Você está na página 1de 4

Laboratório de Mecânica dos Solos

Umidade dos Solos

ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DOS SOLOS

DISCUSSÃO GERAL

O ensaio de umidade é um ensaio rotineiro para determinar a quantidade de água presente numa porção de
solo em termos do peso seco da amostra. Define-se:

Onde Ww é o peso de água presente na massa de solo e Ws é o peso de sólidos. A definição da umidade
poderia ser feita em função do peso total, mas neste caso ter-se-ia no denominador um valor que seria função da
quantidade de água na amostra.
Dependendo do tipo de solo, as quantidades a seguir são requeridas para que se tenham amostras
representativas:

Tamanho máximo de partículas Peso mínimo recomendado


(95-100% passando na peneira) para amostra (g)
N° 4 (4.75 mm) 100
N° 40 (0.420 mm) 10 a 50
12.5 mm 300
50.0 mm 1000

MÉTODOS DE LABORATÓRIO

Existem vários métodos para a determinação da umidade de um solo, dentre eles destaca-se os que
seguem a seguir.

1 Método Da Estufa (NBR 6457)

Equipamentos

Cápsulas de alumínio;
Estufa capaz de manter a temperatura entre 105°C e 110°C;
Balança com sensibilidade de 0.01g;
Dissecador de sílica gel;
Pinças metálicas.

Procedimento

1. Tomar uma quantidade de material, função da dimensão dos grãos maiores contidos na amostra
(tabela 1) e destorroa-lo.
2. Pesar uma cápsula de alumínio, incluindo tampa quando for o caso. Assegure -se de identificar a
cápsula e o solo a ser pesado, anotando o valor M1 (também chamado peso de tara - T) em gramas.
3. Colocar uma amostra representativa do solo úmido na cápsula e determine o peso úmido (sólidos +
cápsula + água), obtendo-se o valor M2 em gramas. Se o peso da amostra úmida não for determinado
imediatamente após a colocação da amostra a cápsula, deve-se proteger o solo contra a perda de
umidade colocando-se uma tampa na cápsula e, se necessário, envolver a cápsula com um papel
úmido.

1
Laboratório de Mecânica dos Solos
Umidade dos Solos

4. Após a pesagem do solo úmido + cápsula (M2), remover a tampa (usualmente coloca-se a tampa no
fundo da cápsula) e levar à estufa com temperatura controlada (normalmente 105 a 110 oC) até a
constância de peso.
5. Quando for alcançada a constância de peso, determina-se o peso de solo seco + cápsula, obtendo-se
o valor M3 em gramas. Cuidado quanto ao uso da mesma balança e sensibilidade adequadas para as
pesagens.
6. Efetuar, três determinações do teor de umidade por amostra, no mínimo.

Tabela 1 - Quantidade de amostra recomendada em função do tamanho de grãos na amostra e


sensibilidade recomendada para balanças.

Dim. dos grãos maiores Quant. de material


Balança a ser utilizada
contidos na amostra (em massa seca)
(mm) (g) Cap. nom. (g) Resolução (g)
<2 30 200 0,01
2 a 20 30 a 300 1500 0,1

CUIDADOS E OBSERVAÇÕES

1. A amostra deve ser escolhida de forma a ser representativa do solo em questão.


2. Todos as perdas de umidade durante o manuseio e pesagem da amostra devem ser minimizados.
3. A amostra de ser suficiente para fornecer acurácia adequada às pesagens e a escolha da balança
deve ser apropriada `a quantidade de amostra.
4. A cápsula deve ser cuidadosamente limpa e seca antes do uso. Deve ser de material não corrosível e
ter um número gravado para a identificação.
5. A pesagem de cápsulas ainda quentes não é recomendada, pois aumenta o risco de se deixar cair e a
acurácia da balança pode ser apreciavelmente afetada pela temperatura. O uso de dissecador de
sílica gel é recomendado para se deixar esfriar as amostras, especialmente de solos coesivos que
podem levar 2 horas ou mais para esfriar. Não se deve resfriar a amostra ao ar, já que pode haver
reabsorção da umidade do ar pelo solo.
6. Deve-se notar que o termo solo "seco" não é acurado. Define-se que o solo está seco quando atinge
a constância de peso após aquecido à temperatura de 105 a 110 oC, mas deve existir sem dúvida
alguma água presente em torno das partículas de solo na forma de água adsorvida. Temperaturas
muito mais altas são requeridas para retirar esta água, mas podem provocar redução do peso de
sólidos por queima e ainda perda de água estrutural, que não ‘e considerada como parte do que se
define como umidade.
7. Deve-se efetuar a pesagem de forma a evitar erros tais como o de paralaxe e certificar-se da aferição
da balança.
8. A ABNT recomenda uso de temperaturas mais baixas para solos orgânicos e alguns tipos de argila
como a haloisita (50 a 60°C), isto aumenta o tempo necessário para secagem desses solos.

CÁLCULOS

a) Calcular a umidade de cada amostra:

w= M2 - M3 x100
M3 - M1

b) A umidade do solo será a média das determinações.

2 MÉTODOS EXPEDITOS (REALIZADOS NO CAMPO)

2.1 Método do Speedy (MB 1055)


2
Laboratório de Mecânica dos Solos
Umidade dos Solos

Este método determina indiretamente a umidade, através do uso de um aparelho constituído de câmara
hermeticamente fechada ligada a um manômetro. Dentro da câmara o solo entra em contato com um reagente
(carbureto de cálcio) que quando reage com a água contida no solo produzindo calor. A pressão no interior da
câmara sobe e pode ser lida no manômetro. Alguns aparelhos fazem a conversão de pressão para umidade,
sem que seja necessário fazer cálculos.

Equipamentos

Aparelho Speedy;
Ampolas com cerca de 6,5g de Carbureto de Cálcio (CaC2);
Balança com capacidade de 25 g, com precisão de 0,5 g;
Duas esferas de aço de diâmetros diferentes.

Procedimento

1. Pesa-se a amostra e coloca-se na câmara do aparelho.


2. Introduz-se na câmara duas esferas de aço seguidas das ampolas de carbureto de cálcio.
3. Fecha-se o aparelho, agita-se por repetidas vezes para quebrar as ampolas.
4. Se o speedy for o de leitura direta, lê-se o valor da umidade no manômetro após atingida a constância na
leitura. Se o speedy não for o de leitura direta, lê-se o valor da pressão no manômetro e retira-se o valor da
umidade de uma tabela entrando-se com o valor da pressão.

Observações

Em solos argilosos formam-se torrões cuja a umidade interior não reage com o carbureto, logo o
resultado é falho.
Deve-se esperar o ponteiro do manômetro apresentar-se constante, pois isto indica que toda a água da
amostra reagiu com o carbureto de cálcio.

2.2 MÉTODO DO ÁLCOOL ETÍLICO (MB-00958)

Objetivo

Determinar a umidade de solos pela adição de álcool à amostra e sua posterior queima.

Equipamentos

Balança
Cápsula metálica de fundo perfurado e suporte
Espátula
Pinça metálica
Álcool Etílico

Procedimento

1. Pesa-se a cápsula e o suporte, obtendo-se o valor M1 em gramas.


2. Coloca-se a amostra na cápsula, tendo-se o cuidado de espalhar em toda superfície.
3. Determina-se o peso da cápsula + amostra úmida, inclusive o suporte, obtendo-se o valor M2 em gramas.
4. Coloca-se quantidade adequada de álcool na amostra, misturando-se com a espátula e inflamando a
seguir o álcool.
5. Pesa-se a cápsula com solo seco e suporte, obtendo-se o valor M3 em gramas.
6. Repete-se o ensaio com três amostras e ao final tira-se a media das determinações.

3
Laboratório de Mecânica dos Solos
Umidade dos Solos

Cálculos

a) Calcular a umidade de cada amostra:


M2 − M
w= 3
M3 100%
− M
1
b) A umidade do solo será a média das determinações.

2.3 MÉTODO DA FRIGIDEIRA

Consiste em colocar a amostra dentro de uma frigideira e leva-la à chama de um fogareiro, mexendo
sempre com um bastão até se evaporar completamente a água. O tempo de aquecimento é determinado
fazendo-se testes preliminares, verificando-se aquele que melhor se ajusta ao método da estufa. Trata-se de
um processo rápido.

OBSERVAÇÕES FINAIS

Tanto o método do álcool quanto o do fogareiro apresentam inconveniente para solos argilosos ou com
matéria orgânica combustível, pois haverá redução do peso da matéria solida pela exposição a altas
temperaturas.
O método mais confiável é sem dúvida o método da estufa, porém em certas situações, como por
exemplo controle de compactação, não se pode esperar o tempo necessário de secagem, logo se utilizam
métodos de campo. O mais usado para o caso de controle de compactado e’ o método do Speedy.

Você também pode gostar