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TRABALHO TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA 1

RESUMO - RADIAÇÃO TÉRMICA


Capítulo 12 - Fundamentos de Radiação Térmica

Até agora, temos considerado os modos de transferência de calor por condução e por


convecção, que estão relacionados com a natureza dos meios envolvidos e a
presença de movimento de fluido, entre outros fatores. Em seguida, introduzimos o
corpo negro, a radiação do corpo negro e a função de radiação do corpo
negro, idealizados juntamente com a lei de Stefan-Boltzmann, a lei de Planck e a Lei
de Wien do deslocamento. Diversos fluxos de radiação, como poder
emissivo, irradiação e radiosidade, são expressos em termos de intensidade. Isto é
seguido por uma discussão das propriedades radioativas dos materiais, como
emissividade, absortividade, refletividade e transmissividade, e sua dependência em
relação ao comprimento de onda, à direção e à temperatura.
INTRODUÇÃO
Esse mecanismo é a radiação. A radiação difere dos outros dois mecanismos de
transferência de calor na medida em que não exige a presença de um suporte material
para ter lugar. Na verdade, a transferência de energia por radiação é mais rápida e
não sofre atenuação no vácuo. Além disso, a transferência por radiação ocorre em
sólidos, líquidos e gases.

Mas a transferência de calor através do espaço evacuado só pode ocorrer por


radiação. Por exemplo, a energia do Sol atinge a Terra por radiação. É interessante
que a transferência de calor por radiação pode ocorrer entre dois corpos separados
por um meio mais frio que os dois corpos. Por exemplo, a radiação solar atinge a
superfície da Terra após passar por camadas de ar frio em altitudes elevadas.

Além disso, as superfícies de absorção de radiação no interior de uma estufa atingem


temperaturas elevadas mesmo quando sua cobertura de plástico ou de vidro continua
relativamente fria. A fundamentação teórica da radiação foi criada em 1864 pelo físico
James Clerk Maxwell, que postulou que cargas aceleradas ou variações de correntes
elétricas criam campos elétricos e magnéticos. Esses campos em movimento rápido
são chamados ondas eletromagnéticas ou radiação eletromagnética e representam a
energia emitida pela matéria, como resultado das mudanças nas configurações
eletrônicas dos átomos ou moléculas.
RADIAÇÃO TÉRMICA
A radiação eletromagnética encontrada na prática abrange uma vasta gama de
comprimentos de onda, variando de valores menores de 10-10 µm para raios cósmicos
até valores maiores de 1010 µm para ondas de energia elétrica. O espectro
eletromagnético inclui também raios gama, raios X, radiação ultravioleta, luz
visível, radiação infravermelha, radiação térmica, micro-ondas e ondas de rádio. O tipo
de radiação eletromagnética pertinente à transferência de calor é a radiação
térmica, emitida como resultado das transições de energia de moléculas, átomos e
elétrons da substância. A temperatura é uma medida de importância dessas atividades
no nível microscópico, tendo em vista que a taxa de emissão de radiação térmica
aumenta com o aumento da temperatura.

A radiação térmica também é definida como parte do espectro eletromagnético que se


estende de cerca de 0,1 a 100 µm, uma vez que a radiação emitida pelos corpos por
causa de sua temperatura cai quase inteiramente nesse intervalo de comprimento de
onda. Assim, a radiação térmica inclui a totalidade das radiações visível e
infravermelha, bem como parte da radiação ultravioleta.
O que chamamos de luz é simplesmente a parte visível do espectro
eletromagnético, que se situa entre 0,40 e 0,76 µm. A luz não é caracteristicamente
diferente de outras radiações eletromagnéticas, exceto pelo fato de que aciona a
sensação da visão no olho humano. A luz ou o espectro visível consiste em faixas
estreitas de cor que variam do violeta ao vermelho.
O corpo que emite alguma radiação na frequência visível é chamado fonte de luz. O
Sol é, obviamente, nossa principal fonte de luz. A radiação ultravioleta inclui a
extremidade de baixo comprimento de onda do espectro da radiação térmica, e o
comprimento de onda situa-se entre 0,01 e 0,40 µm. Os raios ultravioletas devem ser
evitados, uma vez que podem matar microrganismos e causar sérios danos a seres
humanos e outros seres vivos. Cerca de 12% da radiação solar está no intervalo
ultravioleta, e seria devastadora se chegasse à superfície da Terra. Felizmente, a
camada de ozônio na atmosfera atua como uma capa protetora e absorve maior parte
dessa radiação ultravioleta.
Os raios ultravioletas que permanecem na luz solar ainda são suficientes para causar
graves queimaduras solares. As micro-ondas, no intervalo de 102 a 105 µm, são
adequadas para utilização na culinária, uma vez que são refletidas por
metais, transmitidas por vidros e plásticos e absorvidas por moléculas dos
alimentos. Assim, a energia elétrica convertida em radiação no forno de micro-ondas
finalmente se torna parte da energia interna do alimento. O cozimento rápido e
eficiente em fornos de micro-ondas tornou esse recurso um dos principais aparelhos
modernos em cozinhas. Radares e telefones sem fios também utilizam radiação
eletromagnética na região das micro-ondas. O comprimento de onda das ondas
eletromagnéticas utilizadas em rádio e televisão normalmente varia entre 1 m a 1.000
m na região de ondas de rádio do espectro. Em estudos de transferência de
calor, estamos interessados na energia emitida pelos corpos apenas por causa da
temperatura. Por isso, limitamos nossa consideração à radiação térmica, que
chamamos simplesmente radiação.
RADIAÇÃO DO CORPO NEGRO
Um corpo em uma temperatura termodinâmica (ou absoluta) acima de zero emite
radiação em todas as direções ao longo da vasta faixa de comprimento de onda.
A quantidade de energia de radiação emitida a partir da superfície em um determinado
comprimento de onda depende do material do corpo e da condição e temperatura da
superfície.
Satisfazer essa curiosidade exige a definição do corpo idealizado, chamado corpo
negro, para servir como um padrão com o qual as propriedades radioativas de
superfícies reais podem ser comparadas.
Um corpo negro absorve toda a radiação incidente, independentemente do
comprimento de onda e da direção.
Além disso, o corpo negro emite energia de radiação uniformemente em todas as
direções por unidade de área normal da direção de emissão, ou seja, é um emissor
difuso.
A energia de radiação emitida por um corpo negro por unidade de tempo e por
unidade de área foi determinada experimentalmente por Joseph Stefan em 1879 e
expressa como

Figura 1 - Lei de Stefan-Boltzmann

Qualquer superfície que absorve luz parece negra, e a superfície que reflete a luz
parece completamente branca. Considerando que a radiação visível ocupa uma faixa
muito estreita do espectro, de 0,4 a 0,76 µm, não podemos fazer quaisquer
julgamentos sobre a escuridão da superfície com base em observações visuais. A lei
de Stefan-Boltzmann na Figura 1 fornece o poder emissivo do corpo negro total Eb,
que é a soma da radiação emitida sobre todos os comprimentos de onda.
A relação da potência essiva do corpo negro espectral E bλ foi desenvolvida por Max
Planck em 1901, em conjugação com sua famosa teoria quântica. Essa relação é
conhecida como Lei de Planck, expressa como:

Figura 2 - Lei de Planck

A integração da potência emissiva do corpo negro espectral Ebλ sobre todo o espectro
de comprimento de onda fornece a potência emissiva total do corpo negro Eb:

Figura 3 - Integração da potência emissiva do corpo negro

No diagrama Ebλ – λ, a área abaixo da curva para dada temperatura representa a


energia de radiação total emitida por um corpo negro nessa temperatura. O pico que
ocorre para determinada temperatura é dado pela lei de Wien do deslocamento.

Figura 4 - Diagrama Ebλ – λ


INTENSIDADE DA RADIAÇÃO
A radiação é emitida por todas as partes de uma superfície plana em todas as
direções do hemisfério acima da superfície. Por isso, precisamos de uma quantidade
que descreva a amplitude da radiação emitida (ou incidente), em uma determinada
direção no espaço. A direção da radiação que passa por um ponto é mais bem
descrita em coordenadas esféricas, em ângulo de zênite θ e em ângulo de azimute φ.
Se todas as superfícies emitissem radiação uniformemente em todas as direções, a
potência emissiva seria suficiente para quantificar a radiação, e não teríamos
necessidade de lidar com a intensidade. A radiação emitida por um corpo negro por
unidade de área normal é a mesma em todas as direções, portanto não há nenhuma
dependência direcional.

Figura 5 - Intensidade da radiação

RADIAÇÃO INSIDENTE
Todas a superfícies emitem radiação, mas também recebem radiação emitida ou
refletida por outras superfícies. Portanto, o fluxo de radiação incidente sobre a
superfície em todas as direções representa a taxa na qual a energia de radiação incide
sobre a superfície por unidade de área da superfície.

Figura 6 - Intensidade da irradiação

ÂNGULO SÓLIDO
O ângulo sólido pode ser definido como aquele que, visto do centro de uma esfera,
percorre uma dada área sobre a superfície dessa esfera. Se nós considerarmos como
estando no centro de uma esfera que abarca na sua superfície essa área visível,
então, esse ângulo, que chamamos de "ângulo de visão", é o nosso ângulo sólido.
Um ângulo ordinário é confinado por duas retas, este será confinado presumivelmente
por uma superfície de cone (se a superfície vista no céu tiver uma forma circular).
Para calcular o ângulo sólido de um objeto, a partir do seu centro, subentende, basta
calcular o tamanho da área direcionada a partir do centro do objeto, sobre a esfera
que tem como centro o próprio objeto e dividir esse valor pelo quadrado do raio dessa
esfera.
Assim, o ângulo sólido é dado por:

Figura 7 - Ânguloo sólido

RADIOSIDADE
A teoria da transferência de calor descreve radiação como a transferência de energia
de uma superfície quando aquela superfície foi excitada termicamente. Isto inclui
ambas superfícies as quais são emissoras básicas de energia, assim como as fontes
de luz, e superfícies que recebem energia de outras superfícies e deste modo têm
energia para transferir.
Como na transferência de calor, o método básico de radiosidade para a geração de
imagens por computador supõe que superfícies são difusos emissores e refletores de
energia, emitindo e refletindo energia uniformemente sobre toda a sua área. Deve-se
notar que o método básico de radiosidade é independente do ponto de vista: a solução
será a mesma de qualquer ponto de vista da imagem.
Observando que radiosidade de uma superfície é a taxa pela qual a energia deixa a
superfície (energia / tempo / área), técnicas de modelagem da transferência de energia
entre superfícies baseada em radiosidade foram usadas primeiro em análise de
transferência de calor entre superfícies em um ambiente fechado.
A Equação de Radiosidade “J” descreve a quantidade de energia que pode ser emitida
de uma superficie, como a soma de energia inerente à superfície (uma fonte luminosa,
por exemplo) e a energia que atinge a superfície, sendo emitida de alguma outra
superfície.

Figura 8 - Equação da radiosidade J

Onde:
● J = πIe+r; (w/m2) (emissor e refletor difuso);
● Ie+r = Soma das intensidades emitidas e refletidas;
GRANDEZAS ESPECTRAIS
Na radiação térmica é necessário considerar a variação da radiação com comprimento
de onda e com direção e expressar as quantidades em determinado comprimento de
onda λ ou por intervalo de comprimento de onda unitário em torno de λ.
A intensidade de radiação espectral I λ (λ, θ, φ), por exemplo, é simplesmente a
intensidade total de radiação I (θ, φ) por unidade de comprimento de onda sobre
intervalo λ. A intensidade espectral para a radiação emitida I λ,e (λ, θ, φ) pode ser
definida como taxa na qual a energia de radiação dQe é emitida no comprimento de
onda λ na direção (θ, φ) poe unidade de área normal para essa direção, por unidade
de ângulo sólido sobre essa direção, e pode ser expressa como:

Figura 9 - Intensidade espectral

Em seguida, a potência emissiva espectral torna-se:

Figura 10 - Potência emissiva espectral

Integrando ao longo de todo o espectro de comprimento de onda:

Figura 11 - Relações similares

Do mesmo modo, as variações dos fluxos de radiação espectral com comprimento de


onda λ, quando são conhecidas, podem ser determinados por integrações ao longo do
comprimento da onda, assim:

Figura 12 - Fluxos de radiação

Quando difusos:

Figura 13 - Relações com intensidades espectrais

A intensidade espectral da radiação emitida por um corpo negro a uma temperatura


termodinâmica T em um comprimento de onda λ foi determinada por Max Planck e é
expressa como:
Figura 14 - Intensidade espectral de um corpo negro

onde h=6,626069x10–34 J*s é a constante de Planck, k= 1,38065x10–23 J/K é a


constante de Boltzmann e c0=2,9979x108 m/s é a velocidade da luz no vácuo. Então, a
potência emissiva do corpo negro espectral é:

Figura 15 - Potência emissiva do corpo negro espectral

PROPRIEDADES RADIOATIVAS
A maioria dos materiais encontrados na prática, como metais, madeira e tijolos, é
opaca à radiação térmica, e a radiação é considerada um fenômeno de superfície
desses materiais, isto é, a radiação térmica é emitida ou absorvida dentro dos
primeiros poucos mícrons da superfície, portanto falamos de propriedades radioativas
das superfícies de materiais opacos.
Alguns materiais, como vidro e água, permitem a penetração de radiação visível a
consideráveis profundidades antes que qualquer absorção significativa ocorra.
A radiação através de materiais semitransparentes obviamente não pode ser
considerada um fenômeno de superfície, já que todo o volume do material interage
com a radiação.
Portanto, os materiais podem exibir comportamentos diferentes em diferentes
comprimentos de onda, e a dependência do comprimento de onda é um fator
importante a ser considerado no estudo das propriedades radioativas como
emissividade, absortividade, refletividade e transmissividade dos materiais.
EMISSIVIDADE
A emissividade de uma superfície representa a razão entre a radiação emitida pela
superfície em uma determinada temperatura e a radiação emitida por um corpo negro
na mesma temperatura.
A emissividade da superfície é denotada por ε, e varia entre 0 e 1, 0 ≤ ε ≤ 1.
A emissividade é a medida de quanto a superfície se aproxima de um corpo negro,
para o qual ε = 1.
A emissividade mais elementar de uma superfície a uma determinada temperatura é
emissividade espectral direcional, definida como a razão entre a intensidade da
radiação emitida pela superfície em um determinado comprimento de onda em
determinada direção e a intensidade da radiação emitida por um corpo negro à mesma
temperatura no mesmo comprimento de onda.
Note que a intensidade de radiação do corpo negro é independente da direção e,
portanto, não tem dependência funcional em θ e φ.
Emissividade total direcional:
Emissividade espectral hemisférica:

Emissividade hemisférica total:

OU

Emissividade média:

A radiação é um fenômeno complexo, e a consideração da dependência do


comprimento de onda e da direção nas propriedades, supondo que existam dados
suficientes, a torna ainda mais complicada.
Uma superfície é dita difusa se suas propriedades são independentes da direção, e
cinza se suas propriedades são independentes do comprimento de onda.
Por isso, a emissividade de uma superfície hemisférica cinza e difusa é simplesmente
a emissividade hemisférica total dessa superfície, por causa da independência da
direção e do comprimento de onda.
Observando a validade da aproximação difusa, as superfícies reais não emitem
radiação perfeitamente difusa como um corpo negro, porém em muitas das vezes
estão bem próximas disso. As emissões de radiação a partir de uma superfície real em
geral diferem da distribuição de Planck, e a curva de emissões pode ter vários picos e
vales. As áreas sob as curvas de emissão da superfície real e cinza devem ser iguais,
pois uma superfície cinza deve emitir tanta radiação quanto a superfície real que a
representa na mesma temperatura.
Figura 16 - Comparação da emissividade (a) e da potência emissiva (b) de uma superfície real com uma superfície
cinza e um corpo negro na mesma temperatura

Os metais geralmente possuem emissividades tão baixas quanto 0,02 para superfícies
polidas. Os cerâmicos e os materiais orgânicos ao contrário dos metais têm altas
emissividades. A emissividade dos metais pode aumentar em algumas situações,
como por exemplo: o aumento da temperatura do metal e em situações de oxidação
do metal, que quanto mais oxidado maior será sua emissividade que poderá ser
próxima dos níveis de emissividade dos não metais.
Nas interpretações dos dados, devem ser observados alguns fatores de influência,
logo as condições de superfície devem ser corretamente descritas, como: limpeza do
local, tipo de acabamento, condições de oxidação e rugosidade. Com essas variáveis
descritas é possível encontrar valores com menos incertezas e evitar grandes
discrepâncias.

Figura 17 - Faixas típicas de emissividade de diversos materiais

ABSORVIDADE, REFLETIVIDADE E TRANSMISSIVIDADE


Tudo que nos rodeia emite radiação constantemente, e a emissividade representa as
características de emissão desses corpos.
Isso significa que cada corpo, incluindo o nosso, é constantemente bombardeado por
radiação proveniente de todas as direções ao longo do intervalo de comprimento de
onda.
Quando a radiação atinge a superfície, parte é absorvida e parte é refletida, sendo que
a parte restante, se houver, é transmitida.
A fração de irradiação absorvida pela superfície é chamada absortividade, a fração
refletida pela superfície é chamada refletividade e a fração transmitida é chamada
transmissividade. Logo, podemos definir que:

LEI DE KIRCHHOFF
A lei da radiação térmica de Kirchhoff, postulada pelo físico alemão Gustav Robert
Kirchhoff, afirma que um corpo arbitrário que emite e absorve radiação térmica em
equilíbrio termodinâmico, a emissividade é igual à absorção.
Esta lei também deve ser válida para satisfazer a Segunda Lei da Termodinâmica.
Isso parece violar a Segunda Lei da Termodinâmica, que afirma que o calor não pode
fluir espontaneamente do sistema frio ao sistema quente, sem trabalho externo sendo
executado no sistema.
O paradoxo é resolvido pelo fato de que cada corpo deve estar na linha de visão direta
do outro para receber radiação dele.
O caso de diferentes emissividades é resolvido pela Lei de Kirchhoff da radiação
térmica, que afirma que objetos com baixa emissividade também possuem baixa
absorção.
Como resultado, o calor não pode fluir espontaneamente do sistema frio para o
sistema quente e a segunda lei ainda é satisfeita.
Em geral, tanto a emissividade (ε) quanto a absortividade (α) de uma superfície
dependem da temperatura e do comprimento de onda da radiação. A lei da radiação
térmica de Kirchhoff afirma que a emissividade e a absorção de uma superfície a uma
dada temperatura e comprimento de onda são iguais.
EFEITO ESTUFA
Em uma estufa, a radiação solar composta por comprimentos de onda desde o
ultravioleta até o infravermelho passa livremente através da cobertura de vidro, ou
plástico, sendo absorvida pelas plantas.
Entretanto, os raios infravermelhos ficam refletindo internamente dentro da estufa,
praticamente sem serem emitidos para fora, já que o vidro é opaco para essa
radiação. Então, através da queima de combustíveis, lançamento de gases compostos
de cloro-flúor-carbono (CFCs) e o excesso de dióxido de carbono na atmosfera, esse
efeito pode ser aumentado consideravelmente, contribuindo para o aquecimento
global.
A utilização da energia solar, dos ventos (eólica), das marés, geotérmica e da fusão
nuclear para gerar eletricidade devem ser incentivados.
Existem aqueles que argumentam que a Terra teria um efeito de compensação contra
o aquecimento global no qual o aquecimento crescente poderia levar a um aumento da
evaporação, o que produziria mais nuvens, bloqueando uma parcela da luz do sol de
chegar à superfície terrestre.

Figura 18 - Estufa recebendo radiação solar

RADIAÇÃO ATMOSFÉRICA E SOLAR


O Sol é nossa principal fonte de energia. A energia que sai do Sol, chamada energia
solar, chega até nós sob a forma de ondas eletromagnéticas após experimentar
consideráveis interações com a atmosfera. A energia de radiação emitida ou refletida
pelos constituintes da atmosfera forma a radiação atmosférica.
A energia solar que atinge a atmosfera terrestre é chamada de irradiância solar total
Gs, cujo valor é 1,373 W/m2 (constante solar). Esse valor representa a taxa em que a
energia solar incide sobre a superfície normal aos raios do Sol, na extremidade
externa da atmosfera quando a Terra está na distância média do Sol.

Figura 19 - Equivalência da irradiação solar com a temperatura efetiva da superfície do Sol

Para realizar os cálculos de radiação solar é conveniente tratar a atmosfera como um


corpo negro em uma temperatura fictícia mais baixa, que emite uma quantidade
equivalente de energia de radiação. Essa temperatura é chamada de Temperatura
efetiva do céu Tcéu. Logo podemos expressar a equação da seguinte maneira:

A temperatura efetiva do céu não se desvia muito da temperatura ambiente, logo


adotando à luz da lei de Kirchhoff, podemos considerar que a emissividade na
temperatura ambiente é igual a absorvidade da superfície, podendo ser descrita:
Partindo de uma interação de radiação da superfície exposta à radiação solar e
atmosférica:

Figura 20 - Interação Sol – Atmosfera

Podemos chegar a taxa líquida de transferência de calor por radiação para uma
superfície exposta à radiação solar e atmosférica, que é determinada através de um
balanço de energia:

Onde TS é a temperatura de superfície em Kelvin (K), e ε é a emissividade da


superfície na temperatura ambiente.
Para finalizar, é preciso salientar que energia renovável é a manifestação da energia
solar em diferentes formas (eólica, hidrelétrica, térmica oceânica, entre outras).
Embora a energia solar seja suficiente para satisfazer as necessidades energéticas de
todo mundo, atualmente não é rentável utilizá-la em virtude da baixa concentração de
energia solar na Terra e dos altos custos de capital para aproveitá-la.

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