Você está na página 1de 12

FORRAGEAMENTO E COMUNICAÇÃO EM ABELHAS Apis mellifera L.

NA
CAATINGA DO BRASIL

FORESTRY AND COMMUNICATION IN BEES Apis mellifera L. IN CAATINGA DO


BRASIL

Apresentação: Comunicação Oral

Marileide de Souza Sá1; Laísa Genilsa de Souza Silva2; Marcelo Casimiro Cavalcante3; Pedro
de Assis de Oliveira4

DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00135

Resumo: As danças das abelhas são indicadoras de fontes de alimento e podem também
favorecer o conhecimento da flora apícola de uma determinada região, tornando mensagens
integrativas que aferem a capacidade e indicação da proximidade das fontes de recursos da
colmeia. A partir desse contexto, o objetivo deste trabalho foi entender o forrageamento e a
distância da fonte de recursos alimentares de Apis mellifera, com base nas formas de
comunicação (dança) e suas relações com os dados meteorológicos. O trabalho foi realizado
na Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada, entre
os meses de maio de 2014 a abril de 2015. Foram utilizadas quatro colmeias de observação
povoadas (com laterais de vidro), e três observadores. Paralelamente, foram obtidos dados
diários da temperatura (°C) e umidade relativa do ar (%) no site do Instituto Nacional de
Meteorologia - INMET. Os dados mostraram que houve ocorrência de todos os tipos de
danças e com maior intensidade por volta das 11:00, sendo a do requebrado a mais frequente.
Analisando a dança do requebrado com a temperatura e umidade ao longo do dia, se percebe
uma concentração das danças no período da manhã com pico às 11:30, quando em seguida
reduz gradativamente até o final do dia. O forrageamento das abelhas na coleta de néctar e
pólen correspondem às danças realizadas na colônia. Já à atividade de saída das abelhas é
maior no período da manhã, reduzindo ao longo da tarde. Com isso, é importante a eficiência
da utilização das danças como modelo de comunicação entre as abelhas, para que possa haver
um planejamento quanto as melhores fontes de alimento e os horários para recolhimento
desses recursos para a sobrevivência e desenvolvimento da colônia.

Palavras-Chave: Abelhas, dança, flora apícola, meteorologia, planejamento.

1
Licenciatura em Geografia, Bacharelanda em Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade
Acadêmica de Serra Talhada. e-mail: marileidezootecnista@hotmail.com
2
Zootecnista, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada. e-mail:
laisa_uast@outlook.com
3
Zootecnista Doutor em Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra
Talhada, E-mail: marcelufc@yahoo.com.br.
4
Zootecnista, Mestrando em Ciência Animal e Pastagens, Universidade Federal Rural de Pernambuco- Unidade
Acadêmica de Garanhuns, E-mail: pedromanari@hotmail.com.
Abstract: Bees' dances are indicative of food sources and can also favor knowledge of the
bee flora of a particular region, making integrative messages that measure the capacity and
indication of the proximity of the sources of resources of the beehive. From this context, the
objective of this work was to understand foraging and distance from the Apis mellifera food
source, based on the forms of communication (dance) and its relations with meteorological
data. The work was carried out at the Federal Rural University of Pernambuco - Academic
Unit of Serra Talhada, between May 2014 and April 2015. Four colonies of populated
observation (with glass sides) and three observers were used. In parallel, daily data on
temperature (° C) and relative air humidity (%) were obtained from the National Institute of
Meteorology (INMET) website. The data showed that all kinds of dances occurred and with
greater intensity at around 11:00, of which the dance was the most frequent. Analyzing the
dance of the beaten one with the temperature and humidity throughout the day, one perceives
a concentration of the dances in the morning with a peak at 11:30, then gradually reduces until
the end of the day. The foraging of the bees in the collection of nectar and pollen correspond
to the dances performed in the colony. The activity of the bees is higher in the morning,
reducing during the afternoon. Therefore, it is important to use the dances as a communication
model among bees, so that the best sources of food can be planned and the schedules for
collecting these resources for colony survival and development.

Keywords: Food, dance, sustainable development, meteorology, planning.

Introdução
Os animais se comunicam com os membros da sua própria espécie, tendo em vista que
a comunicação é necessária para a defesa, localização de alimento e abrigo favorável para sua
sobrevivência. As abelhas sociais se destacam pela sua grande capacidade de comunicação e
orientação. Essas funções são bastante avançadas e envolvem substâncias químicas
(feromônios), sinais físicos, percepções visuais, sonoras, magnéticas e gravitacionais
(WINSTON, 2003; GONÇALVES, 2003, GRUETER e LEADBEATER, 2014).
A comunicação entre as espécies de abelhas do gênero Apis envolvem sons e danças
ou animações rítmicas, onde elas utilizam para localizar os alimentos, locais de nidificação
(abrigos), presença de predadores, atração sexual, agregação, abandono ou enxameação da
colônia, entre outros que ainda não foram pesquisados. Esses sinais garantem não só a
comunicação e orientação entre as castas/ abelhas como um modelo de complexa interação de
sobrevivência e perpetuidades de compartilhar informações sobre as fontes de recurso, tendo
uma maior eficiência por parte da colônia nos quesitos citados acima (SEELEY, 2006;
GONÇALVES, 2003). A decodificação desses sinais e/ ou substâncias fornecem informações
e imagens integradas dos locais de nidificação, enxameação e recursos como: pólen, néctar,
resina e água, bem como, o entendimento das abelhas por parte dos pesquisadores e
profissionais via esses mecanismos (COUVILLON, SCHÜRCH e RATNIEKS, 2014).
A dança das abelhas é um ritual que vem sendo estudado ao longo dos anos,
desvendando os mistérios que envolvem o desempenho desses insetos, e como os fatores
climáticos podem influenciar no comportamento desses animais (GRUETER e
LEADBEATER, 2014).
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi entender o forrageamento e a distância
da fonte de recursos de Apis mellifera, com base nas formas de comunicação (dança) e suas
relações com os dados meteorológicos.

Fundamentação Teórica
De acordo com Winston, (2003), na família Apidae existe apenas um único gênero
Apis, que inclui atualmente várias espécies entre elas: A. florea, A. andreniformis, A. dorsata,
A. laboriosa, A. cerana, Apis mellifera e A. koschevnikovi, A. maluensis, A. nigrocincta. Em
meio à abelha comum tem a Apis mellifera L. onde existem várias subespécies ou raças que se
adaptaram aos vários locais do planeta. No Brasil existe o híbrido do cruzamento de
subespécies africanas com europeias resultando na conhecida abelha africanizada, onde as
mesmas apresentam várias maneiras de comunicação dentro da colônia, dentre eles a dança.
Estudos demonstraram a importância das danças como indicadores de fonte de
alimento, podendo ser, uma forma de se conhecer a florada de uma região apenas por esta
forma de comunicação. Tornando as danças como uma mensagem integrativa que afere a
capacidade e indicação das fontes de recursos, se estes estão distantes ou próximos da colmeia
(COUVILLON, SCHÜRCH e RATNIEKS, 2014; GRUETER e LEADBEATER, 2014).
A dança como uma indicação da fonte de recursos foi desvendada pela primeira vez
por Karl Von Frisch e colaboradores (1920), utilizando colmeias com laterais de vidro. Eles
verificaram que uma abelha forrageadora ao chegar da coleta na colmeia executava uma
dança que era seguida por outras operárias. Os movimentos frenéticos seguiam um padrão e
eram pausados para troca de informações pelas antenas e para prova do néctar ou pólen da
operária forrageadora dançarina. De início, acreditava-se que a operária receptora tomava
conhecimento da fonte de alimento através do odor, e que esse mecanismo explicava a dança
realizada pelas campeiras (WINSTON, 2003; SEELEY, 2006).
As abelhas desenvolvem o tipo de dança de acordo com a espécie, as anãs, por
exemplo, usam a dança no favo de forma horizontal, diretamente para a fonte de recursos. Já
as abelhas gigantes dançam no favo de forma vertical onde pelo o ângulo zenital é codificada
a distância e a direção das flores, como também zumbidos que auxiliam na distância.
Enquanto que as de tamanho médio realizam as danças de forma vertical e com zumbidos,
sendo mais sofisticadas uma vez que realizam em cavidades escuras, as danças são orientadas
com pistas de gravidade e celestiais (I'ANSON PRICE e GRÜTER, 2015; WINSTON, 2003).
As abelhas de (tamanho médio), como as espécies Apis cerana e Apis mellifera
realizam também suas danças de forma vertical, podendo ser mais desenvolvidas do que as
espécies gigantes e anãs, além do mais, seus favos são construídos de formas múltiplas, essas
espécies conseguem comunicar as danças em cavidades escuras, o que garante a hipótese, de
que evoluíram nas danças, para a comunicação, com possibilidade de nidificar em cavidades
de ocos de árvores, entre outros, onde tem dificuldades de penetrar raios solares, bem como
utilizam a gravidade e o ângulo zenital (WINSTON, 2003; OLDROYD e WONGSIRI, 2006;
I'ANSON PRICE e GRÜTER, 2015).
As danças realizadas entre as espécies de tamanho médio como a Apis mellifera e A.
cerana são bem semelhantes, onde cada espécie pode seguir a dança de outra, assim
decodificando-os (TAN et al., 2008 ). Através de sinais dos órgãos Johnston (concentrações
de células sensitivas) localizados em suas antenas, onde durante a dança pela a abelha
campeira as receptoras tocam suas antenas, degustam do alimento e decodificam as danças
(SEELEY, 2006; KIRCHNER e TOWNE, 1994).
A realização de pesquisas desenvolvidas por diversos pesquisadores que identificaram
os vários tipos de danças, e que existem muitas ainda não entendidas. Existem exemplos de
danças envolvendo empurrões, zumbidos, vibrações, tremuras entre outras, as comuns entre
elas mais compreendidas são: Dança do requebrado, dança circular, dança em foice (lua) e a
dança da vibração dorsiventralabdominal (DVAV) (VON FRISCH e LINDAUER, 1956;
VON FRISCH, 1973; WINSTON, 2003; SEELEY, 2006).
Cada tipo de dança transmite uma distância da fonte de alimento, sendo decodificada
pelas outras abelhas. A dança circular indica que o alimento se encontra a uma distância de
até 15m da colmeia, já em foice (lua) entre 25 a 80m e a do requebrado alimentos acima de
100m (WINSTON, 2003). A intensidade da dança do requebrado esta relacionada com a
distância do alimento, quanto mais demorado mais distante será a fonte de recursos (CRANE,
1983; KIRCHNER e TOWNE, 1994).
Entre as danças para indicar pólen e néctar às abelhas também podem indicar fontes de
água (PARK , 1923), e resina de acordo com Meyer, (1954) e Millum (1955).
Com base nos estudos de danças Grueter e Leadbeater, (2014), encontraram alteração
expressiva e sólida, visto que as abelhas no verão buscam alimentos mais longe e utilizam
uma área de forrageamento 22 vezes maior que na primavera ou no outono, e que elas não
trazem necessariamente um alimento de melhor qualidade e sim devido à escassez de
recursos. Demostrando que a dança das abelhas podem ser utilizadas como fornecedoras de
informações da disponibilidade de alimentos durante os períodos ao longo do ano, em que os
alimentos são relativamente menos disponíveis ou se encontram mais próximo das colônias.

Metodologia
O presente trabalho foi conduzido na Universidade Federal Rural de Pernambuco -
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, entre os meses de maio de 2014 a abril de 2015, onde
para o acompanhamento das danças e forrageamento foram utilizadas quatro colmeias de
observação povoadas (com laterais de vidro) (Figura 1). Onde duas pessoas observavam as
danças e outra acompanhava a saída e entrada de abelhas campeiras, utilizando contadores
manuais durante o período de 6:00 as 17:00. Era observado o tipo de dança realizado e qual o
tipo de recurso coletado: pólen, resina, néctar/água, durante 20 minutos a cada hora ao longo
do dia. Após a identificação da chegada das abelhas às colônias, observava qual o tipo de
dança realizada e o tempo despendido até depositar o alimento nas células.

Figura 1: Colmeia de observação com as laterais de vidro, tipo núcleo com cinco quadros. (Foto: Oliveira, P.A,.
Serra Talhada, 2014).

Paralelamente a observação das danças coletou-se dados diários da temperatura (°C),


umidade relativa do ar (%), obtidos através do site do Instituto Nacional de Meteorologia –
INMET, da estação automática que fica localizada a 400 metros do apiário.
Em seguida, os dados foram tabulados e gerados gráficos no Microsoft Excel 2010,
para melhor interpretação e discussão dos resultados.

Resultados e Discussões
Foram observados todos os tipos de danças: requebrado, circular, DVAV e outras ao
longo de todo o dia, porém a mais frequente foi a do requebrado. As danças ocorreram com
uma grande flutuação ao longo do dia, mas com padrões muito similares. A maior intensidade
da dança do requebrado foi nos horários de 7:30 e 11:30, a dança circular nos horários de 6:30
e 11:30, e a dança DVAV e outras com maiores picos nos horários de 6:30 e 10:30 (Figura 2).
Von Frisch (1993) relata que no horário do meio dia há uma leve diminuição das
danças em decorrência da posição do sol que dificulta a comunicação em decorrência do
ângulo solar, conforme os resultados do trabalho que mostram que a dança do requebrado
diminui ao meio dia, havendo maior fluxo de 11:30. Para a dança circular, DVAV e outras as
abelhas não utilizam o ângulo solar segundo Winston (2003), porém também houve essas
diminuições conforme verificado na dança do requebrado.

Figura 2- Dança do requebrado, circula DVAV e outras ao longo do dia em Serra Talhada-PE.

A dança circular está relacionado com recursos a pequenas distâncias, não


transmitindo com clareza informações em distância e direção, informa apenas alimentos até
15m da colônia, não existem dados e informações que comprove com precisão como a
dançarina indica a localização de recursos (Figura 3). Elas fazem círculos, invertendo-se a
cada um ou dois ciclos. Normalmente duram segundos, podendo se estender até minutos a
depender do tipo de alimento, distância e concentração. Elas também realizam danças com
pólen, e após a dança, depositam as pelotas nos alvéolos (WINSTON, 2003; VON FRISCH,
1973).

Figura 3- Abelha campeira (circulo em amarelo) fazendo a dança circular, sendo apreciada e seguida pelas
receptoras (circulo verde), as quais a seguem para tocá-la. O raio da dança (circulo de vermelho), nem sempre
esse circulo é exato às vezes ela faz de forma oval (Foto: Oliveira, P.A,. Serra Talhada, 2014).

Já a dança do requebrado (em oito), as operárias utilizam para indicar com mais
precisão do que as outras danças, uma vez, que necessitam informar grandes distâncias, acima
de 100 metros da colônia (Figura 4). Nessa dança as abelhas forrageadoras deslocam-se em
linha reta em curta distância, com balanço do corpo e um som de zumbido que são produzidos
pelos músculos em vibração. As abelhas indicam com precisão as operárias receptoras da
dança às quantidades de energia a ser gasta para a fonte de alimento, existem alguns erros de
ângulo mais esses são consertados durante os voos através de um fator de correção, de forma
que elas corrigem conforme o movimento do sol (WINSTON, 2003; SEELEY, 2006; VON
FRISCH, 1967; 1956).
Com base na dança, mostra que a distância do alimento no período estudado está
acima de 100 metros da distância das colmeias. Onde as abelhas gastam mais energia para
coletar os alimentos, desta forma é de grande relevância o acompanhamento das danças por
parte dos apicultores para terem percepção da distância da fonte dos recursos coletados pelas
abelhas campeiras, para que possam implantar os apiários próximos das floradas ou água
(Winston, 20003).

Figura 4- Abelha campeira (circulo em amarelo) fazendo a dança do requebrado, indicando a fonte de alimento,
sendo apreciada e seguida pelas receptoras (circulo verde), os quais estão tocando a dançarina. (circulo de
vermelho) é o formato de oito em que ela vai e vem formando assim esse zingue zague. (Foto: Christoph Grüter).

Analisando os dados observados da dança do requebrado com a temperatura e


umidade ao longo do dia, percebe-se uma concentração das danças no período da manhã com
pico às 11:30, quando em seguida reduz gradativamente até o final do dia. Esse
comportamento parece estar inversamente relacionado à temperatura, de forma que em
elevadas temperaturas as abelhas reduzem as atividades de coleta de alimento e,
consequentemente, das danças, concentrando as atividades no interior da colônia (Figura 5).
Em relação à umidade, o forrageamento aumenta quando a umidade está alta, o qual nesse
período as plantas estão com as inflorescências aberta e com maiores produções de néctar.
Figura 5- Dança do requebrado, temperatura do ar (°C) e umidade relativa do ar (%) ao longo do dia em Serra
Talhada-PE.

Apesar do padrão de forrageamento de néctar e pólen serem muito semelhantes, as


abelhas coletam muito mais o néctar (Figura 6), demonstrando que a demanda por energia na
colônia é muito maior que a protéica. A atividade de saída de abelhas é maior no período da
manhã, e vai reduzindo ao longo da tarde, comportamento que coincide com o período de
maior oferta de recursos das plantas apícolas.
A coleta de água pode também ter favorecido ao maior número de abelhas entrando
com néctar, já que não tem como diferenciar a carga de líquido que as abelhas transportam.
De forma que, os valores elevados durante as horas quentes do dia podem estar
superestimados com a coleta de água para resfriar a colônia. A coleta de resinas não foi
observada em nenhum momento durante o período de observação (Figura 6).
Figura 6-Forrageamento: abelhas que saíram e as que entraram com base nas danças (com néctar, pólen e
rezina) ao longo do dia em Serra Talhada-PE.

Observando o forrageamento, através do fluxo de abelhas que entra e sai da colônia,


verifica-se que essa atividade está diretamente relacionada com as danças, uma vez que
seguem o mesmo padrão ao longo do dia. Isso reafirma a capacidade de recrutamento através
das danças (Figura 7).

Figura 7-Forrageamento: abelhas que saíram e entraram e dança do requebrado ao longo do dia em Serra
Talhada-PE.
A dança de enxameação e forrageamento (vibração dorsiventralabdominal) e outras,
nesse tipo de dança uma campeira vibra seu corpo em cima de outra operária ou rainha
dorsventralmente. Essa dança pode acontecer várias vezes, e são usadas para forrageamento e
enxameação, não apresentam relação com indicação de fonte de alimento (WINSTON, 2003).
Existe ainda a dança de transição (foice/lua), esse tipo de dança é a passagem gradual da
dança circular para a do requebrado, onde indica a fonte de alimento entre 25 a 100 metros de
distância da colônia. A dança depende do tipo de raças de abelhas, podendo mudar
gradualmente, onde existem poucos dados na literatura sobre as danças em foice. (VON
FRISCH, 1967;1956; 1973; WINSTON, 2003).

Conclusões
Os estudos apresentados neste trabalho mostram a importância e a eficiência das
danças como modelo de comunicação entre as abelhas, onde as danças realizadas é uma forma
de conhecer e entender a distância que se encontram os alimentos, no entanto, se faz
necessário mais estudos para um maior planejamento quanto as melhores fontes de alimento e
os horários para recolhimento desses recursos para a sobrevivência e desenvolvimento da
colônia.

Referências
COUVILLON, M. J.; SCHÜRCH, R.; RATNIEKS, F. L.W. Waggle dance distances as
integrative indicators of seasonal foraging challenges. PloS one, v. 9, n. 4, p. e93495, 2014.

GARDNER, K. E. A scientific note on the directional accuracy of the waggle dance over the
course of a day. Apidologie, v. 38, n. 3, p. 312-313, 2007.

GONÇALVES, L. S. COMO AS ABELHAS SE COMUNICAM?.APACAME. Mensagem


Doce n° 71. Maio de 2003, São Paulo. Associação Paulista de Criadores de Abelhas Melíferas
Européias. Disponível em: <http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/71/msg71.htm>
Acesso em: 26 Nov. 2017.

GRUETER, C.; LEADBEATER, E. Insights from insects about adaptive social information
use. Trends in ecology & evolution, v. 29, n. 3, p. 177-184, 2014.

I'ANSON PRICE, R.; GRÜTER, C. Why, when and where did honey bee dance
communication evolve?. Frontiers in EcologyandEvolution, v. 3, p. 125, 2015.

KIRCHNER, W. H.; TOWNE, W. F.The sensory basis of the honeybee’s dance


language. Scientific American, v. 270, n. 6, p. 74-80, 1994.

MEYER, W. (1954). Die “Kittharzbienen” und ihreTatigkeiten. Z. Bienenforsch. 5:185-200.


MILUM, V. G. honey bee communication. amer.Bee J. 95:97-104. 1955.

OLDROYD, B. P. And Wongsiri,S. (2006). Asian Honey Bees: Biology, Conservation,


And Human Interactions. Cambridge, MA: Harvard University Press.

PARK, O. W. Behavior of water carriers.Am Bee J, v. 63, 1923.

SEELEY, T. D. Ecologia da abelha: um estudo de adaptação na vida social.Paixão, 2006.

TAN, K. et al. Dancing to different tunes: heterospecific deciphering of the honeybee waggle
dance. Naturwissenschaften, v. 95, n. 12, p. 1165-1168, 2008.

VON FRISCH, K. The Dance Language and Orientation of the Bees, Harvard University
Press, Cambridge, MA. 1993.

VON FRISCH, K. Decoding the language of the bee. Science, v. 185, n. 4152, p. 663-668,
1973.

VON FRISCH, K. The Dance Language and Orientation of Bees. 1967.

VON FRISCH, K.; LINDAUER, M.The" language" and orientation of the honey bee. Annual
review of entomology, v. 1, n. 1, p. 45-58, 1956.

WINSTON, M. L. 2003. A biologia da abelha. Tradução de Carlos A. Osowski. Magister.


Porto Alegre. 276 p.

Você também pode gostar