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TEORIA PSICANALÍTICA
SÃO PAULO
2021
TEORIA PSICANALÍTICA
SÃO PAULO
2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................4
2. CHARCOT...........................................................................................................5
3. SINOPSE.............................................................................................................6
4. ANÁLISE DO FILME..........................................................................................6
5. CONCLUSÃO...................................................................................................14
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO
2. CHARCOT
3. SINOPSE
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4. ANÁLISE DO FILME
O filme se inicia em Paris, no final do século XIX. A apresentação da
personagem Augustine é feita logo na primeira cena, enquanto serve um jantar
festivo na casa em que trabalha. Durante o evento, a personagem recebe alguns
olhares tendenciosos dos homens à mesa, começa a passar mal, vai à cozinha e
quando volta à sala de jantar, tem uma crise histérica. Após voltar a consciência
percebe que possuía um de seus olhos paralisado.
Poderíamos relacionar mais uma vez, esta nova crise de Augustine as suas
questões morais quanto a sua sexualidade. Antes da cena, a jovem observava
Charcot com certo louvor e o recalcar de uma possível atração pelo doutor acabou
por provocar a crise. Esta inferência pode ser feita se comparado neste momento as
motivações de seu primeiro desequilíbrio no trabalho.
ela. Inferimos ainda aqui, que por conta de tal desconhecimento, Augustine rejeitava
fortemente seus pensamentos eróticos.
“A paciente que vão ver hoje se chama Augustine. Augustine tem 19 anos.
Ela tem ataques histéricos já faz meses e apresenta todos os sintomas do
que chamamos histeria ovariana. Podem notar, em primeiro lugar, a
paralisia do olho direito. É um belo exemplo de piscar de olhos histéricos. É
uma paralisia permanente. Mesmo com os sintomas presentes durante
vários dias não encontramos nenhuma lesão orgânica. Em todas as
histéricas, essa paciente desafia as leis da anatomia. Nós vamos hipnotizar
Augustine. E durante a hipnose, vamos reproduzir esse ataque como ele
acontece no estado natural, para identificá-lo e observá-lo melhor e
classificar os sintomas dele. O senhor Verdan, aqui presente, vai fotografar
tudo” (Augustine, 2013)
Justamente pela falta de uma lesão no corpo orgânico, é que se fez surgir
os mecanismos do interrogatório e da hipnose para que dessa forma, o médico
conseguisse observar os sintomas. Para Foucault (2006), as apresentações também
faziam com que a histeria tivesse um “corpo institucional”.
“A paralisia foi para a esquerda, delimitada por uma linha perfeita, como se
traçada por um mestre. A mão esquerda está paralisada como um gancho,
insensível ao frio e ao quente. O relógio fica inaudível próximo ao ouvido
esquerdo. Mas ela escuta a dez cm do ouvido direito. A temperatura vaginal
é constante, sem variação. Augustine só vê o vermelho com o olho
esquerdo. Com o da direita, ela vê todas as cores, menos a violeta. A narina
esquerda não tem olfato e a da direita é quase normal. O açúcar, o sal e a
pimenta não são distinguidos. [...] Augustine é ativa, inteligente, afetuosa,
sensível. A figura masculina a agrada. Ela gosta de se exibir, é o desejo que
sente. Ela é graciosa e é cuidadosa com a aparência. Sempre arruma seus
cabelos volumosos, variando os penteados. Ela adora fita de cores vivas”
(Augustine, 2013)
Chegando ao cerne do filme, podemos reparar que o acompanhamento
dado a Augustine por Charcot, proporcionou aos dois uma relação de desejo. Aqui
podemos introduzir os conceitos de transferência e contratransferência propostos
posteriormente por Freud:
(...) após pequeno lapso de tempo, não podemos deixar de constatar que
esses pacientes se comportam de maneira muito peculiar com relação a nós.
Acreditávamos, para dizer a verdade, que havíamos colocado em termos
racionais, completamente, a situação existente entre nós e os pacientes, de
modo que esta pudesse ser visualizada de imediato como se fora uma soma
aritmética; não obstante, a despeito de tudo isso, algo parece infiltrar-se
furtivamente, algo que não foi levado em conta em nossa soma. Essa
novidade inesperada assume muitas formas (...) Constatamos, pois, que o
paciente, que deveria não desejar outra coisa senão encontrar uma saída
para seus penosos conflitos, desenvolve especial interesse pela pessoa do
médico. (1916-1917 a, p.512)
5. CONCLUSÃO
dos estudos da histeria, pelo Doutor Jean Charcot, estudos esses que levaram
posteriormente a criação da Psicanálise por Sigmund Freud.
6. REFERÊNCIAS
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AUGUSTINE. Direção: Alice Winocour. [S. l.: s. n.], 2013. Disponível em:
GLOBOPLAY. Acesso em: 26 abr. 2021
FREUD. A interpretação dos Sonhos. 1900. Acesso em: 27 abr. 2021.