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• Author,Max Matson
• Role,BBC News
• 4 agosto 2023
Desde que a Flórida lançou sua primeira competição pública de caça a pítons-
birmanesas, há uma década, milhares de pessoas dos Estados Unidos e de
outros países tem se empenhado em matar o maior número possível das
enormes serpentes.
Jake Waleri, 22, por exemplo, tem um grande plano para as férias de verão da
Universidade de Ohio: caçar cobras.
O nativo de Naples, Flórida, diz que sempre esteve a par do problema das
pítons-birmanesas, uma espécie invasora que tomou conta das Everglades
(região pantanosa subtropical no sul do Estado) e a destruição que elas
causam no habitat natural da Flórida.
Ele começou a caçá-las há dois anos - após ver caçadores em ação na TV. No
ano passado, ele entrou no Florida Python Challenge, o concurso anual de
caça às pítons do Estado, mas desistiu porque estava muito atrás no ranking.
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O fóssil encontrado no Peru que pode ter sido do animal 'mais pesado
que já existiu'
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CRÉDITO,GLADES BOYS
Legenda da foto,
Jake Waleri (à direita) estava caçando cobras por cerca de dois anos quando capturou
uma píton de quase seis metros que quebrou o recorde
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Brasil Partido
João Fellet tenta entender como brasileiros chegaram ao grau atual de divisão.
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Fim do Podcast
Conservacionistas locais dizem que a competição é necessária para conter os
danos causados pela píton-birmanesa nas Everglades.
As Everglades contêm a maior área selvagem subtropical dos EUA, bem como
o maior ecossistema de mangue do Hemisfério Ocidental. A ponta sul da
Flórida foi descrita pela Unesco como "um rio de grama fluindo
imperceptivelmente do interior para o mar", que sustenta uma grande
diversidade de flora e fauna.
Mas as pítons-birmanesas, que foram introduzidas no sul da Flórida a partir da
Ásia por meio do comércio de animais de estimação exóticos no final do século
20, tornaram-se a maior ameaça às espécies nativas da região.
Pesquisas estimam que os répteis, que podem ter seis metros de comprimento,
a grossura de um poste de madeira e pesar mais de 90 quilos, mataram mais
de 90% de algumas espécies locais, como guaxinins, coelhos e gambás.
As cobras se escondem no mato, pântano e árvores; e atacam répteis,
pássaros, veados e até jacarés. Eles não têm predadores locais que os
ataquem com frequência suficiente para manter sua população sob controle.
Os predadores colossais, que também são bons nadadores e podem ficar
debaixo d'água por 30 minutos, superam outros predadores, como a ameaçada
pantera da Flórida, por recursos alimentares.
As pítons carregam parasitas nocivos que também foram descobertos em
pulmões de 13 espécies de cobras nativas.
Em 2012, um ano antes do início do "Desafio da Píton", autoridades federais
proibiram a importação de pítons birmanesas, mas o estrago já estava feito.
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
A Dra. Miller tem pesquisado as pítons da Flórida por mais de uma década
Desde que as remoções de píton começaram na Flórida, cerca de 17 mil delas
foram mortas. Apenas um pequeno número foi removido durante a competição,
que se tornou uma tradição anual sob o governo do governador Ron DeSantis.
Além disso, a Florida Fish and Wildlife Conservation Commission também
administra o Programa de Eliminação de Píton, que paga "agentes de remoção
de píton" para matá-las e recentemente treinou cães para farejá-las.
Outro programa envolvendo Melissa Miller insere cirurgicamente sinalizadores
de rádio em pítons machos, transformando-os em "batedores" que viajam em
busca de uma fêmea reprodutora.
A maioria das cobras foi encontrada perto de estradas e diques - lugares onde
os humanos podem alcançá-las facilmente, que ela descreve como as "bordas"
de seu habitat, acrescentando que os caçadores "não estão realmente
chegando às pítons no interior".
Como 97% dos Everglades são inacessíveis sem equipamento especializado,
como um aerobarco ou um helicóptero, é provável que as caçadas estejam
tendo apenas um pequeno impacto.
Regras da caça
Os competidores têm de pagar U$ 25 (R$125) e completar um programa de
treinamento de 30 minutos, que se concentra em como identificar corretamente
as cobras e matá-las de forma rápida e humanizada.
Como é ilegal transportar pítons vivas sem uma permissão especial, a maioria
dos caçadores de cobras é instruída a abater as pítons no local antes de levá-
la a uma estação de pesagem oficial.
O método de abate recomendado é chamado de "double-pitthing". Consiste em
esfaquear a cabeça da cobra, cortando a medula espinhal e, em seguida,
girando a ferramenta para destruir o cérebro. Armas de fogo também são
permitidas m caça, mas apenas nas áreas específicas em que seu uso é legal.
Identificar corretamente as cobras é crucial. Matar uma cobra nativa leva à
desqualificação imediata, diz Segelson, uma das organizadoras do concurso.
Os competidores são proibidos de matar as pítons macho "batedoras",
equipadas com rádio, que servem, para levar os pesquisadores às fêmeas - e
que podem botar cerca de 100 ovos por ano.
As carcaças podem ser mantidas ou vendidas. As autoridades incentivam as
pessoas em todo o mundo a comprar couro de píton da Flórida e desencorajam
os caçadores de comê-las devido a seus altos níveis de mercúrio.
Mas esse conselho não impede alguns caçadores dedicados a aproveitar a
presa como podem - fazendo carne seca de píton até biscoitos a partir de seus
ovos.