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Gallantin traz a discussão de Erik Erikson que considera os três

sistemas – biológico, social e individual – inseparáveis quando fala do conceito


de identidade. (1978, p. 186-187). “(...) a unidade final da personalidade
depende de um firme sentido de identidade.”
Erikson afirma que deixou, propositalmente, dúbio o significado de
identidade. Ele
“(...) a define como:
a. um sentido consciente da singularidade individual
b. um esforço inconsciente para manter a continuidade da
experiência
c. uma solidariedade para com os ideais de um grupo
Em outras palavras, a identidade, como o
desenvolvimento da personalidade em geral, tem uma
dimensão biológica, uma dimensão social e uma
individual (ou ego). (1968, p. 208)” (in GALLATIN, 1978,
p. 187).
Erikson “(...) designa a adolescência como um período particularmente
crucial para a formação da identidade.” A adolescência ocupa um período
chave que recapitula os rstágios anteriores e antecipa os posteriores.
(GALLANTIN, 1978, p. 189).
O psicanalista divide o desenvolvimento humano em oito estágios e os
chama também de conflitos nucleares
1 - confiança básica x desconfiança básica - Primeiro estágio, corresponde ao
estágio oral da teoria psicanalítica clássica e, em geral, transcorre durante o
primeiro ano de vida.

2 - autonomia x vergonha e dúvida - Este segundo estágio, abrange o segundo


e o terceiro anos de vida. Na teoria freudiana é conhecido como estágio anal.
Erikson entende que neste período surge a autonomia, desenvolvida através
de novas habilidades motoras e mentais da criança.

3 - iniciativa x culpa - Nesse terceiro estágio, que abrange de 4 a 5 anos de


idade, a criança é praticamente, dona de seu corpo, pois pode iniciar atividades
motoras de vários tipos, por conta própria. O mesmo prevalece quanto à
linguagem e atividades imaginárias. Segundo, Erikson a dimensão social que
surge neste estágio tem em um dos pólos a iniciativa e, no outro, a culpa.

4 - Produtividade x inferioridade - Erikson defende a idéia de que entre os 6 e


11 anos de idade, o ser humano passa pelo quarto estágio, descritos na
psicanálise clássica como fase de latência. É o tempo em que o amor da
criança pelo pai ou pela mãe (do sexo oposto ao seu) e a rivalidade com o do
mesmo sexo, ficam em repouso. É, também, o período em que a criança torna-
se capaz de raciocínio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Erikson,
afirma que, a dimensão psicossocial que emerge durante este período, tem,
num extremo, o bom senso de indústria e, no outro, o senso de inferioridade.

5 - identidade x confusão de papéis - Para Erikson, esta fase compreende o


período entre os 12 aos 18 anos. É a fase onde o adolescente desenvolve uma
infinidade de novos meios de entender o mundo e de pensar a respeito dele.
Neste período, segundo a teoria psicanalítica tradicional, ocorre um re-
despertar do problema do “romance familiar” da primeira infância e a maneira
que o adolescente encontra para resolver este problema é procurar e encontrar
um parceiro romântico de sua própria geração. Erikson não discorda desta
teoria, porém, alerta para outros fatos que surgem neste momento da vida.

6 - intimidade x isolamento - O sexto estágio do ciclo vital é o início da


maturidade, aproximadamente o período do namoro e começo da vida familiar.
Para Erikson, a aquisição prévia de um senso de identidade pessoal e a
dedicação a um trabalho produtivo, que assinalam este período, dão origem a
uma nova dimensão interpessoal de intimidade, num extremo e de isolamento,
no outro.

7 - generatividade x Estagnação - Este sétimo estágio compreende a meia


idade ou, aproximadamente, o período em que as crianças se tornam
adolescentes e os pais já estão fixados no trabalho e/ou profissão. Erikson
acredita que o ser humano nesta fase da vida traz consigo o potencial de uma
nova dimensão, com a “generatividade” num extremo ou a “absorção em si
mesmo” e a estagnação, no outro.

8 - integridade x desesperança - O último estágio no esquema eriksoniano


corresponde ao período em que os principais esforços do indivíduo aproximam-
se do fim e há tempo para a reflexão - e para o desfrute dos netos, quando
existem. A dimensão psicossocial que ganha destaque durante esta fase, tem a
integridade num extremo e o senso de desespero, no outro.

Erikson considera que a quinta idade do homem, a adolescência, tem


um papel fundamental dentro do ciclo vital humano.

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