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MEDITAR – ENXERTOS

Para mim, meditar é muito mais do que estar sentado no chão com as palmas das mãos
voltadas para o tecto, a queimar incenso e a ouvir um CD com os sons do oceano (apesar que
isto também funciona!)...meditar é procurar o silêncio no meio da confusão e do stress
diário...é saber quando parar para pensar, para dedicarmos tempo a nós próprios, para não
fazer nada, para nos tranquilizarmos, para nos sentirmos bem connosco próprios! Podemos
meditar num banho de espuma, num passeio a pé pela cidade ou enquanto lemos um bom
livro...como é que vocês "meditam"?

A meditação é encarada muitas vezes como algo penoso em que temos que estar
completamente em silêncio e muito concentrados. Pois a meditação é muito mais do que
isso. A meditação é saborearmos a vida, ver um por do sol e deixar os nossos
pensamentos perderem-se. De facto até é possivel meditar enquanto se lava a loiça.

Deixo aqui alguns conselhos de como meditar:


- Deixe os seus pensamentos fluirem. Não tente pará-los, pelo menos inicialmente.
Simplesmente aceite-os. A cada pensamento que surja, observe-o, aceite-o e deixe-o ir.
- Esteja confortavel (não é necessário estar em posição de lotus). Até se pode meditar
deitado.
- Comece por concentrar-se na sua respiração sem a alterar. Simplesmente percebendo
todo o movimento dela e do seu ritmo.
- Pratique diariamente. Comece por estar 5 minutos sossegado, apenas consigo. Se tiver
uma casa agitada com muita gente, refugie-se na casa de banho. Á medida que for
praticando diariamente, vá aumentando o tempo de meditação. Cada vez será mais fácil.
- Adapte-se. Vá descobrindo quais as melhores técnicas para si. Vá explorando.
Concentre-se só num ponto, concentre-se só na respiração, procure visualizar coisas, use
musica, experimente ao ar livre, etc... Cada pessoa é unica e por isso é que se deve
descobrir a melhor técnica para cada uma.

A Meditação
Nesta lição aprenderemos, de uma forma bem simples e objetiva, como praticar a
meditação e quais os enormes benefícios que podemos ter praticando-a regularmente.

Na lição anterior vimos algo sobre o que é o despertar da consciência, e as grandes


diferenças que existem entre ter a consciência desperta e adormecida.
Vimos também que os meios efetivos para o despertar da consciência são a prática da
morte psicológica e da meditação.
Aqui está então o principal objetivo de praticarmos a meditação: despertar nossa
consciência, o que por si só nos faz pessoas totalmente diferentes do que somos, com
diferentes capacidades, objetivos e percepções.

A prática da meditação remonta a tempos antiquíssimos e está representada em todas as


grandes religiões do mundo como o budismo, hinduísmo, cristianismo, sufismo,
judaísmo, taoísmo, etc.
Também a moderna Psicologia tem estudado e atestado que são muitos os benefícios
advindos da prática da meditação.

A prática da meditação
Primeiramente devemos escolher um local silencioso, arejado e limpo. O quarto de
dormir é o ideal.
Depois devemos nos acomodar em uma posição confortável, na qual seja possível
permanecer por um bom tempo sem se mover.
Pode-se se sentar com as pernas cruzadas ao estilo oriental ou deitar-se com a barriga
para cima, as pernas esticadas e os pés unidos.
Após isso deve-se fazer o relaxamento de todo o corpo, e para isso usaremos a técnica
que já vimos nas primeiras lições deste curso.

Feito isso, iremos utilizar o método descrito abaixo e passar a praticar a meditação
propriamente dita.
Ao praticar a meditação entenda que seu único objetivo deve ser silenciar a mente, parar
com sua agitação e com a sucessão de pensamentos que normalmente ocorre.
Quando se consegue alcançar o silêncio absoluto da mente, ou seja, a ausência total de
pensamentos, é que experimentamos o Vazio Iluminador, o êxtase místico, a liberdade
da alma.
Quanto mais se pratica a meditação mais a mente vai se aquietando, e mais perto
estaremos de alcançar o Vazio Iluminador.

Não se preocupe em saber como deve ser o Vazio Iluminador ou qualquer coisa do tipo.
Concentre-se apenas na técnica de meditação que você estiver fazendo.
Seu objetivo deve ser apenas silenciar a mente, nada mais. O demais virá por acréscimo.

A mente é como um animal selvagem que precisa ser domado para obedecer.
Inclusive isto é simbolizado na passagem bíblica na qual o grande mestre Jesus entra em
Jerusalém montado sobre o asno, o burrico.
Se quisermos entrar na Jerusalém celestial, nas dimensões superiores da natureza,
devemos montar, domar e controlar o asno, ou seja, a mente.

Os Koans
Um koan é uma frase enigmática que tem como objetivo propor um problema à mente
que ela não consegue resolver.
Dessa forma fazemos com que a mente se canse procurando uma resposta que ela não
pode encontrar, uma vez que a resposta para um koan está além da mente, em um nível
superior.
Conforme a mente vai se cansando ela vai também se aquietando até ficar em completo
silêncio.
Esse é o objetivo do koan: silenciar a mente e ao mesmo tempo atrair levemente o sono.
Quando adormecemos, mesmo que por um breve instante, com a mente em silêncio, é
que vivemos a experiência mística.
Pode-se escolher um dos seguintes koans para praticar a meditação:

"Quem é aquele que está só no meio de dez mil coisas?"


"Se tudo se reduz à unidade, a que se reduz a unidade?"

Também podemos usar um outro koan, nos concentrando e imaginado a seguinte


situação:
Existe um profundo abismo e na beira deste uma grande árvore está plantada. Essa
árvore possui um longo galho que cresceu de tal forma que sua ponta se projetou vários
metros sobre o abismo.
Agora imaginamos que na ponta deste galho está amarrada uma corda e na outra ponta
da corda está você, com as mãos e pés firmemente amarrados de forma que é impossível
soltá-los, e apenas se segurando à corda com os dentes.
Então pergunte à mente:

"Como faço para sair vivo desta situação sem nenhuma ajuda?"

Então o que fazemos é lançar qualquer uma dessas perguntas à mente e ordenar que
responda.
Depois de lançar o koan para a mente responder deve-se concentrar esperando a sua
resposta, como se estivesse olhando dentro da mente à espera da resposta que ela está
obrigada a trazer.
Dessa forma, mantemos a mente “pressionada” a trazer a resposta até ela ir se cansando
e ficando em silêncio.

A mente é claro, tenderá a não obedecer, a trazer respostas erradas (pois ela não
conhece a resposta para um koan) ou desviar para outros pensamentos.
Por isso deve-se insistir para que ela obedeça e traga a resposta para o koan.

Se a mente insiste em desviar para outros pensamentos seja imperativo com ela dizendo
mentalmente: Fora! Não é isso que estou procurando!
Em seguida volta a se concentrar esperando a resposta.

Lembre-se: qualquer resposta trazida pela mente estará errada, pois ela jamais pode
conhecer algo que está além dos afetos e da mente.

Cada pessoa deve praticar a meditação (ou qualquer outra prática) respeitando seus
limites, ou seja, começar praticando por pouco tempo e, gradativamente, ir aumentando
o tempo da prática.
Se forçar a concentração por longo tempo logo de início, pode ser que ocorram dores de
cabeça ou mesmo tontura.

É importante que se pratique essas técnicas com continuidade, preferencialmente todos


os dias, pois é dessa forma que se obtém resultados.
Como Meditar
O objetivo da meditação é tornar nossa mente calma e pacífica.

Com a mente serena, livramos-nos das inquietações e do desconforto mental e sentimos


verdadeira felicidade; mas se nossa mente não estiver em paz, não conseguiremos ser
felizes, mesmo que nossas condições externas sejam excelentes.

Se treinarmos em meditação, aos poucos nossa mente vai se acalmar e experienciaremos


uma forma de felicidade cada vez mais pura. Por fim, conseguiremos permanecer
contentes o tempo todo, até nas mais duras circunstâncias.

Em geral, é difícil controlar a mente. Ela é como um balão ao sabor do vento – vai de
um lado para outro, soprada por circunstâncias exteriores. Se as coisas vão bem, a
mente fica feliz; se vão mal, reage tornando-se infeliz. Mesmo quando estamos felizes,
essa felicidade não é completa. Por exemplo, quando obtemos algo que desejamos, uma
aquisição ou um novo parceiro, ficamos excitados e nos apegamos a isso.

Porém, como não é possível obter tudo o que desejamos e como estamos condenados a
ser separados de nossos amigos e posses, o apego, ou grude mental, só serve para nos
causar dor. Por outro lado, quando não obtemos aquilo que desejamos ou perdemos algo
de que gostamos, somos tomados por desânimo e irritação.

Se formos obrigados a trabalhar com alguém que detestamos, ficaremos bravos e nos
sentiremos prejudicados. Como resultado, nosso rendimento será afetado e o dia no
trabalho se tornar-se-á estressante e insatisfatório.

Essas oscilações de humor ocorrem porque estamos intimamente envolvidos com as


situações exteriores. Parecemos uma criança que, construindo um castelo de areia, sente
entusiasmo quando ele fica pronto, mas, logo a seguir, se decepciona ao vê-lo ser
destruído pela maré.

Treinando em meditação, criamos espaço e clareza interiores, que nos capacitam a


controlar nossas mentes, quaisquer que sejam as circunstâncias externas. Pouco a pouco,
tornamo-nos capazes de substituir nossa mente desequilibrada, que oscila entre os
extremos do excitamento e da decepção, por um equilíbrio mental, isto é, uma mente
estabilizada que está feliz o tempo todo.

Se treinarmos em meditação de maneira sistemática, seremos capazes de erradicar as


delusões – causas de todos os problemas e sofrimentos. Desse modo, atingiremos um
estado de permanente paz interior, conhecido como “libertação ou nirvana”. Então, dia e
noite, vida após vida, vamos experimentar unicamente paz e felicidade.

Nessa técnica, primeiramente você precisa desenvolver a sua atenção. Tem de desenvolver um
tipo de atitude alerta para que essa técnica se torne possível, de modo que, sempre que a sua
atenção despertar, você possa vivenciar a si próprio.
Atenção significa um alerta silencioso, sem a interferência de pensamentos. Pratique e
desenvolva-a em tudo que fizer. Ao comer, prove sem pressa, mastigue consciente¬mente,
sinta a textura, a temperatura e o sabor dos alimentos. Ao beber água, sinta o frescor. Feche
os seus olhos, beba-a lentamente, prove-a. Sinta o frescor e sinta que você se tornou esse
frescor, porque ele está sendo transferido da água para você, está se tornando parte do seu
corpo. Durante o banho, ou ao lavar a louça, deixe os outros pensamentos de lado e
concentre-se na água escorrendo sobre a sua pele, na textura da esponja de banho, na força
que emprega para limpar uma panela. Ao caminhar, apenas caminhe, sinta os pés tocando o
chão, observe o ritmo da respiração enquanto anda. Quantos passos você dá enquanto inspira
e expira?
Desta forma, simples atividades diárias podem se tornar meditativas, deixando de ser um meio
para um fim. Andamos pela simples razão de andar. Comemos pela simples razão de comer.
Sem pensar na conta de luz que ainda precisa ser paga, ou no e-mail que ainda precisa ser
enviado, tampouco na discussão desagradável com o chefe no dia anterior. Assim, é possível
vivenciar conscientemente cada instante, cada gesto, cada reação do nosso corpo e da nossa
mente.
 “Qi Gong Harmônico” ou “Respiração Consciente”
Sempre que tiver tempo, relaxe o sistema respiratório por alguns minutos, nada mais – não há
necessidade de relaxar o corpo todo. Sentado no ônibus, no avião ou na sala de espera,
ninguém perceberá que você está fazendo algo. Procure adotar uma posição confortável,
apoiando bem os pés no chão e relaxando o resto do corpo. Apóie a ponte da língua entre o
céu da boca e os dentes. Se quiser, feche os olhos, ou então fixe-os num ponto qualquer à sua
frente, um pouco abaixo da altura dos seus olhos, mas sem inclinar a cabeça para frente.
Pouse suavemente as palmas das suas mãos no seu abdome, abaixo do umbigo, e comece a
observar o ar entrando, saindo, entrando.
Durante a inspiração, observe o ar entrando naturalmente, preenchendo todo o seu tronco e
projetando o seu abdome para frente. Durante a expiração, sustente a saída do ar contraindo
o períneo, ou seja, puxando para cima a região entre o ânus e a genitália externa.
Permaneça nesta posição, observando a sua respiração, durante 4-5 minutos, ou durante o
tempo que tiver disponível, por mais curto que seja. Se possível, pratique diariamente!
Esta prática gera uma sensação de calma e descanso e vigor.

1. Planeja um horário para meditares. Disponiblize tempo suficiente em tua


rotina diária para meditar. Os efeitos da meditação são mais perceptíveis quando
o fazes regular e consistentemente, ao invés de esporadicamente.

o Como um iniciante, precisarás de trinta minutos ou mais, mas quando


ficares mais experiente, dez minutos bastarão.
o Podes meditar a qualquer hora do dia. Algumas pessoas gostam de
começar o dia meditando, enquanto outras gostam de limpar a mente ao
fim do dia, e outras ainda preferem se refugiar na meditação no meio de
um dia ocupado. Geralmetne, o momento mais fácil para meditar é de
manhã, antes que os eventos do dia cansem teu corpo e dêem a tua mente
algo para se preocupar.
o Não medites imediatamente depois de uma refeição, ou quando há a
chance de ficares com fome. O sistema digestório do corpo pode ser uma
grande distração.

2.

Encontre um local quieto e relaxante, o que é especialmente importante ao


iniciar, para evitar distrações. Desligue o televisor, telefone ou outros aparelhos
barulhentos, incluindo seu celular. Se fores usar música, use uma relaxante,
repetitiva e calma, para não quebrar tua concentração. Meditar ao ar livre pode
ser bom, se não fores te sentar ao lado de uma rua movimentada ou outra fonte
de ruídos.

3.

Senta-te nivelado ao chão. Use um colchonete ou almofada se o chão for


desconfortável. Não tens que se retorcer na posição de lotus ou qualquer postura.
O importante é manter suas costas retas, pois isto vai ajudar a respiração.

o Podes também meditar em uma cadeira, mas sente na frente do assento,


para que as costas não toquem o encosto.
o Qualquer posição na qual consigas relaxar com as costas eretas é
permissível, até mesmo deitado -- mas tome cuidado para não
adormecer!
4. Mantenha os olhos semicerrados sem focar em nada. Se isto te distrair ou for
difícil, feche-os ou encontre outra coisa para se concentrar, como a chama de
uma vela.
5. Respire profundamente e devagar, pelo abdome ao invés do peito. Deves sentir
teu estômago subir e descer, enquanto o tórax permanece relativamente imóvel.
6. Relaxe cada músculo de seu corpo. Não se apresse, pois demora tempo para
relaxar completamente. Faça isto pouco a pouco, começando pelos dedos dos
pés e subindo até a cabeça, eliminando a tensão.
7. Foque tua atenção. Tua mente pode querer vagar, indo de pensamento a
pensamento enquanto faz observações sobre outras coisas. Foque tua atenção em
um único ponto até que ela descanse. O objetivo aqui é conseguir diminuir e
eliminar o burburinho mental. Encontre uma âncora para descansar tua mente.

o Deixe tua atenção focada em tua respiração. Escute, siga, mas não pense
nela.
o Para superar ruídos verbais, recite um mantra (repetição de uma palavra
sagrada). Uma palavra única como OM em um ritmo estável é o melhor.
Podes recitar verbalmente ou somente com a voz de tua mente.

Para eliminar imagens mentais que podem se intrometer em teus


pensamentos, visualize um lugar calmo, real ou imaginário. Imagine-se
no topo de uma escadaria que leva a um local seguro. Conte os passos
enquanto a sobe até que esteja calmo e relaxado.

8.

Silencia tua mente. Depois de ter treinado a se focar em uma coisa de cada vez,
o próximo passo é focar em nada, limpando tua mente. Isto requer muita
disciplina, mas é o pináculo da meditação. Depois de focar em um único ponto,
pode descartá-lo ou observá-lo e deixar que vá e venha, sem rotulá-lo ou pensar
sobre ele. Tome a mesma postura com os pensamentos que surgirem e deixe que
sua mente vá e venha até que o silêncio persevere.

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