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Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Dir. Penal IV – Resumo


Prova 26.04

Dos Crimes contra a Liberdade Sexual

Crime de Estupro – Art. 213, CP

Só se pode dizer que houve o crime, se o sujeito ativo praticar ou


compelir (constranger/obrigar) o sujeito passivo. Havendo assim ausência de
consentimento. Esse consentimento muitas vezes, pode ser obtido, mas está
viciado com emprego de ameaça ou violência. O consentimento tem que ser
antes ou durante, para a prática do crime.

Ameaça: Coação moral irresistível


Violência: física (visa absoluta)

Há necessidade de contato físico (STJ). Porém há exceção. Por


exemplo, quando o agente obriga a vítima a se tocar (masturbar), mediante
ameaça ou violência.
O crime ocorre quando há conjunção carnal, ou a prática de ato de
libidinagem.

O que é libidinagem? É o ato que esteja relacionado ao


sexo – lascívia.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Por ser um crime classificado
como comum.
 Obs.: Há alguns doutrinadores que entendem que se trata de crime de
mão própria, e outros que como crime próprio.

O sujeito passivo, qualquer pessoa poderá ser vitima, sendo um crime


comum.
O crime se consuma quando o agente pratica a conjunção carnal ou ato
de libidinagem.

O que é conjunção carnal? É quando há a introdução total ou


parcial do pênis na vagina.

Cabe tentativa pela teoria finalista da ação, entretanto, tem que provar
que a finalidade do agente era praticar a conjunção carnal ou ato de
libidinagem.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Forma qualificada quando da conduta resultar lesão grave; vitima maior


de 14 anos e menos de 18 anos; ou quando da conduta resultar morte da
vitima.

O resultado qualificado ou agravador deve ser obtido mediante dolo ou culpa? Só


pode decorrer de forma culposa, por ser um crime preterdoloso, ou seja, dolo no
antecedente e culpa no consequente. Se o agente agir com dolo no antecedente
e no consequente, esse responderá por estupro = homicídio qualificado em
concurso material de crimes.

Obs.: Quando o agente ativo tenta efetivar o crime sem se consumar, levando
o sujeito passivo (vitima) à morte, considerar-se-á o crime consumado e
majorado – trata-se de crime complexo.

Art. 213 “... ter conjunção carnal ou praticar ou permitir...” Quantos crimes?
Primeira corrente diz se tratar de tipo penal alternativo um verbo ou vários que
resulta em crime único. Já uma segunda corrente inicialmente a 6°turma do STJ
entendeu que era um tipo penal cumulativo, vários crimes descrito no mesmo
tipo penal, entretanto a 5° turma avocou para 3°seção que é um tipo penal
alternativo.

Ação penal – art. 225,CP – de regra, ação penal é pública condicionada;


com exceção os menos de 18 anos e pessoa vulnerável.
Duas correntes servem para estudar essa questão. A primeira para
alguns doutrinadores quando houver violência física ou presumida, e a vitima
for maior de 18 anos, mesmo que aja lesão grave ou morte, a ação penal será
pública condicionada à representação, encontrando-se superada a sumula 608-
STF.
Já a segunda (majoritária) mesmo com a nova redação do art. 225,CP, a
sumula 608-STF não se encontra superada, isto significa que sendo a vitima
maior de 18 anos, havendo violência física que resultar, lesão grave ou morte
da vitima, a ação penal será pública incondicionada.

Obs.: Os processos que se iniciaram com ação penal privada antes da vigência
da lei 12.015 (27.08.2009), prosseguirão com natureza da ação penal privada,
não retroagindo a nova lei em virtude dos benefícios ou efeitos do art. 60, CPP.
Agora se o processo teve inicio com ação penal pública incondicionada e
a nova lei determinar que o processo prossiga com ação penal pública
condicionada, o juiz deverá intimar a vitima para que ela se manifeste a
vontade de dar prosseguimento ao processo.
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Dos crimes sexuais contra vulnerável


Estupro de vulnerável – Art. 217-A, CP

Pratica o crime o agente ativo que mantêm conjunção carnal ou pratica


ou permite praticar outro ato de libidinagem com menor de 14 anos ou doente
mental/enfermidade ou qualquer coisa que reduza a capacidade*** (absoluta)
de resistência.
Presunção de violência (nova Lei) Primeira corrente, para alguns
doutrinadores há controvérsias a cerca da natureza da presunção de violência,
que terminou após a publicação da Lei 12.015/09, pois houve a criação de um
crime autônomo considerando a presunção absoluta.
Já uma segunda corrente, a presunção de violência é absoluta, não se
admite prova em consentimento, no entanto, isso não significa que haverá o
engessamento da norma antes as especificidades do caso concreto.
As qualificadoras desde crime são a lesão grave ou morte, com
resultado preterdoloso.
Obs.: Quando houver o emprego de violência do estupro de vulnerável o
agente responderá por dois crimes, o primeiro de constrangimento ilegal (art.
146, CP) e estupro de vulnerável em concurso material de crimes, pois não
haveria logica o agente responder por crime de estupro na modalidade simples.
Causas de aumento de pena – estão descritas no art. 9° da Lei 8.072/90
e no art. 213 c/c art. 224, CP. Atualmente, não há explicação do art. 9° da Lei
9.072/90 de crimes hediondos, aos autores de crime de estupro de vulnerável,
uma vez que houve revogação do art. 224, CP pela Lei 12.015/09. Sendo
assim, o crime estupro (213, CP) e estupro de vulnerável (217-A, CP) são
crimes hediondos.

Violação sexual mediante fraude – Art. 215, CP – Estelionato sexual

Ter conjunção carnal ou praticar outro ato de libidinagem induzindo a


vitima a erro ou outro meio que dificulte ou impeça a capacidade (relativa) de
entendimento.
Obs¹: No crime de violação inexiste o emprego de violência ou grave ameaça,
a vítima permite a conjunção carnal ou ato de libidinagem por ter sido induzida
pelo autor a erro.
Obs²: Se durante a conjunção carnal a vítima percebe o erro, e resiste a
conjunção carnal e neste momento o agente emprega violência ou grave
ameaça, o crime se desconsidera como sendo de violação e passa assim a se
caracterizar como sendo estupro.
Obs³: Para que se caracterize o crime de violação, o erro deverá ser capaz de
retirar a capacidade*** (relativa) de compreensão da vítima. Sendo o erro
grosseiro descaracterizará o crime.

Exemplos
1- A mulher que se entrega a um homem na escuridão imaginando de que
se tratava de seu esposo.
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2- Um dos irmãos gêmeos se passa pelo outro, e mantêm conjunção


carnal com a namorada do irmão.
3- “Líder espiritual” que a pretexto de retirar os males do corpo da vítima,
mantêm com ela conjunção carnal.

Por qual crime responde o sujeito que mantêm conjunção carnal com prostituta e
ao final do programa deixa de pagá-la? Tendo em vista que a prostituta só
manteve conjunção carnal em razão de promessa de pagamento, o crime será de
violação sexual mediante fraude – Art. 215, CP.

*** Existe uma semelhança entre a última parte do art. 215 e a terceira forma
do §1° do Art. 217-A (estupro de vulnerável). Na violação o agente dificulta ou
impede a capacidade de entendimento da vítima, enquanto no estupro de
vulnerável o agente de qualquer forma reduz a capacidade de resistência da
vitima, sendo assim, para que aja a compatibilidade entre os dispositivos
penais devemos concluir que na violação a perda da capacidade é relativa e no
estupro de vulnerável é absoluta.

Obs.: Com a nova redação foi revogada a qualificadora que incidia quando a
vítima fosse virgem e maior de 14 anos e menos de 18 anos. Hoje existe
apenas a aplicação de pena de multa cumulativamente com a pena privativa de
liberdade quando o agente visar vantagem econômica.

A consumação crime se dar quando o sujeito ativo mantêm conjunção


carnal ou outro ato de libidinagem.
Este crime cabe tentativa.

Assédio sexual – 216-A, CP


Obs.: O crime de sedução Art. 216 foi abolido pela Lei 12.015/09.
Constranger (obrigar/forçar) alguém com intuito de obter favorecimento
sexual (conjunção carnal ou ato de libidinagem) aproveitando-se das condições
de superioridade ou ascendência inerentes ao exercício do cargo, emprego ou
função.

Obs.¹: No Brasil somente haverá crime de assédio sexual quando da ralação


laboral, exclusivamente, na relação de emprego.
Obs²: Embora o verbo “constranger” seja utilizado comumente no sentido de
forçar (obrigar; compelir e etc.) no crime de assédio sexual ele deverá ser
utilizado no sentido de importunar ou embaraçar, e jamais de forçar sobre pena
de caracterizar crime de estupro.
Obs³: Embora o dispositivo penal seja omisso o tocante a conduta a ser
praticada, leia-se que o agente pretende obter favorecimento sexual mediante
conjunção carnal ou ato de libidinagem.

Esse crime se classifica como sendo crime próprio (tanto para o sujeito
ativo quando para o passivo), porque o sujeito ativo necessitará de ter a
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qualidade de superior ou ascendente, enquanto o sujeito passivo necessitará


de ter a qualidade de subordinado ou inferior.

Existe o crime de Assédio sexual na relação entre professor e aluno? Não


haverá o crime porque inexiste a relação de superioridade ou ascendência
na relação entre ambos.

Obs.: Só haverá o crime se a importunação decorrer dos poderes inerentes ao


exercício do cargo, emprego ou função.
A consumação deste crime se dar quando há a importunação, por se
tratar de um crime formal.
A pena é aumentada ⅓ se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14
anos.

Em razão CF/88 que veta o trabalho de menor de 14 anos.

Corrupção de menores – Art. 218 – Mediação de lascívia de outrem


Especial

Induzir menos de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.


Obs¹: O Art. 218, CP dependendo do Código e do doutrinador trás o nome do
crime como sendo corrupção de menores, enquanto outros não mencionam
qualquer titulação para o tipo penal. Na dúvida havendo a redação atual do Art.
218, referindo-se como sendo corrupção de menores a alternativa estará
correta, mas para efeitos de estudo jurídico, nós estaríamos diante do crime de
mediação a lascívia de outrem especial.
Obs²: Com a atual redação o crime do Art. 218 ocorrerá quando uma pessoa
(mediador) induz ou convence a vítima menor de 14 anos a satisfazer os
desejos libidinosos (lascívia: qualquer atividade de conotação sexual) de uma
terceira pessoa. Ou seja, neste crime há três agentes (o mediador, a vitima e o
terceiro).
Obs.³: Neste crime o terceiro que teve a sua lascívia satisfeita não poderá e
hipótese alguma ter contato físico com a vítima, isto significa que atividade é
meramente contemplativa. Porque se este terceiro mantiver contato físico
desconsidera o crime do Art. 218 e passará a se caracterizar estupro de
vulnerável.

E se a terceira pessoa mantiver relação sexual com o menor de 14 anos? Qual é


a consequência jurídica para os dois (terceiro e mediador)?
O sujeito que mediou à satisfação da lascívia da terceira pessoa responderá
pelo o crime descrito no Art. 218, mesmo que o terceiro tinha mantido a
conjunção carnal com a vitima menor de 14 anos, isso consistirá na participação
de crime menos grave (Art. 218 c/c Art. 29 §2 CP). Enquanto o sujeito que
manteve a conjunção carnal responderá por estupro de vulnerável.
Agora se o mediador convence a vítima a manter a conjunção carnal
com o terceiro o crime passa a ser autoria de estupro de vulnerável e
participação de estupro de vulnerável (Art. 217-A).
Para o doutrinador Guilherme Nucci o Art. 218 é uma exceção à teoria
monista da ação (art. 29, CP), porque o participe de estupro de vulnerável
sempre responderá por mediação.
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A consumação deste crime se dar no momento em que a vítima menor


de 14 anos, praticar o primeiro ato apto a satisfazer a lascívia de outrem.
Obs.: No ECA no dispositivo do Art. 244-B há um tipo de corrupção, mas essa
nada tem haver com a do dispositivo do Art. 218, CP. Pois aquela, diz respeito
a corromper ou facilitar menor de 18 anos a praticar com ele crime.

Satisfação à lascívia na presença de criança ou adolescente – Art.


218-A, CP

A lei 12.015/09 acrescentou a punibilidade do agente que pratica a


conduta típica do tipo penal, antes era uma conduta atípica.
Obs.: Este crime foi criado para suprir uma omissão que havia antes da Lei
12.015/09. Que considerava atípica a conduta do agente que praticava o ato de
libidinagem na presença de menor de 14 anos.
Obs.: Pratica o crime o sujeito que na presença de menor de 14 anos mantêm
conjunção carnal ou pratica outro ato de libidinagem para satisfazer interesse
próprio ou de outrem. Neste crime nunca o menor de 14 anos terá conjunção
carnal ou praticará ato de libidinagem, sobre pena de cometer o crime de
estupro de vulnerável.
Obs.: A segunda parte do Art. 218-A sugere que o agente convença o menor
de 14 anos a presenciar a pratica do ato de libidinagem para satisfazer o
interesse de terceiro, ocorre que, neste crime especificamente o agente que
convence participará do ato de libidinagem diversamente do crime de
corrupção de menores, onde o sujeito convence a vítima menor de 14 anos a
satisfazer a lascívia de outrem.
Obs.: é possível que o crime se caracterize mesmo que o menor de 14 anos
assista a pratica do ato de libidinagem “ao vivo” ou por meio da internet.

A consumação do crime se dar no momento em que o menos de 14


anos presencia a pratica do primeiro ato de libidinagem.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual


de vulnerável – Art. 218-B

 Crime Material

 Submeter: Consiste em sujeitar menor de 18 anos a prática da


prostituição.
 Atrair: Significa estimular a vítima à prática da prostituição,
convencendo-a que essa atividade é lucrativa, proporcionará viagens.
 Induzir: significa convencer uma menor de 18 anos a ingressar no
mundo da prostituição.

Obs.: Embora descrito em verbos distintos e com significados diversos, para


efeitos penais “induzir” e “atrair” a prostituição são palavras sinônimas.
 Facilitar: consiste em dar acesso, mostrar os locais e ponto de
prostituição e apresentar clientes que pagam melhor.
 Impedir e dificultar: Os verbos “impedir” e “dificultar” descrevem
condutas que impedem a saída do mundo da prostituição. O verbo
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“impedir” significa criar obstáculos por meios de atividades extorsivas


como a cobrança de hospedagem, enquanto o verbo “dificultar” consiste
em desestimular a saída do mundo da prostituição.

Só poderá ser sujeito passivo (vítima) menores de 18 anos ou doentes


mentais cuja capacidade de consciência esteja reduzida.
Obs.: No tocante ao doente mental o crime somente se configurará na entrega
exclusiva para a exploração sexual, pois do contrario havendo conjunção
carnal o crime será de participação em crime de estupro de vulnerável (Art.
217-A, CP).
A finalidade do tipo penal visa a entrega da prostituição ou qualquer
forma de exploração sexual, isso consiste na entrega do corpo a atividade
sexual ou comercio carnal mediante contraprestação pecuniária.
A consumação, nos verbos “submeter”, “atrair”, “induzir” e “facilitar” o
crime se consuma com a prática do primeiro ato idôneo a prostituição,
enquanto nos verbos “impedir” e “dificultar” o crime se consumam no instante
em que o sujeito ativo cria um obstáculo ou embaraço a saída da prostituição.

A menor de 18 anos foi induzida à prostituição e de fato manteve conjunção


carnal mediante contraprestação pecuniária, porém no dia seguinte ela não mais
se entregou a prostituição. O crime está consumado ou não?
Depende, segundo Guilherme Nucci nos verbos “submeter, atrair, induzir
e facilitar” o crime é condicionado à habitualidade da prostituição, isso significa
que a menor de 18 anos deverá se entregar reiteradamente a atividade da
prostituição. O doutrinador não admite a forma tentada para esses verbos. Já
uma segunda corrente, a consumação do crime ocorre sem a necessidade de
prova da habitualidade da prostituição, consumando o crime com a mera pratica
do primeiro ato idôneo a prostituição.
Obs.: Jurisprudência considera a 1° corrente a que prevalece.

Formas equiparadas, descritas no § 2°, Art. 218-B, CP, são duas:


 Responde nas mesmas penas do Art. 218-B o sujeito que faz programa
com a menor de 18 anos e maiores de 14 anos, também praticará o
crime o gerente responsável ou proprietário do estabelecimento de
hospedagem que permite a pratica da atividade do caput dentro do
estabelecimento.
Efeitos da sentença condenatória, o proprietário que permite essas
atividades terá o alvará de funcionamento cassado. Obs.: O efeito de cassação
é obrigatório, entretanto não é automático, isso significa que se houver omissão
na sentença o MP terá que opor embargos de declaração.
O paragrafo 1° do art. 218-B prevê a prática mercenária, significa que o
intuito do agente é a obtenção de lucro e como consequência o juiz aplicará
além da pena privativa de liberdade a pena de multa.

Do Lenocínio e do Trafico de pessoa para fim de


prostituição ou outra forma de exploração sexual
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Sistemas de prostituição

 Sistema Proibitivo: em alguns países a prática da atividade da


prostituição é considerada crime.
 Sistema Regulatório: é aquele que não proíbe e acaba por regular
legalmente a atividade da prostituição.
 Sistema Abolicionista: é aquele que não considera a atividade como
crime, mas também não regula legalmente o exercício.

Obs.: Hoje a prostituta é considerada a pessoa que entrega o corpo a atividade


do comercio carnal mediante uma contraprestação pecuniária direta ou
indiretamente.
Obs.: Com a alteração da Lei 11.106/05 e 12.015/09 a atividade da prostituição
foi ampliada para proteger também qualquer forma de exploração sexual.

Mediação para servir a lascívia de outrem – Art. 227, CP

A princípio trata-se de uma relação triangular (Lenão – mediador-, Vítima


e outrem).
Pratica o crime o sujeito que induz (convence) a vítima a satisfazer os
desejos libidinosos de uma terceira pessoa.
Obs.: Se a vítima for menor de 14 anos, o crime deixa de ser mediação para se
caracterizar corrupção de menores ou mediação para servir a lascívia de
outrem especial.
O tipo penal exige que o sujeito ativo convença a vítima determinada u
determinadas, sobre pena de caracterizar favorecimento da prostituição (Art.
228, CP) se forem vítimas indeterminadas.

Se a vítima for prostituta por qual crime o agente responderá? Quando a


vítima já for prostituta inexistirá a prática do crime, porque a vítima já estará
corrompida.

A consumação do crime se dar no momento em que a vítima pratica o


primeiro ato idôneo a satisfazer a lascívia de terceiro.
A tentativa é admissível, como por exemplo, no instante em que a vítima
começa a se despir chega à autoridade policial.
Obs.: O terceiro que tem a sua lascívia saciada, jamais responderá por
mediação, isso não exime a responsabilidade por outros crimes, como estupro,
etc.

Formas qualificadas:
§1°: quando a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos, e quando o agente
for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor, curador ou
pessoa que detenha o poder sobre a vítima.

O rol que qualifica o art. 227, CP é taxativo ou exemplificativo? O rol


é taxativo, não se admite ampliação.
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§2°: quando houver violência, grave ameaça e fraude.

A violência: o mediador emprega a violência para convencer a vítima


a satisfazer a lascívia de outrem restando um resquício de
voluntariedade.

Pena: Reclusão de 2 a 8 anos mais pena de violência.


Embora a violência qualifique o crime é importante observarmos que
sempre a vítima terá preservado um resquício de voluntariedade.
Obs.: Além da qualificadora o agente responderá sem prejuízo do emprego da
violência em concurso material. Exemplo: Homicídio + favorecimento
qualificado.

Proxeneta Mercenário
§3°: quando o crime é cometido com fim de lucro.
Quando o agente visar obtenção de lucro além da pena privativa de
liberdade, o juiz aplicará pena de multa.

Qual é a diferença entre favorecimento a prostituição mercenária e do


Rufianismo? A diferença está em que no crime de rufianismo o lucro é
habitual, enquanto no favorecimento o lucro é eventual.

Casa de prostituição – Art. 229, CP


Manter por conta própria ou de terceiro, estabelecimento para
exploração sexual com ou sem fins lucrativos.
Atualmente o art. 229, CP ampliou o leque da tutela da casa de
prostituição, embora o nome do crime continue descrevendo casa de
prostituição, o tipo penal em seu conteúdo faz referencia ao estabelecimento
para a exploração sexual.
Para que ocorra o crime é imprescindível que o agente mantenha
habitualmente por um período prolongado o estabelecimento que visa a
exploração sexual.
Quando o agente aluga uma casa eventualmente para a prática sexual
não haverá o crime, por ausência da habitualidade.

1- O motel é considerado casa de prostituição? Em razão da alteração do Art.


229, CP que descreve: manter estabelecimento para exploração sexual, o
motel poderá ser considerado casa de prostituição.
2- Uma casa alugada por prostitutas caracteriza o crime? Não, porque as
prostitutas não é crime, salvo se uma das prostitutas administrar o
estabelecimento.
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A consumação do crime:
A primeira corrente (majoritária) trata-se de crime habitual e sua
consumação ocorrerá com a reiteração da pratica da manutenção do
estabelecimento. Que tem como consequência: Não há prisão em flagrante e
não se admite tentativa.
Uma segunda corrente não há necessidade de o agente manter a casa
de prostituição, sendo suficiente a prova que o fim destinado para o
estabelecimento era de exploração sexual. Que admite flagrante e tentativa.

1. O sujeito que mantêm casa de prostituição, inevitavelmente, favorece a


prostituição, sendo assim ele responderá por um ou dois crimes? Para o
STJ o favorecimento é um crime meio em relação à casa de prostituição,
por tanto o agente responderá tão somente por casa de prostituição –
crime fim.
2. Se dentro do estabelecimento são exploradas pessoas menores de 18
anos, qual o crime o agente praticará? Neste caso o agente responderá
pela forma especial do favorecimento da prostituição ou qualquer forma
de exploração sexual de vulnerável na forma equiparada – Art. 218-B, §2°,
II.

Rufianismo – Art. 230, CP

Tirar proveito da pratica da prostituição (rufianismo ativo) ou faz-se por


sustentar da pratica da prostituição (rufianismo passivo).
O rufianismo caracteriza-se pelo fato do agente tirar proveito da
prostituição alheia ou quando permite ser sustentado pela pratica prostituição.
O rufianismo poderá ser:
Ativo: quando o agente participa diretamente da relação da pratica da
prostituição retirando proveito econômico. Exemplo: sujeito que dá segurança a
prostituta ou consegue clientes.
Passivo: É aquele que não participa da prostituição, mas permite ser
sustentados total/parcialmente pela prostituta. Exemplo: é o verdadeiro amante
da prostituta.
A consumação do crime se dar com a prática reiterada (habitualmente)
do rufianismo, sendo por essência é habitual.

O sujeito que pratica o rufianismo, consequentemente, pratica favorecimento da


prostituição. Neste caso por quantos crimes ele responde? Segundo STJ o crime de
favorecimento é crime meio em relação ao rufianismo, logo o rufianismo absolverá o
favorecimento.
Formas qualificadas
§1° quando a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos, e quando o agente for
ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor, curador ou
pessoa que detenha o poder sobre a vítima.

§2° quando houver violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que impeça
ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Trafico internacional e interno de pessoas para fins de exploração


sexual – Arts. 231 e 231-A, CP

Trafico internacional – Art. 231 Trafico interno – Art. 231-A

Fins de exercer a prostituição ou Fins de exercer exploração sexual ou


qualquer forma de exploração sexual. prostituição.

Promover ou facilitar entrada ou saída. Promover ou facilitar o deslocamento.

Consumação: A) Material; B) Formal Consumação: A) Material; B) Formal

Equiparação: Agenciar, aliciar, Equiparação: Agenciar, aliciar,


comprar, transferir, transportar ou comprar, transportar, transferir e
alojar. alojar.
Causas de aumento: A) menos de 18 Formas qualificadas: A) menos de 18
anos; B) doente mental; C) reduzir a anos; B) doente mental; C) reduzir a
capacidade de resistência; D) capacidade de resistência; D)
ascendente, descendente, etc; E) ascendente, descendente, etc; E)
violência, grave ameaça e fraude. violência, grave ameaça e fraude.
Multa: Obter lucro Multa: Obter lucro

Com a alteração da Lei 11.106/05 e 12.015/09 o trafico deixou de ser “de


mulheres” e passou a ser “de pessoas”, e os fins passarão a ser para a
prostituição e exploração sexual.
Os artigos 231 e 231-A descrevem especificamente o tráfico de pessoas
para a prostituição ou para a exploração sexual, no tocante à escravidão é de
redução análoga à condição de escravo.

Quando existe o crime internacional e quando existe o tráfico interno? Será


internacional quando o sujeito realiza ou dá acesso à entrada o saída de pessoas do
território nacional com fim de exercer a prostituição ou ser explorada sexualmente. No
tráfico interno não há saída do território nacional, mas sim o deslocamento para outro
local – internamente.

Discursão doutrinaria:
Para uma primeira corrente, o tráfico tem natureza de cie material, sendo
indispensável à saída, entrada ou deslocamento e o exercício efetivo da
prostituição ou exploração sexual.
Para uma segunda corrente, tratando-se de crime formal, a mera saída,
entrada ou deslocamento é suficiente para a consumação do crime,
independentemente do exercício ou não da prostituição.
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Obs.: Equipara-se ao tráfico o agente que é empresário (agencia) convence ou


seleciona (alicia), adquire (compra), transfere, transporta ou aloja respondendo
assim pelo crime.

Causas de aumento:
No tráfico internacional e interno de pessoas as formas que
anteriormente qualificavam, agora são consideradas causas de aumento de
pena.
Quando o trafico visar lucro, além da pena privativa de liberdade, o juiz
aplicará cumulativamente multa.

Competência Federal: Internacional


Competência Estadual: Interno

Dos crimes contra a família

Dos crimes contra o casamento

Bigamia – Art. 235, CP


No Brasil impera os relacionamentos monogâmicos, por está razão
existe a tutela o crime de bigamia que impede que o sujeito casado contraia
mais de um casamento.
CUIDADO! Embora o nome seja bigamia, por uma interpretação extensiva
pune-se a poligamia.
 Somente haverá o crime quando o sujeito ativo contrair casamento com
outra pessoa, sendo formalmente casado.
 A pessoa que contrair casamento sabendo que a outra é casada,
responderá por bigamia privilegiada, sendo uma exceção à teoria
monista.
 Para que o agente cometa o crime de bigamia, obrigatoriamente ele
falsificará documentos ou omitirá um dado verdadeiro, sendo nesse caso
absolvido o crime de falso pela bigamia.
A consumação do crime se dar no momento em que ocorre a celebração
do segundo casamento, em outras palavras, no momento em que o juiz paz o
declara casado – Art. 1.517.
 No crime de bigamia poderá haver uma causa prejudicial que consiste
na ação do juiz cível de nulidade do casamento, devendo o juízo criminal
suspender o processo e aguardar o transito em julgado da sentença
cível – Art. 92, CPP c/c Art. 235, §2°, CP.

Ultraje Público ao Poder


Ato Obsceno – Art. 233, CP
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É qualquer atividade corporal com conotação sexual.


Obs.: Jamais haverá o crime se a atividade/expressão for verbal (importunação
ofensiva ao pudor).

Local:
 Público: é aquele de acesso irrestrito. Ex.: ruas, avenidas.
 Aberto ao público: são locais que o acesso é mais restrito, mas ainda é
frequentado pelo público. Ex.: cinema, teatro, shopping.
 Exposto ao público: o local é privado mais com vista ao público. Ex.:
Varanda, jardim, escada, etc.

Consumação se dar com a mera conduta onde a consumação ocorrerá


com a mera ação do agente.
Obs.: Hoje o crime deverá ser analisado ante as circunstancias do caso
concreto, por exemplo, o nudismo em uma praia exclusiva para essa prática
não caracteriza crime, diversamente, se o nudismo é praticado em Brasília-DF.

Obs.: Quando o local privado de vistas a outro local privado não haverá crime.
Ex.: uma casa de frente a outra.

O crime de escrita obscena:


O crime se diferencia do crime de obsceno por se tratar especificamente
de objetos ou escritos obsceno.
Em razão da CF/88 que prevê a liberdade de expressão e manifestação
o crime deixou de ser considerado constitucional.
A tese para o afastamento do crime não é a tese do principio da
adequação social, mas sim da inconstitucionalidade por afrontar a liberdade de
manifestação e expressão.

CUIDADO! Este crime hoje é tutelado eficazmente pelo ECA.

 Um sujeito poderá praticar um concurso de crimes contraindo vários


casamentos. Se não for caso de continuidade delitiva do Art. 71, CP
somam-se as penas nos temos do Art. 69, CP.
Prescrição: O prazo prescricional para o crime de bigamia flui a partir do
conhecimento da autoridade.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento


matrimonial – Art. 236, CP
Trata-se de uma norma penal em branco, que necessita do Código cível
para que complemente o elemento erro essencial e impedimento matrimonial.
Exemplo: O agente que engana o outro contraente fraudando ou omitindo a
existência de um erro sobre a pessoa: identidade, honra ou boa fama que torne
o casamento insuportável.
Na segunda parte do tipo penal, o agente mediante uma ação oculta a
existência de impedimento matrimoniais descrito no Art. 1.521,CC. Exemplo: o
agente que engana o outro contraente ocultando a relação de parentesco que
cause o impedimento.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

É o único crime de ação penal personalíssima código penal, isso


significa que somente o cônjuge enganado poderá propor a ação. Em caso de
morte da vítima haverá a extinção da punibilidade, não se transferindo a
legitimidade da ação.
Obs.: Conhecimento prévio de impedimento: é possível que ambos os
contraentes pratiquem o crime, basta que induza a erro e o outro oculte
impedimento. O crime aparentemente é idêntico ao crime de ocultação, mas no
conhecimento prévio o sujeito ativo omite a existência de um impedimento que
gera anulabilidade absoluta. E a segunda diferença é que o cônjuge
(contraente) não visa enganar a vítima.

Obs.: O crime somente existirá se a nulidade gerar efeito absoluto – Art. 1.548.
CC.

A consumação se dar com a celebração formal do casamento.

Obs.: A nulidade do casamento não poderá ser por casamento anterior, neste
caso haveria crime de bigamia.

Simulação de autoridade para celebração do casamento – Art. 238,


CP

Pratica o crime o sujeito que atribui a se fraudulentamente as condições


de autoridade celebrante, isto consiste em o sujeito apresentar-se no dia da
celebração como sendo juiz de paz.
Trata-se de crime subsidiário explícito, que consiste na existência do
crime desde que não constitua fato mais grave. Exemplo: usurpação de função
qualificada.
A consumação se dar no momento em que o sujeito ativo se apresenta
como autoridade celebrante.

Simulação de casamento – Art. 239, CP

Haverá um crime quando o agente ativo desejando enganar outra


pessoa simula fraudulentamente o casamento.
Segundo a doutrina é possível que os colaboradores da simulação
respondam pelo crime.
Trata-se de crime subsidiário que somente existira senão houver fato
mais grave. Exemplo: agente que deseja mediante fraude praticar ato libidinoso
ou conjunção carnal – Art. 215,CP.

Dos crimes contra o estado de filiação

Registro de Nascimento inexistente – Art. 241, CP

O agente que leva o registro de nascimento pessoa inexistente, sendo


tutelado o estado de filiação e a fé pública dos registros. Uma pessoa que
registra um natimorto como sendo pessoa existente, por exemplo.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Obs.: É possível que o médico ou enfermeiro respondam pelo crime em


coautoria ou participação ao fornecer documentos para crime.
É possível que aja tentativa, como por exemplo, no momento do registro
do nascimento o oficial percebe a falsificação.
A consumação ocorre no momento do registro da pessoa inexistente em
cartório.
CUIDADO! O Art. 111, IV, CP considera o termo inicial para a contagem do
prazo prescricional o dia conhecimento por parte da autoridade do crime.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado


civil de recém-nascido – Art. 242, CP

A) Dar parto alheio como próprio


Pratica o crime a mãe que atribui a si a condição de parturiente, sendo
que o parto é de outrem. Exemplo: mulher que na maternidade, atribui a
sai a condição de parturiente.
CUIDADO! Nessa modalidade a mãe levara à registro o nascimento da pessoa,
se houver o registro o crime será registra filho alheio como próprio.

B) Registrar filho alheio como próprio


Pratica o crime o pai e/ou a mãe que registram filho alheio como sendo
próprio, este crime é conhecido como “adoção à brasileira” por burlar a
lista de adoção.
CUIDADO! Quando na adoção à brasileira for reconhecida a nobreza da
conduta o crime será privilegiado, podendo ainda o juiz conceder o perdão
judicial.

C) Ocultar recém-nascido para suprimir ou alterar estado civil inerente a ele


O sujeito oculta ou esconde o recém-nascido com a finalidade de
suprimir ou alterar estado civil inerente ao recém-nascido. Por exemplo,
mulher que oculta o recém-nascido com a finalidade de suprimir o
estado civil e receber a totalidade da herança.

D) Substituir ou troca de recém-nascido


Nesta hipótese o agente substitui ou troca o recém-nascido suprimindo
ou alterando o estado civil inerente ao recém-nascido. Por exemplo, pai
que percebendo uma deficiência física do filho na maternidade troca o
recém-nascido por outro saudável.

O tipo penal é alternativo, respondendo por um único crime.


A consumação dependerá de cada verbo do tipo.

Sonegação de estado de filiação – Art. 243, CP

Pratica o crime o sujeito que deixa em asilo ou abrigo recém-nascido


ocultando ou alterando o estado de filiação. Por exemplo, pai que deixa filho
em abrigo sem a notificação ou certificação da origem do recém-nascido.
CUIDADO! Quando o agente abandona o recém-nascido em local diverso de
asilo ou abrigo o crime passa a se caracterizar abandono de incapaz ou
abandono de incapaz – Art. 133 e 134, CP.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

A consumação se dar no momento em que há o abandono em asilo ou


abrigo.

Dos crimes contra a assistência familiar

Abandono Material – Art. 244, CP

Pratica o crime o agente que deixa, sem justa causa, de provê o mínimo
necessário (alimento, vestuário, saúde, habitação, etc.) para a subsistência do
cônjuge, filho menos de 18 anos ou inapto ao trabalho, ascendente maior de 60
anos ou invalidade e ainda o sujeito que deixa de pagar a pensão alimentícia
homologada judicial ou extrajudicialmente.
Não haverá o crime se o agente provar que por justa causa não tem a
condição de prove a subsistência, tendo em vista que ele só tem o mínimo para
si.
Exemplo: “A” é sustentado pela avó, esse se ressalva com a justa causa.
Porque ele já é sustentado pela avó, e não possui renda para manter as
pessoas descritas no tipo penal.
Recentemente na prova de magistratura de Mato Grosso do sul exigiu a
analise do abandono material a luz da teoria da imputação objetiva de Claus
Roxim.
Para Claus Roxim somente haverá o crime quando a conduta do agente
produz um risco intolerável ou inaceitável aumentando de qualquer forma o
risco de lesão ao bem jurídico. Assim, não haverá crime se a vitima já receber
proventos necessários para subsistência de outra pessoa.
Obs.: Haverá uma forma especial de omissão de socorro quando o agente
deixa de prestar socorro para ascendente ou descendente, gravemente,
enfermo.
CUIDADO! Só haverá o crime quando a vitima estiver gravemente enferma.
Obs.: Quando o agente propositadamente mesmo solvente frustra o
pagamento da pensão alimentícia ou perde propositadamente o emprega para
não haver desconto na folha de pagamento.

A consumação – Crime omissivo: O crime se consuma no momento em


que o agente deixa de omitir o pagamento do mínimo necessário para a
subsistência da vitima.
Obs.: Se todas são coobrigadas a proverem, todos responderão criminalmente.

Entrega de filho menor a pessoa inidônea – Art. 245, CP

Pratica o crime o sujeito que entrega o filho menor de 18 anos a


companhia de pessoas que sabem ou deveriam saber inidônea representando
um perigo material ou moral ao menor.
Por exemplo, confiar os cuidados do filho menor de 18 anos a uma
prostituta ou alcoólatra.
Forma qualificada:
§1° Quando o agente visa lucro ou entrega a pessoa que leve para exterior.
§2 Encontra-se revogado TÁCITAMENTE pelo ECA.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

Abandono Intelectual - Art. 246, CP

Pratica o crime o pai e/ou a mãe que deixa de matricular, sem justa
causa, filho em idade escolar, não provendo o mínimo do ensino primário.
Obs.¹: Se o pai e a mãe deixarem de matricular o crime serão cometidos em
coautoria.
Obs.²: O ensino a que se refere o tipo penal é o ensino formal, assim comete o
crime o pai que ensina o filho em casa.
Obs.³: Hoje a idade mínima para se matricular o filho na rede de ensino
primário é de 06 anos.
A consumação (majoritariamente) se dar no momento em que o pai e/ou
a mãe deixam de efetuar a matricula.
Obs.: Para alguns doutrinadores o momento consumativo ocorrerá quando
terminar o período de matricula escolar.

Abandono moral – Art. 247, CP

Não há nomenclatura legal, mas a doutrina majoritariamente denomina


como abandono moral.
Assim sendo, pratica o crime o sujeito a quem confiado a guarda ou
vigilância que permite que o menor de 18 anos frequente determinados
lugares.
Lugares quem que o menor tem a sua presença limitada, ou seja, não pode
frequentar:
a) Casas de jogos ou casas mal afamadas. Exemplo: Permitir que menor
de 18 anos frequente casas de viciados, de uso frequente de bebidas
alcoólicas.
b) Frequentar casas de prostituição, trabalhar ou residir em casas de
prostituição.
c) Permitir que o menor fique em companhia de mendigo ou que seja
usado pelo mendigo para obter esmola.

Obs.¹: A contravenção penal de mendicância foi revogada, portanto, hoje só


praticará o crime a pessoa que permitir que o menor de 18 anos fique em
companhia de mendigos.
Obs.²: No tocante a casas de espetáculos pornográficos, o tipo penal foi
revogado pelo ECA – Art. 240.
No que tange ao momento consumativo, o tipo penal descreve o verbo
“frequentar”, deixando a entender que o crime se consumará com a
habitualidade.

Dos crimes contra o pátrio poder, tutela ou curatela

Induzimento a fuga¹, Entrega arbitrária² e Sonegação de incapaz³ –


Art. 248, CP
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

1° hipótese: Pratica o crime o agente que convence o menor de 18 anos


ou pessoa interditada a fugir de quem detém a guarda legal. Exemplo: Terceira
pessoa que convence o menor a fugir de casa.
POLÊMICA! A quem entenda que se trata de um crime formal, portanto a
consumação ocorre com o mero convencimento. Para Nelson Ungria o crime é
material, logo se consuma com a fuga do menor de 18 anos.

2° hipótese: Praticará o crime o agente que foi confiado a guarda ou


vigilância de menor de 18 anos ou interdito que entrega a outra pessoa sem
autorização de quem detém a guarda ou poder familiar.
Obs.: Se o sujeito que recebeu o menor de 18 anos ou interdito tem
consciência da entrega arbitrária haverá coautoria; se não tiver consciência
poderá responder pelo crime de sonegação de incapaz, caso se recuse a
entregar o menor.

3° hipótese: A sonegação de incapaz ocorre quando a pessoa deixa de


entregar, sem justa causa, menor de 18 anos ou interdito a quem detém a
guarda ou poder familiar.

Obs.: Em relação aos dois primeiros verbos do tipo penal é alternativo, ou seja,
a prática de um ou de dois resulta em crime único. No entanto, com relação ao
terceiro verbo, o tipo penal é cumulativo.

Subtração de incapaz – Art. 249, CP

Pratica o crime a pessoa que subtrai menor ou interdito de quem detém


autorização legal de guarda ou poder familiar, sem a devida autorização.
Obs.¹: O crime é um delito subsidiário, isto significa, se houver crime mais
grave a subtração é afastada. Exemplo: sequestro, extorsão mediante
sequestro, etc.
Obs.²: O juiz pode deixar de aplicar pena se a subtração não apresentou perigo
ao menor ou interdito.

Observações Gerais
 Art. 267: O crime de epidemia com resultado morte tem natureza de
crime hediondo.
 Art. 273: Transcreve os crimes “adulteração, corrupção, falsificação ou
alteração de produtos” destinados a fins terapêuticos ou medicinais.
Este crime tem natureza de crime hediondo, mas na forma equiparada
ele não é considerado hediondo. Exemplo: expor a venda.
 Crimes contra a fé pública:
 Não cabe o principio da insignificância no crime de moeda ou papel
falso. Só haverá crime de moeda ou papel falso, quando a
falsificação for capaz de iludir alguém, isto significa que a falsificação
grosseira descaracteriza o crime – súmula 73, STJ.
CUIDADO! Embora não caracterize crime de moeda ou papel falso, a
falsificação grosseira poderá caracterizar o crime de estelionato.
Aluna : Ingrid Cristine de Andrade Ferreira – Matricula: 1092000001

 Quando o crime de estelionato a conduta lesiva exaurir sua


potencialidade lesiva em um único ato o crime de falso será absolvido
pelo de estelionato – súmula 17, STJ.

1- Qual é a diferença de falsificação Material (documentos) de falsificação


ideológica? Na falsificação material os aspectos extrínsecos são falsos, isto
significa que formalmente o documento é falso. Exemplo: Falsificar RG. Enquanto
na falsificação ideológica os aspectos intrínsecos do documento são falsos, isto
significa que o documento é formalmente verdadeiro mais o conteúdo ou ideia é
falso.
2- O agente fabrica o próprio documento e posteriormente é preso utilizando-se do
próprio documento. Neste caso há crime de falsificação material e/ou documento
falso? Quando o documento é utilizado pelo próprio falsário o crime será apenas
de falsificação de documentos.
Obs.: No crime de uso de documentos falsos existe uma tese defensiva no sentido de que
o crime somente se caracterizará quando houver a entrega espontânea do documento.
Segundo o STJ o crime se caracteriza com a entrega espontânea ou não do documento.

 No crime de quadrilha ou bando – Art. 288, CP o crime se consuma com


a mera associação de seus integrantes, independentemente da pratica
de crimes.

Prova dia 26.04

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