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INFLUÊNCIA DA ESPUMA DE ALUMÍNIO NA DISSIPAÇÃO DE CALOR

Conference Paper · September 2018

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3 authors, including:

Maurício Simões Santanna Daniel de Oliveira Fernandes


University of Brasília University of Brasília
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XXV Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica – 27 à 31 de agosto de 2018
– Brasília, DF

INFLUÊNCIA DA ESPUMA DE ALUMÍNIO NA DISSIPAÇÃO DE CALOR


Nome do(s) autor(es): Daniel de Oliveira Fernandes, Maurício Simões Santanna, Rodrigo Alkimim Faria Alves
Instituição: Centro Universitário do Distrito Federal - UDF
Endereço Completo da Instituição: SEP/SUL EQ704 / 904 Conj. A CEP 70390-045 Brasília-DF
E-mail para correspondência: danieldeoliveirafernandes@gmail.com; mauriciosimoessantana@gmail.com

RESUMO: Este trabalho apresenta o propósito de avaliar a influência da espuma de alumínio na dissipação de calor,
utilizando o método dos elementos finitos por meio da análise térmica transiente no programa ANSYS 18.2. Para
representar a porosidade foram elaborados modelos com distribuição e tamanho de poros variados. O alumínio poroso
ainda é um material com características não muito conhecidas, porém tem sido empregado constantemente na indústria
automobilística e aeronáutica devido as suas propriedades de absorção de impacto. Aplicações térmicas devem ser
estudas visto que quanto maior a quantidade de poros e maior o tamanho da galeria formada no processo de fabricação
da espuma de alumínio, menor será sua condução térmica.

Palavras-Chave: Alumínio Poroso, Análise Térmica, Dissipação de Calor

ABSTRACT: This work presents the purpose of evaluating the influence of aluminium foams on heat dissipation using
the finite element method using transient thermal analysis in ANSYS 18.2. To represent the porosity, models with
different pore size and distribution were elaborated. Celmet aluminum is still a material with characteristics not very
well known, however it has been used constantly in the automotive and aeronautical industry due to properties of
absorption of impact. Thermal applications should be studied because the larger the pore size and the larger the gallery
size formed in the aluminium foaming process, the lower its thermal conduction.

Keywords: Celmet Aluminium, Thermal Analysis, Heat Dissipation

INTRODUÇÃO

A busca por eficiência energética tem feito do estudo da transferência de calor uma das áreas fundamentais para a
engenharia em correlato com o desenvolvimento industrial. Esse estudo vem sendo aprimorado desde a época de
Fourier (1768-1830) que desenvolveu um trabalho experimental e teórico sobre a propagação de calor.
A importância desse estudo se deve a diversos processos e aplicações que utilizam energia em trânsito. Çengel
(2012) diz que esse transporte energético se dá pela diferença de temperatura entre duas regiões em um mesmo meio e
podem ser representadas por equações diferenciais parciais que são denominadas equações de calor, e determinam a
distribuição da temperatura em um corpo. A resolução dessas equações se dá pela utilização de métodos numéricos.
O comportamento da dissipação de calor pode ser observado de duas maneiras: experimental e simulação
computacional, o mais recomendável pela viabilidade financeira e operacional é a simulação computacional, método.
mais utilizado para compreensão do processo por apresentar resultados mais nítidos e rápidos e possibilitar a simulação
do comportamento de calor em uma vasta classe de aplicações de interesse do projeto, além de permitir o tratamento de
problemas cada vez mais sofisticados.
O método computacional permite a análise por elementos finitos, que é bastante usado na engenharia, pois vários
problemas são descritos por equações diferenciais parciais e tais equações quando aplicadas em geometrias arbitrárias
tornam a resolução por métodos analíticos inviáveis. O método de elementos finitos calcula essas equações de modo
aproximado para diversos elementos em conjunto. E é empregado em problemas estruturais, de transferência de calor,
fluidos e acústicos (Fish e Belytschko, 2007).
Banhart e Asbhy, (2003) afirmam que busca por materiais alternativos tem colocado o alumínio poroso em alta na
indústria automobilística e aeroespacial devido ao seu baixo peso, boa capacidade de absorção de impacto e isolamento
térmico e acústico. O alumínio poroso pode formar dois tipos de estruturas, com células abertas (esponjas de alumínio)
ou com células fechadas (espumas de alumínio). Esses diferentes tipos permitem comportamentos únicos para cada
modelo de estrutura e concedem diferentes aplicações na indústria.
Neste projeto buscaremos abordar como ocorre a dissipação em espumas de alumínio, no decorrer do tempo e
melhor compreender como materiais de estruturas porosas se comportam quando estimulados termicamente.

METODOLOGIA
Criação do Sólido 3D

Foi utilizado para a modelagem do sólido 3D, o programa SolidWorks da empresa francesa Dassault Systèmes,
devido a praticidade de trabalho em relação ao SpaceClain e o Desing Modeler, disponíveis no ANSYS. As geometrias
foram criadas a partir de um cubo de 20x20x20mm, totalizando um volume de 8000mm³, a partir daí foi feito o esboço
de uma porosidade. Abaixo são mostradas as geometrias utilizadas durante a simulação e suas características.

Figura 1. Geometria maciça

Figura 2. Geometria 2 com porosidade (20% do volume) poros de 5mm

Figura 3. Geometria 3 com porosidade (40% do volume) poros de 6mm


Figura 4. Geometria 4 com porosidade (40% do volume) poros de 2mm

Criação da Malha

A partir da geometria modelada, é utilizado o ANSYS 18.2 para iniciar as simulações. O primeiro passo é importar
a geometria em formato ParaSolid, que é compatível com o programa ANSYS, a partir desse ponto realiza-se uma
verificação na geometria importada, a fim de corrigir erros provenientes da conversão do formato original do
SolidWorks para ParaSolid.
Com a geometria verificada é criado a malha do modelo, sempre se atentando à qualidade. Alguns métodos foram
utilizados para obter o aspecto necessário para uma simulação válida. No bloco maciço foi utilizado o método
automático, visto que a geometria não é complexa e no final gerou um element quality de malha igual a 1.
Para os modelos restantes com poros de 6, 5 e 1mm foi utilizado o método dos tetraedros, para melhor adaptação
da malha à geometria, agregado a isso um sizing de 0,5mm e um Face Mesh, resultando em um element quality acima
de 0,75, satisfatório para a simulação em questão.
Foi feito um refino da malha em todos os sólidos, e iria resultar em um maior gasto de processamento e o element
quality da malha permaneceu o mesmo de antes do refinamento.

Propriedades do material

Todas as simulações foram regidas pelas mesmas condições de contorno, com o intuito de obter resultados
diferentes apenas por conta da porosidade definida previamente no sólido. Os valores referentes às características do
material apresentados pelo programa foram checados e estavam de acordo com os valores da literatura (Çengel, 2012).

Tabela 1. Propriedades do alumínio

Condições de Contorno

Para a análise foi definido que a temperatura de contato com a peça deveria ser de 100 °C (Ponto A) e com uma
convecção semelhante ao do ar natural com uma magnitude de 5W (Ponto B). É possível observar com maior clareza na
Figura 8, para melhor efeito de visualização, que o bloco foi virado de tal forma que a área em vermelho à esquerda é a
face que está para baixo durante a simulação.
Figura 5. Condições de contorno

Outras variáveis também foram levadas em consideração, como o tempo de aplicação da temperatura, que foi
programado para 10 segundos e a temperatura do ar ambiente dado como input 25 °C.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi simulado apenas blocos feitos em alumínio, um bloco maciço e os outros três blocos com a porosidade
controlada: um com 20% do peso do bloco maciço e poros esféricos medindo 5mm de diâmetro, os outros dois blocos
possuíam o mesmo peso, 40% do bloco maciço, porém um com poros esféricos de 6mm de diâmetro e o outro com
2mm de diâmetro.

Figura 6. Gradiente de temperatura na geometria 1


Figura 7. Gradiente de temperatura na geometria 2

Figura 8. Gradiente de temperatura na geometria 3

Figura 9. Gradiente de temperatura na geometria 4


Tabela 2. Temperaturas mínimas registradas em 3, 5 e 10s

(2mm)

Nas simulações percebe-se que quanto maior a porosidade menos condutivo o material se torna, pois a medida que
a temperatura toma conta do sólido encontra galpões preenchidos por ar, criados durante o processo de fundição do
material, também é possível observar que quanto maior for a quantidade de poros, menor será a condutividade do
material, mesmo possuindo a mesma densidade, isto acontece por conta da distribuição dos poros que impedem que de
uma camada pra outra transfira maior quantidade de energia.

CONCLUSÃO

Através desse trabalho foi apresentada uma análise térmica via elementos finitos de como um sólido poroso irá se
comportar, visando avaliar a influência da quantidade e tamanho dos poros quando o corpo for estimulado
termicamente, visto que materiais porosos ainda não são estudados afundo termicamente quanto sua outra propriedade
de absorção de energia mecânica.
O resultado final obtido foi correspondente com o qual a literatura prega, que corpos porosos tem taxa de
transferência de calor menor que maciços. A análise gerou indagações que devem ser discutidas posteriormente em
ensaios experimentais, como no caso de uma mesma porosidade para ambos os corpos porém com diferente de tamanho
do poro e distribuição, devido a isso propõe-se como tema de trabalhos futuros a aplicabilidade de materiais porosos em
isolantes térmicos.

REFERÊNCIAS

ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Transferência de calor e massa: Uma abordagem prática. 4. ed. São Paulo: McGraw-
Hill, 2012.
FISH, J.; BELYTSCHKO, T. A First Course in Finite Elements. West Sussex, Inglaterra, John Wiley & Sons, 2007.
HABERLING , C.; HALDENWANGER, H. G.; BERNHARD, T.; BURZER, J.; BERGMANN, H. W. Metal foams
and porous metal structures. In: Banhart J, AshbyMF, Fleck NA, editors. Int. Conf., Bermen, Germany, 14-16 June
1999.
INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.; BERGMAN, T. L; LAVINE, A. Fundamentos de transferência de calor e massa.
6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
BANHART, J. Manufacture, characterisation and application of cellular metals and metal foams. Progress in Materials
Science, vol 46, p. 559-632. Bremen, Alemanha, 2000.
JUDGE, M.; Foam sweet foam. New Scientist, 34-37, sep. 1997.
KREITH, F.; BOHN, M. S. Princípios de transferência de calor. 6. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2003.
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LEFEBVRE, L. P.; BONHART , J.; DUNAND, D. C. Porous metals and metallic foams: current status and recent
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MIRLISENNA, G. ESSS, MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS: O QUE É? 2016. Disponível em:
<https://www.esss.co/blog/metodo-dos-elementos-finitos-o-que-e/>. Acessado em 26 de abril de 2018.
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<https://www.esss.co/blog/analise-termica-pelo-metodo-de-elementos-finitos/>. Acessado em 26 de abril de 2018.
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SOUZA. R. M. O Método dos Elementos Finitos Aplicado ao Problema de Condução de Calor. Universidade Federal
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REIS, F. G.; Análise de Dissipadores Térmicos para Componentes Eletrônicos de Alta Potência em um Equipamento
Embarcado em Aeronave. Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2013.

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

O(s) autor(es) é(são) o(s) único(s) responsável(veis) pelo material impresso contido neste artigo.

ÀREA DE CONHECIMENTO DO TRABALHO


Assinalar aqui, com um X, a seção ‘área de conhecimento do trabalho’.

( ) Acústica, Vibrações e Dinâmica


( ) Automação Industrial
( ) Energia
(X) Fabricação Mecânica e Materiais
( ) Gestão de Manufatura
( ) Mecânica Computacional
( ) Mecânica dos Sólidos
( ) Otimização e Análise
( ) Projeto de Máquinas
( ) Termociências e Mecânica dos Fluidos

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