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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS


ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL

Disciplina: Teoria Política


Docente: Mathias Luce
Aluna: Maria Luiza Rodrigues

1° Avaliação

1. Caracterize a importância da obra de Maquiavel para a ciência política.

Maquiavel foi um filósofo que ultrapassou padrões de pensamento no seu tempo com a sua
inovação de ideais. Transformou o modo de pensar sobre ética, moralidade, religião, e
construiu um novo modo de pensar, ver e analisar política. Suas obras são atemporais, tendo
até hoje grande peso político e filosófico. Em uma das mais famosas “O príncipe”, Maquiavel
faz uma análise do período do renascimento, que contempla uma transição da idade média
para a modernidade, enquanto passam por instabilidades políticas, ao longo desse momento,
o autor defende que política deve-se desassociar da religião, ética e moral, diferentemente de
outros pensadores clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, que pregavam que
familiaridade entre esses conceitos. Com pensamentos visionários, Maquiavel continua sendo
um dos maiores influenciadores da ciência política contemporânea, com suas escritas que
possuem um grande valor para o cenário atual.

2. Compare o pensamento de Hobbes e Locke, analisando aspectos comuns e aspectos de


diferença entre ambos os autores, incluindo dicotomia estado de natureza-sociedade
civil e a questão do “direito natural”.

Locke e Hobbes compartilham o pensamento de que acreditam no ser humano em seu estado
de natureza, ou seja, o conceito de Estado de Natureza se refere a um período onde os
homens organizavam-se apenas sob as leis da natureza. Porém, cada pensador tem seu
próprio ideal de Estado de Natureza, para Hobbes, o ser humano possui uma índole natural
para a violência, segundo ele “O homem é o lobo do homem”. Por conta de seu intelecto, os
homens são capazes de dominar a natureza, mas veem em outros homens seu predador
natural. Em contraposto à Hobbes, Locke acredita que os seres humanos em estado de
natureza não são inimigos, mas sim desfrutam de uma vida pacífica em sua condição de
liberdade e igualdade.
Hobbes pressupõe que o indivíduo passaria seus direitos a alguém que iria representar o
Estado, o Leviatã, sendo composto de diferentes maneiras (aquisição, instituição, entre
outros), e que assim se manteria a ordem por meios autoritários, caso fosse necessário, pois o
Estado para o Hobbes jamais poderia ser refutado, como consequência de não mais ser
absoluto e retornar ao estado de natureza (guerras), instaurando dessa forma o Estado de
Sociedade.
Para Locke, os homens teriam direitos naturais, que são eles: direito à vida, igualdade e
liberdade, direito à propriedade privada, que seria garantido pelo trabalho, ou seja, natural. Os
homens são seus próprios juízes e estariam neles o poder de preservação de suas
propriedades, já que não haveria leis acima deles. Para o autor, qualquer governo que não
preservar os direitos dos indivíduos, poderá ser derrubado pelos mesmos, já que o poder
político se origina pelo consentimento da maioria.

3. Discorra sobre os principais conceitos do pensamento de Rousseau, identifique suas


diferenças em relação a Hobbes e Locke e analise quais os limites e potencialidades da
obra do filósofo genebrino para uma teoria da democracia.

Rousseau defendia a ideia de que o homem vivia na natureza e era puro, porém está sujeito a
influência que o corrompe. Para o autor, uma das maiores falhas humanas é a desigualdade,
que se dá de dois modos: a que se dá por questões individuais, onde cada homem passa por
acontecimentos diferentes e a desigualdade causada pelas circunstâncias sociais. Ao contrário
de Hobbes, a concepção de Rousseau era que os indivíduos nascem bons e viveriam em
harmonia, só se tornaram "ruins" a partir da posse da propriedade privada e do trabalho, que
os dividiram e assim os corromperam. Locke argumentava que o poder individual "Somos
capitães de nós mesmos", e Rousseau defendia que coletividade é mais importante que a
vontade de cada um. O filósofo foi um dos maiores defensores da democracia, criticando a
desigualdade, para ele, todos os homens são livres e iguais. A subordinação dos homens com
outros também é uma das críticas que o autor faz, a desigualdade é uma criação da sociedade
para manipulação dos mais "inferiores".
4. Leia o poema a seguir, de Bertolt Brecht, e o artigo 8° do capítulo II do Código de
Ética do Assistente Social e responda: com base nos assuntos estudados até aqui na
disciplina, qual a importância da teoria política na formação profissional do Assistente
Social? Justifique. Em sua resposta, comente alguma passagem do poema de Brecht e
algum exemplo do tempo presente que demonstre a importância do conhecimento
científico proporcionado pela teoria política.

A teoria política acrescenta impacta positivamente na formação profissional, pois para


entender como funcionam as políticas atualmente, precisamos entender desde os grandes
filósofos, para termos senso crítico para os acontecimentos que vivenciamos. O estudo sobre
o Estado e o Homem e seus papéis na sociedade são fundamentais para que o assistente social
esteja preparado para intervir da maneira mais apropriada politicamente e socialmente.
"O analfabeto político é tão burro que
Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política".
Essa frase mostra exatamente como as pessoas estão a respeito da política, no cenário atual.
A falta de desinformação levou as pessoas a eleger os governantes errados, que não se
importam com a população e estão cada vez mais acabando com o que é nosso por direito.
Estamos sofrendo com cortes na educação, saúde, saneamento básico, entre outros direitos
básicos. O conhecimento político deveria ser ensinado desde cedo nas escolas, pois é isso que
os que nos governam querem, pessoas analfabetas politicamente que são manipuladas e
negligenciadas. A teoria política abre nossos olhos diante de absurdos. Como diz o filme V
de Vingança: "O povo não deve temer seu governo. O governo é que deve ter medo de seu
povo."

Referências:
DOS A. COSTA, Iara Cristina; VIEIRA DE LIMA, Luiz. A Influência de Nicolau Maquiavel
Para a Política na Contemporaneidade à Luz de Obra O Príncipe: Moral, Ética e Religião -
Âmbito Jurídico. 2019.
MENEZES, Pedro. O Estado de Natureza em Hobbes, Locke e Rousseau.
ROCHA CALDAS, Gustavo. Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau:
Leviatã, Dois Tratados Sobre o Governo, O Contrato Social. 2018.
GODOY, William. A democracia para Rousseau. 2019.

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