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Improvisar é buscar um outro olhar sobre a vida e seus inesperados, permitir-se a outras

possibilidades é viver o momento exato, sem se prender aos julgamentos internos que te
limitam a espontaneidade!

Viver é buscar sentido. É se desafiar a tomar consciência do aqui e agora como a única
coisa que temos.

Para exercitar esses conceitos, o curso propõe uma imersão nas dinâmicas da
improvisação em diálogo com a vida.

desenvolver um material artístico sonoro a partir de suas próprias experiências musicais, e


através de práticas de criação na música contemporânea e na arte sonora.

Objetivos
Geral: Promover a prática musical coletiva utilizando o corpo e
a voz como elementos fundamentais para a realização de
atividades de experimentação, criação, execução e apreciação,
visando promover uma experiência musical que dê espaço à
criatividade e ao aprimoramento musical dos participantes,
principalmente no âmbito do canto e da realização de arranjos
improvisados. Específicos: Realizar a exploração e
conscientização das possibilidades sonoras da voz e do corpo;
Praticar a improvisação vocal espontânea e coletivamente;
Propiciar a vivência do canto coletivo para favorecer o
desenvolvimento do controle da emissão vocal, de habilidades
harmônicas e rítmicas; Promover a aprendizagem de padrões
rítmicos para utilizá-los como referências para outras
descobertas;
Propiciar o desenvolvimento da capacidade de liderança
dessas práticas musicais coletivas; Propiciar o
desenvolvimento da realização de arranjos musicais
improvisados; Promover discussões e reflexões sobre
princípios e possibilidades de aprendizagem, a partir dessas
experiências práticas. Criar um ambiente de discussão sobre
possibilidades de difusão dessas práticas e avaliar a própria
aprendizagem.

Professores ou estudantes de música, ou estudantes em geral,


interessados em canto, canto coletivo, relação corpo e voz,
improviso, atividades criativas e colaborativas, sem
necessidade de pré-requisitos a não ser a disponibilidade para
estar em grupo e fazer música coletivamente utilizando voz e
corpo disponíveis para a reflexão sobre o fazer musical.
No. de participantes
Mínimo de 20 Máximo de 50
Equipamentos/necessidades para o curso
 microfone sem fio (de preferência)
 caixa de som
 projetor multimídia
 cadeiras sem braço
 espaço livre de cadeiras também

Qualquer pessoa a partir dos 16 anos, mesmo sem conhecimento musical pode se inscrever,
apenas precisa levar um instrumento musical para utilizá-lo durante a aula. Os participantes
receberão certificado de participação.

Além do conhecimento das funções harmônicas, dos modos e das relações escalas/acordes, o ritmo
é um fator fundamental na construção do fraseado. O curso irá abordar a improvisação com ênfase
no aspecto rítmico e sua importância como elemento na criação melódica, sugerindo formas
criativas de estudos e práticas para uma melhor compreensão e desenvolvimento de ideias rítmicas
na improvisação.

A técnica é um fator importante na execução de qualquer instrumento musical. Na improvisação, é


um elemento que ajuda na fluência e na evolução do fraseado. Existe um estudo técnico específico
voltado para a improvisação em seu aspecto melódico e rítmico? Até que ponto a técnica é um
fator limitante da nossa criatividade? O pianista, compositor e arranjador Adriano Souza
conversará sobre estes e outros temas da interseção entre técnica, fraseado e improvisação.
Cada estilo musical tem características próprias e é importante praticar a improvisação levando em
conta estas particularidades - sejam elas harmônicas, rítmicas ou melódicas. Como podemos
entender melhor os estilos musicais na sua dimensão rítmica e fazer com que o fraseado traduza
essas diferenças? Existe uma forma para o estudo e a prática que facilite esse entendimento? Estes
e outros temas serão abordados e comentados com o professor convidado, o violonista, guitarrista
e produtor Daniel Santiago.

OFICINA DE IMPROVISAÇÃO

O curso vai ser voltado pra improvisação, praticada principalmente através da


percepção. Apenas com o apoio do piano, os participantes irão treinar a improvisação
primeiro com a voz e depois cada um com seu instrumento.

Será dividido em 4 tópicos:


- Improvisação melódica
- Improvisação rítmica
- Improvisação mecânica
- Improvisação usando os recursos do instrumento

Formato 1: curso em um dia, 3 a 4 horas de duração (com intervalo).


Formato 2: 4 dias, com 2 horas por dia, sem intervalo.
Aberto a sugestões para outros formatos
Limite: 15 pessoas
Necessidades: um piano acústico ou teclado, um aparelho de som, uma lousa.

OFICINA DE IMPROVISAÇÃO PARA CANTORES

O curso visa ajudar a eliminar um tabu existente para a maioria dos cantores: a
improvisação, tentando simplificar esse conceito, com o uso maior da percepção e
menor da teoria.

Dentro disso, serão praticados os seguintes tópicos:


- Improvisação rítmica
- Improvisação melódica
- Improvisação usando os recursos da voz
- Linguagem dos ritmos brasileiros para a improvisação
- Estudo de percepção
- Composição de melodias
- Recursos para usar melhor a extensão da voz
- Abertura dos principais acordes no piano
- Interiorização dos sons dos acordes
- Interiorização dos sons das notas de tensão dos acordes
- Reconhecimento dos sons dos acordes
- Elementos para variação melódica
- Antecipação dos acordes numa música conhecida
- Cuidados com a afinação e a harmonia

OFICINA DE CRIAÇÃO MUSICAL

Com base nos ritmos brasileiros de todas as regiões, serão feitos arranjos e treinos
durante as próprias aulas, sem o uso de partituras, com a participação ativa dos alunos.
Dentro disso, serão praticados os seguintes tópicos:
- linguagem dos ritmos brasileiros
- improvisação
- dinâmica de execução de arranjo
- dinâmica de ensaio em grupo
- articulações e acentuações de naipe
- polirritmias
- prática de percepção rítmica, melódica e harmônica
- conscientização do músico a trabalhar em grupo coletivamente e não individualmente

A oficina pode durar de 3 a 10 dias, com 3 a 5 horas de aula por dia (com intervalo). No
último dia haverá uma apresentação aberta ao público com as músicas que foram
compostas durante a oficina.

Como fazer uma improvisação musical


Explicando de uma maneira bem
simplista, basta conhecer as escalas básicas e saber identificar a tonalidade da música
para se fazer um improviso.

Isso tudo nós aprenderemos aqui no Descomplicando a Música, não se preocupe.


Porém, na prática, não basta apenas saber e entender as escalas e suas tonalidades, é
preciso saber criar um solo com elas.

Parece óbvio, mas não é. Um improvisador iniciante pode aprender a escala maior e
entender onde aplicá-la, mas se ele não tiver algumas frases e licks prontos desenhados
na cabeça, o improviso vai ficar horrível.

Ninguém gosta de ouvir uma escala digitada para cima e para baixo sem dinâmica. A
beleza da música está justamente em saber desenhar frases musicais com as notas. E
como um improvisador iniciante conseguirá fazer isso?

Ele deve começar pegando frases prontas de outros músicos, decorando-as e aplicando-
as em vários contextos. Assim, ele vai desenvolver a habilidade de saber encaixar frases
em músicas. Isso é essencial.

O próximo passo é pegar essas mesmas frases e fazer pequenas alterações, tentando
colocar suas ideias a partir das ideias das próprias frases. Depois de certo tempo fazendo
isso, o improvisador começará a criar as suas próprias frases do zero, sem precisar se
basear em alguma frase pronta.

Muito bem, para quem nunca improvisou nada, adquirir essa habilidade leva tempo. É
como tudo na vida: se o resultado é bom, o esforço precisa fazer merecer esse resultado.

Recomendamos fortemente que o iniciante dedique-se bastante a pegar frases prontas e


aplique elas em tonalidades maiores e menores. Essas frases podem fazer parte da escala
maior, menor, pentatônica e escala blues. Esse deve ser o mundo inicial do
improvisador. Ele precisa se sentir seguro nisso, pois é a base para aperfeiçoamentos
futuros.
Nessa fase o iniciante vai adquirir feeling, vai aprender a colocar sua expressão na
música.

Nós mostraremos, ao longo de nosso estudo sobre escalas, exemplos de aplicação de


cada escala em cima de várias harmonias. Você deve pegar esses riffs e frases e tocá-los
também, compreendendo-os e inventando depois os seus.

Para que você possa exercitar o que falamos acima sobre aplicar frases prontas em
diversas músicas diferentes, nós criamos um manual para o improvisador iniciante, com
uma coletânea de licks e exercícios para aprender a improvisar. Confira aqui a versão
para guitarra e a versão para piano.

Se o Descomplicando a Música tem sido útil para você, ajude a divulgá-lo. Assim você
estará colaborando com o crescimento e aperfeiçoamento do site. Nossa meta é ser
referência para todo estudante de música, principalmente para aqueles que já tentaram
por conta própria estudar e encontraram dificuldades devido à escassez de material
didático sobre o assunto.

O que é improvisação musical?


Improvisar é ser capaz de desenvolver uma estrutura musical interessante em tempo
real. Ou seja, criar uma melodia, um ritmo, um conjunto harmônico, sempre de
maneira original em determinado período musical.

A improvisação ocorrer em três espécies:

1| A improvisação livre ocorre quando não se estipula forma ou estrutura, ritmo ou


conjunto de notas. Como exemplo vamos ouvir um trabalho meu chamado “Cabriola”?

2| A improvisação pode ser sobre a forma de uma composição, elencando tonalidade,


ciclos harmônicos, estilo e gênero. Como exemplo vamos ouvir um trabalho de Miles
Davis, So What, do álbum Kind Of Blue.

Ainda sobre o mesmo contexto da forma vamos ouvir Hermeto Pascoal e Elis Regina na
interpretação de Garota de Ipanema, de maneira totalmente improvisada.

3| A improvisação pode se consolidar por variação melódica, ou seja, da mesma


maneira que pela forma, induzirá o ouvinte a uma outra experiência concebendo
pequenos contrastes com a expectativa que lhe é original.

Neste contexto vamos ouvir a interpretação sobre o choro, concebendo variações


seguidamente em contraponto ou sobre a estrutura original e da mesma maneira sobre o
desenvolvimento composicional de Egberto Gismonti.

Cada forma de se improvisar propõe valores exclusivos, e sua aprendizagem está


relacionada aos desenvolvimentos da expertise no instrumento. A improvisação
também é um excelente método para o desenvolvimento da composição.
Para tanto saber improvisar deve-se constituir de um primeiro passo: desenvolva
referência estética, ou seja, faça apreciação, escute seguidamente o estilo que pretende
dominar quanto improvisador!

Nas próximas semanas teremos uma série específica


sobre improvisação! Com os textos:
A improvisação musical é a arte de criar uma melodia na mesma hora em que se está
tocando, sem nada planejado. Mas, apesar da liberdade e da espontaneidade, o
improviso não significa que o músico deve apenas tocar as notas sem nenhum tipo de
ordem.

Na verdade, para ter um bom resultado, é fundamental que você experimente diferentes
abordagens em suas composições, como ritmos, acordes e melodias. Assim, é possível
evoluir e expandir a sua intuição sonora, tendo mais criatividade para testar novas ideias
e criações.

Neste post, saiba como é possível fazer uma boa improvisação musical e começar a
praticar essa técnica. Confira!

Qual a importância da improvisação musical?


O improviso pode ser realizado com qualquer instrumento, inclusive a voz. Ele é
completamente distinto de composições ensaiadas. Por meio dele, é possível criar
músicas autênticas sobre acordes e ritmos e conceber materiais totalmente únicos.

Nesse sentido, a improvisação é uma técnica que muitos músicos utilizam para
desbloquear ideias. Desse modo, as pessoas entendem como usar melhor a criatividade,
deixando o controle de lado em suas diferentes composições musicais.

Como aperfeiçoar a improvisação musical?


Independentemente das técnicas de improvisação que você usa, o segredo está na
prática, pois só assim você consegue experimentar diferentes abordagens. No entanto, é
fundamental conhecer bem as escalas básicas e identificar a tonalidade de cada música.

Separamos, então, algumas dicas para melhorar o seu desempenho na improvisação!

Modificar frases prontas

Uma primeira estratégia pode ser treinar a aplicação de frases prontas em vários
contextos musicais. Assim, é possível desenvolver a habilidade de encaixar o mesmo
conceito em diferentes músicas e criar composições mais originais.

O próximo passo é pegar as frases e realizar alterações, tentando colocar suas ideias a
partir disso. Após certo tempo, a improvisação se torna mais natural, sem a necessidade
de se basear em alguma frase ou música pronta.
Utilizar escalas tradicionais

Além disso, é possível começar com uma escala mais fácil ou mais conhecida, como a
escala maior, tocando as notas na ordem tradicional e, depois, recomeçando o exercício
em uma ordem diferente. Dessa maneira, consegue-se criar a sua própria sequência de
notas, sempre dentro do mesmo campo harmônico.

Com o tempo de prática, você começa a descobrir os tons musicais, desenvolvendo e


treinando seu ouvido e, consequentemente, acaba se surpreendendo com as suas
improvisações. Assim, rapidamente, descobrirá que o improviso pode propiciar novas
ideias e fazer com que você saia da rotina, aumentando sua criatividade e ampliando seu
potencial.

Improvisar em cima de backing tracks

Backing tracks são bases de músicas feitas para você tocar sem uma banda ou grupo de
amigos reunidos. Talvez a maior vantagem desse método seja a forma como a base te
força a tocar no tempo certo.

Quando tocamos sozinhos, muitas vezes não percebemos que estamos devagar ou
rápidos demais. Já a música de fundo não aceita erros de tempo.

Além disso, acompanhar uma base mostra a você como notas fora da escala não soam
corretas. Assim, você vai evitar ainda mais o erro, além de pegar uma boa sensibilidade
auditiva.

Outro bom exercício é tentar achar a escala certa para cada base. Teste os desenhos de
várias formas e, de ouvido, identifique se está no mesmo tom da música

Existem sites que disponibilizam backing tracks gratuitas, mas, você pode simplesmente
buscar no YouTube algo como “Blues Guitar Backing Track”. O tom da música
normalmente está inserido no título do vídeo.

Desenvolver a improvisação musical é uma habilidade que leva tempo. Por isso, é
fundamental investir e se dedicar, pois, é assim que o iniciante adquire o feeling e
aprende a colocar suas expressões na música de forma autêntica e original.

Gostou do conteúdo? Aproveite e deixe o seu comentário no post para contribuir com o
debate sobre esse interessante tema!

Dominar a improvisação musical é o sonho de muitas pessoas que ingressam no


mundo da música. Trata-se da habilidade de criar e registrar riffs, solos, ritmos ou outra
estrutura musical em tempo real. Tocar livremente é uma forma encantadora de se
expressar por meio do seu instrumento ou da voz. Mas você sabe o que é preciso para
começar a improvisar?

Ao contrário do que se imagina, isso não é exclusividade dos músicos profissionais,


contudo, é importante ter algumas bases de teoria musical. Explorar o improviso é uma
ótima maneira de desenvolver a criatividade, além de beneficiar os covers, já que
pessoas que exercitam a criação têm maior facilidade para trazer mais dinâmica em tudo
que tocam.

Neste post, mostraremos algumas dicas para desvendar o improviso musical e começar
a trabalhar nas próprias criações. Continue a leitura para conferir!

Quais são as formas de improvisação?


Apesar de a improvisação ser algo mais espontâneo, ela precisa ser organizada. Assim,
existem três diferentes formas de se fazer isso. São elas:

 livre — a improvisação mais livre, apesar de não ter forma definida, coordena
vários elementos do ambiente e do instrumento;
 na forma de composição — nesse caso, ela se encaixa em uma composição,
com momentos de liberdade, mas que precisam respeitar a tonalidade, harmonia
e o estilo;
 por variação melódica — semelhante à anterior, essa forma de improviso traz
uma “brincadeira” com a melodia original da música.

Dessa forma, o tipo de improvisação depende do contexto em que ela acontece. Em


casa, você pode explorar todos eles para desenvolver melhor essa habilidade.

O que é preciso saber para improvisar?


Alguns requisitos para fazer a improvisação são: saber a tonalidade da música, conhecer
algumas escalas e ter uma base a respeito do campo harmônico. Esses referenciais
teóricos fazem com que a criação não fique desconectada da base musical.

Além disso, algumas técnicas específicas do instrumento, como os bends, no caso da


guitarra, tornam o improviso mais expressivo e impactante. Portanto, conhecer e treinar
esses recursos é necessário para tocar mais livremente.

Como fazer os improvisos musicais?


Depois de buscar o referencial teórico, você pode criar variações nos próprios
exercícios, para explorar a sonoridade. O improviso também é treinado, assim, é preciso
praticar até que se torne algo espontâneo. Com o tempo, você conseguirá criar frases
musicais com as notas que se encaixem na base.

A melhor forma de ficar realmente bom nos improvisos é investir em estudos teóricos,
além de ouvir muitas músicas de diferentes estilos. Assim, você percebe como as
técnicas são aplicadas pelos músicos, o que ajuda bastante a aumentar o seu
vocabulário. À medida que se sentir mais à vontade, explore mais sonoridades
diferentes e se deixe levar para que consiga usar o seu instrumento para se expressar.

Como vimos, a improvisação musical é uma habilidade que precisa ser desenvolvida.
Dessa forma, é importante ter alguma dedicação para que os improvisos fiquem cada
vez melhores e mais fluidos.
É preciso ter cuidado com o seu instrumento e acessórios para conseguir garantir a
melhor sonoridade. Saiba como identificar cordas musicais falsas e evite cair em golpes.

A improvisação como técnica musicoterápica.

INTRODUÇÃO
Com o objetivo de apresentar um estudo biográfico reflexivo quanto às técnicas
musicoterápicas, esse trabalho apresenta pensamentos sobre a técnica
improvisacional em musicoterapia.

De forma geral, a musicoterapia é definida como o uso terapêutico do som e seus


elementos por um musicoterapeuta formado. Seu processo dar-se pelo conjunto de
técnicas e métodos que variam conforme a abordagem adotada, objetivo da terapia
e as necessidades do cliente ou grupo atendido. Segundo Bruscia (2000), as
experiências utilizadas são audição, recriação, improvisação e composição, podendo
ser aplicadas conjunta ou separadamente.

A improvisação é uma técnica expressiva que possibilita a comunicação e interação,


entre terapeuta – cliente, buscando o desenvolvimento de habilidades,
potencialidades e/ou reabilitação de funções do cliente, envolvendo-o dentro de um
processo significativo, exteriorizando espontaneamente seu ser.

Sobre essa técnica o texto discorre, apresentando panoramicamente definições,


aplicações e ganhos em sua utilização no setting terapêutico.

1 DEFININDO IMPROVISAÇÃO
“Num sentindo muito amplo, improvisar é sinônimo de ‘brincar’ musicalmente”.
(BARCELLOS, 1992, P. 26).

Em educação musical, a improvisação é vista “como uma das principais ferramentas


para a realização do trabalho pedagógico - musical”. (BRITO, 2001, P. 18). A
criatividade é importante ferramenta educativa, pois integra professor e aluno, por
meio da experiência musical e do conhecimento prévio trazido pelo aluno à sala de
aula. Para Gainza (2010, P. 14), “a improvisação como técnica de participação e
aprendizagem, é um processo maior que os professores deveriam explorar mais”,
pois a improvisação, sensibiliza o aluno integrando elementos externos à música.
No processo de improviso o aluno se expressa, relaxa, gratifica-se ou aprende. “As
técnicas de improvisação introduzidas adequadamente ao longo de todo o processo
da educação musical, contribuem para que se alcance a tão almejada integração do
fazer com o sentir e, o conhecer”. (GAINZA, 1983, P. 10).

Se tratando de performance musical, improvisação é a criação em tempo real, ou, o


produto do momento, “a improvisação não é o passado, nem o futuro, mas sim o
presente”. (MONZO, 2016, P. 13). Sloboda (2008, apud MONZO, 2016, P. 13) afirma:
“a improvisação, uma prática de performance, é um exercício de composição em
tempo real. Este é o caso especial em que o compositor também é o executor”. A
espontaneidade presente na improvisação, não deve ser confundida como obra do
acaso, na verdade, “é fruto de muitos fatores, não somente musicais, mas também,
sociais, culturais, pessoais e específicos do grupo que se engaja numa prática deste
tipo” (COSTA, 2003, p. 27). É resultado de um momento de liberdade, guiado por
insights psicológicos, dentro de um território rítmico, melódico e harmônico,
portanto, a improvisação “diz, significa, comunica alguma coisa”. (PAREUSON, 1997
apud MONZO, 2016, P. 21).

Em musicoterapia, a improvisação é uma técnica, para Barcellos, ou seja, “como o


musicoterapeuta utiliza a parte material, prática, para trabalhar com o paciente,
interagindo ou intervindo, na prática clínica e/ou terapêutica” (2008, P. 2), e, um
método, para Bruscia, “uma etapa de qualquer procedimento que o terapeuta utiliza
para dar forma à experiência imediata do cliente”. (2000, P.123). Bruscia a define
como uma experiência vivida pelo cliente por meio da música cantada ou tocada,
criada de forma melódica ou rítmica, sozinho ou em conjunto, utilizando-se da sua
voz, instrumentos musicais e sons corporais.

Para Barcellos (1992, P. 26), “a improvisação se aplica a todo processo de


desenvolvimento e pode promover a expressão e ‘descarga pessoal’”,
proporcionando ao improvisador, um canal de comunicação com o mundo externo,
permitindo um melhor conhecimento do indivíduo.

Na improvisação musical terapêutica, o diálogo está em primeiro lugar, já que ela é


centrada no sujeito em ação. Os processos musicais são estabelecidos pela
manifestação do “eu” do cliente, que é o “ser humano improvisador”, alcançando por
vias verbais ou não, a expressão e flexibilidade psíquica. (RUDD, 1990, P. 97-101).
A aplicação dessa técnica requer do profissional (musicoterapeuta) o domínio da
linguagem musical, apropriando-se dos elementos sonoro musicais como: ritmo,
intervalo, timbre, harmonia; tanto para uma leitura clara do seu cliente, como para
intervir de forma cooperativa na ação criativa do mesmo. Cabe ressaltar a
inexistência de uma preocupação estética, já que o conteúdo expressivo deve ser
livre e fluente para uma melhor apreensão do musicoterapeuta.

A inserção de letras nas improvisações é de extrema importância, “pois expressam


sempre conteúdos internos que mais dificilmente seriam exteriorizados através da
palavra”. (BARCELLOS, 1990 P. 28).

Bruscia (2000, P. 124-125), traça objetivos à serem alcançados com a aplicação da


técnica, entre eles estão: estabelecer comunicação não – verbal e verbal; promover
auto-expressão; desenvolver habilidades interpessoais; desenvolver a criatividade
e promover a espontaneidade e capacidade lúdica, tendo o musicoterapeuta como
mediador e facilitador no processo de fluência criativa.

Semelhante a uma conversa, a improvisação se desenrola com base em um roteiro


ou de forma livre. No que se refere a improvisação terapêutica, pode ser aplicada de
forma livre, o material musical parte integralmente do cliente; ou orientada
(dirigida), o material musical é sugerido pelo musicoterapeuta.

2 APLICAÇÕES E GANHOS

A improvisação musical é frequentemente utilizado em modelos musicoterápicos


como na Musicoterapia Criativa - Nordoff & Robbins - , que considera a música um
canal expressivo desenvolvido desde a infância, e, na Musicoterapia Músico –
Centrada -Brandalise. Em ambos, o foco da improvisação está na música e na
musicalidade do cliente nas sessões e na experiência conjunta.

Pesquisas apontam ganhos terapêuticos em crianças autistas que tiveram


acompanhamento terapêutico empregando técnicas da improvisação musical, com
contribuições no desenvolvimento de vínculo, expressão e musicalidade,
corroborando a uma melhora na qualidade de vida desse público.

Gatino, Sarapa e Katusic (2012, apud FREIRE; KUMMER; MOREIRA, 2015, P.106),
atestam quanto à criação musical proporcionar comunicação musical, trazendo
melhorias em outros níveis comunicativos para essa população. Outros resultados
relevantes citados na literatura são: melhoras na atenção social e na imitação, bem
como diminuição de comportamentos indesejáveis como choro e estereotipias
vocais. (WIGRAM; GOLD, 2006 apud FREIRE; KUMMER; MOREIRA, 2015, P.106).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na clínica musicoterapêutica a improvisação é uma técnica recorrente, trazendo
ganhos significativos aos clientes com diagnóstico variados. Como em sua maioria, a
clientela apresenta distúrbios de comunicação e de linguagem, o uso do recurso pré-
verbal presente nas atividades de improvisação, possibilita uma melhor auto -
expressão e elaboração de conteúdos internos.

Embora pareça uma atividade simples, a improvisação solicita do cliente


habilidades nervosas complexas e uma capacidade de se perceber e perceber o
outro, e, solicita do terapeuta uma compreensão do processo musical vivenciado
pelo público atendido, num ambiente de movimentação musical livre ou
direcionada.

Pesquisas apontam efeitos positivos em sujeitos atendidos, tendo o público autista


correspondido substancialmente ao tratamento, pois, se observa o desenvolvendo
de habilidades sociais e interpessoais nessa população.

A improvisação musical destaca-se na atualidade como uma possibilidade


terapêutica ativa que expande a experiência humana, possibilitando através de
processos musicais o diálogo do “eu” com o mundo externo e consigo mesmo,
mediado por um profissional capacitado que o conduza ao autoconhecimento,
desenvolvimento, organização e reabilitação.

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REFERÊNCIAS
BARCELLOS, Lia Rejane Mendes. Cadernos de Musicoterapia. Nº 1. Rio de Janeiro:
Enelivros, 1992.

BARCELLOS, Lia Rejane Mendes. Sobre a técnica provocativa musical em


musicoterapia. 2008. Disponível em: < http://biblioteca-da-
musicoterapia.com/biblioteca/arquivos/artigo//2008%20rejane%20Sobre%20a
%20Tecnica%20Provocativa%20Musical%20em%20Musicoterapia%20MT.pdf>.

BRUSCIA, Kenneth . Definindo Musicoterapia. Tradução: Mariza Velloso Fernandez


Conde. 2ª ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.

COSTA, Rogério Luiz Moraes. O músico enquanto meio e os territórios da livre


improvisação. São Paulo, 2003, 177f. Tese doutorado, São Paulo - Pontifícia
Universidade católica de São Paulo, programa de estudos pós- graduados em
semiótica. Disponível em: < http://www.bv.fapesp.br/pt/publicacao/7063/o-
musico-enquanto-meio-e-os-territorios-da-livre-improvisaca/>.

FREIRE, Marina; KUMMER, Arthur; MOREIRA, Aline. Protocolo de atendimento de


musicoterapa improvisacional músico – centrada para crianças com autismo.
Revista Brasileira de Musicoterapia, ano XVII, nº 18, 2015, p. 104 – 117. Disponível
em: http://www.revistademusicoterapia.mus.br/wp-content/uploads/2016/08/6-
PROTOCOLO-DE-ATENDIMENTO-DE-MUSICOTERAPIA-IMPROVISACIONAL-.pdf >.

GAINZA, Violeta Hemsy de. La improvisasión musical. Buenos Aires, 1983. Tradução:
A improvisação musical como técnica pedagógica. Equipe editorial da AAC.
Disponível em: https://pt.scribd.com/document/331825130/Gainza-sobre-
improvisac-a-o# .

MARTÌNEZ, Elizabeth Carrascosa. Educação musical e contemporaneidade. Revista


Espaço Intermediário, São Paulo, v. I, n. II, p 12-15, novembro, 2010. Disponível em:
http://www.violetadegainza.com.ar/wordpress/wp-
content/uploads/2010/12/entrevista-Violeta-Hemsy-AAPG-S%C3%A3o-Paulo1.pdf
.

MONZO, Diogo Souza Vilas. Improvisação musical e um improvisador: a música sem


fronteiras de Luiz Eça. 2016. 115f. Dissertação (Mestrado em Música) -
Departamento de música,Instituto de artes,Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Disponível em: <https://lookaside.fbsbx.]com/file/Dissertac_a_o%20-%20A
%20mu_sica%20sem%20fronteiras%20de%20Luiz%20Ec_a.pdf?
token=AWzTGvNrs42vE_mPMqU54ZDHikldnlYZCpJDGQQOh7r-rRR1M7-
0cUzyHd3OtaKmqjcrsF29fssjoUseXEHM1HvwJi9QvHont6lqx2HYOESQfKPTbu7I9eg
Oxb0e6zx7hCsqAox6zf0VU8-ZF4sLbhls> .

RUDD, Even. Caminhos da musicoterapia. Tradução: Vera Wrobel. São Paulo,


Summus, 1990.

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