O quanto você está satisfeito com as recompensas e a participação em resultados que você recebe
da empresa?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
1.4 O quanto você está satisfeito com os benefícios extras (alimentação, transporte, médico, dentista
etc.) que a empresa oferece?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.1 O quanto você está satisfeito com sua jornada de trabalho semanal (quantidade de horas
trabalhadas)?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.2 Em relação à sua carga de trabalho (quantidade de trabalho), como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.3 Em relação ao uso de tecnologia no trabalho que você faz, como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.4 O quanto você está satisfeito com a salubridade (condições de trabalho) do seu local de trabalho?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.5 O quanto você está satisfeito com os equipamentos de segurança, proteção individual e coletiva
disponibilizados pela empresa?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
2.6 Em relação ao cansaço que seu trabalho lhe causa, como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
3.1 Você está satisfeito com a autonomia (oportunidade tomar decisões) que possui no seu trabalho?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
3.2 Você está satisfeito com a importância da tarefa/trabalho/atividade que você faz?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
3.4 O quanto você está satisfeito com a sua avaliação de desempenho (ter conhecimento do quanto
bom ou ruim está o seu desempenho no trabalho)?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
3.5 Em relação à responsabilidade conferida (responsabilidade de trabalho dada a você), como você se
sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
4.1 O quanto você está satisfeito com a sua oportunidade de crescimento profissional?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
4.2 O quanto você está satisfeito com os treinamentos que você faz?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
4.3 Em relação às situações e à freqüência em que ocorrem as demissões no seu trabalho, como você
se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
4.4 Em relação ao incentivo que a empresa dá para você estudar, como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
5.1 Em relação à discriminação (social, racial, religiosa, sexual etc.) no seu trabalho, como você se
sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
5.2 Em relação ao seu relacionamento com colegas e chefes no seu trabalho, como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
5.3 Em relação ao comprometimento da sua equipe e colegas com o trabalho, como você se sente?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
5.4 O quanto você está satisfeito com a valorização de suas idéias e iniciativas no trabalho?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
6.1 O quanto você está satisfeito com a empresa por ela respeitar os direitos do trabalhador?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
6.2 O quanto você está satisfeito com sua liberdade de expressão (oportunidade dar suas opiniões) no
trabalho?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
6.3 O quanto você está satisfeito com as normas e regras do seu trabalho?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
7.1 O quanto você está satisfeito com a influência do trabalho sobre sua vida/rotina familiar?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
7.2 O quanto você está satisfeito com a influência do trabalho sobre sua possibilidade de lazer?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
7.3 O quanto você está satisfeito com seus horários de trabalho e de descanso?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
8.2 Você está satisfeito com a imagem que esta empresa tem perante a sociedade?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
8.3 O quanto você está satisfeito com a integração comunitária (contribuição com a sociedade) que a
empresa tem?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
8.4 O quanto você está satisfeito com os serviços prestados e a qualidade dos produtos que a empresa
fabrica?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
8.5 O quanto você está satisfeito com a política de recursos humanos (a forma de a empresa tratar os
funcionários) que a empresa tem?
muito insatisfeito insatisfeito nem satisfeito satisfeito muito satisfeito
nem insatisfeito
1 2 3 4 5
5. A ERGONOMIA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO: UMA
ANÁLISE TEMÁTICA A PARTIR DAS PUBLICAÇÕES DO
ENEGEP ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
5.1 Introdução
A evolução contínua da tecnologia em engenharia sobrepujou um aspecto
fundamental: os fatores humanos no ambiente de trabalho. Pode-se inferir que a
evolução humana encontra seu notório desempenho quando o homem teve de
adaptar-se, bem ou mal, às condições impostas pelos maquinismos que, por sua
vez, impeliam a uma resposta física ou cognitiva àquele que operava.
Para entender todo o complexo característico humano nas suas atividades
laborativas, surge uma nova ciência que tem por objeto de estudo a interface entre o
homem e os sistemas que ele utiliza. Esta nova ciência é a Ergonomia e nasce com
o propósito de resolver problemas práticos do homem no seu ambiente de trabalho.
É a partir desta forma de atuação que esta ciência encontra-se sob o jugo de dois
tipos de avaliação: a avaliação sob critérios científicos acerca de suas modelagens e
formulações de problemas do trabalho e a avaliação sob critérios econômicos e
sociais de valor de suas propostas de soluções. (VIDAL, 2002)
Portanto os critérios científicos da Ergonomia frente à realidade da indústria
de manufatura constituem o objeto de estudo desta pesquisa. Para a sua
caracterização, como área do conhecimento, torna-se primordial entender o que
determina uma situação em ser precursora de problemas científicos em Ergonomia e
de que modo esta nova “visão” sobre a realidade do trabalho permite a continuidade
do ciclo de criação, organização e difusão do conhecimento à prática e o
desenvolvimento industrial.
Para Tenopoir e King (2001), os artigos científicos passam a fomentar o
conhecimento específico sobre determinada ciência. Em razão desta função de
geração de informações novas que determinam uma verdade provisória sobre um
assunto, há uma considerável controvérsia e ambivalência no que diz respeito a sua
importância. Muitas vezes o artigo científico constitui o meio para obtenção das
primeiras informações sobre descobertas importantes.
Bufrem et al. (2006) entendem que a análise das produções científicas se
justifica pela necessidade sentida pelos pesquisadores a respeito das fontes que
determinam o domínio de uma “verdade” ainda que provisória da literatura de sua
área e dos meios existentes para a sua divulgação de suas próprias pesquisas.
Uma vez que a realidade serve como instrumento balizador na tomada de
decisão, torna-se primordial compreendê-la a partir uma perspectiva tanto do
passado quanto do presente. É inquestionável o papel crítico e observador que todo
pesquisador possui na responsabilidade de provedor do conhecimento perante o
embate científico que desponta entre o crescimento de produções científicas e o
crescimento nos aspectos arbitrários em relação à subjetividade dos periódicos que
divulgam a informação científica. Esse caráter subjetivo refere-se à respeitabilidade
e prestígio dos diferentes meios de divulgação (eventos científicos, meios
eletrônicos, anais de congresso, revistas etc.). (STRHEL E SANTOS, 2002)
Desta forma, este estudo pretende refletir sobre o papel da Ergonomia como
instrumento de aplicação prática das pesquisas geradas no meio acadêmico no
âmbito industrial e governamental e também como meio de contribuição para o
desenvolvimento sustentável das organizações. Tal reflexão origina-se do seguinte
questionamento: qual a contribuição do conhecimento científico em Ergonomia para
o desenvolvimento sustentável da indústria brasileira?
A construção da resposta compreende a sistematização e articulação dos
conceitos referentes à Ergonomia, como ciência e desenvolvimento sustentável,
bem como a análise de 311 títulos da base de dados dos anais eletrônicos do
ENEGEP, entre o período de 2002 a 2007, na área de Ergonomia e Segurança do
Trabalho, de modo a delinear o contexto da contribuição ergonômica no campo da
engenharia de produção.
5.9 Referências
ALVES, R. Filosofia e ciência: introdução ao jogo e suas regras. 2 ed. São Paulo:
Edições Loyola, 2000.
ALVES-MAZZOTTI; A. J. & GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências
naturais e sociais: pesquisa qualitativa e quantitativa. 2 ed. São Paulo: Thompson,
2004.
BUFREM, L.S de; SILVA, H. F. N; FABIAN, C. l. S. e M; SORRIBAS, T. V.
Produção científica da informação: análise temática em artigos de revistas
brasileiras. Perspectivas em Ciência da Informação. Vol. 12, n. 1, p.38-49, 2007.
COUTO, H. DE A. As Novas Perspectivas na Abordagem Preventiva das LER/DORT
– Fenômeno LER/DORT no Brasil: Natureza, Determinantes e Alternativas das
Organizações e dos demais atores Sociais para Lidar com a Questão. Belo
Horizonte: UFMG/FACE, 2000.
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 1992.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher Ltda, 1990.
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 4 ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
MORAES, A. & MONT’ALVÃO, C. Ergonomia: conceitos e aplicações. 2 ed. Rio de
Janeiro: 2AB, 2000.
QUELHAS, A. & RODRIGUEZ, M.V.R. A gestão de segurança e saúde ocupacional
alinhadas ao conceito de sustentabilidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – ENEGEP, XXVII, 2007. Foz do Iguaçu. Anais. Foz
do Iguaçu, 2007. CD-ROM.
SCHWARTZMAN, S. A expansão do ensino superior, a sociedade do conhecimento
e a educação tecnológica. Disponível em: <htpp://WWW.iets.org.br> Acesso em: 25
de abril de 2008.
STREAHL, L. & SANTOS, C. A. Indicadores de qualidade da atividade científica.
Revista Ciência Hoje. Vol. 31, n 186, p.34-39, 2002.
TENOPIR, C. & KING, D. A importância dos periódicos para o trabalho científico.
Revista de Biblioteconomia de Brasília. Vol. 25, n. 1, p.15-26, 2001.
VIDAL, M.C.R. Ergonomia na empresa: útil, prática e aplicada. 2 ed. Rio de Janeiro:
Editora Virtual Científica, 2002.
WISNER, A. A inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São
Paulo: Fundacentro, 1994.
6. A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS E
TECNOLOGIA À AGRICULTURA FAMILIAR PARA O
CULTIVO DE OLEAGINOSAS: UMA EXPERIÊNCIA NO
SETOR DE BIOENERGIA
6.1 Introdução
A busca pelo desenvolvimento sustentável é uma preocupação mundial,
gerada, entre outras razões, pela necessidade de utilização dos recursos disponíveis
valendo-se da preservação ambiental e da inclusão social, para a viabilização de um
mundo justo e economicamente possível, que integre as nações e promova
crescimento em todos os níveis.
A preocupação com as condições ambientais, atuais e futuras, reflete o
estado crítico no qual o planeta se encontra em relação a suas reservas de energia,
pois aproximadamente 80% delas são de origem fóssil e não renovável, além de
emitirem gases, causadores do efeito estufa. O Brasil, buscando o desenvolvimento
sustentável, vislumbrou a oportunidade de utilizar e promover estudos quanto a
fontes alternativas de energia limpa e renovável.
Uma das oportunidades vislumbradas é o incentivo ao uso e produção de
biocombustíveis, etanol e biodiesel, como atitude gradativa de substituição do óleo
diesel na matriz energética nacional e mundial, representando uma alternativa de
mitigação da dependência dos derivados do petróleo.
A utilização do biodiesel oferece vantagens consideráveis uma vez que, além
de ser uma fonte de energia renovável e ter um balanço positivo de CO2, é agente
promotor de crescimento regional sustentado e viabiliza a expansão da
agroindústria. Além disso, incrementa a produtividade nacional e aprimora os
processos produtivos e, ainda, incentiva e valoriza as culturas de fontes alternativas
renováveis, aproveitando ao máximo as potencialidades regionais, ao transferir
tecnologia às culturas tradicionais soja, mamona, girassol, amendoim - e às novas
pinhão manso, nabo-forrageiro, pequi, dentre outras - na grande variedade que
ainda requer P&D&I, destacadas pelo Governo Federal, que provê condições para a
inclusão da agricultura familiar neste processo.
O mercado promissor e emergente oferecido pelo Brasil, o setor de
biocombustíveis e a posição que o país ocupa na fronteira tecnológica da sua
produção atraem os investimentos nacionais e estrangeiros para o setor, que são
utilizados para a aquisição e construção de unidades industriais. Essas empresas
que atendem a critérios do Governo Federal, descritos no Programa Nacional e
Produção e Uso do Biodiesel PNPB, recebem incentivos para produção de
biodiesel. Os critérios do programa visam incentivar a inclusão dos agricultores
familiares na cadeia produtiva do biodiesel, por isso obrigam as indústrias a
comprarem parte da matéria-prima utilizada na sua produção, estimulando-as a
investir e acreditar na competência dos agricultores familiares nesta tarefa,
promovendo o aumento de renda para esta parcela de agricultores.
Assim, o objetivo deste artigo é apresentar um estudo de caráter exploratório,
com abordagem qualitativa, realizado em uma indústria do setor de bioenergia,
traduzindo as ações de transferência de conhecimentos e tecnologia aos
agricultores familiares, colaboradores da cadeia produtiva do biodiesel, dos estados
do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde a empresa atua.
6.6 Metodologia
Para atingir o objetivo proposto para este estudo exploratório, foi realizada
uma revisão bibliográfica sobre o tema e a empresa pesquisada; entrevistas semi-
estruturadas com o coordenador da agricultura familiar nos estados, técnicos,
agrônomos e agricultores familiares, visando relatar a experiência da empresa como
agente de transferência de tecnologia para os agricultores familiares na produção de
oleaginosas com fins energéticos e relatando as ações da empresa, considerando
sua responsabilidade na produção de biocombustível através das fontes alternativas
de energia limpa e renovável, ambientalmente sustentáveis.
A escolha do caso em estudo é justificada pelas seguintes razões: (1) é uma
empresa do setor de bioenergia, localizada no cerrado mato-grossense; (2) oferece
recursos de transferência de tecnologia aos agricultores familiares durante o
processo de produção das oleaginosas, matéria-prima na produção de biodiesel; (3)
está dentro de um contexto para o estudo exploratório; (4) permitiu livre acesso ao
ambiente.
As entrevistas semi-estruturadas focaram os seguintes aspectos: escolha das
regiões de atuação na agricultura familiar; quantidade de contratos; estimativa de
safra; características da assistência técnica; logística; treinamentos; formas de
acesso à informação técnica dos cultivares; tecnologias utilizadas no plantio; ações
sustentáveis da empresa.
Os dados apresentados nas tabelas explicitam as fontes de energia
renováveis utilizadas no Brasil e em alguns países, a área potencial agricultável do
cerrado e as características das oleaginosas viáveis à agricultura familiar. Foram
coletados do material pesquisado, em alguns casos adaptado ao contexto abordado,
bem como ilustram as fontes de evidências, sugeridas por Yin (2005) para se obter
um bom estudo de caso, documentação, registro em arquivos e entrevistas.
6.8 Referências
ABRAMOVAY, R., MAGALHÃES, R. Acesso dos agricultores familiares aos
mercados de biodiesel, parceria entre as grandes empresas e movimentos sociais.
Texto de discussão n° 6. FIPE. São Paulo, 2007.
BRASIL. Lei n° 11.097, DOU de 13 de janeiro de 2005, Brasília, 2005. Disponível
em: <https://planalto.gov.br/ccivil06/2005/Lei/L11097.htm>. Acesso em: 22 abr.
2008.
BRASILA, MME (Ministério de Minas e Energia). Programa Nacional de Produção e
Uso do Biodiesel. Brasília, 2004. Disponível em : <http//www.biodiesel.gov.br >
Acesso em: 23 abr. 2008.
BRASILB, MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Plano
Nacional de Agroenergia 2006-2011, Brasília, 2006. Disponível em:
<http//www.biodiesel.gov.br/docs/PLANONACIONALDEAGROENERGIA1.pdf >
Acesso em: 23 abr 2008.
BRASILC, MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). Instrução Normativa nº 01
e nº 02, de 2005. Brasília, 2005.
BRASILD, MME (Ministério de Minas e Energia). Biodiesel. Disponível em:
<http//www.biodiesel.gov.br> Acesso em: 23 abr 2008.
BRASIL E. MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Balanço
Nacional de Cana-de-acúcar e Agroenergia 2007. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 05 mai 2008.
HOLANDA, A. Biodiesel e a inclusão social. Brasília: Câmara dos Deputados, 2004.
PINHAO MANSO. Pinhão manso: uma planta do futuro. Disponível em:
<http//www.pinhaomanso.com.br> Acesso em: 23 abr 2008.
SIQUEIRA, J. O. Painel sobre políticas públicas e inovação para o desenvolvimento
da bioenergia. BIOCONFE. São Paulo, 2007. Disponível em: <
http://usp.br/biconfe/palestras_pdf/Painel%2001_José%20Oswaldo%20Siqueira_26.
09.pdf> . Acesso em: 22 de abr. de 2008
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/> Acesso em: 23 abr 2008.
KUCEK, K.T. Otimização da transesterificação etílica de óleo de soja em meio
alcalino. Curitiba, 2004. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2004.
PINHAO MANSO. Pinhão manso: uma planta do futuro. Disponível em :
<http//www.pinhaomanso.com.br> Acesso em: 23 abr 2008.
SLUSZZ, T., MACHADO, J.A. D. Características das potenciais culturas de
matérias-primas do biodiesel e sua adoção pela agricultura familiar. Sociedade
Brasileira de Economia e Sociologia Rural. XLIV Congresso. Fortaleza, 2006.
TECBIO. Tendências para o biodiesel no Brasil. Tecnologias Bioenergéticas Ltda.
Disponível em:
<http://www.tecbio.com.br> Acesso em: 02 mai 2008.
YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2005.
7. A PERCEPÇÃO DOS MESTRANDOS EM ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA
FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) - CAMPUS PONTA
GROSSA - SOBRE A EXISTÊNCIA DE AMBIENTES DE
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
7.1 Introdução
O atual contexto organizacional é caracterizado pela mutação constante,
concorrência cada vez mais acirrada e a necessidade de as organizações buscarem
os mecanismos e ações mais adequadas para o alcance de maior competitividade.
Nessa perspectiva, o novo parâmetro para análise organizacional tem sido o
conhecimento, o qual pode ser gerenciado, buscando a sua adequação para a
estrutura, formas de funcionamento e as estratégias empresariais.
Este estudo pautou-se em responder a seguinte hipótese inicial: como facilitar
a emergência de contextos favoráveis ao processo de criação e compartilhamento
de conhecimento? Para responder à essa hipótese, os autores Nonaka e Takeuchi
(2002) enfatizam que as condições favoráveis para criação do conhecimento
organizacional passam pelo processo denominado SECI (Socialização,
Externalização, Combinação e Internalização) e necessitam de um contexto físico,
virtual e mental, que os japoneses denominam de Ba. A partir dele o conhecimento é
criado, compartilhado e utilizado.
Diante disso, o presente artigo tem por objetivo identificar os quatro tipos de
contextos (originating ba, dialoguing ba, systemizing ba e exercising ba) e apontar
seus benefícios para a criação e o compartilhamento de conhecimentos, através da
percepção dos mestrandos dos cursos de Engenharia de Produção da UTFPR,
campus Ponta Grossa, de acordo com a metodologia proposta por NONAKA,
TOYAMA E KONNO (2002). O artigo caracteriza-se como um estudo de caso, com a
utilização de técnicas qualitativas para coleta e análise dos dados.
Além dessa parte inicial, que contextualiza a Gestão do Conhecimento e a
necessidade da criação do conhecimento, são abordados no referencial teórico os
conceitos principais de Gestão do Conhecimento, o modelo SECI (socialização,
externalização, combinação e internalização) e os espaços de criação do
conhecimento Ba (Originating ba, Dialoguing ba Systemizing ba e Exercising ba).
Em seguida são explicitados os procedimentos metodológicos para coleta e análise
dos dados. Depois disso, são apresentados os resultados da pesquisa. E,
finalmente, são feitas as considerações finais, mencionando a necessidade da
realização de outros estudos para confirmar base conceitual e conhecer como, em
outros contextos organizacionais, são aplicados os mecanismos da Gestão do
Conhecimento.
7.1.1 Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento é um conceito que surgiu no final da década de
80, com o objetivo de promover (“gerenciar”) o conhecimento como um recurso
organizacional para obtenção de vantagem competitiva. É um tema que vem
ganhando espaço tanto no campo acadêmico quanto no organizacional, pois
transforma o conhecimento individual em conhecimento organizacional, inserindo-o
em produtos e serviços.
Existem várias formas de abordagens conceituais para a Gestão do
Conhecimento, com destaque para as seguintes:
x Abordagem de Wiig (1993), baseada nas práticas de exploração do
conhecimento e sua adequação a partir de práticas de gestão específicas.
x Abordagem de Leornard-Barton (1995), foco em atividades que envolvem: 1)
busca de soluções criativas, de forma compartilhada; 2) implementação e
integração de novas metodologias e ferramentas nos processos atuais; 3)
prática de experimentos, a partir de protótipos e projetos piloto para
desenvolvimento de competências; 4) importação e absorção de
metodologias e tecnologias externas.
x Abordagem de Nonaka e Takeuchi (1997), baseada na transformação do
conhecimento explícito em conhecimento tácito e vice-versa, a partir das
práticas de socialização (tácito p/ tácito), externalização (tácito p/ explícito),
combinação (explícito p/ explícito) e internalização (explícito p/ tácito).
x Abordagem de Barclay e Murray (1997), com ênfase em aspectos culturais e
de redefinição de processos.
x Abordagem de Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001), baseada nos
capacitadores do conhecimento: (1) instilar a visão do conhecimento; (2)
gerenciar conversas; (3) mobilizar os ativistas do conhecimento; (4) criar um
contexto adequado; (5) globalizar o conhecimento local. Além disso, os
autores explicitam a necessidade de haver solicitude entre as pessoas e
estratégias focadas para o conhecimento.
x Abordagem de Nonaka, Toyama e Konno (2002): ênfase nas condições
favoráveis para criação do conhecimento organizacional, essas condições
necessitam de um ambiente físico, virtual e mental, a que os japoneses
denominam Ba.
x Abordagem de Probst, Raub e Romhardt (2002): aplicação de gestão do
conhecimento com base na abordagem de “elementos construtivos”.
x Abordagem de Choo (2003), baseada na organização do conhecimento a
partir do uso estratégico da informação.
Este estudo envolve a identificação dos espaços organizacionais mais
adequadas para a Gestão do Conhecimento e, especificamente, capazes de criar e
potencializar o uso mais intensivo das informações e do conhecimento.
Deste modo, optou-se pela abordagem de Nonaka, Toyama e Konno (2002),
considerando que os autores exploram de forma mais específica os espaços e os
processos de criação do conhecimento.
7.1.2 O modelo SECI (Socialização, Externalização, Combinação e
Internalização)
O conhecimento organizacional é constituído por dois componentes
principais: as formas de interação do conhecimento e os níveis de criação do
conhecimento (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Essas formas de interação entre o
conhecimento tácito e conhecimento explícito e entre indivíduo e organização
resultarão em quatro processos de conversão que constituem o modelo SECI
(espiral do conhecimento), de acordo com a figura 1:
Diante dos dados observados é possível inferir que 100% dos respondentes
identificam os espaços de criação do conhecimento na UTFPR-PG, sendo que 32%
identificam algumas vezes, 50% freqüentemente e 17% sempre.
Alguns dos principais Ba identificados foram reuniões, confraternizações,
viagens e visitas, cursos, palestras etc.
O principal benefício apontado pela identificação dos Ba foi o
compartilhamento de informações e de conhecimentos entre os alunos. As
informações compartilhadas que mais trouxeram benefícios estão relacionadas à
criação e desenvolvimento de artigos, seminários, qualificação e defesa da
dissertação. Já a maior dificuldade em relação a sua identificação está no fato de
alguns Ba serem informais e/ou limitados a algum período de tempo e espaço.
Em relação à freqüência de tempo da utilização dos Ba identificados, o
quadro 3 apresenta os resultados.
Freqüência de tempo da utilização desses
espaços de criação do conhecimento TOTAL %
Nunca 4 7
Algumas vezes (1 vez por semana) 39 67
Freqüentemente (2 a 5 vezes por semana) 13 22
Sempre (todos os dias) 2 4
TOTAL 58 100,00
Fonte: Pesquisa de Campo
Quadro 3: freqüência de tempo da utilização dos Ba pelos alunos
Diante dos dados observados é possível inferir que 93% dos respondentes
utilizam algum dos Ba identificados na UTFPR-PG, sendo que 67% utilizam algumas
vezes (1 vez por semana), 22% freqüentemente (2 a 5 vezes por semana) e 4%
sempre (todos os dias).
No entanto, 7% dos alunos não utilizam esses espaços nenhuma vez por
semana. Entre os motivos relatados para a sua não utilização, estão os seguintes:
estar trabalhando e a empresa só liberar os espaços nos dias das aulas, residirem
em outras cidades e de acharem que os espaços não trazem informações
importantes para o seu interesse.
Os principais benefícios para os 93% dos alunos que afirmam estar usando
pelo menos uma vez na semana os Ba são: o contato direto com os alunos e
professores que ajudam a diminuir as dúvidas, aumentar as informações e
conseqüentemente o conhecimento.
Já o quadro 3 ilustra os dados obtidos sobre a formalização ou informalização
dos Ba no mestrado da UTFPR-PG.
Originating ba
TOTAL %
(Questão de múltipla escolha)
Confraternizações 28 36
Visitas à indústria 15 19
Demais encontros informais 36 45
Outros 0 0
TOTAL 79 100
Fonte: Pesquisa de Campo
Quadro 5: O Originating ba – socialização do conhecimento
Dialoguing ba
TOTAL %
(Questão de múltipla escolha)
Reuniões formais 36 63
Processo de tomada de decisão coletiva 0 0
Reuniões de planejamento 14 25
Outros 7 12
TOTAL 57 100
Fonte: Pesquisa de Campo
Quadro 6: O Dialoguing ba – externalização do conhecimento
Systemizing ba
TOTAL %
(Questão de múltipla escolha)
Comunicação Eletrônica 45 76
Documentos Formais 14 24
Sistema de Gestão Compartilhado 0 0
Outros 0 0
TOTAL 59 100,00
Fonte: Pesquisa de Campo
Quadro 7: Systemizing ba – combinação do conhecimento
Exercising ba
TOTAL %
(Questão de múltipla escolha)
Novos Conceitos 26 45
Novos Produtos e/ou novos serviços 0 0
Outras ações de aplicação do conhecimento 32 55
Outros 0 0
TOTAL 58 100,00
Fonte: Pesquisa de Campo
Quadro 8: Exercising ba – internalização do conhecimento
8.1 Introdução
A crise energética iniciada no país desde o apagão de 2001, e as
preocupações ambientais de caráter mundial, como o efeito estufa, o aquecimento
global, o desmatamento de áreas nativas, a extinção de algumas espécies de
animais e de plantas, o aumento da poluição ambiental, entre outras, levantaram a
necessidade de se desenvolverem fontes de energia renováveis, que resultem de
um processo limpo e sustentável.
A geração da energia elétrica através de fontes renováveis vem se
estabelecendo como uma alternativa cada vez mais importante, incorporando-se à
matriz energética brasileira. Essa tendência é percebida em trabalhos de
cenarização, que apontam a biomassa como uma das principais fontes de energia
do século XXI, capaz de fornecer energia elétrica, térmica e mecânica.
O potencial das fontes de energia renovável levou a um processo de inovação
tecnológica forte no setor agrícola. O tipo de inovação sofre variação de acordo com
as tecnologias empregadas no desenvolvimento de variedades de plantas ou nas
técnicas aplicadas à agricultura, como na mecanização, na adução, na semeadura,
no controle de pragas e na colheita, sendo um de seus objetivos a redução dos
impactos ambientais na produção destes cultivares.
O processo de cogeração de energia, combinando calor (energia térmica) e
potência (energia elétrica), a partir da biomassa, constitui tema de estudo em
diferentes centros de pesquisa do país. O CENBIO-USP/SP e NIPE-UNICAMP
centram suas pesquisas no capim como fonte de energia, considerando o seu alto
potencial energético e sua eficiência na fixação de CO2 atmosférico durante o
processo de fotossíntese.
Considerando o objetivo deste estudo, combinar a sustentabilidade, a
cogeração de energia limpa e renovável do capim brachiaria, analisaremos a
experiência inovadora de um complexo industrial do setor de bioenergia, localizado
no cerrado mato-grossense.
8.6 Metodologia
Para atingir o objetivo proposto deste estudo exploratório, foram realizadas,
além da revisão bibliográfica sobre o tema e a empresa pesquisada, entrevistas
semi-estruturadas com o gerente e o técnico responsáveis visando relatar a
experiência na produção da biomassa capim, nas variedades citadas, e as ações da
empresa, considerando suas responsabilidades na produção de energia
ambientalmente sustentável.
A escolha do caso em estudo é justificada pelas seguintes razões: é uma
empresa do setor de bioenergia, localizada no cerrado mato-grossense; utiliza fontes
renováveis para a geração de energia; está dentro de um contexto rico para o
estudo exploratório; permitiu livre acesso ao ambiente.
A entrevista semi-estruturada focou os seguintes aspectos: escolha da
biomassa; processo de produção da biomassa; características de transporte;
tecnologia utilizada no processo de produção, transporte e conversão da biomassa;
ações sustentáveis da empresa.
Os dados apresentados nas tabelas ilustram a situação das fontes de energia,
no Brasil e no mundo, e foram coletados do material pesquisado, em alguns casos
com adaptações para o contexto abordado, ilustrando as fontes de evidências,
sugeridas por Yin (2005), para se obter um bom estudo de caso, documentação,
registro em arquivos e entrevistas.
8.7.2 Resultados
A cogeração de energia pelo capim brachiaria brizantha - Xaraés MG5 reduz
a emissão de gases de efeito estufa, produzindo energia de uma forma
ambientalmente sustentável, devido a fatores, como: substituição da energia
disponível na rede elétrica, contribuindo para mitigar o uso dos recursos naturais
convencionais; redução da emissão de CO2, no ambiente, já que a queima da
biomassa é compensada pela absorção da biomassa no período de plantio; redução
do uso de fertilizantes convencionais, incorporando as cinzas, resíduos da
conversão de energia, ao solo, como parte do processo de adubação; preservação
das árvores do cerrado.
A empresa utiliza alternativas que favorecem o desenvolvimento sustentável,
convertidas em ações, considerando os seguintes princípios de sustentabilidade:
valorização do potencial agrícola da região, recuperação de terras desgastadas;
utilização de fontes de energia renovável, utilização de resíduos do processo
produtivo, reutilização da água das caldeiras, valorização do cultivo de plantio direto,
geração de novos empregos, recuperações das estradas, entre outras ações a
serem abordadas em futuros trabalhos.
8.8 Considerações Finais
O estudo realizado contribui para destacar o uso do capim brachiaria, fonte de
energia renovável, na cogeração de energia elétrica e térmica, como uma ação
inovadora quanto ao tipo de biomassa, por uma empresa do setor de bioenergia. A
inovação pode ser utilizada por outros setores localizados em regiões que viabilizem
o cultivo desta gramínea, com fins energéticos, como o cerrado mato-grossense.
A experiência apresentada combina medidas de eficiência energética,
considerando a oferta e a demanda. A possibilidade oferecida por uma fonte
renovável de energia, para utilização com fins industriais, compõe um cenário
energético ambientalmente sustentável.
Neste novo cenário, a redução ou mitigação na emissão de CO2 deve ser
considerada como uma alternativa para os impactos ambientais graves, gerados no
processo de queima da biomassa: o CO2 é absorvido pela gramínea, no processo de
plantio, mantendo sua concentração inalterada, quase que anulando seus efeitos ao
meio ambiente.
Dessa forma, a cogeração de energia pela biomassa, capim brachiaria,
apresenta-se como uma oportunidade para empresas que pretendam aumentar as
vantagens competitivas, contribuindo, de forma efetiva, para evitar danos ao meio
ambiente e destacando sua marca, por meio de ações ambientalmente corretas e
economicamente viáveis de cogeração de sua própria energia.
8.9 Referências
BRASIL, Brasília. Resolução Normativa N° 235, de 14 de novembro de 2006. Diário
Oficial de 22 de novembro de 2006.
BRASILA, MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Plano
Nacional de Agroenergia 2006-2011, Brasília, 2006.
BRASILB, MME (Ministério de Minas e Energia). Resenha Energética Brasileira:
Resultados Preliminares de 2007. Brasília, 2008.
CANAL D. Cogeração de energia em alta. Edição n° 21. Piracicaba, p. 8, 2007.
CARMEIS, D. W. Mapeamento de competências e infra-estrutura no setor de
energia. CGEE, Centro de Gestão de Estudos Estratégicos. Brasília, 2003.
COELHO, S. T. Mecanismos para implementação da cogeração de eletricidade a
partir de biomassa: um modelo para o estado de São Paulo. São Paulo, 1999. Tese
(Doutorado em energia) - Programa Interunidades de Pós-Graduação em
Energia.Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
COELHO, S.T., et al. Panorama do potencial de biomassa no Brasil. Brasília:
Dupligráfica, 2003.
EMBRAPA. Redução das emissões de gás carbônico através da produção de
bioenergia,utilizando o capim elefante. Seropédica, RJ, 2004. Disponível em :
<http//www.cnpab.embrapa.Br/pesquisas/folders/folder_capim_elefante.pdf> Acesso
em: 21 Abr. 2008.
GUARDABASSI, P. M. Sustentabilidade da biomassa como fonte de energia:
perspectivas para países em desenvolvimento. São Paulo, 2006. Dissertação
(Mestrado em Energia) – Programa Interunidades de Pós-Graduação em
Energia.Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
HALL, D. O., et al. Visão Geral de Energia e Biomassa. In ROSILLO-CALE, BAJAY
E ROTHMAN (org) Uso da Biomassa para Produção de Energia na Indústria
Brasileira. Campinas: Editora da UNICAMP, 2005.
IEA (International Energy Agency). World Energy Outlook. Published by IEA, Paris,
2004.
LAMUSSI, S. Termelétrica vai usar “capim-elefante”. Valor econômico, São Paulo,
mar 2008. n°. 112051. Disponível em
:<http//www.infoener.iee.usp.Br/infoener/hemeroteca/images/112051.htm >
Acesso em: 20 Abr. 2008.
MAZZARELLA,V. N. G. Capim Elefante com Fonte de Energia no Brasil: Realidade
Atual e Expectativas. Jornada Madeira Energética. Rio de Janeiro, 2007. P.Point.
NOGUEIRA, L. A. H., et al. Dendroenergia: fundamentos e aplicações. 2 ed. Rio de
Janeiro: Interciência, 2003.
ODDONE, D. C. Cogeração: uma alternativa para produção de eletricidade.
Dissertação (Mestrado em Energia) - Programa Interunidades de Pós-Graduação em
Energia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
OSAVA. M. Capim elefante, novo campeão em biomassa no Brasil. IPS, Rio de
Janeiro, out. 2007. Disponível em :
<http//www.biotecnologia.com.Br/bionoticias/noticias.asp?id=3502 >
Acesso em: 20 Abr. 2008.
PASCOTE, R. Viabilidade da introdução do biodiesel na matriz energética brasileira.
Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Engenharia de
Produção, Universidade Metodista de Piracicaba, Santa Bárbara d'Oeste, 2007.
SANTINI, G. A., et al. Inovações tecnológicas em cadeias agroindustriais: alguns
casos do segmento de processamento de carnes, leite e café no Brasil.
GEPROS/Gestão e Produção, Bauru, Ano 1, v, 3, p. 10-21, 2006.
SCHUMPETER, J. A. A teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação
sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural,
1982.
THORPE, T. W. A Brief Review of Wave Energy, no Worshop Análise Prospectiva
de Introdução de Tecnologias Alternativas de Energia no Brasil, COPPE – 2002
(Relatório Preliminar) MCT.
VELÁZQUEZ, S. M. S. G. A cogeração de energia no segmento de papel e celulose:
contribuição à matriz energética do Brasil. São Paulo, 2000. Dissertação (Mestrado
em Energia) - Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2000.
VILELA, H. Capim Elefante paraíso na bioenergia. Carbono Brasil. Disponível em:
<http//www.carbonobrasil.com/images/documentos/capim.doc> Acesso em: 20 Abr.
2008.
WILTSEE, G.A. Lessons learned from existing biomass power plants. California,
BIOMASS, A GROWTH OPPORTUNITY IN GREEN ENERGY AND VALUE-ADDED
PRODUCTS. Proceedings of the 4th Biomass Conference of the Americas, 1999.
WWF-Brasil. Agenda elétrica sustentável 2020: estudo de cenários para um setor
elétrico brasileiro eficiente, seguro e competitivo. 2. ed., Brasília, 2007 .
YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2005.
9. PERFIL INTRAEMPREENDEDOR DAS LIDERANÇAS
EMPRESARIAIS EM AGLOMERADOS PRODUTIVOS: UMA
ANÁLISE NO SETOR DE MÓVEIS DE METAL E SISTEMA
DE ARMAZENAGEM E LOGÍSTICA DE PONTA GROSSA-
PR
9.1 Introdução
O aumento da produtividade, da qualidade e da diferenciação ou inovação de
valor na produção de bens e serviços tornaram-se premissas fundamentais com a
abertura dos mercados. O acirramento da competitividade é fenômeno
compartilhado pelas economias dos países, em especial as chamadas economias
emergentes. Portanto, a competitividade ampliou-se de forma irrestrita à inserção
num contexto econômico cada vez mais globalizado, expondo setores e regiões à
forte concorrência por fatias de mercado, não apenas o interno, mas também
externo (LAGES; TONHOLO, 2006).
Em vista dessa conjuntura, muitos países estão dinamizando e articulando
parte de sua política industrial em aglomerações produtivas. Esses modelos
econômicos apresentam, a princípio, uma possibilidade em impulsionar pequenas e
médias empresas, tornando-as mais competitivas nos mercados, quando se
propõem a agirem de maneira coordenada e articulada. Para tanto, percebe-se a
necessidade de que internamente essas empresas busquem desenvolver
competências e capacidades gerenciais, fundamentais para que possam agir de
maneira integrada e em rede.
O estímulo ao empreendedorismo interno (intraempreendedorismo) possibilita
que as empresas sejam mais dinâmicas em seus processos, produtos e serviços,
assim como impulsiona o ambiente empresarial a ser mais estimulante, impelindo-o
à inovação, criatividade, abertura à mudança, expansão de mercados, assumindo
riscos e impulsionando a prática do networking, dentro e fora das empresas
(DORNELAS, 2007). Para Pinchot e Pellman (2004), o intraempreendedorismo é o
uso pela empresa do talento criativo dos líderes e colaboradores para
desenvolverem produtos e serviços inovadores. Chiavenato (2005) afirma que isso
acontece através de uma coleção de competências. Portanto, nas aglomerações
produtivas, esses aspectos intraempreendedores são desafiados à prática a cada
momento através de uma liderança holística e sistêmica.
Desta forma, o fomento da gestão da produção de maneira cooperativa é
essencial. Possibilita dinamizar a relação entre gestão, cooperação e
competitividade, de maneira a assegurar o crescimento da empresa e sua
contribuição para a sustentabilidade regional, derivada da agilidade empreendedora
(BASTOS, 2006). É claro que muito disso dependerá da qualidade das lideranças
empresariais e de sua equipe de colaboradores em relação à competitividade das
empresas.
Este artigo se propõe a uma análise das condições ambientais para o
desenvolvimento do perfil intraempreendedor das lideranças empresariais em
aglomerações produtivas, sendo campo de estudo o Setor de Móveis de Metal e
Sistema de Armazenagem e Logística de Ponta Grossa-PR. Utilizou-se então, para
tal, uma proposta metodológica através da qual se analisaram aspectos de
competitividade, tais como inovação, cooperação, estratégia de mercado, interação
com clientes e fornecedores, qualificação da mão-de-obra, comunicação interna,
normatização, liderança (externa e interna às empresas) e resiliência organizacional.
Neste artigo, a ênfase no intraempreendedorismo estará sendo norteada por esses
atributos. Sendo assim, percebe-se que aproveitar todas as oportunidades
estratégicas para se posicionar com mais eficiência e eficácia nos mercados flexíveis
e arrojados do mundo global é questão de sustentabilidade diante dos embates
vivenciados nas aglomerações empresariais.
Intervalo Características
A empresa já possui uma liderança intraempreendedora, pois as características
comuns do empreendedorismo corporativo (intraempreendedorismo) aplicadas à
69 a 92
gestão em empresas que compõem aglomerações produtivas estão inseridas no
ambiente empresarial. Logo, tem tudo para se diferenciar como empresa.
A empresa possui líderes com características de lideranças intraempreendedoras,
46 a 68
porém deve melhorar ainda mais, equilibrando os pontos fracos com os fortes.
A empresa não possui liderança intraempreendedora. Precisa urgentemente
Menos de 46
reavaliar suas estratégias de liderança empresarial em aglomerados produtivos.
Fontes: os autores, dados da pesquisa (2008)
Tabela 2 – Intervalo de Pontos: características do perfil intraempreendedor dos líderes por empresa
Intervalo Características
O setor já é intraempreendedor, pois seus líderes possuem as características
1035 a 1380 comuns do empreendedorismo corporativo ou intraempreendedorismo, aplicadas a
aglomerações produtivas.
O setor apresenta características intraempreendedoras, pois possui líderes com
690 a 1034
pontos fortes e outros deficientes em termos de perfis intraempreendedores. Deve,
porém, fortalecer cada vez mais suas fragilidades na gestão empresarial para
poder aproveitar as oportunidades de se tornar um Arranjo Produtivo Local (APL)
competitivo.
O setor não é intraempreendedor, pois seus líderes (todos ou a maioria) não são
intraempreendedores. Se continuarem assim, não aproveitarão os recursos e apoio
Menos de 690 que os APLs proporcionam, impossibilitando as empresas de crescerem
econômica, social e regionalmente de maneira integrada e em rede.nos mercados
flexíveis e arrojados do mundo global.
Fonte: os autores, dados da pesquisa (2008)
Tabela 4 – Intervalo de Pontos: características do perfil intraempreendedor das lideranças do setor
geral
Total de empresas que possui Total de empresas que Empresas que possuem
líderes com características possui líderes com a líderes com insuficientes
intraempreendedoras maioria das características características
essenciais intraempreendedoras Intraempreendedoras
01 empresa 05 empresas 09 empresas
Fonte: Os autores,dados da pesquisa (2008)
Tabela 7 – Perfil Intraempreendedor das empresas do setor
9.6 Conclusão
O presente artigo estabelece a importância do intraempreendedorismo como
um fator de competitividade na gestão empresarial em aglomerações produtivas e
evidencia as constatações de que investir no desenvolvimento desses aspectos é
questão fundamental. A maior competitividade empresarial atualmente se encontra
no potencial humano: qualificado, motivado, aberto à mudança, comprometido,
criativo, com habilidades de relacionamento interpessoal, visão estratégica, holística
e sistêmica, foco em resultados; liderança, proativo, resiliente, dentre outros, e isso
engloba a liderança e seus colaboradores no ambiente empresarial.
O setor analisado, conforme metodologia aplicada, apresentou um perfil ,
segundo o qual a maioria das empresas (09) não possui lideranças
intraempreendedoras. Atributos como resiliência organizacional, inovação e
liderança interna apresentaram os maiores índices, apesar de, conforme revisão de
literatura, todos necessitarem de aprimoramentos substanciais. Entretanto, atributos
com índices incipientes como cooperação, normatização, interação com
fornecedores, foco nos clientes, comunicação interna e, principalmente, qualificação
da mão-de-obra necessitam de ações estruturantes mais agressivas para que
possam se desenvolver com mais competitividade.
Percebeu-se também que, no perfil intraempreendedor do setor, apesar de,
em termos proporcionais, este ser um dos maiores aglomerados de empresas em
beneficiamento de aço no Brasil e presença no mercado há quase duas décadas
para a maioria das empresas, está faltando mais visão holística e sistêmica, dentre
outros fatores, por parte das lideranças empresariais.
Nos desafios competitivos dos APLs, alcançar a competitividade é formular
estratégias concorrências duradouras e sustentáveis. Através da inserção de
características intraempreendedoras nos aglomerados produtivos, pode-se auxiliar,
modificar ou controlar as fragilidades internas das empresas, impulsionando-as a
serem mais dinâmicas, ganhando espaço cada vez maior nos mercados.
9.7 Referências
BASTOS, J. B. F. Como superar obstáculos à inovação. In: LAGES, V; TONHOLO,
J. (Org.). Desafios de competitividade em arranjos produtivos locais: ANPROTEC:
Brasília, 2006.
CAMARGO, D. Aprendendo a competir lá fora. Revista Exame, Ano 41, n.9, p.32-36,
maio, 2007.
CASAROTTO F, N. & PIRES, L. H. Redes de Pequenas e Médias Empresas e
Desenvolvimento Local. São Paulo: Atlas, 2001.
CHIAVENATO, I. Gerenciando com as Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
DAVID, D; H. Intraempreendedorismo social: perspectivas para o desenvolvimento
social nas organizações. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). UFSC ,
Florianópolis, 2004.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor,
inovar e se diferenciar na sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
______. Empreendedorismo na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
DRUCKER, P. Inovação e espírito empreendedor. Pioneira Thomson Learning,
2005.
FILION, L. J. Entendendo os intraempreendedores como visionistas. Revista
Negócios. v. 9, n.2, p. 65-80, abril/junho de 2004.
FONSÊCA, F.; MELLO, S; PAIVA, F. e FERNANDEZ, N. Competências
Empreendedora como Atributos Geradores de Valor: Um Estudo de Caso no Setor
de Base Tecnológica. XXVI ENEGEP. Anais... Fortaleza. Brasil, outubro de 2006.
FRANÇA, P. Normalizar para Garantir a Competitividade. Revista Banas Qualidade,
Ano XVI, n.17, p. 52, Fevereiro, 2007.
FRIEDMAN, S; CHISTESEN, P. & DEGROOT, J. Work and life balance: the of the
zero-sum game. Harvard Business Review, nov./dez 1998.
GARCIA, R. Economias externas e vantagens competitivas dos produtores em
sistemas locais de produção: as visões de Marshall, Krugman e Porter. Revista
Ensaios FEE, v.27, n.2. 2006.
GROTBERG, H. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre:
Artmed, 2005.
HASHIMOTO, M. Espírito empreendedor nas organizações: aumentando a
competitividade através do intra-empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2007.
HOOVER, J. & VALENTI, A. Liderança compartilhada. São Paulo: Futura, 2006.
HUNTER,C. J. Como se Tornar um Líder Servidor. Rio de Janeiro: Sextame, 2006.
KIM, W. C. & MAUBORGNE, R. A Estratatégia do Oceano Azul: como criar
mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro : Elsevier, 2005.
KRUGMAN, P. What’s new about the New Economic Geography? Orford review of
economic policy, v. 14, n. 2, 1998.
LAGES, V.; TONHOLO, J. e BASTOS, J. B. F. Desafios da competitividade em
arranjos produtivos locais. In: LAGES, V.; TONHOLO, J. (Org.). Desafios de
competitividade em arranjos produtivos locais: ANPROTEC: Brasília, 2006.
MAXIMIANO, A. C. Administração para empreendedores. São Paulo: Pearson
Pentice Hall, 2006.
MOELLER, J. E. A Resiliência no perfil do empreendedor catarinense, a partir da
aplicação das cinco características identificadas pó Darly R. Conner. (Dissertação de
Mestrado em Engenharia de Produção).UFCS, Florianópolis, 2002.
PAGANI, N. R. Móveis de metal e sistemas de armazenagem e logística: Análise do
Setor na Região dos Campos Gerais e Perspectivas para a Estruturação de uma
APL. (Mestrado em Engenharia de Produção).UTFPR, Ponta Grossa, 2006.
PINCHOT, G e PELLMAN, R. Intra-Empreendedorismo na prática: um guia de
inovação. 2ª ed. São Paulo: Campus, 2004.
PORTER, M. E. Cluster and competitiveness: findings from the cluster mapping
project. In: Corporate Strategies for the digital economy. Sloan Industry Centers.
Cambridge, April 12, 2001.
QUIN, R. et al.. Competências gerenciais: princípios e aplicações. Tradução Cristina
de Assis Serra. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
RAMACCIOTTI, L. et al. Desafios da competitividade em arranjos produtivos locais.
In: LAGES, V; TONHOLO, J. (Org.). Incubadoras, parques tecnológicos e arranjos
produtivos locais: diferenciais competitivos para as micro e pequenas empresas na
Bahia: ANPROTEC: Brasília, 2006.
REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. Barueri. São Paulo:Manole, 2004.
SCHMITZ, H. Collective efficiency and increasing returns. IDS Working paper no. 50.
Institute of Development Studies. University of Sussex, Brighton. March, 1998.
SILVA, E.L; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. 4ª ed. Revisada e atualizada, 138p. Florianópolis: Laboratório de ensino
à distância da UFSC, 2005.
SKORA, C.M. Endomarketing: a importância da comunicação interna. Disponível
em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/endomarketing_a_importancia_da_comu
nicacao_interna/12433/>. Acesso em: 30 de abril de 2008.
SOUZA, C. Clientividade: a chave para aumentar a competitividade. Disponível em:
<http://www.cesarsouza.com/form-art-clientividade-RESP.asp>. Acesso em: 30 de
abril de 2008.
10. SELEÇÃO DE TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO PARA
PROCESSO DE ARMAZENAGEM ATRAVÉS DO MÉTODO
DE ANÁLISE HIERÁRQUICA
10.1 Introdução
Atualmente, estão entre as atividades mais rentáveis a agricultura e a
agroindústria nacionais, em cujos segmentos se destaca a soja como a cultura de
maior importância econômica. Em um contexto histórico, deste a década de 1970
quando a soja passou a ter importância para o Brasil, até o ano de 2007 houve um
crescimento da produção, segundo Dall’agnoll et al (2007, p. 03) “superior a 55
milhões de toneladas”. Consonante a isso, a Companhia Nacional de Abastecimento
- CONAB (2007, p. 06) prevê que “a safra entre os anos de 2007 e 2008 pode
ultrapassar 60 milhões de toneladas”.
O complexo agroindustrial da soja brasileira provê muitos benefícios ao longo
de sua cadeia produtiva, desde a plantação até o beneficiamento, contribuindo para
a movimentação da economia do país e garantindo o sustento de centenas de
milhares de pessoas.
Tecnologia, conhecimento e inovação são apontadas como responsáveis por
este crescimento histórico da produção de aproximadamente 260 vezes em quatro
décadas. Porém tal avanço não se refere somente à forma de plantio ou melhorias
na qualidade da semente, entre outros avanços específicos na cultura da soja, mas
também diz respeito à mecanização e posterior automação dos maquinários e
equipamentos empregados em atividades de armazenagem e beneficiamento de
grãos de soja.
A utilização de equipamentos mecanizados e automatizados nesta cadeia
produtiva conduz para a necessidade de execução de tarefas atribuídas à função
manutenção, devido principalmente a dois fatores: aumento da complexidade dos
equipamentos e necessidade por disponibilidade e confiabilidade nos longos
períodos de tempo nos quais transcorrem as safras.
Nas unidades agroindustriais designadas ao acondicionamento da soja,
principalmente naquelas ligadas ao produtor rural, a gestão e organização da
manutenção são praticamente inexistentes, refletidas na ausência de controle e na
utilização de apenas uma única técnica de manutenção, a corretiva. Entretanto,
apesar da carência na organização e gestão da função manutenção, é necessário
considerar, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA
(2007), que os custos de manutenção figuram entre os mais onerosos para as
pequenas e médias unidades agroindustriais de armazenagem bem como para o
produtor rural que certamente contribui para o pagamento desta conta.
Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo a seleção das técnicas
de manutenção adequadas para cada sistema ou etapa do processo de
armazenagem, desencadeando um processo para gestão e organização da
manutenção, que, sobretudo, é necessário. Tal seleção toma como base as
características específicas dos sistemas, expressas por descrições e parâmetros
selecionados a partir de observações e da literatura. É necessário atentar que o
estudo ora apresentado não pretende apontar que em determinado sistema haja
controle de temperatura ou vibração, mas decidir qual técnica possui melhor
aplicação em cada um dos sistemas. A ferramenta utilizada para o cumprimento do
objetivo é o Método de Análise Hierárquica – MAH, que foi utilizado em trabalhos
importantes da área industrial nos últimos anos, em ambientes onde se faz
necessária a tomada de decisão em situações complexas, como é de costume na
manutenção industrial, além de aplicado com sucesso em outras áreas do
conhecimento, auxiliando pesquisadores em suas decisões.
OBJETIVO
SEGURANÇA
PROUTIVIDADE
QUALIDADE
RECEBIMENTO
FREQUÊNCIA DO PROBLEMA
TAXA DE OCUPAÇÃO
MANTENABILIDADE
SEGURANÇA
PRODUTIVIDADE
QUALIDADE
LIMPEZA
FREQUÊNCIA DO PROBLEMA
MANUTENÇÃO
CORRETIVA
TAXA DE OCUPAÇÃO
MANTENABILIDADE
SEGURANÇA
MANUTENÇÃO
PRODUTIVIDADE PREVENTIVA
SEGURANÇA
PRODUTIVIDADE
MANUTENÇÃO
PREDITIVA
QUALIDADE
ENSILAGEM
FREQUÊNCIA DO PROBLEMA
TAXA DE OCUPAÇÃO
MANTENABILIDADE
SEGURANÇA
PRODUTIVIDADE
QUALIDADE
CARREGAMENTO
FREQUÊNCIA DO PROBLEMA
TAXA DE OCUPAÇÃO
MANTENABILIDADE
CLASSIFICAÇÃO DA SOJA
RECEBIMENTO
NÃO
SOJA ESTÁ
LIMPEZA LIMPA?
SIM
NÃO
SOJA ESTÁ
SECA? SECAGEM
SIM
ENSILAGEM
LEITURA DE
TEMPERATURA
SIM
TEMPERATURA
CARREGAMENTO DENTRO DOS
LIMITES?
NÃO
FIM DO PROCESSO
AERAÇÃO
SIM
TEMPERATURA
DENTRO DOS
LIMITES?
NÃO
TRANSILAGEM
10.4 Resultados
Depois de explicitados na hierarquia do processo de armazenagem o objetivo
principal, objetivos intermediários, parâmetros e alternativas, foram realizadas as
comparações através da escala proposta por Saaty (1991) que foi representada
anteriormente no quadro 1. Sobretudo se procurou observar a importância de cada
parâmetro para os respectivos objetivos intermediários (sistemas do processo de
armazenagem), no que diz respeito à manutenção, bem como o desempenho de
cada alternativa (técnicas de manutenção) em relação aos parâmetros. Assim, foram
estruturadas as matrizes de comparação, como exemplifica a figura 4 abaixo,
referente aos julgamentos do sistema de ensilagem.
1 7 1 5 1/ 3 3
1/ 7 1 1/ 7 1/ 3 1/ 9 1 / 5
1 7 1 5 1/ 3 3
Ensilagem
1/ 5 3 1/ 5 1 1/ 7 1/ 3
3 9 3 7 1 5
1/ 3 5 1/ 3 3 1/ 5 1
Figura 4 – Matriz de comparação para o sistema de ensilagem.
Fonte: Autores.
10.5 Conclusão
É evidente a necessidade de prosseguir nesta pesquisa enfatizando
diferentes equipamentos de cada sistema para apontar uma técnica de manutenção
a cada componente, segundo suas características e necessidades ou, ainda, utilizar
novos parâmetros, reformulá-los, substituí-los, agregar outras técnicas de
manutenção e tendências relativas à função manutenção, mediante uso do Método
de Análise Hierárquica.
O trabalho ora apresentado contribuiu para desencadear a organização e
gestão da manutenção do processo de armazenagem de soja através da seleção de
técnicas adequadas para cada sistema do referido processo. Esta pesquisa
provocou instabilidade nas pessoas integrantes unidade de armazenagem onde foi
realizada, impelindo-as na busca por novas informações, gerando questionamentos
sobre planejamento e programação e manutenção, gestão de sobressalentes, bem
como outras atividades relacionadas à função manutenção.
10.6 Referências
BEVILACQUA, M.; BRAGLIA, M. The analytic hierarchy process applied to
maintenance strategy selection. Reliability Engineering and System Safety, n. 70, p.
71-83, 2000.
CHOLASUKE, C.; BHARDWA, R.; ANTONY, J. The status of maintenance
management in UK manufacturing organizations: results from a pilot survey. Journal
of Quality in Maintenance Engineering, v 10, n. 1, p. 5-15, 2004.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Acompanhamento da
safra brasileira grãos – intenção e plantio segundo levantamento de novembro de
2007. Brasília: CONAB, 2007. Disponível em: <http//:www.conab.gov.br>. Acesso:
Novembro de 2007.
DALL’AGNOL, A. et al. O complexo agroindustrial da soja brasileira. Londrina:
EMBRAPA, 2007. (Circular Técnica n.43). Disponível em:
<http//:www.embrapa.gov.br>. Acesso em: Novembro de 2007.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. A soja
no Brasil. Londrina: EMBRAPA, 2007. Disponível em:
<http//:www.cnpso.embrapa.br/index>. Acesso em: Novembro de 2007.
GARG, A; DESHMUKH, S. G. Maintenance management: literature review and
directions. Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 12, n. 3, p. 205-238,
2006.
JONSSON, P. The status of maintenance management in Swedish manufacturing
firms. Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 3, n. 4, p. 233-258, 1997.
KARDEC, A.; FLORES, J. F.; SEIXAS, E. Gestão estratégica e indicadores de
desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 120 p.
LUFT, C. P. Dicionário da língua portuguesa. 20. ed. São Paulo: Ática, 2000.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Atlas, 2000. 546 p.
PINTO, A. K.; XAVIER, J. A. N. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2000. 341p.
RIBEIRO, A. C.; COSTA, H. G. Emprego do Método de Análise Hierárquica (AHP)
na distribuição de custos indiretos: Uma proposta para a pequena e média empresa.
In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19, 1999, Rio de
Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABEPRO, 1999.
SAATY, T. L. Método de Análise Hierárquica. Rio de Janeiro: Makron Books, 1991.
TAVARES, L. A. Excelência na Manutenção: Estratégias para Otimização e
Gerenciamento. Salvador: Casa da Qualidade, 1996.
TRIANTAPHYLLOU, E. et al. Determining the most important criteria in maintenance
decision making. Journal of Quality in Maintenance Engineering, v. 8, n. 1, p. 16-24,
1997.
TSANG, A. H. C. Strategic dimensions of maintenance management. Journal of
Quality in Maintenance Engineering, v. 8, n. 1, p. 7-39, 2002.
VAIDYA, O. S.; KUMAR, S. Analytic hierarchy process: An overview of applications.
European Journal of Operational Research, v. 169, p. 1-29, 2006.
VIANA, H. R. G. PCM: Planejamentos e Controle de Manutenção. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2002. 192p.