SECRETARIA-GERAL
SECRETARIA ESPECIAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE PESQUISA DE OPINIÃO PUBLICA
teoria, técnicas e
procedimento
Departamento de Pesquisa de Opinião Pública – SECOM/PR
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6
PARTE I: PESQUISAS DE OPINIÃO PÚBLICA ................................................................ 10
1. Definições Gerais ........................................................................................................... 11
1.1. A opinião pública ......................................................................................................... 11
1.2. A pesquisa de opinião pública ..................................................................................... 14
1.3. A pesquisa governamental de opinião pública ............................................................ 17
2. O Departamento de Pesquisa de Opinião Pública (DEPES) ..................................... 21
PARTE II – METODOLOGIAS E USOS .............................................................................. 24
3. Pesquisa qualitativa....................................................................................................... 25
3.1. Tipos de pesquisa ......................................................................................................... 32
3.1.1. Grupo Focal ...................................................................................................... 32
3.1.2. Entrevista em Profundidade .............................................................................. 36
3.1.3. Vantagens e limitações da entrevista qualitativa ............................................... 36
3.2. Metodologia ................................................................................................................. 38
3.2.1. Amostragem ....................................................................................................... 38
3.2.2. Dos cuidados metodológicos ............................................................................. 41
3.3. Instrumentos de pesquisa ............................................................................................. 46
3.3.1. Ficha de recrutamento ...................................................................................... 46
3.3.2. Roteiro ............................................................................................................... 47
3.4. Coleta de dados ............................................................................................................ 48
3.5. Análises........................................................................................................................ 49
3.5.1. Teoria fundamentada e codificação teórica: codificação e categorização ....... 51
3.5.2. Análise qualitativa de conteúdo e codificação .................................................. 53
3.5.3. Estudos comparativos e codificação temática................................................... 54
3.5.4. Softwares e técnicas de análise ......................................................................... 55
3.6. Exposição dos dados .................................................................................................... 58
4. Pesquisa quantitativa .................................................................................................... 60
4.1. Tipos de pesquisa ......................................................................................................... 61
4.1.1. Pesquisa quantitativa face a face ...................................................................... 61
4.1.2. Pesquisa quantitativa telefônica........................................................................ 62
4.2. Metodologia ................................................................................................................. 63
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APRESENTAÇÃO
Este Manual tem como intuito auxiliar os pesquisadores nas melhores práticas em
pesquisa de opinião pública. O manual tem o objetivo de estabelecer uma série de
diretrizes para que as pesquisas de opinião pública sejam capazes de responder de forma
cientificamente as demandas da Presidência da República.
A construção de um manual de pesquisa é relevante por uma série de fatores.
Primeiro por apresentar o debate teórico que embasa a utilização de pesquisas de opinião
pública, com a revisão da literatura sobre opinião pública, pesquisas de opinião pública e
a utilização destas pesquisas no âmbito governamental. Também, se destaca por
disponibilizar de forma concisa e fácil as discussões sobre as mais utilizadas
metodologias de pesquisa em opinião pública, possibilitando o acesso tanto por
integrantes do governo, tanto pela sociedade em geral. E, por fortalecer a transparência
do Governo Federal, apresentando como é o processo de funcionamento do setor.
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INTRODUÇÃO
O manual está estruturado em três partes: (i) uma breve definição teórica dos
conceitos de opinião pública, pesquisas de opinião pública e a sua relevância para o setor
governamental; posteriormente, (ii) discutimos os aspectos teóricos e práticos dos
enfoques metodológicos utilizados pelo DEPES; e finalmente, (iii) apresentamos os
procedimentos técnicos e burocráticos para a execução das pesquisas de opinião de
pública no âmbito do departamento.
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A segunda parte é composta pela parte mais técnica do Manual. Nela são
apresentadas e discutidas, de forma breve, ferramentas metodológicas e analíticas para
pesquisas quantitativas e qualitativas, com ênfase nos enfoques e técnicas mais utilizadas
pelo DEPES/SECOM.
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prático é essencial que se tenha uma coleta de dados com maior qualidade, possibilitando
assim a construção do conhecimento.
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Ao final desta segunda parte há um item que aborda questões éticas em pesquisa.
Nela são apontados pontos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)
e contribuições do Código International Chamber of Commerce (ICC), elaborado em
cooperação com a Sociedade Europeia para Pesquisa de Opinião e Mercado (ESOMAR).
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1. Definições Gerais
Partindo dessa lógica, salta-se no tempo dos clássicos da filosofia política para a
análise da política moderna através da figura de Jürgen Habermas (1984). Para o pensador
alemão, a emergência do termo se relaciona com a própria fundação do Estado moderno
e a formação da sociedade civil, no que ele vai denominar de esfera pública política.
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Por isso, nessa nova conceituação sobre a opinião pública, há que levar em
consideração, de acordo Sartori (2001), vários sentidos. Entre eles, destaca-se a
compreensão da opinião pública como um conjunto de sujeitos que declara a sua opinião,
é o sentido subjetivo do termo. Em segundo, refere-se a aquilo que é público, é o sentido
objetivo da opinião pública. Há também o sentido quando se utiliza da opinião pública
para designar aquilo que é visível ou transparente, ou seja, aberto a todos. Fazendo uma
leitura desses três sentidos, Sá (2012) resume da seguinte forma:
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Por isso, para os fins deste manual, opta-se por uma conceituação que sintetiza de
modo prático a opinião pública, como o conjunto de opiniões em relação a assuntos
universais ou sobre questões políticas. Isto é, não se adota o sentido clássico da opinião
pública como parte de um processo deliberativo, em que toda a sociedade, através de seus
cidadãos, participaria ativamente da vida democrática via esfera pública, no sentido
habermasiano do termo.
Este conceito prático de opinião pública, segundo Silveirinha (1998), tem uma
forte importância na vida cotidiana contemporânea. Do ponto de vista político, a opinião
pública é apontada como a voz do povo, isto é, tem a função de ser a ponte entre
governantes e governados, servindo, assim, como fonte da legitimação política dessa
relação. Do ponto de vista social, a opinião pública diz das sociabilidades, sobre aquilo
que as pessoas pensam por meio das relações sociais que constroem ao longo da vida, e
por isso tem esse caráter mais coletivo e de pertencimento ao grupo. Em referência ao
ponto de vista pessoal, a opinião pública relaciona-se com a dimensão cognitiva do
sujeito, isto é, dizem das implicações sociopsicologicas no comportamento do indivíduo
e a sua forma de valorar o mundo.
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mercado vão analisar, mediante o uso das pesquisas de opinião, o comportamento dos
indivíduos, dos grupos sociais e da sociedade. Isto é, se tornou um instrumento bastante
comum na tomada de decisões institucionais e governamentais.
A transição para um modelo com o uso de amostra estatística se deu nas eleições
presidenciais de 1936, quando o pesquisador George Gallup utilizou das técnicas
estatísticas de amostragem, aproximando dos resultados da eleição e, com isso,
configurando o começo da ruptura metodológica das pesquisas de opinião, especialmente
as que faziam referência às corridas eleitorais.
Duailibe (2012) descreve que, mesmo com as resistências das mídias daquele
período, que acreditavam deter o saber sobre a opinião pública, houve um crescente uso
de pesquisas de opinião por parte do governo, parlamentos e grupos de interesses que
utilizavam dessas técnicas científicas estatísticas. Já na década de 1970, as grandes
emissoras de televisão dos Estados Unidos eram as principais consumidoras deste tipo de
estudo, que popularmente era chamadas de sondagens. Hebert (1993), diz que a
consolidação deste tipo de pesquisa foi alimentada pelo contexto estadunidense de
hipervalorizarão da quantificação da sociedade e pelo processo de racionalização da
política, da administração pública e de outras esferas da vida social.
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Seguindo ainda nessa linha argumentativa, Duailibe (2012) descreve que o uso
dessas pesquisas é associado a importância de uma opinião no espaço público à
quantidade de adesões que recebe, isto é, de caráter massivamente quantitativo. Isso
implica, por sua vez, nos debates públicos e nas tomadas de decisão, uma vez que as
opiniões majoritárias se destacam e ganham maior visibilidade nos processos decisórios.
Assim, as pesquisas qualitativas de opinião pública, que abordaremos mais à frente, terão
o papel tanto de entender quanto de aprofundar essas diversas opiniões, majoritárias ou
não.
Duailibe (2012) aponta ainda que a pesquisa de opinião pública é uma ferramenta
de soberania popular, por ser um instrumento avaliativo constante que ultrapassa o
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período eleitoral, já que pode ser utilizada a qualquer momento para sondar a atuação do
governo ou de questões públicas, e, por isso, vista como uma intervenção positiva sobre
o debate público que antecede as tomadas de decisão. A eficiência e eficácia da pesquisa
de opinião foram levadas a outras áreas que não públicas, sendo hoje um instrumento de
tomada de decisões de instituições privadas e análise de mercado, como posicionamento
de empresas, marcas, produtos, etc.
Nesse sentido, para este manual opta-se por uma definição precisa sobre a
pesquisa de opinião pública, que a situa como a consulta realizada por metodologia
específica, que objetiva captar, medir e analisar atitudes, valores, avaliações,
comportamentos e as opiniões de pessoas sobre temas de interesse público a fim de
produzir conhecimento. Entende-se que elas são classificadas, de modo geral, em dois
tipos de abordagens: a quantitativa e a qualitativa.
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por cotas, deve-se observar a representatividade de critérios sociais – tanto nos estudos
quantitativos quanto qualitativos, a partir do gênero, idade, renda, nível de escolaridade,
ocupação, situação familiar e localização geográfica – por ser estratos importantes para
definir beneficiários de políticas e serviços públicos.
Tanto para fazer prospecções quanto para identificar questões que devem ser
trabalhadas em campanhas, é preciso que as pesquisas sejam realizadas periodicamente e
com regularidade, o quinto princípio, a fim de compreender a avaliação das políticas e
ações governamentais em diferentes momentos e contextos. Essa regularidade permite
também o aprimoramento da capacidade dos governos em dar resposta a questões
problemáticas que podem emergir durante a gestão, desde mudanças e ajustes sobre as
ações e as políticas públicas adotadas quanto um instrumento de leitura que servirá de
base para o governo se posicionar publicamente perante a uma situação crítica e urgente,
em busca de se alinhar com o pensamento e a demanda da população.
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pública, a pesquisa de opinião reduz a incerteza ao prover as informações que irão facilitar
a tomada de decisão, colabora na construção de estratégias de governo e dá um feedback
célere das ações de governo, das políticas públicas e de avaliações institucionais.
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precisa. Deve-se, também, atenção para o cunho de pesquisas de opinião pública durante
o período eleitoral, zelando pelo respeito à Lei Nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, e
demais instruções normativas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Como iremos
apresentar na terceira parte deste manual, seguimos uma série de procedimentos que
garantem as melhores práticas de pesquisa de opinião pública.
o Consumo de mídia;
o Avaliação de Governo;
o Percepção sobre a economia;
o A Copa do Mundo;
o Olimpíadas;
o Greves;
o Protestos;
o Reformas;
o Intervenção na Segurança pública.
Para isso são realizadas pesquisas de forma contínua e sob solicitação em
momentos específicos, possibilitando assim que a Presidência da República seja atendida
com as informações para as suas tomadas de decisão. A posteriori, todas as nossas
pesquisas são disponibilizadas no site da SECOM, possibilitando que toda a sociedade
tenha acesso aos dados levantados.
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3. Pesquisa qualitativa
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através dessa dinâmica, que se articula e ganha forma durante a própria entrevista, que
ocorre a produção do “tecido de informações”, fornecendo a base de dados para o estudo.
A conversação promove a corresponsabilidade dos participantes, já que não são tidos
como simples informantes, mas são vistos como sujeitos ativos do processo, o que facilita
a expressão de cada um através de sua visão de mundo e de seus interesses:
Nesse processo, tanto os sujeitos pesquisados como o pesquisador integram
suas experiências, suas dúvidas e suas tensões, em um processo que facilita o
emergir de sentidos subjetivos no curso das conversações. A conversação vai
tomando formas distintas, nas quais a riqueza da informação se define por meio
de argumentações, emoções fortes e expressões extraverbais, numa infinita
quantidade de formas diferentes, que vão se organizando em representações
teóricas pelo pesquisador (REY, 2010, p.46).
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Já Selltiz (1967), mais alinhado com as pesquisas de opinião pública, diz que a
técnica da entrevista é bastante adequada para obter informações sobre o que as pessoas
sabem, creem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem
como acerca de seus pensamentos, valorações e opiniões a respeito de questões pessoais
e públicas. Nesta mesma linha, Haguette (1997) pontua que o pesquisador, ao lidar com
a natureza subjetiva, precisa levar em conta todo comportamento do entrevistado, tanto
aquilo que é emitido objetivamente de modo discursivo quanto os gestos e expressões,
que não são verbalizados. Todos esses elementos, ditos e não ditos, fazem parte da
entrevista qualitativa.
Sobre as características propriamente ditas das entrevistas em pesquisas sociais,
Gonçalves (2004) as descreve como decorrentes de uma situação social de interação face
a face, revestidas de formas e conteúdo, como: o tipo de entrevista (profundidade ou
focal) e o grau de liberdade (estruturada, semiestruturada ou aberta). Portanto, é a partir
dessa perspectiva que este manual busca aprofundar as técnicas de entrevista, suas
características, assim como, os procedimentos que devem ser utilizados para uma boa
prática do fazer científico em estudos qualitativos de pesquisa de opinião pública.
As entrevistas, de modo geral, podem ser classificadas de acordo com a variação
do grau de liberdade, que são três: estruturada, semiestruturada e aberta. Nas entrevistas
qualitativas, a variação do grau de liberdade pode consistir em entrevistas abertas ou
semiestruturadas, por se caracterizarem pela flexibilidade e por explorarem ao máximo
um ou múltiplos temas. Por outro lado, as entrevistas estruturadas, que são utilizadas no
formato questionário, e não roteiro, tem por objetivo quantificar e mensurar as respostas,
por isso é uma técnica de coleta de dados comumente utilizada nas pesquisas de
abordagem quantitativa. Uma das principais diferenças entre o grau de liberdade das
entrevistas qualitativas (aberta e semiestruturada) e quantitativas (estruturada) é descrita
por Guber (2001), que avalia que as entrevistas estruturadas, ou fechadas, implicam a
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Mesmo assim, há certas dificuldades, que mais uma vez diz mais sobre a qualidade
do investigador do que o campo em si, pois este deve ter a capacidade de manter o foco
e garantir a naturalidade e fluidez da entrevista. Cabe também ao entrevistador ter a
habilidade para que a conversação se mantenha durante toda entrevista, com a formação
de um tecido de informações que seja produtivo para o estudo. Vale ressaltar que a
entrevista aberta é utilizada, muitas vezes, para levantar informações que servirão como
base para a elaboração de roteiros semiestruturados ou de questionários de pesquisas
quantitativas.
3.1.Tipos de pesquisa
É preciso ponderar a capacidade que esse tipo de método de coleta de dados possui
no que se refere a generalização dos resultados. Isso porque a unidade de análise é o grupo
focal, ou seja, a análise das interações sociais que ocorrem com os componentes do grupo.
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A análise geral da pesquisa pode permitir maiores inferências qualitativas, porém a partir
desse entendimento.
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O moderador não deve ter uma postura diretiva em relação às questões de pesquisa
e ao roteiro de entrevista. Em grupos focais ele assume uma postura de mediador ou
facilitador da discussão, por isso suas intervenções devem ser limitadas e pertinentes.
Com o intuito de averiguar seus insights o moderador pode formular análises,
colaborando com reorientações e interpretações de dados e teóricas (Cf. GONDIM,
2003).
Gaskell (2002) afirma que acontecem dois processos ao longo do campo, a análise
do grupo e a análise cumulativa dos grupos, em que é possível perceber padrões,
tendências e formular novas questões. Ou seja, durante a coleta de dados podem haver
insgihts que podem ser averiguados em tom exploratório na coleta de dados. Há a
possibilidade de haver um segundo moderador, que auxilie ou supervisione o moderador
em sua atividade, em geral este fica na sala de espelho.
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Neste tipo de técnica, não é somente as respostas proferidas que devem ser
consideradas como resultado da pesquisa. De acordo com Duarte (2005), é preciso que o
pesquisador observe o ambiente da entrevista, a relação construída nesse ambiente, o
comportamento do entrevistado, seus movimentos e gestos, entre outros. Na mesma linha
argumentativa, Pereira (2012) destaca que um dos pontos essenciais para a boa qualidade
da entrevista, conforme aprofundaremos mais adiante, está no preparo extra do
entrevistador, que, segundo o autor, precisa considerar diferentes aspectos da interação
com o entrevistado e considerar durante o processo de interpretação dos dados a sua
própria atuação no processo de construção da narrativa.
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3.2.Metodologia
3.2.1. Amostragem
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requisitos para selecionar participantes dos grupos focais, visando assim obter maiores
insights (Cf. GLASER e STRAUSS, 1967; FLICK, 2004, p.79). Os critérios/filtros e
crivos devem constar no questionário de recrutamento.
Os grupos focais podem ser compostos por cerca de 6 a 15 entrevistados, é mais
comum que grupos focais possuam entre 8 a 12 pessoas. A quantidade de pessoas ideal
por grupo vai depender da capacidade de participação de todos nos temas abordados e da
capacidade de manutenção da temática de interesse da pesquisa (Cf. TRAD, 2009).
A quantidade de grupos a ser realizada por pesquisa depende de alguns fatores, além
dos objetivos da pesquisa, o orçamento e o tempo disponível. É comum que a coleta de
dados pare quando é alcançada a saturação dos dados, ou seja, durante a coleta e
concomitante análise continuada dos dados. A saturação é alcançada quando elementos
novos tornam-se cada vez mais escassos quanto aos objetivos da pesquisa e é possível
notar certa repetição, previsibilidade e semelhança nos discursos e interações (Cf.
FLICK, 2004). Destaca-se que a quantidade de grupos comumente é definida
previamente enquanto a saturação ocorre a posteriori.
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Indo mais à fundo sobre o papel de ouvinte do pesquisador, Bourdieu (1999) cita
que muitos entrevistados, sobretudo os de perfil mais carente, utilizam o momento da
entrevista para se fazer ouvir, com os seus pontos de vista sobre si e o mundo. Como são
muitas as possibilidades de caminho e as adversidades durante a entrevista, o pesquisador
deve ter a consciência de que está lidando com sentimentos, afetos pessoais, fragilidades,
medos e inseguranças por parte dos participantes.
Por vezes esses discursos são densos, intensos e dolorosos e dão um certo alívio
ao pesquisado quando expostos. Alívio por falar e ao mesmo tempo refletir sobre um
assunto que talvez os reprimam. Por tal questão que o pesquisador não pode ficar
indiferente ao que o entrevistado tem para dizer, respeitando a sua trajetória de vida e
singularidade. Este respeito, de acordo com Boni e Quaresma (2005), vai além da própria
entrevista, pois é dever do pesquisador, especialmente na produção do relatório final do
estudo, situar o leitor de que lugar o entrevistado fala, a sua origem, o espaço social que
se situa e qual a sua condição de vida. Tem que ser explicitado claramente qual a tomada
de posição do entrevistado e o seu lugar no mundo.
Goldenberg (2004) afirma que boa parte do sucesso da entrevista deve-se às
qualidades essenciais que um pesquisador deve possuir. Entre elas, destaca:
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participantes, através daquilo que é dito, gravado e transcrito, mas deve estar alerta
também para toda uma “gama de gestos, expressões, entonações, sinais não-verbais,
hesitações, alterações de ritmo, enfim, toda uma comunicação não verbal cuja captação é
muito importante para a compreensão e a validação do que foi efetivamente dito”
(LUDKE, ANDRE; 1986; 36). Na entrevista não é apenas o discurso verbalizado pelo
entrevistado que deve ser analisado, mas a postura dele e toda sua linguagem corporal,
que servirá como complemento ou contradição daquilo que ele disse.
Já em relação aos cuidados com os instrumentos de coleta e de registro dos dados,
há o debate entre a gravação direta (áudio nas entrevistas em profundidade e vídeo nos
grupos focais) e a anotação durante a entrevista. Em relação à gravação, Ludke e Andre
(1986) situam:
A gravação tem a vantagem de registrar todas as expressões orais,
imediatamente, deixando o entrevistador livre para prestar toda a sua atenção
ao entrevistado. Por outro lado, ela só registra as expressões orais, deixando
de lado as expressões faciais, os gestos, as mudanças de postura e pode
representar para alguns entrevistados um fator constrangedor. Nem todos se
mantêm inteiramente à vontade e naturais ao ter sua fala gravada (LUDKE;
ANDRE, 1986, 37).
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Ao tratar sobre as anotações durante a entrevista, sugere-se que não seja o foco
principal, pois corre-se o risco de deixar de cobrir e dar atenção para as coisas ditas pelo
entrevistado, já que exige um tempo razoável para a escrita. Por outro lado, as notas
durante a entrevista representam um trabalho inicial de interpretação, que poderá servir
como base da análise dos dados. Por isso, dependendo da habilidade e experiência do
pesquisador, o que deve ser feito é priorizar a fala do entrevistado e intercalar com as
anotações, desde que o entrevistado esteja ciente de todo o processo.
O entrevistador já vai percebendo o que é suficientemente importante para ser
tomado nota e vai assinalando de alguma forma o que vem acompanhado com
ênfases, seja do lado positivo ou do negativo. Aqui se percebe bem a
importância da prática, da habilidade desenvolvida pelo entrevistador para
conseguir ao mesmo tempo manter um clima de atenção e interesse pela fala
do entrevistado, enquanto arranja uma maneira de ir anotando o que é
importante. Essa maneira é específica de cada um, mas não representa nada de
mágico ou misterioso, podendo perfeitamente ser encontrada a partir de um
acordo com o próprio entrevistado. É muito importante que o entrevistado
esteja bem informado sobre os objetivos da entrevista e de que as informações
fornecidas serão utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa, respeitando-
se sempre o sigilo em relação aos informantes. É preciso que ele concorde, d
partir dessa confiança, em responder às questões, sabendo, portanto, que
algumas notas têm que ser tomadas e até aceitando um ritmo com pausas
destinadas a isso. (LUDKE; ANDRE, 1986, p. 37)
Para que a entrevista seja mais fluída e natural, o pesquisador deve saber dosar as
anotações. Também cabe ao pesquisador dispor de tempo, logo depois de finalizada a
entrevista, para aprofundar as anotações que fez durante a gravação, pela eficiência das
lembranças do que foi dito e visto pouco antes. Esse relato mais profundo, pela
preservação da memória recente, vai permitir que o entrevistar registre também o
ambiente da pesquisa, o comportamento do entrevistado, os gestos, expressões,
entonações, sinais não-verbais, hesitações, alterações de ritmo, entre outros pontos.
A entrevista, em profundidade ou grupo focal, não tem o seu resultado
generalizado e não visa comprovar uma verdade, mas, devido ao seu caráter particular,
destina-se em compreender os aspectos subjetivos sobre questões objetivas da vida social.
Independente disso, é de grande importância que se construa procedimentos
metodológicos e de validade e confiabilidade dos resultados de modo criterioso, pois elas
“dizem respeito à capacidade de os instrumentos e a utilização adequada fornecerem os
resultados que o pesquisador se propôs obter” (DUARTE, 2005, p. 04).
Para a validade dos dados e resultados alguns procedimentos podem ser utilizados
durante a construção metodológica do trabalho científico, como apresentar os critérios de
seleção do entrevistado, as fichas de recrutamento, a catalogação adequada das
entrevistas, checagem dos áudios e transcrições, acompanhamento das entrevistas –
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3.3.2. Roteiro
O roteiro deve partir de questões mais simples e ir para as questões mais gerais e
complexas. Assim, a lógica do roteiro deve ser progressiva, permitido o afunilamento e
aprofundamento das questões de interesse da pesquisa. Para esse tipo de coleta de dados,
questões objetivas não são interessantes, pois não incentivam debates e dificultam o
acesso aos aspectos simbólicos das falas (Cf. FLICK, 2004).
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3.4.Coleta de dados
A fase de coleta de dados é uma das etapas mais importantes da pesquisa. Selttiz
(1974) descreve sobre a potencialidade da coleta de dados que se utiliza das técnicas de
entrevista, seja de formato aberta ou semiestruturada, por permitir que o pesquisador faça
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3.5.Análises
Sugere-se que ele inicie esse processo analítico logo após cada entrevista,
justamente para não deixar acumular as informações, o que tornaria mais difícil devido
ao montante de conteúdo e o tempo que há para a análise. Nessa linha, Berger (1998)
alerta que "pode ser muito difícil lidar com a enorme quantidade de material que as
entrevistas em profundidade geram" (BERGER, 1998, p.57). Isso vale também para os
grupos focais. E o bom empreendimento analítico começa justamente quando o
pesquisador antecede esse processo, quando há informações mínimas para fazê-lo, o que
o permitiria ganhar tempo e maior prazo para as reflexões sobre os resultados e, até
mesmo, para obter informações preciosas para a continuidade do campo, ajudando o
pesquisador a fazer adaptações e correções durante a pesquisa.
Esse tempo servirá também para que o pesquisador possa amadurecer as suas
ferramentas analíticas
O pesquisador, sem perder de vista os objetivos do trabalho, classifica as
informações a partir de determinado critério, estabelecendo e organizando
grupos de temas comuns, como que as agrupando em "caixas" separadas para
se dedicar individual e profundamente a cada uma. Esta estrutura geral assume
a forma de esquema de análise e cada conjunto (caixa) é chamado categoria,
uma unidade de análise completa e única em si mesma (DUARTE, 2005, p.
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com ênfase aos destaques do estudo. Duarte (2005), considera que o pesquisador deve
apresentar também no relatório tanto os aspectos positivos quanto as limitações e
dificuldades do estudo, assim ajudaria o leitor na compreensão dos dados e na própria
validade e confiabilidade dos resultados do estudo.
Strauss e Corbin (2008) definem codificação como “os processos analíticos por
meios dos quais os dados são divididos, conceitualizados e integrados para formar a teoria
(p. 17). Este tipo de codificação tem como base a teoria fundamentada, que pretende
reconstruir teorias a partir da interpretação de dados empíricos, seus conteúdos e
significados. A interpretação dos dados é realizada por meios metodológicos controlados,
segundo essa perspectiva Flick (2004) define:
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Mayring (1983) usa três técnicas: 1) síntese da análise de conteúdo: nela o material
mais relevante é condensado, resumido e parafraseado, com o intuito de sintetizar e
generalizar o material analisado; 2) análise explicativa do conteúdo: essa etapa parte para
explicar trechos “difusos, ambíguos ou contraditórios” (p. 292), nela são usados
dicionários, a gramática e o contexto para tanto e; 3) análise estruturadora e conteúdo:
visa tipificar ou estruturar o conteúdo.
Análise qualitativa de conteúdo tem vantagens devido a redução do material
utilizado e a facilidade para comparar materiais devido a estruturação das categorias. Em
contraposição aos métodos mais indutivos a análise de conteúdo segue lógica mais
esquemática e quantitativa, tendendo mais explicar o texto do que interpretá-lo. A
utilização de teorias para pode tornar o entendimento do texto mais difícil e ainda
deixando de fora aspectos mais profundos do texto. Outra crítica que pode ser feita é
quanto à utilização de paráfrases ao invés do texto exato.
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O uso de computadores para pesquisa qualitativa tem se tornado cada vez mais
comum. Diferentemente, de softwares de análise quantitativa, que usam dados numéricos
e estruturados, como o SPSS, os softwares de análise qualitativa requerem o trabalho de
pesquisadores, ou seja, eles não atuam de modo automático (Cf. FLICK, 2004).
Os softwares de análise qualitativa ajudam no processo de organização,
codificação e análise de dados. A partir de levantamento bibliográfico sobre o tema Flick
(2004) destaca algumas vantagens em relação ao uso desses softwares, destaca-se:
ajuntamento e manutenção de todos os documentos da pesquisa, o ganho de tempo;
coerência e rigor nos procedimentos analíticos, aumento na transparência e validação no
processo da pesquisa, maior viabilidade para trabalhar em equipe, dentre outras.
Os aplicativos colaboram para encontrar tanto padrões como especificidades dos
dados. Além do aporte qualitativo, os softwares também utilizam técnicas quantitativas:
de contagem, proximidade e relação de palavras.
Neste manual, abordaremos o uso do NVIVO, trata-se de um pacote de software
para computador de análise de dados qualitativos produzido pela QSR Internacional, O
NVIVO é o aplicativo utilizado pelo Departamento de Pesquisa em Opinião
Pública/SECOM/PR.
A seguir conceitos-chave relativos ao aplicativo segundo o Manual NVIVO 10 for
Windows:
Fontes: são seus materiais de pesquisa, incluindo documentos, PDFs, conjunto
de dados, áudio, vídeo, imagens, memos e matrizes estruturais.
Codificação: é o processo de reunir materiais por tópico, tema ou caso. Por
exemplo: selecionar um parágrafo sobre a qualidade da água e codifica-lo no
nó “qualidade da água”.
Nós: são recipientes para sua codificação. Eles permitem que você reúna
materiais relacionados em um lugar para que possa procurar padrões e ideias
emergentes.
Classificações: de fonte permitem que você registe informações sobre suas
fontes. Por exemplo, dados bibliográficos.
Classificações de nó: permitem que você registre informações sobre pessoas,
lugares ou outros casos, por exemplo, dados demográficos ou pessoais (p.7).
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Departamento de Pesquisa de Opinião Pública – SECOM/PR
externos) para o software. As fontes remetem aos dados empíricos, sejam brutos ou já
tratados. Após classificar as fontes e nós, codificar os dados, em seguida, é possível fazer
consultas e extrair tabelas, extratos, relatórios, gráficos e cluster.
Destaca-se que é possível classificar fontes e nós em propriedades e atributos
definidos como valores pelos pesquisadores do projeto. Inicialmente é preciso classificar
as fontes para então indexar propriedades e atributos das mesmas. Os atributos podem ser
numéricos, textuais, booleanos ou de data e hora. Assim, ao assumir valores os dados
tornam-se estruturados permitindo buscas específicas e extração de tabela de contingência
com toda a classificação, seja das fontes ou dos nós. A tabela pode ser visualizada e
organizada por filtros.
Conjuntos de dados podem ser criados, os conjuntos consistem em agrupar
elementos comuns (fontes, nós, atributos), permitindo visualizar dados de outras formas.
Uma análise de conteúdo prévia ao processo de codificação pode ser feita para
colaborar neste processo, a partir de um relatório de árvore de palavras, nela a frequência
e a proximidade das palavras utilizadas podem ser visualizadas. A frequência de palavras
específicas pode ser buscada em seu sentido literal, mas também por meio de sinônimos
ou com palavras similares de um mesmo radical.
Outra vantagem a ser avaliada remete a codificação automática dos dados, este
artifício tende a servir mais para fontes estruturadas. Também existe a possibilidade de
codificação temática, realizada a partir dos padrões de codificação realizados pelos
pesquisadores. O software utiliza algoritmos de aprendizagem para dar continuidade ao
trabalho de codificação. Após usar o recurso é possível refinar a codificação realizada
pelo aplicativo.
O processo de codificação acontece com a criação de nós, que servem para
armazenar a codificação. Os nós são códigos de referência indexados ao material
empírico. A codificação “consiste em localizar passagens no material empírico e a elas
atribuir os significados correspondentes aos nós com os quais estamos trabalhando”
(TEIXEIRA, 2015, p.6). Desta forma, ao encontrar trechos que correspondam ao aporte
significativo do nó marque-os e o armazene neste. Os nós criados podem ser descritos e
explicados em memos do projeto.
Os nós podem assumir estrutura hierárquica. Assim, os nós podem comportar
subnós, estes estão agregados ao nó criador, assim quantitativamente são contabilizados
em ambos, pois o subnó faz parte do nó. Por exemplo:
56
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o Nó: Economia
o Subnó: Economia Criativa
o Subnó: Economia Sustentável
o Subnó: Economia de Mercado.
Os nós podem ser criados a priori considerando o material empírico coletado e/ou
durante o processo de codificação. O processo de codificação pode variar, iniciando de
um processo mais geral e aberto, para conhecer dados e organizar tópicos e então detalhar
códigos. Este início está ancorado no referencial teórico metodológico do projeto. O
Manual NVIVO 10 for Windows apresenta três tipos de codificação:
Codificação de tópicos: Qual o tópico em discussão? Por exemplo, qualidade
da água, desenvolvimento imobiliário, turismo e assim por diante.
Codificação analítica: Do que se trata exatamente o conteúdo? Porque ele é
interessante? Considere o significado em contexto e expresse ideias novas
sobre os dados. Por exemplo: o ideal versus o real, tensão entre
desenvolvedores e residentes.
Codificação descritiva ou “de caso”: Quem está falando? Que lugar,
organização ou outra entidade está sendo observada? (p.24)
Outro artifício apontado pelo Manual NVIVO 10 for Windows, pode ser utilizado
para aumentar a transparência e a confiabilidade do processo de pesquisa é a criação de
memos. Memos são anotações, lembretes e comentários realizados ao longo do processo
analítico. É um recurso de memória do projeto, em que é possível rastrear parte do processo
analítico e permite verificar a evolução do projeto. Os memos podem estar articulados a
partes do projeto: o projeto propriamente, a fontes específicas, a nós, a consultas e ligados
a processos metodológicos e analíticos (p. 31).
Com os dados codificados pode-se gerar consultas, extratos e relatórios dos dados
em arquivos de texto, planilha, tabelas e gráficos, assim o conteúdo codificado pode ser
recuperado. As consultas ao projeto de pesquisa podem ser feitas de: codificação; matriz
de codificação (estabelecendo relações entre nós, classificações, grupos); comparação de
codificação (de diferentes pesquisadores); composta (de textos e codificações) e; de grupo.
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o Apontar um líder da equipe que manterá o grupo na linha e tomará as decisões finais
de codificação.
o Reunir-se regularmente com a equipe para discutir interpretações, resolver problemas
e atribuir tarefas. Registrar os resultados da reunião em uma nota.
o Fazer com que cada membro da equipe mantenha um memo para registrar seu
progresso, incluindo palpites, sugestões ou perguntas. Você também pode fazer isto
em um único “diário de trabalho em equipe”.
o Logo no início, fazer com que vários membros da equipe codifiquem a mesma coleção
de fontes e, então, comparar os registros (usando Faixas de Codificação ou uma
consulta de comparação de codificações). Isto pode ajudar a garantir uma abordagem
consistente.
o Para começar, faça uma hierarquia de nó para cada membro da equipe. Depois da
discussão em grupo, você pode refinar, mesclar e reorganizar.
o Tenha como objetivo uma estrutura clara de nó e use descrições (em propriedades do
nó) para tomar propósito de um nó claro para todos os membros da equipe).
Os dados científicos produzidos pela pesquisa são expostos tanto no relatório final
de pesquisa quanto no documento de apresentação dos resultados. Se tratando da pesquisa
qualitativa, o relatório final tem por objetivo expor todas as etapas da investigação, de
modo que fique claro ao leitor o percurso teórico-metodológico da investigação assim
como os principais achados do estudo. Para isso, o relatório final de pesquisas qualitativas
deve estar dividido com a presença dos seguintes pontos:
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4. Pesquisa quantitativa
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4.1.Tipos de pesquisa
Realizada de forma presencial, a pesquisa face a face possui uma alta taxa de
resposta, porém em contrapartida exige entrevistadores com preparo de excelência.
Apesar da entrevista quantitativa ser pautada por um questionário estruturado e mais
rígido, do que as pesquisas qualitativas, a interação entre aplicadores e entrevistados é
parte essencial da coleta dos dados. A atuação do entrevistador deve ser imparcial, mas
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acolhedora ao mesmo tempo, dado que ele precisa que o respondente forneça as suas
opiniões mais sinceras e fidedignas.
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Também não se pode deixar de considerar que no momento que atendem ao telefone
as pessoas podem estar envolvidas em outras atividades, como por exemplo, assistindo
televisão ou preparando refeições, o que pode significar não dar muita atenção às
entrevistas. Portanto, é recomendável que os questionários tenham curta duração e sejam
bem objetivos.
4.2.Metodologia
Outro ponto crucial para se atingir os objetivos da pesquisa diz respeito à seleção
de uma amostra que represente bem a população a ser estudada. Alguns conceitos sobre
amostragem e os principais métodos para seleção de amostras utilizados em pesquisas de
opinião pública são discutidos a seguir.
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4.2.1. Amostragem
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4.2.1.1.Amostragem probabilística
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Esse método de seleção é caracterizado por cada unidade elementar ter a mesma
probabilidade de ser selecionada para a amostra. Segundo Cochran (1977), a amostragem
aleatória simples é o processo de selecionar n unidades, das N que compõem a população,
de modo que cada uma de todas as possíveis amostras de tamanho n tenha a mesma
probabilidade de ser selecionada.
O processo de seleção pode ser feito com reposição ou sem reposição das unidades
já selecionadas. Em um processo de seleção com reposição as unidades já selecionadas
podem ser repetidas na amostra. Já para um processo de seleção sem reposição, as
unidades que já foram selecionadas não são repetidas na amostra.
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[...] uma empresa é contratada para realizar uma pesquisa junto a jogadores
profissionais de futebol, recebe dos clubes uma listagem de seus 11 jogadores
na qual eles estão ordenados por posição (primeiro o goleiro, depois os
zagueiros, meios-campos e atacantes) e decide realizar uma amostra
sistemática com intervalos de 11 elementos (o 1º, depois o 12º, depois o 23º e
assim por diante), o elemento selecionado será sempre da mesma posição, o
goleiro.
Para a utilização deste método também é necessário que se tenha um cadastro com
todas as unidades elementares.
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Uma alternativa para lidar com esse problema é o uso de sistemas de referência
auxiliares. Podem ser usados cadastros de grupos ou conglomerados de unidades
elementares quando conhecidos. Como exemplo, caso tenhamos interesse em medir o
conhecimento de alunos em matemática da rede de ensino pública de um determinado
estado. De posse de uma relação das escolas públicas do estado, poderíamos selecionar
uma amostra de escolas públicas (conglomerados) e aplicar uma prova de matemática
para todos os alunos das escolas selecionadas. Nestes casos, quando todas as unidades
elementares dos conglomerados são selecionadas para compor a amostra, o processo é
conhecido como Amostragem por Conglomerados em 1 estágio.
na área rural. Os setores censitários são atualizados a cada10 anos, quando da realização
do Censo Demográfico. A definição de setor censitário segundo IBGE (2016, p. 284) é:
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Até aqui foram apresentadas diferentes estratégias para seleção de amostras, mas
considerando que todas as unidades têm a mesma chance de entrar na amostra, ou seja,
com as mesmas probabilidades de seleção. Entretanto, as unidades de amostragem
comumente possuem tamanhos desiguais e ignorar essa variação de tamanho pode
resultar em desenhos amostrais ineficientes.
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sempre existem variáveis adicionais que podem ter consequências importantes para a
resposta” (apud Langer, 2015). Adicionalmente, segundo Langer (2015), um viés pode
ser introduzido através da seleção feita pelos entrevistadores dentro de cada grupo de
cotas que lhe foi atribuído.
Para pesquisas de opinião pública com entrevistas face a face, um plano amostral
probabilístico possível pode ser obtido por um desenho similar ao das pesquisas
domiciliares por amostragem do IBGE. O plano amostral pode ser em múltiplos estágios,
com estratificação das UPAs e utilizando PPT na seleção das UPAs. Podem ser usadas as
informações dos setores censitários, procedendo com uma operação de atualização dos
domicílios para os setores selecionados. De posse do cadastro atualizado seleciona-se por
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No capítulo deste manual sobre análise dos dados será apresentada uma relação
com softwares capazes de calcular as estimativas de parâmetros e seus respectivos
intervalos de confiança com dados obtidos por meio de amostras probabilísticas.
4.3.Instrumentos de Pesquisa
4.3.1. Questionário
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A seguir, listamos uma serie de pontos que devem ser levados em conta durante a
construção de um questionário. A lista apresentada não pretende ser definitiva ou
completa, alguns itens são citados em Marconi e Lakatos (2003), Gil (2002) e Babbie
(1999), outros são provenientes de nossa experiência e prática. As seguintes
recomendações se aplicam tanto para os questionários de pesquisas com entrevista face a
face quanto a questionários de pesquisas telefônicas:
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II. O tempo de aplicação do questionário não deve ser muito longo, pois a fadiga do
entrevistado pode fazer com que suas respostas não traduzam o que realmente
pensa ou, até mesmo, fazer com que desista de responder a pesquisa antes do fim.
III. O questionário deve ser organizado em blocos de assuntos para que as perguntas
sejam agrupadas de forma a manter uma sequência lógica.
IV. Deve-se priorizar as questões fechadas com alternativas de respostas exaustivas.
Este tipo de pergunta facilita a tabulação dos dados e análise dos resultados.
V. As questões devem ser formuladas de forma clara e específica.
VI. Deve se levar em conta o nível de informação exigido dos entrevistados para a
elaboração das questões. Os respondentes devem ser capazes de compreender as
perguntas.
VII. As perguntas devem ter relevância para os entrevistados. Caso contrário os
entrevistados podem expressar opiniões sem nunca sequer terem pensado no
assunto.
VIII. As perguntas devem ser curtas, de forma a facilitar o entendimento do respondente
e não o cansar.
IX. Evitar perguntas negativas. É possível que alguns respondentes não se atentem
para a palavra “não” e respondam o oposto do que pensam.
X. As perguntas devem possibilitar apenas uma interpretação.
XI. Cada pergunta deve se referir a uma única ideia por vez. Evite perguntas duplas.
XII. De forma geral, o questionário deve ser iniciado com perguntas mais simples,
deixando as mais complexas mais para o final.
XIII. Evitar perguntas com palavras estereotipadas.
XIV. Evitar perguntas com nomes de personalidades que possam influenciar as
respostas de maneira positiva ou negativa.
XV. Perguntas que são repetidas em várias pesquisas não devem ter modificações de
uma pesquisa para outra. O uso da mesma pergunta em diferentes pesquisas ao
longo do tempo é uma boa maneira de construir uma referência e medir as
mudanças nas atitudes dos respondentes.
XVI. É preciso ter atenção com a ordem em que as perguntas são dispostas no
questionário. A ordem na qual são feitas as perguntas pode afetar a resposta.
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Caso necessário, o pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, até que não sejam
mais detectados problemas no instrumento de pesquisa. Os entrevistados no pré-teste não
devem fazer parte da amostra da pesquisa, de onde provém os dados que serão analisados
para verificar os objetivos finais da pesquisa.
4.4.Coletas de Dados
1
Usualmente 20% das entrevistas de cada entrevistador.
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Atualmente a coleta de dados, tanto para pesquisas face a face como para
pesquisas telefônicas, pode ser feita com o auxílio de computadores. O uso da tecnologia
permite que os questionários já estejam armazenados em meio digital e os entrevistadores
vão fazendo a marcação das respostas diretamente no computador, que pode ser de mesa
para as pesquisas telefônicas ou portáteis para as pesquisas face a face. Desta forma, o
trabalho de codificação para as perguntas fechadas é feito na programação do questionário
no sistema antes do início da coleta de dados. Para as perguntas abertas a codificação das
respostas deve ser feita posteriormente à coleta, onde o pesquisador procederá com a
codificação através de análise criteriosa das respostas.
Além da vantagem óbvia de não precisar de um processo de digitação posterior à
coleta dos questionários respondidos, é possível já realizar um procedimento de crítica
dos questionários durante a entrevista de modo que inconsistências entre respostas já
sejam corrigidas durante a própria coleta de dados.
O avanço das tecnologias de comunicação permite que os dados dos questionários
sejam diretamente transmitidos para um sistema central de processamento, onde o
pesquisador tem acesso em tempo real aos dados, à medida que forem sendo digitados ou
ao fim de cada entrevista. Para as pesquisas face a face, os dispositivos de coleta de dados
mais modernos permitem a gravação das coordenadas de georrefenciamento, marcando o
local onde cada entrevista foi realizada. Esta informação pode ser utilizada para fins de
auditoria.
4.5.Análises
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como sexo, estado civil e classe social. As variáveis quantitativas são resultados de
números de uma contagem ou mensuração, como número de filhos, salário e idade. As
variáveis qualitativas podem ser classificadas em dois tipos: nominais e ordinais. Quando
não existe nenhuma ordenação dos resultados, são chamadas de variáveis qualitativas
nominais, por exemplo, sexo e estado civil. As variáveis qualitativas ordinais são as que
apresentam uma ordem nos resultados, por exemplo, classe social e nível de escolaridade.
As variáveis quantitativas também podem ser de dois tipos: discretas, quando resultam de
uma contagem, como por exemplo número de filhos e contínuas, quando resultam de uma
mensuração, por exemplo peso e altura (Bussab e Morettin, 2003).
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porém é bastante influenciada por valores extremos ou outliers e nestas situações não é a
mais indicada para indicar o centro da distribuição. A mediana é a medida que ocupa a
posição central da série de observações quando os dados estão ordenado. Esta medida não
sofre influência de valores extremos. A moda indica o valor mais frequente do conjunto
de dados, sendo que em alguns casos pode haver mais de uma moda.
Para o caso em que se queira verificar as relações existentes entre mais de duas
variáveis, existem técnicas estatísticas que podem ser utilizadas a depender dos tipos das
variáveis em questão. Análise de regressão, análise de variância, modelos log-lineares,
análise fatorial, são exemplos de técnicas que podem ser empregadas para estudos com
mais de duas variáveis.
Todas as técnicas citadas neste capítulo serviram para fazer uma análise descritiva
dos dados da amostra ou, no caso das técnicas multivariadas, para descrever relações para
dados de uma determinada população. Entretanto, os dados de pesquisas quantitativas que
são objeto deste manual são provenientes de amostras e requerem cuidados especiais para
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generalizar a análise para a população alvo. Adicionalmente, é preciso ter em mente que
as medidas calculadas são estimativas e há sempre uma margem de erro a elas associadas.
2
Os pesos amostrais podem ser definidos como o número de unidades da população que cada unidade
amostral representa. O peso amostral básico é dado pelo inverso da probabilidade de incluir a unidade na
amostra, mas podem sofrer ajustes, por exemplo, para não-resposta e ajustes para considerar informações
auxiliares.
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relatório final e de documento de apresentação dos resultados, tanto nas pesquisas face a
face, quanto nas telefônicas.
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3
A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) está diretamente ligada ao Conselho Nacional de
Saúde (CNS). É a comissão nacional responsável pela ética em pesquisa. Ela foi criada pela Resolução do
CNS 466/12 como uma instância colegiada, de natureza consultiva, educativa e formuladora de diretrizes
e estratégias no âmbito do Conselho. Além disso, é independente de influências corporativas e
institucionais. Uma das suas características é a composição multi e transdisciplinar, contando com um
representante dos usuários. A CONEP tem como principal atribuição o exame dos aspectos éticos das
pesquisas que envolvem seres humanos. Como missão, elabora e atualiza as diretrizes e normas para a
proteção dos sujeitos de pesquisa e coordena a rede de Comitês de Ética em Pesquisa das instituições. Cabe
a CONEP avaliar e acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas temáticas especiais como: genética e
reprodução humana; novos equipamentos; dispositivos para a saúde; novos procedimentos; população
indígena; projetos ligados à biossegurança e como participação estrangeira. A CONEP também se constitui
em instância de recursos para qualquer das áreas envolvidas.
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definição do tipo de investigação para adaptar-se aos objetivos não declarados; o mau uso
deliberado de estatísticas, a falsificação de dados, a alteração de resultados, a
interpretação errônea de resultados com o objetivo de apoiar um ponto de vista pessoal,
a retenção de informações, entre outros. Em relação às pesquisas de opinião pública, a
Resolução 196/96 do CNS pauta que a instituição, pública ou privada, tem a
responsabilidade de divulgar de modo completo e preciso os resultados da pesquisa, e
utilizá-las de maneira ética.
4
A Sociedade Europeia para Pesquisa de Opinião e Mercado (ESOMAR) publicou o primeiro Código da
Prática de Pesquisa de Mercado e Social em 1948. Em anos posteriores, diversos órgãos nacionais,
incluindo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) publicaram seus próprios códigos. Em
1976, a ESOMAR e a ICC – que já possuíam seu código internacional associado, derivado de seu Código
de Conduta Global em Marketing e Propaganda – concordaram que seria preferível ter um único código
internacional. Um código conjunto ICC/ESOMAR foi publicado no ano seguinte. Este código de 1977 foi
revisado e atualizado em 1986, 1994 e, mais recentemente, em 2007. Mais de 60 associações em mais de
50 países o adotaram ou endossaram, inclusive a ABEP no Brasil em 1991.
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obediência às legislações e normas das áreas que envolvem a pesquisa de opinião pública
e; 4) Precisão: preza pela obrigação e concisão em seguir os procedimentos padrões das
pesquisas científicas, respeitando todas as etapas estipuladas pelo planejamento e
execução da pesquisa.
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A terceira parte deste manual descreve quais são os processos para a solicitação e
execução das pesquisas de opinião pública no âmbito da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República (SECOM), os procedimentos de solicitação,
desenvolvimento de proposta, autorização, execução, prestação de contas, liquidação de
despesa, pagamento dos serviços, a publicitação dos dados e o encerramento do serviço.
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A elaboração de uma questão é essencial para que seja realizada de forma estruturada
e científica uma resposta sobre o posicionamento dos cidadãos sobre temas relevantes da
agenda nacional, sejam estas, demandas por políticas e serviços públicos ou a avaliação
que a sociedade faz das ofertas de políticas, serviços públicos ou atuação do governo.
Por isso faz-se necessário descrever o problema da pesquisa de forma clara, objetiva
e detalhada. Indicando os objetivos gerais e específicos da pesquisa. Possibilitando que
seja escolhida a melhor abordagem metodológica, para a elaboração da resposta da
demanda.
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6.2.Do Planejamento
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6.4. Dos produtos a serem entregues pela empresa que coleta os dados
Para cada tipo de pesquisa, a empresa contratada para a coleta de dados, deverá
entregar os seguintes produtos:
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pesquisas. Para a realização deste informe são construídos dois instrumentos de exposição
dos dados, a saber:
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o A Nota Fiscal ou Fatura será emitida com o valor exato dimensionado pela
fiscalização com base no Instrumento de Medição de Resultados (IMR).
6.9.Do Pagamento
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6.10. Da publicitação
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7. Referências Legais
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ANEXOS
1. QUALITATIVA
1.1 FINALIDADE
1.1.1 Este documento apresenta critérios de avaliação do serviço através de
indicadores de qualidade com aplicação de mecanismos de cálculo para
adequações de valores de pagamento.
1.1.2 O Instrumento de Medição de Resultado formaliza a avaliação do serviço
com registro de ocorrências identificadas na execução e nos produtos
entregues.
1.1.3 O Instrumento de Medição de Resultados considera as demandas e
exigências expostas no item 4 e 5 do Termo de Referência.
1.1.4 A periodicidade da aplicação do Instrumento de Medição de Resultado é
para toda pesquisa executada.
1.2 INDICADORES, PONTUAÇÃO E MECANISMOS DE CÁLCULO
1.2.1 Os serviços da CONTRATADA serão avaliados por meio de 9 (nove)
indicadores: Planejamento de Pesquisa, Recrutamento/Seleção,
Condução da Entrevista, Recursos, Destaques, Apresentação, Material de
Campo, Transcrições e Atendimento.
1.2.2 Para cada item do indicador será atribuída pontuação conforme escala
seguinte: 2 (dois) pontos para Satisfatório; 1 (um) ponto para
Parcialmente Satisfatório; e 0 (zero) pontos para Insatisfatório.
1.2.3 Para cada item de avaliação marcado como Parcialmente Satisfatório ou
Insatisfatório é necessário descrever a ocorrência que justifica a
atribuição da nota.
1.2.4 A pontuação final de qualidade dos serviços resultará num valor entre 0
(zero) e 18 (dezoito) pontos, correspondente à avaliação do serviço
executado.
1.2.5 A tabela abaixo contém os indicadores a serem pontuados, a meta a
cumprir e o mecanismo de cálculo da pontuação.
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PESQUISA QUALITATIVA
Avaliação
Ocorrência
Indicadores 2. Satisfatório
Em caso de valor 0 (zero)
1. Parcialmente
e 1 (um), descreva a
Satisfatório
ocorrência
0. Insatisfatório
Planejamento de
Pesquisa
Recrutamento/Seleção
Condução da
Entrevista
Recursos
Destaques
Apresentação
Material de Campo
Transcrições
Atendimento
PONTUAÇÃO
FINAL
Mecanismo Soma dos pontos dos Indicadores
de cálculo
Meta a 18 Pontos
cumprir
108
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Faixas de pontuação de
Pagamento devido Fator de ajuste de nível de serviço
qualidade da OS
109
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2.2.2 Para cada item do indicador será atribuída pontuação conforme escala
seguinte: 2 (dois) pontos para Satisfatório; 1 (um) ponto para
Parcialmente Satisfatório; e 0 (zero) pontos para Insatisfatório.
2.2.4 A pontuação final de qualidade dos serviços resultará num valor entre
0 (zero) e 20 (vinte) pontos, correspondente à avaliação do serviço
executado.
110
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Plano Amostral
Questionário
Pré-teste
Coleta de dados
Base de dados
Relatório de
Tabelas
Apresentação
Atendimento
Recursos
tecnológicos
PONTUAÇÃO
FINAL
Mecanismo de Soma dos pontos dos Indicadores
cálculo
Meta a 20 Pontos
cumprir
111
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2.2.2 Para cada item do indicador será atribuída pontuação conforme escala
seguinte: 2 (dois) pontos para Satisfatório; 1 (um) ponto para
Parcialmente Satisfatório; e 0 (zero) pontos para Insatisfatório.
2.2.4 A pontuação final de qualidade dos serviços resultará num valor entre
0 (zero) e 20 (vinte) pontos, correspondente à avaliação do serviço
executado.
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Plano Amostral
Questionário
Pré-teste
Coleta de dados
Base de dados
Relatório de
Tabelas
Apresentação
Atendimento
Recursos
tecnológicos
PONTUAÇÃO
FINAL
Mecanismo de Soma dos pontos dos Indicadores
cálculo
Meta a 20 Pontos
cumprir
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