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ENE – 169030

Laboratório de Circuitos Elétricos

Experimento 4: Circuitos de Primeira e Segunda Ordens


Instruções
As atividades apresentam nomenclaturas específicas e devem ser usadas no relatório para
facilitar a correção: T2a indica o item a da atividade 2 de perfil teórico, A3b segue a mesma
lógica para uma análise/resposta a uma pergunta, e E3c refere-se a uma atividade experimental.
A folha com a tabela de resultados pode ser anexada a seu relatório (um único PDF) que deve
seguir a nomenclatura indicada no plano de ensino (ex.:
“LCE_TB_Exp5_JoaoSaldanha_Rel.pdf”), assim como todos os arquivos de simulação (ex.:
“LCE_TA_Exp2_MarioLobo_At3.tsc”). Todos os arquivos devem ser enviados como um único
arquivo .zip ou .rar com nomenclatura específica (ex. “LCE_TA_Exp5_AnaSilva.rar”).
Para o relatório, faça prints dos diferentes esquemáticos solicitados ao longo do roteiro, com os
respectivos valores no instrumento de medida utilizado (multímetro, osciloscópio, analisador de
espectro – Bode, etc.).
Não esqueça de fazer conclusões gerais ao final do relatório.

Plataforma Utilizada: Tina-TI baseado em Spice


 Busque utilizar blocos e ferramentas típicas de laboratório como multímetro, gerador de
funções e osciloscópio.

Cálculos teóricos
Apresente os cálculos com as deduções dos itens de cada atividade:
At2: T2a-c.
At3: T3a-b.
At4: T4a.

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Apoio Teórico
Capacitor e Indutor
O capacitor é um elemento que armazena carga elétrica. No caso linear, a carga armazenada
é diretamente proporcional a tensão entre seus terminais. Assim:
dq dV C
q=CV C ⇔i= =C
dt dt (1)
O indutor é um elemento que armazena fluxo magnético. No caso linear, o fluxo
armazenado é diretamente proporcional a corrente que atravessa o indutor. Assim:
dφ di
φ=Li⇔V L= =L
dt dt (2)
Como a corrente no capacitor depende da taxa de variação da tensão no mesmo, este
elemento terá respostas diferentes dependendo da tensão ou corrente aplicadas. O mesmo acontece
com o indutor. Os circuitos que possuem estes elementos têm um comportamento dinâmico que
dependerá das excitações dos mesmos.
Circuitos de Primeira Ordem
Os circuitos de primeira ordem são circuitos que possuem um elemento armazenador de
energia, ou um elemento equivalente que possa representar um conjunto destes elementos. Este
elemento pode ser um capacitor ou indutor. Este elemento terá um efeito direto no comportamento
dinâmico do circuito, ou seja, na sua resposta temporal. Como o circuito tem apenas um elemento
armazenador de energia, podemos utilizar o Teorema de Thévenin para descrever um circuito de
primeira ordem genérico, conforme pode ser visto na Figura T.1.

Figura T.1
(a) Circuito RC (Resistor-Capacitor) (b) Circuito RL (Resistor-Indutor)

A obtenção do comportamento dinâmico destes circuitos passa pela resolução de uma


equação diferencial de primeira ordem. No caso do Circuito RC, temos que escrever a equação da
tensão do capacitor (pois V C é a variável de saída) em conjunto com a equação (1) afim de se

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encontrar a equação diferencial em termos de tensão. Já no caso do circuito RL, a equação


diferencial descreverá a corrente no indutor I L. Para isso, escrevemos a equação da tensão no
indutor, substituindo V L pela equação (2).
Estes circuitos terão respostas que dependem da excitação V s ( t). Neste experimento,
estamos interessados na excitação do tipo degrau de tensão:
V a t< 0
V S (t)=
{
V b t> 0
(3)
Essas equações diferenciais lineares de primeira ordem podem ser resolvidas usando o fator
de integração e∫ P dt . Primeiro, a equação é reescrita em função da variável de saída da forma
seguinte:
d
y ( t ) + P y ( t )=Q (4)
dt
em que P e Q são constantes para uma excitação degrau. Para a solução considere V s ( t )=V b e
V C ( t=0 )=V a (para o circuito da Figura T.1(a)) e I L ( t=0 )=V a / R (para o circuito da Figura T.1(b)).
A variável de saída é resolvida usando:

y (t)=
∫ ( Qe∫ P dt ) dt + K ( 5 )
e∫ P dt
O valor de K é encontrado no final ao se testar o valor inicial y (t=0). Ambas as soluções (
V C (t ) e I L (t)) são apresentadas em função de e−t / τ , em que a constante de tempo τ indica a
velocidade de carregamento/descarregamento do circuito e τ =RC para o circuito da Figura T.1(a) e
τ =L/ R para o circuito da Figura T.1(b).
Circuitos de Segunda Ordem
Os circuitos de primeira ordem são circuitos que possuem dois elementos armazenadores de
energia que não podem ser representados por um único elemento equivalente. Apesar de existirem
um conjunto bem diverso de topologias que pode constituir um circuito de segunda ordem, neste
experimento vamos nos concentrar no circuito RLC (Resistor-Indutor-Capacitor) série mostrado na
Figura T.2.

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Figura T.2 – Circuito Resistor-Indutor-Capacitor (RLC)


A obtenção do comportamento dinâmico destes circuitos passa pela resolução de uma
equação diferencial de segunda ordem. A equação em função de V C pode ser encontrada usando:
dV C
di d2 V
V S ( t ) −Ri=V L +V C i=C =LC 2 C
V L= L
dt dt dt
2 2
dV C d V d V R dV C 1 1
V S ( t ) −RC =LC 2 C +V C ⇒ 2 C + + V C= V (t )
dt dt dt L dt LC LC S (6)
A resposta dinâmica irá depender dos valores da resistência, capacitância e indutância. Para
tornar a solução genérica, vamos parametrizar a equação em função dos elementos de circuito.
Sejam:

1 1 C
ω 0=
√ LC
ζ=
2Q
=R
L √ (7)
Nesta parametrização, 0 é chamada de frequência de ressonância (rad/s),  é chamada de
constante de amortecimento e Q é chamado de fator de qualidade.
Assim, a equação diferencial de segunda ordem (6) é reescrita como:
d2 V C dV d 2 V C ω0 dV C 2
2
+2 ζω0 C + ω20 V C =ω20 V S ( t ) 2
+ +ω 0 V C =ω 20 V S ( t )
dt dt dt Q dt (13)
Considerando a excitação descrita em (3), a solução genérica do circuito é dada por:
V b −V a λ1 t λ2t
V C (t )=V b −
λ2 −λ1
[λ e
2 −λ1 e ]
(14)
Aonde os valores de 1 e 2 são obtidos da teoria de equações diferenciais ordinárias e dados
por:

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λ1 =−ω 0 [ ζ + √ ζ 2−1 ] λ2 =−ω 0 [ ζ −√ ζ 2 −1 ]


ω ω
λ1 =− 0 [ 1+ √ 1− (2 Q )2 ] λ2 =− 0 [ 1−√ 1−( 2Q )2 ]
Q Q (15)
Podemos observar que dependendo do valor de , a resposta temporal será diferente. Os
casos de interesse são:
 >1:
V b −V a
V C (t )=V b −
2√ 2
ζ −1
[ − [ ζ− √ ζ −1 ] e
( 2 −ω0 [ ζ + √ ζ 2 −1 ] t
) [ (−ω [ ζ −√ζ 2 −1 ]) t
+ ζ + √ ζ 2 −1 ] e 0 ]
(16)
 =1:
−ω 0 t
V C ( t )=V b −( V b −V a ) [ 1−ω0 t ] e (17)
 <1:
V b −V a ζ
V C (t )=V b −
√1−ζ 2
e
−ω 0 ζt

(
cos [ ω 0 √ 1−ζ 2 ] t−arctan
[ √ ])
1−ζ
2

(18)
Portanto, as respostas serão diferentes dependendo dos valores de R, L e C. A solução de
regime permanente é a mesma em todos os casos (V C (t)=V b), mas a atenuação é dependente dos
valores de 1 e 2. E, naturalmente, o máximo de tensão será diferente dependendo do valor de .
Isto pode ser confirmado tanto graficamente, como calculando o máximo da função de tensão V C (t )
.
Efeito da Resistência da Fonte
Os cálculos realizados para o circuito de primeira e segunda ordem, assumem que a
resistência interna da fonte é muito pequena em relação aos valores das resistências dos circuitos.
Naturalmente, esta análise depende dos valores das resistências do circuito e da resistência da fonte.
Em geral, os geradores de função utilizados em laboratório em a resistência interna de 50 . Se as
resistências do circuito forem desta ordem, então é necessário levar em consideração o efeito desta
resistência. Isto quer dizer que ao verificarmos a saída da fonte, temos de levar em consideração que
estamos vendo a saída da fonte incluindo o efeito da resistência interna. Neste experimento em
ambiente de simulação a resistência interna será nula.

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Procedimento Experimental
1. Utilizando o arquivo de Parâmetros do Experimento por Bancada identifique os parâmetros do
circuito que você irá utilizar neste experimento.
Com o resistor e o capacitor, monte no TINA o circuito mostrado na figura abaixo. Utilize
<Voltage Generator> como fonte de tensão de resistência interna nula, e conecte um voltímetro
nos terminais da fonte e outro nos do capacitor. Configure o gerador com uma onda quadrada de
Vpp, com offset Voff e frequência f0.

Figura F.1 - Circuito RC (Resistor-Capacitor)

2. Abra o osciloscópio em T&M. Observe os sinais ativando <RUN> na aba storage. Na aba
channel selecione os canais disponíveis, utilize as opções DC Coupling e as escalas de tempo e
tensão apropriadas, individualmente para cada canal.
Selecione <Normal> em Trigger (seguido de <RUN>).
Para medições de tempo e voltagem, ative em cursor o botão <ON> para cada curva
individualmente. Use setas horizontais para localizar o ponto de medida, sendo o eixo X medido
em segundos e o eixo Y em Volts.

Faça prints de todo o conjunto (Fig. 1) e explique a função dos seguintes recursos do
osciloscópio:

T2a) Trigger;

T2b) Mode Y/X e curvas de Lissajous;

T2c) Coupling DC ou AC.

3. Grave as curvas (Fig. 2), meça a tensão no capacitor anotando os valores para os instantes
selecionados e preencha a tabela P.1. Lembre-se que para este item do experimento =R1C.

T3a) Encontre a equação diferencial de primeira ordem referente ao circuito;

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T3b) Resolva a equação e encontre a tensão no capacitor em função do tempo t , de τ , e das


tensões máximas e mínimas do sinal da fonte.

A3a) Explique o que está acontecendo neste circuito.

4. Observe o circuito mostrado na Figura F.2.

A equação diferencial de segunda ordem referente ao circuito pode ser parametrizada em função
1 C
da frequência de ressonância ω 0=
√ LC
e da constante de amortecimento ζ =R
valor do resistor R1, calcule as grandezas da tabela P.2.
L √
. Considerando o

T4a) Encontre a expressão da corrente no circuito em função de ω 0 para =1.

Figura F.2 – Circuito Resistor-Indutor-Capacitor (RLC)

Monte o circuito mostrado na


Figura F.2. Serão duas montagens, uma com o resistor R1 (maior valor) e outra com o resistor R 2
(menor valor). Faça um print do esquema (Fig. 3).

5. Configure a fonte com uma onda quadrada de V pp, offset Voff e frequência de f1. Utilize as
opções DC Coupling e as escalas de tempo e tensão apropriadas. Na montagem com o resistor
de maior valor R1, grave a curva (Fig. 4) e meça a tensão no capacitor anotando os valores para
os instantes selecionados e preencha a tabela P.3. Os valores calculados são obtidos de seus
cálculos teóricos para ζ >1 .
6. Configure a onda quadrada para a frequência de f2 e o circuito com o resistor de menor valor R2.
Calcule as grandezas da tabela P.4, grave a curva (Fig. 5) e meça a tensão na saída para os
instantes selecionados e preencha a tabela P.5. Os valores calculados são obtidos de seus
cálculos teóricos para ζ <1 .

A6a) Analise o que ocorreu nos experimentos dos itens 5 e 6 e conclua seu trabalho.

Enviar todos os arquivos .tsc utilizados.

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Identificação
Turma Bancada Matrícula Nome

Tabelas do Procedimento Experimental


Tabela P.1 – Valores Calculados e Medidos da Tensão no Circuito de Primeira Ordem
Instante Valor calculado Valor medido Erro (%)
t=0
t=
t=2
t=3

Tabela P.2 – Grandezas auxiliares para o circuito sobre-amortecido


Grandeza Valor calculado

0
1
τ1=
ω0
[ ζ −√ ζ 2−1 ]
1
τ 2= [ ζ + √ ζ 2−1 ]
ω0

Tabela P.3 – Valores Calculados e Medidos da Tensão no Circuito Sobre-amortecido


Instante Valor calculado Valor medido Erro (%)
t=0
t=2
t=22
t=32

Tabela P.4 – Grandezas auxiliares para o circuito sub-amortecido


Grandeza Valor calculado

0
1
τ=
ω0 ζ
ω R =ω0 √ 1−ζ 2

Tabela P.5 – Valores Calculados e Medidos da Tensão no Circuito Sub-amortecido


Instante Valor calculado Valor medido Erro (%)
t=0
t=
t=2
t=3

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