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A LINGUAGEM POPULAR NA OBRA DE ARTHUR AZEVEDO: O AMOR PELOS ANEXINS

Conceição de Maria de Araujo Ramos – UFMA


José de Ribamar Mendes Bezerra – UFMA
Maria de Fátima Sopas Rocha – UFMA

0 Introdução

Este estudo se insere em uma pesquisa mais ampla desenvolvida no âmbito do Projeto Atlas
Linguístico do Maranhão – ALiMA, por meio da qual buscamos levantar termos, expressões e
estruturas linguísticas da obra de autores maranhenses, para analisá-los com base em uma perspectiva
que integra língua-cultura-sociedade. Para este estudo, selecionamos Amor por anexins, primeiro
trabalho teatral de Arthur Azevedo, encenado em São Luís do Maranhão em 18701. Nosso objetivo
fundamental é explorar aspectos léxico-semânticos da obra cuja escolha se prende ao fato de que nela
a realidade linguística se manifesta sob sua face mais fundamental – a conversação, o diálogo, a
negociação instaurada pela interação entre os sujeitos.
Buscando alcançar nosso objetivo e considerando a perspectiva adotada, assumimos o
pressuposto de que a cultura é uma dimensão da sociedade e de sua história, e de que as relações entre
língua e cultura são estreitas porque a língua é a um tempo resultado, parte e condição da cultura
(LÉVI-STRAUSS apud CÂMARA JÚNIOR, 1955, p. 188). Como marco teórico para análise da obra,
tomamos as ideias que norteiam a Sociolinguística – tanto na perspectiva variacionista como na
interacional – a Lexicologia e a Semântica.
Esperamos, com este estudo, não apenas registrar a língua popular presente na obra
azevediana, mas também torná-la mais clara no sentido de facilitar seu entendimento pelo leitor mais
jovem ou mesmo pelo público em geral não especialista na área dos estudos da linguagem. Outro
objetivo não menos importante é a divulgação da obra e a difusão da linguagem nela usada,
principalmente entre o público jovem. Vale ressaltar que o entendimento de uma língua requer,
necessariamente, o conhecimento daqueles que a falam, o que pressupõe conhecer seus valores,
costumes, crenças, tradições.

1 A presença da língua oral popular na escrita literária

O uso de corpora literários para realização de pesquisas lingüísticas tem-se mostrado muito
produtivo, principalmente quando queremos investigar questões ligadas à variação sociolinguística no
âmbito da modalidade oral da língua e não dispomos de documentação gravada (fita cassete e de
vídeo, cd-rom ou outros meios que a moderna tecnologia põe à disposição do pesquisador). É evidente
que não podemos perder de vista, como evidencia Preti (2004), que as relações entre a linguagem da
ficção e a língua oral de falantes reais nem sempre se deu de forma equilibrada, razão por que
devemos entender que a língua falada em uma dada época e estudada com base em corpora literários
representa não o real, mas uma possibilidade que se aproxima bastante da língua real falada nessa
época. Nessa perspectiva, é necessário considerar ainda que, no campo da literatura, a língua oral
popular, como elemento indispensável para o delineamento do perfil sociocultural, sociolinguístico do
personagem, ganha espaço na segunda metade do século XIX, quando então observamos, como
destaca Preti (2004), um processo de valorização político-social dos estratos sociais mais populares.

2 O amor pelos anexins: ...e o feitiço virou-se contra o feiticeiro

1 Não há consenso quanto à data da obra. Martins (1988) registra o ano de 1870, como data de sua primeira
encenação; Bosi (1979) considera o ano de 1872, não sem pôr em dúvida essa data; Montello (1959), por sua
vez, afirma que a obra foi escrita por volta de 1870.
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O nome do dramaturgo, contista, poeta, jornalista e crítico teatral Arthur Nabantino


Gonçalves de Azevedo, nascido em São Luís do Maranhão, no dia 7 de julho de 1855, e falecido no
Rio de Janeiro, no dia 22 de outubro de 1908, se impõe, segundo estudiosos da literatura brasileira,
dentre eles Bosi (1979, p. 268), como “(...) o continuador ideal de Martins Pena.”2. No trabalho de
continuação e consolidação do teatro de costumes iniciado por Martins Pena, Arthur Azevedo
conseguiu aliar dois fatores importantes: seu desejo de ser entendido por todos, como ele mesmo
declarara em palestra no jornal carioca O País, em outubro de 1906 (cf. MARTINS, 1988), o que o
levou a escrever como conversa, e sua extraordinária capacidade para captar artisticamente a
diversidade social que implica outras diversidades, dentre elas, a linguística.
Essa associação, explorada por quem “(...) conhecia a língua portuguesa, na opulência de
seus recursos, e dominava a palavra, na plenitude de seus valores” (MONTELLO, 1982, p. X),
possibilitou a Arthur Azevedo trânsito fácil por um universo ficcional que busca no povo não só seus
tipos, anedotas, cenas, mas também sua linguagem, e fez com que ele se impusesse “(...) como o mais
representativo precursor das liberdades linguísticas brasileiras pregadas no primeiro momento de
nosso Modernismo.” (MARTINS, 1988, p. 222).
Nesse panorama e inserida na tradição paremiológica da língua portuguesa, Amor por
anexins – uma “farsa, entremez, entreato, ou que melhor nome tenha em juízo”, segundo palavras do
próprio autor (AZEVEDO, 2005) – aproxima-nos da realidade linguístico-cultural da sociedade
brasileira do século XIX e nos oferece uma fotografia de seu falar, costumes, crenças, tradições, modo
de ver o mundo e de nele estar e agir.
Em Amor por anexins, um velho solteirão chamado Isaías, que só fala por meio de anexins,
pretende casar-se com a viúva Inês que, por sua vez, já era noiva de Filipe. Apaixonado, Isaías
despende um grande esforço para conquistá-la, e Inês resiste. Trava-se, assim, um verdadeiro embate
entre Isaías e Inês, ao longo do qual Isaías faz circular mais de uma centena de formas linguísticas que
encerram de forma sintética a sabedoria popular, pois são frutos de nossa experiência coditiana: são
anexins, ditados, rifões, sentenças, adágios, provérbios. Contudo, toda essa sabedoria não é suficiente
para persuadir Inês que resiste até o momento em que toma conhecimento, por meio de uma carta, de
que Filipe a trocara por um casamento vantajoso. Diante dessa nova realidade, Inês decide aceitar o
pedido de casamento de Isaías – ele é velho, mas é sensato e tão pródigo de dinheiro como de anexins
–, não sem antes impor-lhe uma condição: Isaías deve passar meia hora sem dizer um anexim.
Condição aceita, Isaías experimenta um verdadeiro suplício: expressar-se sem ser por meio de anexins
é como não estar em si. Mas o amor, que a tudo resiste, motiva Isaías a tentar evitar os anexins, e Inês,
tendo em vista o bom partido e contagiada pela mania dos anexins, passa a dizê-los e assim o feitiço
vira-se contra o feiticeiro. É, preciso, então, liberar o pretendente da dura prova e deixá-lo abrir a
torneira dos anexins, ditados, rifões, sentenças, adágios, provérbios.
É com esse manancial de unidades linguísticas, aqui denominadas, genericamente,
fraseologismos, que iniciaremos a leitura de Amor por anexins.
Antes, porém, de mergulharmos no universo azevediano convém explicitarmos a concepção
de fraseologia que assumimos para efeito deste estudo, uma vez que há uma diversidade de
concepções e de classificações nem sempre concordantes (cf. KRIEGER; FINATTO, 2004, e
WELKER, 2004, dentre outros). A discussão dessas diferentes concepções e classificações foge ao
escopo deste trabalho.
Comungamos, pois, com a orientação de Krieger e Finatto (2004, p. 84), para quem a noção
de fraseologia
(...) está associada a uma estruturação estereotipada que leva a uma interpretação semântica independente dos
sentidos estritos dos constituintes da estrutura. É nessa perspectiva que se enquadram expressões idiomáticas,
frases feitas e provérbios utilizados nas diferentes línguas.

Seguindo essa orientação, a noção de fraseologia abarca um amplo grupo de estruturas que
se caracterizam pela fixidez relativa e pela polilexicalidade, sendo compreendidas como “unidade[s]
mental[is] armazenada[s], à semelhança de uma palavra” (BURGER, 1998 apud WELKER, 2004, p.

2 Vale lembrar que Martins Pena, criador do teatro de costumes no Brasil, é autor de comédias de costumes
escritas em uma linguagem coloquial que, nesse gênero, segundo críticos como Bosi (1979), não foi superada
por nenhum comediógrafo do século XIX.
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164) , usuais na comunicação, principalmente nos textos em que há um predomínio da oralidade, visto
que reforçam a expressividade.
Segundo Vilela (2002, p. 13), “O modelo em que se insere a fraseologia dá possibilidade ao
falante / escrevente de dizer muito mais do que aquilo que as palavras dizem e ao ouvinte / leitor de
entender muito mais do que a materialidade fónica afirma.”
Postas essas questões, convém, agora, examinar como o próprio Arthur Azevedo, por
intermédio de Inês, alude ao conjunto de estruturas lingüísticas3 usadas por Isaías (o homem dos
anexins) e apresentadas no quadro em anexo, por nós elaborado, com base em três dicionários: um
geral da língua, o Houaiss (HOUAISS; VILAR, 2001), e dois especiais, o de Lacerda, Lacerda e
Abreu (1999) e o de Câmara Cascudo (2000).
Como podemos observar, as lexias usadas por Arthur Azevedo – adágio, anexim, ditado,
provérbio, rifão, sentença – apresentam um denominador comum: são manifestações simples do
homem do povo; contêm comparações, imagens a fim de facilitar a compreensão do interlocutor, isto
é, de tornar noções abstratas inteligíveis; apresentam economia de linguagem e concisão; exprimem
com clareza e exatidão possíveis matizes de ideias e sentimentos. O conjunto desses traços nos
oferece, evidentemente, uma pista da proposta do autor – escrever como conversa, explorar o
coloquialismo, aproximar-se de seu público/interlocutor, de forma que este tenha a nítida impressão de
que está vivenciando uma interação4 oral face a face espontânea. Isso estabelece entre ambos – autor e
público – uma cumplicidade, um estar à vontade, que tem reflexos no envolvimento que, na condição
de interlocutor, o público mantém com o assunto e com o autor.
Arthur Azevedo explora muito bem esse envolvimento ao lançar mão de anexins que, por
permanecerem no imaginário popular como unidades mentais bastante conhecidas, permitem que o
público interlocutor complete a fala do personagem, como acontece com estes dois anexins usados por
Isaías: “(...) cautela e caldo de galinha ....” e “Água mole em pedra dura tanto dá ...”5. O envolvimento
com o assunto da conversa e, evidentemente, o conhecimento de mundo compartilhado pelo autor e
pelo público/interlocutor, resulta, assim, em um trabalho cooperativo, a muitas vozes.
Ainda considerando a questão da interação e o ato conversacional, a Sociolinguística
Interacional, como bem evidencia Preti (2004, p. 144), dá bastante atenção ao ato de fala e postula que
é necessário levar em conta, nesse ato, as estruturas de expectativas, isto é, “(...) o que o ouvinte
‘espera’ que o falante fale e em que tipo de linguagem o faça. Corresponder a essa expectativa
contribui para o estabelecimento de um conveniente ‘modus vivendi conversacional’”.
Nessa perspectiva, o que o ouvinte ouve é continuamente comparado com sua vivência e
visão anterior do mundo, isto é, com seus esquemas de conhecimento. No que concerne à linguagem
verbal, Preti (2004, p. 144) enfatiza que esses esquemas tanto formam uma atitude linguística, isto é,
“um julgamento do que constitui a linguagem ideal para determinada situação de comunicação”
quanto funcionam como “elemento cognitivo fundamental para preencher informações não proferidas
durante a interação”, tendo em vista o conhecimento de mundo compartilhado pelos interlocutores
(autor, público, personagens).
Por isso, nos textos de Arthur Azevedo, que conseguem estabelecer um alto grau de
intimidade e naturalidade com seu público, são comuns na conversação frases inacabadas, como em:
“Inês (Correndo à talha e trazendo um púcaro cheio d’água) – Saia, quando não ...” ou em “Inês – Se
meu noivo o visse aqui! Ele jurou dar cabo do primeiro rival que ...”.
O diálogo entre os personagens institui e instala a vida social (cf. Vilela, 2002) e então é
necessário negociar sentidos, preservar as faces, aproximar-se ou distanciar-se, ocultar ou expor,
silenciar ou dizer. Nesse jogo, Arthur Azevedo lança mão de anexins que põem a descoberto os vários

3 Não é nosso propósito, neste estudo, estabelecer uma diferença entre adágio, anexim, ditado, provérbio, rifão,
sentença. Nosso objetivo é, justamente, evidenciar os tênues limites que se apresentam, quando tentamos fazer
tal distinção. Por essa razão, englobamos, sob a nomenclatura de anexim, o conjunto de estruturas linguísticas
usadas pelo personagem de Arthur Azevedo.
4 No que concerne à interação, convém aclarar que assumimos a proposta de Urbano (2000, p. 89) e estendemos

a noção de interação de forma que ela engloba não “(...) só a interação entre os interlocutores, como também
entre o falante ou emissor e o assunto; interação entre as dimensões cognitivas e dimensões sociais etc.”.
5 Todas as citações de Amor por anexins foram extraídas da edição desta obra que está na referência deste

estudo.
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estados/situações que vivenciam/experimentam os personagens durante a interação. Para ilustrar,


apresentamos alguns exemplos: insistência/perseverança – “Quem porfia mata caça”;
esperança/otimismo – “Deus ajuda a quem trabalha”, “De hora em hora Deus melhora”; autoconfiança
– “Quem não deve não teme”; desconfiança – “Quando a esmola é muita, o pobre desconfia...”;
provocação – “Cão que ladra não morde...”.
No embate entre Isaías e Inês, Isaías encontra nos anexins sua principal arma para persuadir
Inês a aceitá-lo. Há apenas uma ocasião em que não lhe vem à memória um anexim e isso o deixa
desarmado, como podemos evidenciar no seguinte trecho:

Inês – Está contrariado?


Isaías – O que vai por gosto regala a vida.
Inês – Tome o dinheiro.
Isaías – Nada... não é preciso... (Vai saindo e estaca) Diabo! Não me lembra um ditado a propósito! (Sai) (Grifos
nossos.

É justamente a praticidade dos anexins, isto é, a ideia de que eles sempre caem como uma
luva em determinadas situações e a impressão que temos de tê-los inventado no momento exato que
deles precisamos para atender uma determinada situação, que leva Isaías, algumas vezes, à
contradição, em seu próprio discurso, como evidencia os pares de anexins por ele usados: “Deus ajuda
a quem madruga” versus “Nem por muito madrugar se amanhece mais cedo”e “Pelo dedo se conhece
o gigante” versus “As aparências enganam”.
Outra questão interessante sobre os fraseologismos na obra de Arthur Azevedo que vale a
pena destacar diz respeito àquelas estruturas que perderam o sentido em razão das mudanças ocorridas
nos contextos que delas falam. É o caso, por exemplo, dos que mencionam a moeda da época ou os
costumes muito marcados pela época em que a obra foi escrita. Exemplificam este fato os seguintes
fraseologismos: “Da pataca do sovina o diabo tem três tostões e dez réis”, “Falo em alhos e a senhora
responde com bugalhos”, “Descobrir mel de pau” e “Hei sido gato sapato”.
Com relação à figura feminina, observamos na obra a presença de um machismo cultural (cf.
FIORIO, 1995), herança milenar da história da humanidade: à mulher cabe o papel de figura reserva,
boa dona de casa simples. Vejamos o que nos diz Isaías sobre a observação atenta que faz de sua
pretendente:

Isaías – (...) Já tomei informações a seu respeito: foram as melhores possíveis; mas como saber não ocupa lugar,
e mais vale um tolo no seu que um avisado no alheio, observei-a. Eu sou como São Tomé: ver para crer. Vi-a
andar sempre sozinha... e nada de pândegas! Diz-me com quem andas, dir-te-ei as manhas que tens.
(Examinando a casa) Boa dona-de-casa parece ser! Asseio e simplicidade. Pelo dedo se conhece o gigante. Há
de ser o que Deus quiser: o casamento e a mortalha no céu se talham.

Mais adiante, ainda referindo-se à figura feminina, dirá Isaías anexins como: “Segredo em
boca de mulher é manteiga em nariz... (A um gesto de Inês) de homem!”, “O homem põe... e a mulher
dispõe”, “Antes só que mal acompanhado”. Como podemos observar, à figura feminina estão
associadas ideias de fofoca, desvirtuação.
A análise do conjunto de anexins escolhidos por um sujeito para construir seu discurso,
como é o caso de Isaías, oferece material suficiente para o delineamento de seu perfil e de seu mundo
particular, pois os anexins são reveladores dos modos de pensar e agir.

3 Para bom entendedor meia palavra basta

O estudo da obra de Arthur Azevedo, ainda em desenvolvimento no âmbito do Projeto


ALiMA, pelo viés da Linguística tem-nos possibilitado, por um lado, examinar a língua oral popular
em um período do qual não dispomos de documentação gravada; por outro lado, tornar mais acessível
a obra ao público leitor jovem. O entendimento da linguagem do autor permitirá ao público jovem
assumir-se como o interlocutor que Arthur Azevedo sempre buscou: íntimo, à vontade e que explode
na risada sadia, como ressalta Montello (1982). Vale enfatizar que tanto em seus textos literários
como em suas declarações sobre seu processo de criação e sua relação com a língua, Arthur Azevedo
deixa bem clara sua determinação de produzir uma prosa simples. Diz-nos ele: “Eu gosto das chapas.
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Os lugares-comuns da linguagem são como moedas usadas... A gente aceita-as com mais confiança do
que as novas.” (AZEVEDO, 1890, Apud, MARTINS, 1988, p.78).
É por esse seu empenho que ele conseguiu produzir uma literatura que cria em cada um de
nós, seus leitores, a ilusão de que estamos diante de sujeitos reais que falam a mesma língua que
falamos em nosso cotidiano.

Referências
AZEVEDO, Arthur. Amor por anexins. Disponível em <http://www.bibvirt.futuro.usp.br> Acesso em
10 ago. 2005.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1979.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. 9. ed. São Paulo: Global, 2000.
CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. A conferência de Indiana entre antropólogos e linguistas.
Revista Brasileira de Filologia. Rio de Janeiro, n.2, v.1, p. 187-195, dez. 1955.
FIORIO, Nilton Mario. Quem conta um conto...:metáfora rural de provérbios em língua portuguesa.
Goiânia: UCG, 1995.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
KRIEGER, Maria da Graça; FINATTO, Maria José Bocorny. Introdução à terminologia: teoria e
prática. São Paulo: Contexto, 2004.
LACERDA, Roberto Cortes de; LACERDA, Helena da Rosa Cortes de; ABREU, Estela dos Santos.
Dicionário de provérbios: francês, português, inglês. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1999.
MARTINS, Antonio. Arthur Azevedo: a palavra e o riso – uma introdução aos processos lingüísticos
de comicidade no teatro e na sátira de Arthur Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 1988. (Estudos).
MONTELLO, Josué. O teatro de Artur Azevedo. In: ______. O caminho da fonte: estudos de
literatura. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura; Instituto Nacional do Livro, 1959, p. 163-
200.
______. Em companhia de Arthur Azevedo. In: AZEVEDO, Arthur. Contos fora de moda. 7. ed. Rio
de Janeiro: Alhambra, 1982, p. VII-X.
PRETI, Dino. Estudos de língua oral e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. (Dispersos).
URBANO, Hudinilson. Oralidade na literatura: o caso Rubem Fonseca. São Paulo: Cortez, 2000.
VILELA, Mário. Metáforas do nosso tempo. Coimbra: Almedina, 2002.
WELKER, Herbert Andreas. Dicionários: uma pequena introdução à lexicografia. Brasília: Thesaurus,
2004.
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Quadro I: Lexias do universo da paremiologia usadas por Arthur Azevedo

Fonte Adágio Anexim Ditado Provérbio Rifão (ou refrão) Sentença

Frase curta,
Dito breve ou
geralmente de origem
sentença popular de
popular, Frase lapidar que
cunho moral,
Sentença popular freqüentemente com encerra um
Sentença moral de origem geralmente em verso
Houaiss; que expressa O mesmo que ritmo e rima, rica em pensamento de
popular; anexim, ditado, e aplicável à
Villar conselho sábio; provérbio imagens que sintetiza ordem geral e de
provérbio, máxima determinada
(2001) provérbio, máxima (p. 1062) um conceito a valor moral;
(p. 77) circunstância da
(p. 214) respeito da realidade provérbio, máxima
vida; provérbio,
ou uma regra social (p.2547)
anexim
ou moral
(p. 2458)
(p. 2321)

Provérbio de origem
Lacerda; Dito sentencioso, de
Sinônimo de adágio popular, geralmente
Lacerda; característica mais Sinônimo de adágio
ou rifão – ritmado e tom por –
Abreu popular que o provérbio (p. XIII)
(p. XIII) vezes jocoso
(1999) (p. XIII)
(p. XIII)

Adágio, aforismo,
máxima, anexim,
Forma clássica de Formado de
Adágio, provérbio, valendo direção
sabedoria, espécie de pequenas sentenças,
rifão, exemplo, moral, conduta,
Câmara condensação de expressões ou frase
sentença, ditado, advertência em
Cascudo experiência, malícia, de conteúdo moral, – –
aforismo, apotegma, breves palavras,
(2000) ironia e sátira em filosófico ou
máxima, dito facilitando
conceitos breves religioso
(p. 16) memorização
(p. 7-8) (p. 198)
imediata
(p. 540)

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