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Função:

Os cabos para-raios, fundamentalmente, têm a função de proteger os cabos condutores contra


a incidência direta de descargas atmosféricas, diminuindo o número de desligamentos
provocados por sobretensões atmosféricas.

No entanto, o dimensionamento do cabo para-raios é realizado considerando o aquecimento


provocado pelas elevadas correntes durante curtos-circuitos fase - terra.

Dimensionamento dos cabos para – raios

O dimensionamento dos cabos para-raios deve ser realizado considerando aspectos elétricos,
mecânicos e térmicos, mantendo a integridade do cabo com margem de segurança para as
condições de trabalho, minimizando as ocorrências de vibração eólica e suportando eventuais
correntes de curto circuito monofásicas.

Sendo assim, no projeto de uma LT, a quantidade e posição dos cabos pararaios devem ser
determinados por estudos de desempenho frente a descargas atmosféricas, de forma a se
obter uma adequada proteção contra incidência direta de descargas nos cabos condutores.

Cálculo de corrente:

O cálculo correto da parcela de corrente que circula pelos cabos para-raios, bem como da
parcela injetada no solo através dos sistemas de aterramentos das torres, é importante pois
influencia diretamente

Composição dos Cabos

Os cabos para-raios devem possuir uma seção transversal suficiente para conduzir a corrente
de falta esperada sem danos térmicos. Materiais como liga de alumínio, e alumínio-cobreado
possuem maior capacidade de condução, em comparação aos cabos de aço galvanizado.

Normativa para Cabos Para – Raios

A principal referência normativa utilizada até então no dimensionamento de cabos para-raios


no Brasil é a NBR 8449 – Dimensionamento de cabos pararaios para linhas aéreas de
transmissão de energia elétrica – abril 1984. Nela, são estabelecidos limites de corrente de
curto-circuito que podem circular nos cabos, em função do tempo de atuação de proteção e
elevação de temperatura limite. À medida que a corrente flui através dos cabos para-raios, as
perdas de joulicas fazem com que o material aqueça. Acima de certa temperatura, que varia
como o material utilizado, o condutor sofrerá danos e/ou perderá força mecânica.

As máximas correntes admissíveis nos cabos são definidas em função do tempo máximo de
eliminação do curto-circuito, devendo estas ser inferiores aos valores passíveis de circular nos
cabos durante sua vida útil, considerando as expansões e alterações do sistema.
Equação:

é apresentada uma equação que permite determinar a corrente que irá provocar uma
elevação de temperatura nos cabos. É considerado que, no período transitório a variação da
tensão de esticamento do cabo é baixa e que, para cabos que possuam alma de aço, sua alma
não é afetada pelo curto tempo de exposição a temperaturas elevadas. Adicionalmente é
assumido que a corrente de curto-circuito irá circular apenas pelo alumínio, uma vez que, em
regime permanente, apenas 2% da corrente nominal flui pela alma de aço. As perdas por
convecção e radiação são desprezadas para faltas inferiores a 1 minuto. A máxima corrente
admissível é calculada pela equação

onde Icc é a corrente de curto-circuito em ampère, A é a seção transversal efetiva, em cmil, t é


o tempo de eliminação de falta, em segundos, T2 é a temperatura máxima devido à corrente
de curto-circuito, em oC, T1 é a temperatura do condutor antes do curto-circuito,em oC,
Lambda é a temperatura inferida para resistência zero, em oC e K é uma constante
dependente do material do cabo. K e lambda são apresentados na Tabela 3, para diversos
materiais.
Uma comparação dos resultados obtidos utilizando a equação (2-1) e os dados apresentados
na NBR 8449 [15] para cabos de aço é apresentada na Tabela 4. Para esta comparação as
temperaturas foram T1 = 20 ºC e T2 = 400 ºC. Pode se dizer que tem-se uma boa concordância.

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