Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2 – UNIFTC PEDIATRIA
1
JULIANA OLIVEIRA
DOR ABDOMINAL
▪ Observação clínica: a criança está comunicativa ou
chorosa? Fácies de dor? Posição antálgica?
▪ Exames subsidiários disponíveis.
▪ Nas crianças de 5 a 12 anos mantêm-se as 4 Nesses casos, os sintomas são potencialmente causados
principais causas como gastroenterite, apendicite, por enfermidades orgânicas, as quais, são definidas como
constipação e ITUs, mas há um aumento da ocorrência anormalidades anatômicas, inflamatórias, neoplásicas e
dos traumas, visto que são crianças que são destemidas bioquímicas.
e acabam estando mais expostas.
É importante perceber se há sinais de alerta para que se
▪ Nas crianças maiores de 12 anos as gastroenterites possa fazer a diferenciação entre dor funcional e
ocorrem em menor intensidade, desse modo, ocorrem orgânica.
as apendicites, constipação e ITUs. No entanto, já é
uma fase em que se tem desenvolvimento puberal,
logo, nas meninas pode-se ter dismenorreia, torção
ovariana, gravidez ectópica, dor da ovulação.
➔ Classificação:
▪ Funcional:
Não tem lesão de órgão alvo, logo, os exames serão todos
normais. Nesses casos, solicita-se exame na minoria dos
casos. Ocorre sem lesão tecidual, com períodos de surto e
remissão.
Deve-se utilizar os critérios de Roma IV para dizer que é ➔ História clínica e exame físico:
uma dor funcional, assim, deve-se fazer uma criteriosa
avaliação médica, de modo que os sintomas não podem ser Na hora da realização do exame físico, deve-se conversar
atribuídos a qualquer outra condição médica. sobre quaisquer outras coisas para tirar a atenção da
criança daquela situação e enquanto isso palpar o local que
a dor foi referida.
Intolerância à lactose:
- Redução da enzima lactase.
- Dor abdominal tipo cólica, distensão abdominal,
flatulência ou diarreia após a ingestão de lactose.
- Geralmente se inicia na fase pré-escolar.
- Secundária a infecção, alergia alimentar ou doença
celíaca → diarreia.
- Doença de Crohn:
É um quadro mais arrastado, causa dor abdominal,
diarreia e perda de peso.
É mais comum manifestações extraintestinais p.ex.
anemia, alterações neurológicas, alterações de anexos
e infertilidade.
5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA
5
JULIANA OLIVEIRA
Acomete qualquer porção do TGI, com inflamação antidepressivos, o qual irá diminuir o trânsito intestinal,
transmural, podendo apresentar fístulas, úlceras, melhorar o sono e induzi a analgesia.
granulomas e vasculite. ▪ A enxaqueca abdominal trata-se da mesma maneira que
a enxaqueca do tipo cefaleia com ciproheptadina,
Doença céliaca: amitriptilina, propranolol, pizotifeno e flunarizina,
- Pode ser relacionada ou não ao glúten e é uma doença avaliando caso a caso.
imunoimediata. ▪ Para a dispepsia funcional utiliza-se bloqueio ácido com
- Tem-se anticorpos específicos ao glúten. antagonistas dos receptores de histamina ou inibidores
- Diarreia, alterações do crescimento, anemia, distensão da bomba de prótons.
abdominal, alterações dermatológicas e endocrinológicas.
- O diagnóstico se baseia na dosagem de IgA, ➔ Abordagem psicológica:
antitransglutaminase humana e antiendomísio. ▪ Boa relação médico- paciente-família.
▪ Buscar fatores psicológicos.
➔ Abordagem à dor abdominal: ▪ Encaminhar para a terapia em vários eixos.
▪ É uma causa orgânica ou funcional?
- Se orgânica deve-se tratar de modo específico para
cada doença.
- Se funcional deve-se garantir para a família que o
quadro é benigno, ou seja, não tem gravidade.
▪ O tratamento deve ser individualizado e as metas
terapêuticas visarão diferentes aspectos nas diferentes
doenças.
➔ Abordagem dietética:
▪ Deve-se avaliar para aquela criança se ela tem alguma
piora com a ingesta dos carboidratos fermentáveis não
absorvíveis, com base nisso, deve-se orientar esses pais
a fazer substituições.
➔ Abordagem farmacológica:
▪ Manipulação da microbiota intestinal é um potencial
alvo terapêutico p.ex. Lactobacillus rhamnosus GG ou
reuteri DSM.
▪ Para dor abdominal aguda não se tem indicação de usar
anticolinérgico, pois, ele vai parar o trânsito
intestinal, no entanto nas dores funcionais e crônicas
pode-se fazer uso desses. P.ex. escopolamina.
▪ Alterações relacionadas ao aumento do trânsito
intestinal associado à um caso de trauma, pode-se usar