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Hardware de rede

Componentes físicos
Os componentes físicos de rede são dispositivos que dão suporte ao uso de uma rede
de computadores, são os meios necessários para a comunicação dos componentes de
rede. Entre eles encontram-se:

 Cabos
 Fichas
 Hub
 Switch
 Bridges
 Router

Cabos e Fichas

Cabos: apesar das redes sem fios estarem em grande expansão, os cabos são mais
usados para transporte de informação, existem cabos eléctricos (coaxial e entrançado)
e cabos ópticos (fibra óptica)

Fichas: As fichas usadas dependem do cabo escolhido, para cabo coaxial são as fichas
BNC, as fichas RJ45 são usadas nos cabos entrançados. As fichas para a Fibra óptica
são Subscriver Connector (SC) e Straight Tip (ST).
Cabos Coaxiais

Os Cabos Coaxiais têm este nome devido à organização dos materiais de que são
feitos, estão dispostos por diversas camadas concêntricas, ou seja, que tem o mesmo
centro (núcleo de cobre envolvido por um isolador, este é circundado por uma malha
metálica, tudo isto está acomodado dentro de uma capa de plástico ou PVC – Polyvinyl
Chloride ou Policloreto de Vinil.

Os Cabos Coaxiais são utilizados nas Topologias de Barramento e são normalmente


usados em aparelhos de televisão, vídeo, áudio, rede de computadores, entre outros. A
velocidade máxima de transmissão é de 10Mb/s.

Existem dois tipos de Cabos Coaxiais: Cabo Coaxial Fino (Thinnet) e Cabo Coaxial
Grosso (Thicknet).
Cabo Coaxial Fino (Thinnet)

O Cabo Coaxial Fino é utilizado em redes locais com topologia de barramento, também
caracterizado por ser de instalação fácil uma vez que o cabo é fino e maleável. Possui
uma resistência maior a ruídos e perturbações electromagnéticos do que o Cabo
Coaxial Grosso.

A taxa de transmissão de dados varia entre 1 a 50 Mb/s dependendo do tamanho do


cabo.
Cabo Coaxial Grosso (Thicknet)

O Cabo Coaxial Grosso é utilizado para transmissões analógicas e também para


aplicações em redes locais com combinações de serviços de dados, voz e imagem.
Como o sinal é transmitido num único sentido foram criados sistemas com cabo duplo,
onde a transmissão passa por um dos cabos e a recepção passa pelo outro.

Para fazer instalações com este tipo de cabo é necessário mão – de – obra
especializada. A velocidade de transmissão varia entre 100 a 150 Mb/s dependendo do
tamanho do cabo.
Cabo Entrançado

Os Cabos de Pares Entrançados são constituídos por vários pares de fios de cobre, os
dois fios de cada par estão entrançados de maneira a criar à sua volta um campo
electromagnético que diminui a interposição de sinais externos.

Este tipo de cabos têm um custo reduzido e boas taxas de transmissão, são por isso
bastante usados em redes locais (LAN) bem como redes alargadas (WAN). A Taxa de
Transferência de dados varia entre os 10 até aos 1000 Mb/s. São cabos bastante flexíveis
e de baixo custo.

Existem dois tipos de Cabos de Pares Entrançados: Cabos STP (Shielded Twiested – Pair)
e Cabos UTP (Unshielded Twiested – Pair).
Cabos STP (Shielded Twiested – Pair)

Os Cabos Blindados são pouco utilizados, quando usados é com o intuito de proteger
os materiais condutores de interferências electromagnéticas, como por exemplo em
indústrias.

Deve ser dada preferência aos cabos de fibra óptica uma vez que estes são
completamente resistentes a qualquer tipo de interferência electromagnética.
Cabos UTP (Unshielded Twiested – Pair)

Não são Cabos Blindados, o que reduz o seu custo, são mais simples de instalar e por
essa razão são os mais usados em redes locais (LAN) e também redes industriais devido
à flexibilidade de utilização e instalação. Possui Taxas de Transmissão até 100 Mb/s com
cabos de CAT (categoria) 5e para distâncias até 100 metros.

Não são recomendados para locais com campos magnéticos uma vez que não são
cabos blindados, distâncias superiores a 100 metros é recomendável a utilização de
fibra óptica.

Categorias do Cabo S/UTP

Existem várias categorias de Cabos Entrançados S/UTP com larguras de banda


diferentes, a descrição destas categorias está na tabela seguinte:

Categoria Largura de Banda


CAT 1 0,4 MHz
CAT 2 4 MHz
CAT 3 16 MHz
CAT 4 20 MHz
CAT 5 100 MHz
CAT 5e 100 MHz
CAT 6 250 MHz
CAT 6a 500 MHz
CAT 7 600 MHz
CAT 7a 1000 MHz

O cabo de CAT 1, CAT 2 e CAT 4 Já não se usam. Os cabos de CAT 5/5e são os mais
usados em redes locais devido à sua flexibilidade e baixo custo, com uma taxa de
transmissão de dados que varia entre os 100 e 1000 Mbs. Da CAT 6 para cima são cabos
pouco utilizados, mas com velocidades de transmissão muito superiores.

Cabos de Fibra Óptica


Os Cabos de Fibra Óptica fazem a transmissão de dados através de feixes de luz em vez
da tradicional electricidade. As vantagens da utilização da Fibra Óptica são a
velocidade, resistência à interferência electromagnética e menor peso e dimensão. No
entanto os problemas com a Fibra Óptica têm a ver com o custo elevado e uma grande
fragilidade do material.

Existem dois tipos de Fibra Óptica: Cabos Fibra Multimodo e Cabos Fibra Monomodo.

Cabos Fibra Multimodo

Nos Cabos de Fibra Multimodo a transmissão dos feixes de luz no núcleo do cabo é feita
em diferentes ângulos, isto causa uma dispersão modal, que significa uma redução na
velocidade de transmissão uma vez que os vários modos de transmissão são feitos por
caminhos diferentes entre o receptor e o transmissor.
Cabos Fibra Monomodo

Nos Cabos de Fibra Monomodo o feixe de luz é transmitido em linha recta paralelo ao
eixo da fibra, têm o nome de Monomodo porque transmite a informação apenas de
uma maneira com um comprimento de onda específico.

Como este cabo tem um núcleo relativamente mais pequeno, em relação ao cabo de
fibra multimodo, o feixe de luz é transmitido numa única direcção, mesmo no centro da
fibra o que faz com que seja possível atingir grandes distâncias.
Norma 568

A norma standard que determina a terminação dos Cabos UTP/FTP CAT 5 e a maneira
como eles são ligados às fichas RJ45 chama-se 568A. No início ficou conhecida como
TIA/EIA 568A e posteriormente apareceu a norma TIA/EIA 568B.

A escolha entre estas duas normas é decidida pelo responsável da instalação, aquela
que for escolhida deve ser implementada em toda a rede porque a ligação dos pares
verdes e laranja são diferentes. A norma 568A tem o par Laranja conectada com os
pinos 3/6 e o par Verde liga aos pinos 1/2. A norma 568B tem os pares Verdes
conectados aos pinos 3/6 e os pares Laranjas ligam-se aos pinos 1/2.

Cabos Directos (Straight) e Cruzados (Crossed)

Alguns dos equipamentos de rede, como Routers, Hubs e Switchs, possuem portas Uplink,
estas portas são caracterizadas por incluir um cruzamento interno nos pares 1/2 e 3/6 de
maneira a possibilitar a utilização de Cabos Directos na ligação de equipamentos.

Já se encontram Switchs que utilizam portas MDI-X que fazem a identificação do tipo
de cabo e ligação e fazem o cruzamento automaticamente no caso de existir
necessidade para isso.

Para ligar dois computadores entre si utiliza-se um Cabo Cruzado, assim como na
ligação de equipamentos de rede com portas Uplink. Se a ligação for entre um
computador e um Router, Hub ou Switch usa-se um Cabo Directo.
Cabos Directos (Straight)

Os Cabos Directos fazem a ligação entre um computador e dispositivo de rede. Para


ligações de 10Mbps e ligações com cabos UTP CAT 5 os pares necessários são 1/2 e 3/6,
a norma usada é igual nas duas terminações do cabo.

Se os equipamentos de rede estão longe das tomadas de alimentação podem usar


uma norma standard que autoriza a utilização dos pares livres dos cabos UTP para a
transmissão da alimentação. Existem diferentes esquemas de utilização dos pares, mas
os pinos 4/5 e 7/8 devem estar ligados na posição correcta.

Cabos Cruzados (Crossed)

Os Cabos Cruzados são utilizados para ligar computadores entre si ou equipamentos de


rede com portas Uplink.

Para ligações de 10Mbps e 100Mbps os pinos dos pares 1/2 e 3/6 precisam de estar
cruzados, já as ligações de 1000Mbps necessitam de todos os pares cruzados. Ambos os
esquemas podem ser utilizados na construção dos cabos.
Fichas BNC

As Fichas BNC (Bayonet Neill Concelman) são a terminação dos cabos coaxiais e usadas
em sistemas televisivos e de radiofrequência.

Eram usadas nas primeiras redes Ethernet (arquitectura de redes locais – LAN – que se
baseia no envio de pacotes de dados), no entanto na década de 90 passam a ser
substituídas pelas fichas RJ45 e os cabos entrançados.

Fichas RJ45

As Fichas RJ – 45 são as extremidades dos cabos UTP (CAT 4 e CAT 5) necessárias para
que exista conexão de dados em qualquer rede, uma vez que é necessário seguir um
padrão universal para fazer as conexões.

O encaixe das fichas no cabo pode ser feito de maneira manual (usando um alicate
próprio para esta função) ou então de maneira industrial recorrendo ao vácuo.

Fichas SC (Subscriver Connector)

As fichas têm um papel muito importante uma vez que é necessário que a fibra fique
alinhada com o sinal luminoso.

As Fichas SC (Subscriver Connector) são usadas em fibra óptica multimodo e eram das
mais populares nos finais do século XX. É uma ficha simples e eficiente com uma perda
de informação muito reduzida, no entanto com um tamanho duas vezes superior às
fichas RJ – 45.

Fichas ST (Straight Tip)


As Fichas ST (Straight Tip) são das mais antigas e usam-se em Fibras Monomodo, na
década de noventa foi das fichas mais utilizadas, mas foi perdendo a popularidade
para outras fichas, nomeadamente as recentes Fichas LC
(Lucent Connector).

Este tipo de ficha tem o aspecto semelhante às Fichas BNC


usadas nos cabos coaxiais.

O tubo branco que está na ponta da ficha, feito de


cerâmica, aço ou polímero de plástico, é o componente
central que tem como função guiar o núcleo da fibra e fixá-lo dentro da ficha.
Alicate de Cravar Fichas

As fichas RJ45 precisam de um utensílio próprio para as cravar aos cabos. Um dos
problemas mais comuns que aparecem nos cabos é o contacto insuficiente entre o
cabo e o pino em que está conectado.

Existem muitos tipos de alicates que variam de acordo com a qualidade, se for para
fazer cabos em número reduzido não há necessidade de adquirir um alicate muito
dispendioso. Para uma quantidade grande de cabos é melhor um alicate de melhor
qualidade, uma vez que as ferramentas mais baratas se danificam mais rapidamente.

Testador de Cabos

Depois de montar o Cabo Cruzado ou Directo é conveniente testar e verificar se está


tudo correcto. Em redes de grandes dimensões os cabos não são testados um a um, a
cablagem é toda testada depois de montada. Estes testes têm de ser feitos com alguma
frequência de maneira que se possa certificar o desempenho da rede. O desempenho
pode ser medido de acordo com as medições feitas ao longo do tempo, se existir uma
grande discrepância significa que algo não está bem.

Existem vários testadores de cabos no mercado, por exemplo o testador de cabos


LANtest que determina a validade dos cabos localmente, módulo autónomo com 2
fichas RJ45 para conectar as duas extremidades do cabo, ou remotamente através de
um controlo remoto com uma tomada RJ45 e uma série de 8 leds para verificar todos
os pinos do cabo

Hub

O Hub é um equipamento de rede de interligação entre computadores, que possui um


barramento que partilha todas as portas.
O Hub ou repetidor é um equipamento de rede utilizado para interligar vários
computadores.

Quando é solicitada uma informação a um computador da rede, o pedido é enviado


ao Hub através de um cabo. O Hub recebe o pedido e transmite para toda a rede.
Então, cada computador na rede deve descobrir se a transmissão de dados são para
eles ou não.

Switch

Switch é um equipamento de rede utilizado para interligar vários computadores.

O Switch é um Hub mas características mais avançados. Usa endereços de dispositivos


físicos em cada mensagem de entrada para que possa entregar o pacote de dados no
destino certo.

Este componente não transmite a mensagem recebida para toda a rede, um pouco
antes da transmissão é verificado o local de destino.

Bridges

As Bridges são equipamentos usados na interligação de segmentos da segunda


camada OSI.

Este equipamento é utilizado para interligar dois segmentos na camada 2 do modelo


OSI.

São muito semelhantes aos Switch, no entanto as Bridges apresentam apenas uma
porta de entrada e outra de saída.

Router

Router é um componente que encaminha pacotes de dados usando as redes de


computadores, estão conectados a mais do que uma linha de dados de redes
diferentes e lêem o endereço do pacote para determinar o destino dessa informação.
Access Point

O Access Point é um dispositivo que permite aos equipamentos sem fio se conectem a
uma rede Wireless, o Access Point está por sua vez ligado a um Router ou pode mesmo
ter a função de Router.

Protocolos e serviços

Uma das grandes dificuldades da transmissão de dados na década de 80 sempre foi a


uniformização, para resolver este problema os maiores fabricantes da altura
conceberam uma comissão de ISO (International Standarization Organization).

A comissão ISO criou um modelo chamado OSI (Open Systems Interconnection) que
ficou definido como padrão, nos dias de hoje é apenas um modelo abstracto usado na
explicação de redes e serviços.

Modelo OSI

O modelo OSI é constituído por sete camadas, criadas para ocultar a complexidade de
uma rede. Na imagem em cima é possível ver que as camadas são: Física, Ligação de
Dados, Rede, Transporte, Sessão, Apresentação e Aplicação.

As camadas superiores usam os serviços das camadas imediatamente abaixo e presta


serviços à camada superior. Quando uma camada recebe informação da camada
superior faz o processamento e o resultado é enviado à camada inferior, isto acontece
em todas as camadas até atingir a primeira. A este método de adicionar dados em
cada camada chama-se encapsulamento (lado emissor). No lado do receptor o
sistema é contrário (desencapsulamento).
Camada 1 – Física

A camada 1 do modelo OSI é, como vimos anteriormente, a camada física. Neste ponto
são analisados os componentes desta camada designadamente os meios de
transmissão (cabos e ar), as fichas e os repetidores.

Os meios de transmissão podem ser guiados que são os cabos e os meios de transmissão
não guiados, sem fios (infravermelhos, ondas rádio, laser e satélite).

As fichas BNC utilizam-se em cabos coaxiais, as mais utilizadas RJ45 em cabos UTP.

Os repetidores (Hub) recebem os pacotes um de cada vez e transmitem para as


restantes portas.
Camada 2 – Enlace (Ligação) de Dados

A camada 2 do modelo OSI, as ligações de dados, os pacotes de dados são


denominados de quadros ou frames. Esta camada está dividida em duas: MAC (Media
Access Control) e LLC (Logical Link Control).

LLC: Realiza o controlo lógico da ligação como controlo de erros e fluxo de dados.

MAC: Realiza o controlo de acesso ao meio. Ligação à camada inferior (física).

Camada 3 – Rede

A camada de rede é responsável pelo tráfego dos dados. Para isso, ela conta com
dispositivos de rede que identificam o melhor caminho possível a ser seguido, e que
permitem estabelecer as melhores rotas.

Esta camada transforma o endereço físico MAC (da camada 2) e converte para
endereço lógico (endereço IP – Internet Protocol).
Camada 4 – Transporte

Se tudo tiver corrido bem, os pacotes de dados chegam da camada 3 (de Rede) com
o seu endereço lógico.

A Camada de Transporte vai garantir a qualidade na entrega e na recepção dos dados.

A função desta camada é lidar com todas as questões de transporte, entrega e


recepção dos pacotes de dados da rede.

Camada 5 – Sessão

A camada de Sessão, como o nome sugere, inicia e finaliza as sessões responsáveis


pela comunicação e troca de dados.

Um ponto importante aqui é a necessidade de sincronização entre os hosts


(destinatários), caso contrário, a comunicação será comprometida, e pode mesmo
parar de funcionar.

Essa camada adiciona marcos nos pacotes de dados transmitidos. Assim, se a


comunicação falhar, a mesma pode ser reiniciada no último marco válida recebido.

Camada 6 – Apresentação

A camada de Apresentação tem como função modificar os dados, fazendo a


representação dos mesmos. Essa formatação inclui compressão e encriptação de
dados.

A função principal tem a ver com encriptação, compressão, formatação e


apresentação dos formatos dos dados (como por exemplo JPEG, GIF e MPEG) para as
aplicações.
Camada 7 – Aplicação

Nesta camada estão presentes as Interfaces do Utilizador, onde são criados os dados
propriamente ditos (e-mail, transferência de ficheiros, entre outros).

É por aqui que os dados são enviados e recebidos pelos utilizadores. Estes pedidos são
feitos pelas aplicações de acordo com os protocolos utilizados.

Da mesma forma que a camada física, esta fica numa extremidade do modelo OSI,
portanto ela também inicia e finaliza o processo.
Modelo TCP/IP

O modelo TCP/IP (Transport Control Protocol/Internet Protocol) é usado tanto em LANs


como em WANs, tornando-se o protocolo mais utilizado actualmente, a grande
vantagem é a variedade de caminhos existentes por onde é feita a transmissão de
dados até ao destino, independentemente do tamanho da rede. Em analogia com o
modelo OSI, este modelo está dividido em quatro camadas, Aplicação, Transporte,
Internet e Interface de Rede. Cada uma das camadas tem a sua função apesar de
existirem diferenças entre elas. A camada de Aplicação faz a comunicação entre as
aplicações e o protocolo de transporte, os protocolos que actuam nesta camada são:

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): Envia mensagens de e-mail;

DNS (Domain Name Server): Responsável pelos domínios e endereços IP;

HTTP (Hiper Text Transfer Protocol): Transferência de dados na world wide web;

FTP (File Transfer Protocol): Transferência de ficheiros na internet.

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