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Para mim, meditar é muito mais do que estar sentado no chão com as palmas das mãos
voltadas para o tecto, a queimar incenso e a ouvir um CD com os sons do oceano (apesar que
isto também funciona!)...meditar é procurar o silêncio no meio da confusão e do stress
diário...é saber quando parar para pensar, para dedicarmos tempo a nós próprios, para não
fazer nada, para nos tranquilizarmos, para nos sentirmos bem connosco próprios! Podemos
meditar num banho de espuma, num passeio a pé pela cidade ou enquanto lemos um bom
livro...como é que vocês "meditam"?
A meditação é encarada muitas vezes como algo penoso em que temos que estar
completamente em silêncio e muito concentrados. Pois a meditação é muito mais do que
isso. A meditação é saborearmos a vida, ver um por do sol e deixar os nossos
pensamentos perderem-se. De facto até é possivel meditar enquanto se lava a loiça.
A Meditação
Nesta lição aprenderemos, de uma forma bem simples e objetiva, como praticar a
meditação e quais os enormes benefícios que podemos ter praticando-a regularmente.
A prática da meditação
Primeiramente devemos escolher um local silencioso, arejado e limpo. O quarto de
dormir é o ideal.
Depois devemos nos acomodar em uma posição confortável, na qual seja possível
permanecer por um bom tempo sem se mover.
Pode-se se sentar com as pernas cruzadas ao estilo oriental ou deitar-se com a barriga
para cima, as pernas esticadas e os pés unidos.
Após isso deve-se fazer o relaxamento de todo o corpo, e para isso usaremos a técnica
que já vimos nas primeiras lições deste curso.
Feito isso, iremos utilizar o método descrito abaixo e passar a praticar a meditação
propriamente dita.
Ao praticar a meditação entenda que seu único objetivo deve ser silenciar a mente, parar
com sua agitação e com a sucessão de pensamentos que normalmente ocorre.
Quando se consegue alcançar o silêncio absoluto da mente, ou seja, a ausência total de
pensamentos, é que experimentamos o Vazio Iluminador, o êxtase místico, a liberdade
da alma.
Quanto mais se pratica a meditação mais a mente vai se aquietando, e mais perto
estaremos de alcançar o Vazio Iluminador.
Não se preocupe em saber como deve ser o Vazio Iluminador ou qualquer coisa do tipo.
Concentre-se apenas na técnica de meditação que você estiver fazendo.
Seu objetivo deve ser apenas silenciar a mente, nada mais. O demais virá por acréscimo.
A mente é como um animal selvagem que precisa ser domado para obedecer.
Inclusive isto é simbolizado na passagem bíblica na qual o grande mestre Jesus entra em
Jerusalém montado sobre o asno, o burrico.
Se quisermos entrar na Jerusalém celestial, nas dimensões superiores da natureza,
devemos montar, domar e controlar o asno, ou seja, a mente.
Os Koans
Um koan é uma frase enigmática que tem como objetivo propor um problema à mente
que ela não consegue resolver.
Dessa forma fazemos com que a mente se canse procurando uma resposta que ela não
pode encontrar, uma vez que a resposta para um koan está além da mente, em um nível
superior.
Conforme a mente vai se cansando ela vai também se aquietando até ficar em completo
silêncio.
Esse é o objetivo do koan: silenciar a mente e ao mesmo tempo atrair levemente o sono.
Quando adormecemos, mesmo que por um breve instante, com a mente em silêncio, é
que vivemos a experiência mística.
Pode-se escolher um dos seguintes koans para praticar a meditação:
"Como faço para sair vivo desta situação sem nenhuma ajuda?"
Então o que fazemos é lançar qualquer uma dessas perguntas à mente e ordenar que
responda.
Depois de lançar o koan para a mente responder deve-se concentrar esperando a sua
resposta, como se estivesse olhando dentro da mente à espera da resposta que ela está
obrigada a trazer.
Dessa forma, mantemos a mente “pressionada” a trazer a resposta até ela ir se cansando
e ficando em silêncio.
A mente é claro, tenderá a não obedecer, a trazer respostas erradas (pois ela não
conhece a resposta para um koan) ou desviar para outros pensamentos.
Por isso deve-se insistir para que ela obedeça e traga a resposta para o koan.
Se a mente insiste em desviar para outros pensamentos seja imperativo com ela dizendo
mentalmente: Fora! Não é isso que estou procurando!
Em seguida volta a se concentrar esperando a resposta.
Lembre-se: qualquer resposta trazida pela mente estará errada, pois ela jamais pode
conhecer algo que está além dos afetos e da mente.
Cada pessoa deve praticar a meditação (ou qualquer outra prática) respeitando seus
limites, ou seja, começar praticando por pouco tempo e, gradativamente, ir aumentando
o tempo da prática.
Se forçar a concentração por longo tempo logo de início, pode ser que ocorram dores de
cabeça ou mesmo tontura.
Em geral, é difícil controlar a mente. Ela é como um balão ao sabor do vento – vai de
um lado para outro, soprada por circunstâncias exteriores. Se as coisas vão bem, a
mente fica feliz; se vão mal, reage tornando-se infeliz. Mesmo quando estamos felizes,
essa felicidade não é completa. Por exemplo, quando obtemos algo que desejamos, uma
aquisição ou um novo parceiro, ficamos excitados e nos apegamos a isso.
Porém, como não é possível obter tudo o que desejamos e como estamos condenados a
ser separados de nossos amigos e posses, o apego, ou grude mental, só serve para nos
causar dor. Por outro lado, quando não obtemos aquilo que desejamos ou perdemos algo
de que gostamos, somos tomados por desânimo e irritação.
Se formos obrigados a trabalhar com alguém que detestamos, ficaremos bravos e nos
sentiremos prejudicados. Como resultado, nosso rendimento será afetado e o dia no
trabalho se tornar-se-á estressante e insatisfatório.
Nessa técnica, primeiramente você precisa desenvolver a sua atenção. Tem de desenvolver um
tipo de atitude alerta para que essa técnica se torne possível, de modo que, sempre que a sua
atenção despertar, você possa vivenciar a si próprio.
Atenção significa um alerta silencioso, sem a interferência de pensamentos. Pratique e
desenvolva-a em tudo que fizer. Ao comer, prove sem pressa, mastigue consciente¬mente,
sinta a textura, a temperatura e o sabor dos alimentos. Ao beber água, sinta o frescor. Feche
os seus olhos, beba-a lentamente, prove-a. Sinta o frescor e sinta que você se tornou esse
frescor, porque ele está sendo transferido da água para você, está se tornando parte do seu
corpo. Durante o banho, ou ao lavar a louça, deixe os outros pensamentos de lado e
concentre-se na água escorrendo sobre a sua pele, na textura da esponja de banho, na força
que emprega para limpar uma panela. Ao caminhar, apenas caminhe, sinta os pés tocando o
chão, observe o ritmo da respiração enquanto anda. Quantos passos você dá enquanto inspira
e expira?
Desta forma, simples atividades diárias podem se tornar meditativas, deixando de ser um meio
para um fim. Andamos pela simples razão de andar. Comemos pela simples razão de comer.
Sem pensar na conta de luz que ainda precisa ser paga, ou no e-mail que ainda precisa ser
enviado, tampouco na discussão desagradável com o chefe no dia anterior. Assim, é possível
vivenciar conscientemente cada instante, cada gesto, cada reação do nosso corpo e da nossa
mente.
“Qi Gong Harmônico” ou “Respiração Consciente”
Sempre que tiver tempo, relaxe o sistema respiratório por alguns minutos, nada mais – não há
necessidade de relaxar o corpo todo. Sentado no ônibus, no avião ou na sala de espera,
ninguém perceberá que você está fazendo algo. Procure adotar uma posição confortável,
apoiando bem os pés no chão e relaxando o resto do corpo. Apóie a ponte da língua entre o
céu da boca e os dentes. Se quiser, feche os olhos, ou então fixe-os num ponto qualquer à sua
frente, um pouco abaixo da altura dos seus olhos, mas sem inclinar a cabeça para frente.
Pouse suavemente as palmas das suas mãos no seu abdome, abaixo do umbigo, e comece a
observar o ar entrando, saindo, entrando.
Durante a inspiração, observe o ar entrando naturalmente, preenchendo todo o seu tronco e
projetando o seu abdome para frente. Durante a expiração, sustente a saída do ar contraindo
o períneo, ou seja, puxando para cima a região entre o ânus e a genitália externa.
Permaneça nesta posição, observando a sua respiração, durante 4-5 minutos, ou durante o
tempo que tiver disponível, por mais curto que seja. Se possível, pratique diariamente!
Esta prática gera uma sensação de calma e descanso e vigor.
2.
3.
o Deixe tua atenção focada em tua respiração. Escute, siga, mas não pense
nela.
o Para superar ruídos verbais, recite um mantra (repetição de uma palavra
sagrada). Uma palavra única como OM em um ritmo estável é o melhor.
Podes recitar verbalmente ou somente com a voz de tua mente.
8.
Silencia tua mente. Depois de ter treinado a se focar em uma coisa de cada vez,
o próximo passo é focar em nada, limpando tua mente. Isto requer muita
disciplina, mas é o pináculo da meditação. Depois de focar em um único ponto,
pode descartá-lo ou observá-lo e deixar que vá e venha, sem rotulá-lo ou pensar
sobre ele. Tome a mesma postura com os pensamentos que surgirem e deixe que
sua mente vá e venha até que o silêncio persevere.