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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Ciências Exatas e da Terra


Departamento de Química

MANUAL DE DOCÊNCIA EM
PRÁTICAS DE QUÍMICA GERAL
PARA BOLSISTAS DO REUNI

Rita Flávia Laurenti Ribeiro

Manual elaborado na
disciplina de Estágio em
Docência do curso de Pós-
Graduação do Departamento
de Química da UFMG.

Belo Horizonte – MG
2009
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Exatas e da Terra
Departamento de Química

Orientadora:
Profª Drª Cynthia Peres Demicheli

Colaboradores:
Prof. Dr. Eduardo Nicolau dos Santos
Profª Drª Ruth Helena Ungaretti Borges
Profª Drª Sandra Carvalho

ii
Sumário

Apresentação.................................................................................................... 4

Introdução ......................................................................................................... 5

Seção 1 │Instruções gerais

Informações importantes. ................................................................................... 7


Segurança no Laboratório. ............................................................................... 12
Modelo de Relatório. ........................................................................................ 14
Materiais e Reagentes.. ................................................................................... 16

Seção 2 │Planos de aula

Experiência 1 Introdução às técnicas de laboratório ........................................ 19


Experiência 2 Reações Químicas .................................................................... 27
Experiência 3 Estequiometria ........................................................................... 37
Experiência 4 Cinética Química ....................................................................... 44
Experiência 5 Equilíbrio Químico ..................................................................... 49
Experiência 6 Determinação da Massa Molar do Magnésio ............................ 54
Experiência 7 Eletroquímica ............................................................................. 59
Experiência 8 Corrosão .................................................................................... 66
Experiência 9 Preparo de soluções .................................................................. 78
Experiência 10 Padronização de Soluções ...................................................... 85
Experiência 11 Obtenção, Dosagem e Solubilidade do Iodo ....................... 9192

Referências bibliográficas ....................................................................... 98100

iii
Apresentação:

O objetivo deste manual é apresentar os aspectos relevantes de cada


um dos experimentos que constam da apostila “Práticas de Química Geral” a
fim de auxiliar os bolsistas REUNI no preparo das aulas.

4
Introdução:

As atividades propostas para a docência na disciplina de Química Geral


Experimental visam proporcionar ao aluno a oportunidade para trabalhar com
autonomia e segurança em um laboratório de química. Diante disso, o
professor contribuirá para estimular o desenvolvimento de habilidades no
manuseio de reagentes e aparelhagens, e também para criar condições para
uma avaliação crítica dos experimentos realizados.

5
Seção 1
Instruções Gerais

6
Informações importantes:

Enquadramento e Objetivos da Disciplina:

O objetivo principal da disciplina de Química Geral Experimental é proporcionar


ao aluno a oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um
laboratório de química. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a
habilidade no manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar
condições para uma avaliação crítica dos experimentos realizados.

 Regime: Semestral.

 Laboratórios: As aulas serão ministradas nos laboratórios 1003, 1005,


1007 e 1009 do Anexo I do Departamento de Química (DQ).

 Material bibliográfico: a disciplina prática é acompanhado pela apostila


“Práticas de Química Geral” disponibilizada no xerox do DQ.

 Cronograma: A cada semestre um cronograma é montado contendo os


assuntos que serão tratados nas aulas práticas relativas a cada curso, bem
como as demais atividades previstas para o período letivo. É apresentado
ao aluno no início do semestre.

 Recomendação: uso de avental ou guarda-pó no laboratório por todos os


alunos e professores.

7
Dinâmica das Aulas Práticas
 Discussão inicial dos aspectos teóricos e práticos relevantes;
 Execução dos experimentos pelos alunos utilizando a apostila;
 Interpretação e discussão dos resultados;

Observação: O aproveitamento do aluno em uma aula prática depende, de


maneira geral, do cumprimento de todas as etapas propostas. Como
trabalho complementar, os alunos devem ser estimulados a responder aos
questionários referentes a cada um dos assuntos estudados, visando
sedimentarem os conhecimentos adquiridos e se prepararem para os testes
programados para a disciplina.

Conteúdo
 Técnicas de laboratório. Alguns métodos comumente usados em
experimentos de química, bem como a maneira correta de expressar os
resultados de uma análise.
 Desenvolvimento de diversos experimentos, contendo instruções
sucintas a respeito do uso de alguns equipamentos e de operações
básicas de laboratório que serão utilizados no procedimento das
experiências propostas.

Sistema de Avaliação: O conhecimento do aluno será certificado através de


avaliação contínua em forma de testes, relatórios e conceito. A avaliação será
feita ao longo da disciplina e abrangerá os seguintes aspectos:

 Correção e clareza na redação de relatórios;


 Competência para trabalhar com independência e eficiência durante as
aulas práticas;
 Capacidade de associar conceitos teóricos e práticos avaliados por meio
de testes e exercícios escritos.

8
A distribuição detalhada dos pontos consta do cronograma da disciplina
apresentado ao aluno no início do semestre e é específica a cada curso:

Curso de Engenharia de Minas e Engenharia de Controle e Automação/


45h:

Para estes cursos a disciplina Química Geral B (QUI616) é teórico-prática.


A parte prática equivale a 25 pontos assim distribuídos:

Testes# 13 pontos (2 testes = 6,5 pontos cada)


Relatórios* 10 pontos (10 relatórios = 1 ponto cada)
Conceito§ 02 pontos

#
Os testes são referentes às aulas realizadas:

1° teste: Normas de segurança, Reações, Massa Molar do Mg,


Estequiometria, Cinética;

2° teste: Equilíbrio químico, Eletroquímica, Corrosão, Preparo de


Soluções e Padronização, Iodo.

Obs: O aluno reprovado na parte teórica da disciplina estará dispensado de


repetir a parte prática, nos dois semestres consecutivos à sua reprovação,
desde que satisfaça as seguintes condições:

a) Ter obtido pelo menos 75% de freqüência nas aulas práticas.

b) Ter obtido pelo menos 18 pontos em 25, na nota final das aulas
práticas.

9
Curso de Engenharia Civil, Engenharia Metalúrgica, Engenharia Química,
Farmácia, Geologia, Química (bacharelado e licenciatura)/ 30 h: [RFLR1] Comentário: Incluir os outros
cursos: eng ambiental, biomedicina, etc

Para estes cursos a disciplina Química Geral Experimental (QUI019) independe


da parte teórica (Química Geral B – QUI003).

A avaliação constará dos seguintes itens:

Testes# 50 pontos (2 testes = 25 pontos cada)


Relatórios* 45 pontos (9 relatórios = 5 pontos cada)
Conceito§ 05 pontos [RFLR2] Comentário: Confirmar

#
Os testes: são referentes às aulas realizadas:

1° teste: Normas de segurança, Técnicas básicas, Reações,


Estequiometria, Cinética;

2° teste: Equilíbrio Químico, Eletroquímica, Corrosão, Preparo de


Soluções e Padronização, Iodo.

Obs: A aprovação na disciplina Química Geral Experimental independe da


aprovação em Química Geral B.

10
* Relatórios:

Devem ser entregues na aula seguinte após cada aula prática e podem ser
elaborados de forma individual ou em grupo de, no máximo, 3 alunos.

1. Técnicas de Laboratório;
2. Reações;
3. Estequiometria;
4. Cinética;
5. Equilíbrio Químico;
6. Massa Molar do Magnésio;
7. Eletroquímica;
8. Corrosão;
9. Preparo de Soluções;
10. Padronização de Soluções Ácidas e Básicas;
11. Iodo.

§ Conceito:

Os pontos de conceito serão atribuídos levando em consideração os seguintes


itens: assiduidade, pontualidade, atenção, observação às normas de
segurança, cuidados com o material e higiene.

Funcionamento do Laboratório:

Dependendo da atividade prática, os alunos encontrarão as bancadas


organizadas ou serão estimulados a conhecer os estoques e a selecionar os
materiais específicos de cada experimento. O objetivo é que o aluno
progressivamente adquira maior desenvoltura no laboratório de química.

Recomendações que devem ser passadas para os alunos:

Ler e explicar todas as recomendações da página 3 da apostila da disciplina.

11
Segurança no Laboratório:

 Ler atentamente as normas de segurança relacionadas no texto


"Segurança no Laboratório" (página 4 e 5) antes do início das aulas
práticas e orientar os alunos quanto ao procedimento correto em situações
de risco.

Medidas de segurança – principais orientações:

 Em caso de derramamento de produtos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos,


devem ser tomadas as seguintes precauções:

1. Parar o trabalho, isolando na medida do possível a área;


2. Advertir as pessoas próximas sobre o ocorrido;
3. Só efetuar a limpeza após consultar a ficha de emergência do produto;
4. Verificar e corrigir a causa do problema;
5. No caso de envolvimento de pessoas, lavar o local atingido com água
corrente e encaminhá-las ao serviço médico.

 Pequenos acidentes exigem certas iniciativas. Exemplos:

1. Queimaduras leves por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis: lavar


a área atingida repetidas vezes com bastante água de torneira e depois
com solução de bicarbonato de sódio (para neutralizar ácidos) ou ácido
acético (para neutralizar bases). Esta última etapa deve ser suprimida se
a queimadura for muito severa, pois o calor da reação resultante poderá
piorar a situação. Neste caso, usar apenas água e chamar o seu
orientador de estágio em docência;

2. Acidente com aparelho elétrico: todas as vezes que ocorrer um acidente


com algum aparelho elétrico (centrífuga, por exemplo) puxar
imediatamente o pino da tomada;

12
3. Ao cortar um tubo de vidro ou tentar inserí-lo numa rolha de borracha:
enrolar ambos num pedaço de pano a fim de evitar cortes caso o vidro
se quebre;

4. Derramamento de mercúrio: Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre


ou zinco em pó. Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros
quebrados, por exemplo), pois o mercúrio, além de corrosivo, é muito
tóxico.

5. Procurar conhecer a toxidez dos vários reagentes usados e tratá-los


com a devida seriedade;

6. Incêndio: lembrar que em caso de incêndio, na ausência de um extintor,


um avental pode servir como um cobertor para abafar as chamas.

Atenção:

 Comunicar imediatamente ao seu orientador qualquer acidente ocorrido.

 Lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos


acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente
bem o que se está fazendo e fazê-lo com profissionalismo.

13
Modelo de Relatório:

Um bom relatório é aquele no qual as ideias são expressas de maneira clara,


concisa e em bom estilo de linguagem. O relatório deve conter os seguintes
itens:

IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO:
Nome, turma, nome do professor e data de realização da experiência.

TÍTULO DA EXPERIÊNCIA

INTRODUÇÃO
Apresentação do assunto, procurando demonstrar sua importância e interesse.

OBJETIVOS
Descrição sucinta dos objetivos da experiência.

PROCEDIMENTOS
Descrever as principais etapas da experiência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tratamento dos dados obtidos construindo tabelas ou gráficos, quando
pertinente. Os cálculos feitos devem ser incluídos. As mudanças
macroscópicas observadas devem ser relatadas. As reações químicas devem
ser descritas na forma de equações químicas balanceadas onde figurem os
estados físicos dos reagentes e dos produtos.
Os resultados quantitativos devem ser analisados tanto em relação à precisão
quanto à exatidão (peculiaridades do sistema estudado, limitações do método,
erros operacionais, qualidade dos aparelhos de medida, concordância com os
valores teóricos ou esperados etc.). Os resultados qualitativos devem ser
explicados com base nos conhecimentos teóricos (leis, propriedades físicas e
químicas, etc.).

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CONCLUSÃO
Deve ser simples e sucinta.

REFERÊNCIAS

Observações: Este modelo de relatório é apenas uma sugestão, devendo ser


adaptado às necessidades de cada aula prática.

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Materiais e Reagentes

Equipamentos e vidraria:

O sucesso acadêmico e a segurança do laboratório nesta disciplina dependem


essencialmente do emprego correto de determinados equipamentos e vidraria,
tais como:

- balança: mostrar como se pesa.


- bico de Bunsen: abrir a válvula geral formando um ângulo de 45°C, para
depois abrir a válvula que fica na bancada.
- balão volumétrico;
- bureta: mostrar como usá-la em uma titulação;
- pipeta: mostrar como manusear a pera para medir volumes em pipetas;
- proveta ou cilindro graduado;
- béquer;
- erlenmeyer;

Obs: As orientações necessárias sobre o uso correto de materiais e


equipamentos estão disponíveis na apostila de aula prática.

Reagentes - Frascos de Reagentes:

Enfatizar aos alunos que:


 Os reagentes químicos devem ser guardados em frascos de vidro ou de
plástico tampados e rotulados.
 Ao abrir o frasco de reagente, a tampa deve ser colocada na mesa sobre
um papel toalha, virada para cima e que após o reagente ser usado, o
frasco deve ser novamente tampado.
 Qualquer porção de reagente retirada do frasco estoque jamais deve
retornar ao mesmo. O aluno deve aprender a estimar a quantidade que
necessita, retirando dos frascos de reagente somente o necessário,
evitando desperdícios.

16
 No caso de reagentes sólidos deve-se utilizar uma espátula
devidamente lavada e seca.
 No caso de reagentes líquidos deve-se utilizar um pequeno béquer limpo
e seco para verter o reagente líquido a ser medido. Salientar que não se
devem introduzir pipetas, conta-gotas etc., diretamente nos frascos dos
reagentes.
 Ao transferir um líquido para um recipiente qualquer deve-se segurar o
frasco de maneira que a mão tampe o rótulo e inclinar o frasco para o
lado oposto ao do rótulo. Deste modo, se algum líquido escorrer pelas
paredes externas do frasco, não estragará o rótulo, mas se tal ocorrer
deve-se limpá-lo imediatamente.

17
Seção 2
Planos deAula

Instruções Gerais

18
Experiência 1:

Introdução às

técnicas de laboratório

Plano de aula

1. Ponto de partida:

 Esta é uma aula introdutória às técnicas de laboratório. É muito importante


que os alunos conheçam a relevância de algumas propriedades de
medidas, bem como a maneira correta de selecionar e utilizar equipamentos
e vidrarias nos experimentos diários.
 O emprego de um dado equipamento ou material depende dos objetivos e
das condições em que o experimento será executado.
 Todo trabalho experimental deve ter seus resultados expressos
corretamente. Para isto, será feita uma apresentação sumária de tópicos
necessários para auxiliá-lo nesta tarefa.

2. Objetivo

Apresentar ao aluno os equipamentos e vidraria de uso corrente em trabalhos


práticos, bem como a maneira correta de empregá-los. Mostrar ao aluno como
se deve fazer a leitura de medidas de massa e volume nos equipamentos
usados no laboratório e como expressá-las cientificamente.

3. Estratégias:

19
Determinar junto com os alunos a capacidade e os desvios dos seguintes
instrumentos de laboratório:
- Temperatura:
 Termômetro:
o Capacidade:
o Desvio:
o Leitura: ( __±____)°C
- Volume:
 Bureta:
o Capacidade:
o Desvio:
o Leitura: ( __±____) mL
 Pipeta graduada:
o Capacidade:
o Desvio:
o Leitura: ( __±____) mL
 Proveta:
o Capacidade:
o Desvio:
o Leitura: ( __±____) mL
- Massa:
 Balança analítica:
o Capacidade:
o Desvio:
o Leitura: ( __±____) g

Tratamento de dados experimentais: Medidas, Exatidão, Precisão

Neste item o aluno deve ser levado a notar:

20
 A diferença entre exatidão e precisão.
 Mostrar a diferença entre um resultado exato e um resultado preciso.
Utilizar a Figura 1 para realçar.

1 Método com exatidão elevada e precisão alta

2 Método com exatidão baixa; porém, igual-


mente muito preciso

3 Método com exatidão e precisão baixas. Por


mero acaso, um resultado aproxima-se bem
do valor verdadeiro

Escala arbitrária de unidades ( U )


45 46 47 48 49 50 51 52

Figura 1. Exatidão / Precisão

 Realçar a necessidade da escolha correta do material a ser utilizado em um


experimento, a fim de obter resultados exatos ou precisos dependendo da
necessidade do trabalho a ser realizado.

Definições quantitativas

Neste item o aluno deve ser levado a compreender:

 Valor médio;
 Dispersão, desvio padrão (s):
o Definir e ensinar como calcular o desvio padrão através de
calculadora científica;
o Destacar a importância do desvio padrão relativo para comparar a
precisão de resultados.
 Sensibilidade;

21
 Exemplificar os conceitos discutidos anteriormente comparando medidas
idênticas realizadas em diferentes vidrarias graduadas (bureta e proveta) e
medidas idênticas em provetas com capacidades diferentes.

Algarismos Significativos e Notação Científica (página 15 da apostila)

 Realçar e exemplificar a importância de algarismos significativos na


expressão de medidas exatas.

Operações Envolvendo Algarismos Significativos

 Destacar a importância de expressar um resultado matemático com o


número correto de algarismos significativos.

 Ensinar as duas regras existentes:

o Adição-subtração;

o Multiplicação-divisão.

Propagação de Erros:

 Exemplificar no quadro negro.

Arredondamentos:

 Ensinar as regras existentes utilizando os exemplos dados anteriormente.

4. Parte experimental:

Procedimento 1: “Medida de temperatura de ebulição da água”

22
 Ligar a chapa de aquecimento somente depois que a água já tiver sido
colocada no béquer com as pérolas de vidro. Atenção: a chapa deve
ser ligada na lateral para em seguida ligar o aquecimento.
 Os alunos devem utilizar uma pinça de madeira para segurar o
termômetro. Pedir para terem cuidado para não encostarem no fundo
do béquer.
 Medir a temperatura de ebulição da água com o desvio instrumental.

 Procedimento 2: “Capacidade e desvios* de aparelhos” Verificar


s = Precisão a
2
capacidade e os respectivos desvios de:
o Bureta 50 mL: (50,00 ± 0,05) mL
o Proveta 100mL: (100 ± 1) mL
o Proveta 50 mL: (50 ± 1) mL
o Proveta 10 mL: (10,00 ± 0,05) mL
o Pipeta graduada 10 mL: (10,00 ± 0,05) mL

Procedimento 3: “Cálculo de desvio padrão de uma série de medidas”

 Realizar a leitura da capacidade de um tubo de ensaio utilizando uma bureta


com água. Repetir a leitura 3 vezes, tendo o cuidado de secar o tubo com
etanol entre uma leitura e outra.
 Calcular o valor médio e o desvio padrão das medidas.
 Expressar o valor da medida com o desvio.

Exemplificando:
Medida v1: (18,10 ± 0,05) mL
Medida v2: (18,07 ± 0,05) mL
Medida v3: (18,10 ± 0,05) mL
Vmédio: 18,09 mL
S(desvio) = 0,0173 mL
Valor da capacidade do tubo de ensaio = (18,09 ± 0,02) mL

Procedimento 4: “Determinação da densidade de um líquido”

23
 Numerar dois béqueres de 50 mL vazios (béquer 1 e 2, respectivamente) e
determinar a massa de cada um.
 Medir 10 mL do liquido X em uma pipeta graduada e colocar no béquer 1.
Pesar.
 Medir 10 mL do líquido X no próprio béquer (béquer 2). Pesar.
 Determinar a densidade pelos dois métodos.
 Identificar o líquido X será identificado pela(o):
o Densidade;
o Cheiro;
o Solubilidade em água.
 Comparar os resultados obtidos com os valores tabelados
 Comparar o valor da densidade obtida quando usou-se um instrumento de
precisão (pipeta) com o volume medido no próprio béquer. Esclarecer que o
béquer não é apropriado para ser utilizado na determinação da densidade
de um líquido, pois não é uma vidraria apropriada para medidas de volume.
Dessa forma, a densidade determinada com esse instrumento não
corresponderá à densidade do líquido X.
 Cálculo da densidade da amostra X no béquer 1:

mamostra = mbéquer cheio – mbéquer vazio

Densidade:
mamostra (mbéquer cheio – mbéquer vazio)
Vamostra

Exemplificando:

Tabela 1. Valores de massas obtidas do líquido x nos béqueres 1 e 2

Volume de X (mL) massa do béquer vazio massa do béquer cheio massa de X


(g) (g) (g)
Béquer 1– Pipeta 37,64 ± 0,01 45,61 ± 0,01 7,97 ± 0,02
graduada:
10,00 ± 0,05
Béquer 2 –10 33,34 ± 0,01 41,34 ± 0,01 8,00 ± 0,02

24
d1 = (7,97 ± 0,02) g = (0,797 ± 0,006) g mL-1
(10,00 ± 0,05) mL

Cálculos da propagação de erro:

Béquer 1:

Massa: 0,02/7,97 = 0,0025 x 100 = 0,25%

Volume: 0,05/10,00 = 0,005 x 100 = 0,50% → soma: 0,25% + 0,50% = 0,75%

100%------- 7,97 g

0,75% ----- x = 0,006 g

d1 = (0,797 ± 0,006) g mL-1

Béquer 2: não sera avaliado propagação de erros, pois a medida não é precisa!

d2 = 8,00 ± 0,02 g = 0,80 g mL-1

10 mL

 Os erros dos algarismos significativos foram determinados de acordo com as


regras de cálculo. O desvio avaliado na balança digital é a menor quantidade
que pode ser lida.

 Consultar a tabela de propriedades físicas de algumas substâncias (página


19 da apostila) para auxiliar na determinação.

 Identificar a amostra X e determinar o erro da densidade referente à medida


de volume feita com a pipeta.

 A densidade determinada experimentalmente se aproxima muito da


densidade de duas substâncias (acetona e etanol). Pela propriedade
organoléptica olfato, determinou-se que a substância X é o etanol. [RFLR3] Comentário: Confirmar se
permanece esse comentarioaqui ou la em
cima.

Sugestões:

Salientar a importância do uso dos algarismos significativos em uma medida e


porque é mais significativo expressar o desvio padrão relativo de cada resultado.

25
Metodologia: Aula expositiva e prática.

26
Experiência 2

Reações Químicas

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Definir reação química.
 Citar e levantar exemplos de reações químicas simples presentes nos
acontecimentos do dia-a-dia e de reações complexas que ocorrem no
metabolismo celular.
 Representar, no quadro, algumas dessas reações e pedir aos alunos
para balancearem e indicarem o estado físico dos reagentes e produtos,
além das condições nas quais a reação se processa.
 Mostrar como se usa a tabela de solubilidade para identificar os
produtos de uma reação.
 O aluno não precisa memorizar fórmulas e equações, mas compreender
de forma prática e lógica a representação de fórmulas e equações dos
fenômenos químicos.
 Questionar quando uma reação química ocorre.
 Ressaltar que uma equação deve ter massa e cargas devidamente
balanceadas e pode ser escrita nas formas: molecular, iônica ou iônica
simplificada.

2. Objetivo:

Neste trabalho prático, o aluno tomará conhecimento de alguns tipos mais


comuns de reações químicas e fará a comprovação da ocorrência e suas
caracterizações.

27
3. Estratégias:

 Realçar a importância do balanceamento das equações químicas e da


descrição do estado físico para compreenderem como as reações
químicas são expressas.

 Utilizar a tabela de regras de solubilidade (página 24) para auxiliar na


identificação do estado físico dos reagentes e produtos das equações
químicas.

 Explorar os diferentes tipos de equações químicas:

o Molecular:

BaCl2(aq) + Na2SO4(aq)  BaSO4(s) + 2NaCl(aq)

o Iônica:

Ba2+(aq) + 2 Cl-(aq) + 2Na+aq) + SO42-(aq)  BaSO4(s) + 2Na+(aq) + 2Cl-(aq)

o Iônica simplificada:

Ba2+(aq) + SO42-(aq)  BaSO4(s)

Sugestão: Escrever as equações sem o estado físico e pedir para os alunos


completarem consultando a tabela de solubilidade!

28
 Questionar aos alunos sobre cada uma das equações exemplificadas
acima.

 O tipo de reação:;

o Reações de síntese ou de adição: ocorrem quando duas ou mais


substâncias reagem produzindo uma única substância mais complexa.
Ex:

o Reações de análise ou de decomposição: ocorrem quando uma


substância se divide em duas ou mais substâncias de estruturas mais
simples. Ex:

o Reações de deslocamento ou de substituição ou de simples troca:


ocorrem quando uma substância simples reage com uma substância
composta e “desloca” desta última uma nova substância simples. Ex:

o Reações de dupla-troca ou de dupla substituição: ocorrem quando dois


compostos reagem, permutando entre si dois elementos ou radicais e
dando origem a dois novos compostos. Ex:

 Destacar a importância do estudo de caracterização. Exemplificar reações


que indicam o ponto final através de efeitos macroscópicos visíveis:
o Mudança de cor:

o Formação de precipitado:

29
o Desprendimento de gás, em geral, percebido pelo olfato:

o Absorção ou emissão de luz e/ou calor:

4. Parte Experimental
Explicar os procedimentos através de esquemas no quadro negro.

Procedimento 1:
“Reação de decomposição do KClO3 em presença de MnO2 sob aquecimento”

 Fazer um desenho esquemático do experimento no quadro.


 O KClO3 deve ser pesado em vidro de relógio.
 Aquecer o tubo somente na presença do palito (de picolé) em brasa.
 Solicitar para observarem o desprendimento de gás e verificarem se
alimenta a chama do palito em brasa.

 Solicitar aos alunos para representarem todas as reações devidamente


balanceadas e interpretarem os resultados.
 Obs: Destacar a função do MnO2 como catalisador da 1ª. reação:

30
 Questionar:

o Sobre o gás liberado durante a reação e se alimenta a


combustão.
R: O2(g), sim.

o Que produto decanta após a adição de água ao tubo?


R: MnO2(s), insolúvel, sólido preto. O MnO 2(s) atua como catalisador,
acelerando a decomposição do KClO 3, não sendo, portanto, consumido na
reação.

o Que produto se dissolve na solução?


R: KCl, originado da decomposição do KClO 3. Pode ser identificado com uma
solução de nitrato de prata, pois a formação de AgCl sólido e branco. O AgCl
ao sofrer fotólise forma um precipitado preto.

o Que produto é formado na reação entre a solução retirada da


primeira reação e a solução de nitrato de prata?
R: AgCl(s).

 Orientar sobre o descarte correto do resíduo de AgCl em frasco de vidro


âmbar.

 Conscientizar sobre o descarte correto de resíduos contendo metais


tóxicos.

Procedimento 2:
“Reação do Mg metálico sob aquecimento”

31
 Solicitar para observarem as características físicas da fita de Mg.
R: flexível, lisa e acinzentada.

 Orientar quanto à maneira correta de segurar o vidro de relógio, que deve


estar sobre a fita de magnésio no momento em que se inicia o
desprendimento de gás.

 Solicitar aos alunos para representarem a reação e interpretarem.

 Questionar sobre o motivo da formação de uma coloração rósea ao se


adicionar água e fenoftaleína (2 gotas) sobre o pó aderido ao vidro de
relógio.

R: MgO tem caráter básico, forma hidróxido em solução aquosa e ao reagir com a
fenoftaleína o meio adquire cor rósea.

 Comentar sobre a estrutura orgânica da fenoftaleína (página 55 da apostila)


e sobre seu uso como indicador de pH.
A fenoftaleína com carga negativa é solúvel (interação íon-dipolo) e atua como
indicador. Em meios básicos adquire a coloração rosa.

Procedimento 3:
“Reação do sódio metálico em presença de umidade e calor”

 Advertir sobre o perigo do uso de sódio metálico: Explosivo! É um sólido


extremamente inflamável em contato com calor ou água. Reação altamente
exotérmica! Deve-se ter extremo cuidado para evitar tocar o sódio metálico
com as mãos, pois é altamente irritante. Seu armazenamento é realizado
imerso em querosene em recipientes especiais, fechados e devidamente
etiquetados.
.

32
 Destacar que somente uma pequena massa de sódio metálico é necessária
para a prática e que o professor é responsável pela manipulação do
reagente a ser pesado. Destacar as principais características do sódio
metálico.
R: branco, brilhante e maleável.

 Colocar um pedacinho de sódio metálico, do tamanho de um grão de arroz


ou menor, dentro do tubo imerso na água!

 Assim que iniciar a solubilização do fragmento de sódio na água, aproximar


e soltar um palito de fósforo em chamas dentro do tubo.
 Advertir sobre a intensidade do ruído (agudo) durante o desprendimento do
gás quando em contato com a chama do palito de fósforo.

 Questionar sobre a causa desse ruído.


R: Devido à formação de vácuo dentro do tubo.

 Questionar sobre a mudança de cor para rosa da água contendo


fenoftaleína quando se adicionou sódio metálico.
R: Formação de NaOH(aq).

 Questionar qual é o gás produzido na reação e coletado no tubo imerso em


água.
R: H2(g).

 Solicitar aos alunos para representarem as reações e interpretarem.

À medida que o sódio se solubiliza em água ocorre formação de NaOH(aq).Como a


fenoftaleína é um indicador em meio básico, ocorre a formação de cor róseo escuro.

Durante a segunda reação ocorre formação de vácuo no sistema e quando o gás se


desprende do tubo ocorre ruído.

33
Procedimento 4:
“Reação entre água oxigenada e o permanganato de potássio em meio ácido”

 Comentar que se trata de uma reação de oxirredução.

 Orientar para adicionarem 40 gotas de água oxigenada, ao invés de 2 mL,


pois é mais fácil de medir.

 Orientar que, para a reação ocorrer, a água oxigenada deve estar em meio
ácido, por isso o ácido sulfúrico deve ser adicionado antes da solução de
permanganato de potássio (Obs: na apostila está o contrário).
 Salientar para observarem a cor da solução no início, durante e no final da
reação bem como o desprendimento de gás.

 Pedir para representarem a reação e interpretarem:

o O KMnO4 é um forte oxidante que oxida a espécie redutora H 2O2 a O2 em meio ácido.
o A cor característica do permanganato é rósea. Durante a reação a solução permanece
incolor, pois a água oxigenada está sendo consumida. Quando a solução apresenta cor
rosa, houve o término da reação, pois toda água oxigenada foi consumida e o
permanganato de potássio está em excesso na solução.

Procedimento 5:
“Reação entre solução de cobre (II) e hidróxido de amônio”

 Pedir aos alunos para observarem a reação, representá-la e interpretarem


os resultados.

Primeiro tubo: Adição de hidróxido de amônio à solução de cobre (II):

34
A solução apresentou-se com tonalidade azul claro e tornou-se turva, devido à formação de
hidróxido de cobre (II), que é pouco solúvel em água.

Continuando a adicionar hidróxido de amônio:

A solução apresentou-se com tonalidade azul escuro e tornou-se translúcida, pois a amônia,
em excesso, irá reagir com o hidróxido de cobre (II) formando o complexo tetraminocobre (II)
que é solúvel.

Obs: Solução de amônia ou hidróxido de amônio:

+
É uma reação de equilíbrio. Nem toda amônia vai produzir NH 4 (aq).

Segundo tubo: Adição de hidróxido de sódio à solução de cobre (II):

A solução apresentou-se com tonalidade azul claro e tornou-se turva, devido à formação de
hidróxido de cobre (II), que é pouco solúvel em água. Continuando a adicionar NaOH, forma-se
mais precipitado de hidróxido de cobre (II).

Procedimento 6:
“Reação entre o ferro metálico com iodo em solvente apolar”

 Orientar para usarem um tubo molhado (lavar antes do uso e não secar), a
fim de proporcionar uma melhor visualização da reação.

 Solicitar para agitarem o tubo, observarem a reação e interpretá-la.

A quantidade de FeI2(s) formado é muito pequena dificultando a observação. Ocorre


descoloramento do líquido, pois o iodo foi reduzido a iodeto.

Procedimento 7: (Pode ser realizado no início da aula!)


“Solubilidade da fenoftaleína em diferentes meios”

 Consultar a estrutura orgânica da fenoftaleína na pág. 55.

35
-O O

HO OH HO OH
-O O
O
OH- OH- O Excesso de
OH OH
O
H+ H+ Álcali Alcóolico
O O
O O
O O O

Incolor Incolor Incolor

Estruturas Ressonantes
Vermelho

Figura 1. Comportamento da fenolftaleína em meios ácido e básico.

 Pedir aos alunos para observarem a solubilidade da fenoftaleína em


diferentes meios e interpretarem.

o Solubilidade da fenoftaleína em água : H2O(aq) ↔ H+(aq) + OH-(aq)


A fenoftaleína é pouco solúvel em água, tem caráter apolar, por isso a
solução apresenta-se ligeiramente turva.

o Solubilidade da fenoftaleína em meio ácido (água destilada, fenoftaleína e


ác. clorídrico):
O meio torna-se fortemente ácido. A fenoftaleína possui baixa solubilidade
em pH < 7.0, e em meio fortemente ácido, torna-se pouquíssimo solúvel. A
solução fica turva.

o Solubilidade da fenoftaleína em meio básico (água, fenoftaleína, ác.


clorídrico e hidróxido de sódio):
A contínua adição de NaOH torna o meio básico. Em meio básico, a
fenoftaleína apresenta-se com carga negativa e torna-se solúvel (interação
íon-dipolo) no meio aquoso (solução totalmente límpida). Como atua como
indicador em meios básicos, a solução apresenta tonalidade róseo escuro.

Tabela 1. Regras de solubilidade


1) Sais de amônio (NH4+) e dos metais alcalinos são solúveis.

36
2) Nitratos (NO3-), cloratos (ClO3-), percloratos (ClO4-) e acetatos (CH3CO2-) são
solúveis.
3) Cloretos, brometos, iodetos são solúveis. Exceções: sais desses ânions com
Pb2+, Hg22+ e Ag+ são insolúveis.
4) Sulfitos (SO32-), carbonatos (CO32-), cromatos (CrO42-) e fosfatos (PO43-) são
insolúveis. Exceções: aquelas previstas no item 1.
5) Sulfetos (S2-) são insolúveis. Exceções: aquelas previstas no item 1 e os
sulfetos dos metais alcalino-terrosos (solúveis).
6) Sulfatos (SO42-) são solúveis. Exceções: os sulfato de Sr2+, Ba2+, Hg22+,Hg2+,
Pb2+ (insolúveis) e os de Ca2+ e Ag+(moderadamente solúveis).
7) Hidróxidos são insolúveis. Exceções: aquelas previstas no item 1 e os
hidróxidos de Ca2+, Sr2+e Ba2+(moderadamente solúveis)

Experiência 3

Estequiometria

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Conceituar estequiometria.
 Salientar a importância do cálculo estequiométrico na vida dos profissionais
da área da química (químicos, farmacêuticos, engenheiros químicos, etc.)
como uma técnica utilizada em muitos tipos de problemas vivenciados
diariamente em um laboratório de química. Exemplificar com algumas
situações do dia-a-dia. Exemplo: Preparo de soluções.
 Realçar a Lei da conservação da massa como um dos princípios
orientadores das proporções estequiométricas.
 Realçar que a massa de reagentes e produtos se conserva numa reação
química. Conhecendo a relação molar e a massa molar das espécies, pode-
se determinar a relação de massas.

37
 Salientar que a formação de produtos cessa logo que qualquer um dos
reagentes seja totalmente consumido sendo possível que restem outros
reagentes em excesso. Utilizar o exemplo da apostila (síntese da amônia)
alterando a quantidade molar dos reagentes
 Destacar o uso de vários métodos na determinação experimental de
proporções estequiométricas das reações, como a medida da massa de
precipitado formada, volume de gás liberado, mudanças no espectro de
absorção de uma solução, dentre outros.

2. Objetivo
Determinar a relação estequiométrica de uma reação entre o nitrato de
chumbo (II) e o iodeto de potássio, utilizando a medida da altura do precipitado
amarelo formado de iodeto de chumbo, que é diretamente proporcional à massa,
para fins estequiométricos.

3. Estratégias

 Escrever no quadro a reação entre sulfato de cobre (II) e hidróxido de sódio


utilizando diferentes proporções estequiométricas de cada um dos
reagentes, para que o aluno identifique qual reagente está em excesso e
calcule a quantidade de matéria do produto formado.

Questionar:
a) Os reagentes estão em condições estequiométricas?
b) Há algum reagente em excesso?

Exemplificando:


CuSO4(aq) + 2NaOH(aq) → Cu(OH)2(s) + Na2SO4(aq)a)
Reagentes em quantidades estequiométricas:
38
b) Com Pb(NO3)2 (aq) em excesso (antes do ponto estequiométrico):

c) Com KI(aq) em excesso (após o ponto estequiométrico):

4. Parte Experimental

Procedimento 1:
“Reação entre sulfato de cobre (II) e hidróxido de sódio ”

 Orientar os alunos para utilizarem uma pera para pipetar a solução de


sulfato de cobre (II).

 Ressaltar que haverá quantidades estequiométricas de de cada reagente


somente no ponto estequiométrico (P.E.), tubo 3, a partir do qual terá
excesso de CuSO4(aq) e antes do P.E. terá excesso de NaOH(aq)

 Orientar os alunos na construção e interpretação do gráfico da Figura 1


(altura do precipitado (cm) em função do volume de CuSO4(mL)):

o A reta deve ser traçada no melhor ajuste dos pontos.


o Antes do P.E. ser alcançado, há um aumento gradativo de Cu(OH)2,
devido à variação do reagente limitante (CuSO4). A reta é crescente.

39
o O P.E. deve ocorrer próximo do 3° ponto, no qual não há reagentes
em excesso. A partir desse ponto a altura do precipitado é constante.
o Após o P.E. ser alcançado, o gráfico apresentará um patamar que
corresponde ao término da reação, pois o NaOH é o reagente
limitante e há apenas excesso de CuSO4.

 A determinação prática vai confirmar o modelo teórico da estequiometria.

12
Altura do precipitado PbI2 (mm)

10

0
0 3 6 9 12
Volume
Volume de KI 4(mL)
de CuSo (aq) (mL)

Figura 1. Altura do precipitado de Cu(OH)2 em função do volume da


solução de CuSO4 adicionado.

Procedimento 2:

 Expressar a concentração das soluções de nitrato de chumbo (II) e de


iodeto de potássio com 3 algarismos significativos (0,500 mol L-1).

 Orientar os alunos que as quantidades de matéria dos reagentes e produtos


a serem calculados antes e depois da reação realizada devem estar em
mol.

 Os resultados devem possuir 3 algarismos significativos.

40
Cálculos: Serão exemplificados somente para o Tubo 1:
-1
 Pb(NO3)2 (aq): 0,500 mol L – 3,00 mL de solução
0,500 mol ─ 1000 mL
-1
x mol L ─ 3,00 mL / x = 0,00150 mol de KI

-1
 KI: 0,500 mol L - 1,50 mL de solução
0,500 mol ─ 1000 mL
-1
x mol L ─ 1,50 mL / x = 0,000750 mol de KI. O reagente limitante será o KI.

 PbI2 (produto) – como o reagente limitante da reação é o KI, logo:


2,00 mol KI formam 1,00 mol de PbI2
2,00 mol KI ─ 1,00 mol PbI2
0,000750 mol KI ─ x mol PbI2 / x = 0,000375 mol de PbI2

 KNO3 (produto) – como o reagente limitante da reação é o KI, logo:


2,00 mols KI formam 2,00 mols de KNO3
1,00 mol KI ─ 1,00 mol KNO3
0,000750 mol KI ─ x mol KNO3 / x = 0,000750 mol de KNO3

 Excesso de Pb(NO3)2 (aq):


2,00 mol KI ─ 1,00 mol de Pb(NO3)2
0,000750 mol KI ─ x mol de Pb(NO3)2 / x = 0,000375 mol de Pb(NO 3)2 reagem com KI.
Assim: 0,00150 mol - 0,000375 = 0,00113 mol Pb(NO3)2 em excesso.

41
Tabela 1: Quantidade de matéria de reagentes e produtos durante a reação
entre nitratro de chumbo e iodeto de potássio
Pb(NO3)2/mol KI/mol PbI2/mol KNO3/mol
-3 -3
TUBO 1 Antes 1,50 x 10 0,750 x 10 0 0
Depois 1,13 x 10-3 0 0,375 x 10-3 0,750 x 10-3
TUBO 2 Antes 1,50 x 10-3 1,50 x 10-3 0 0
-3
Depois 0,750 x 10 0 0,750 x 10-3 1,50 x 10-3
TUBO 3 Antes 1,50 x 10-3 2,00 x 10-3 0 0
-3
Depois 0,500 x 10 0 1,00 x 10-3 2,00 x 10-3
TUBO 4 Antes 1,50 x 10-3 3,00 x 10-3 0 0
-3
Depois 0 0 1,50 x 10 3,00 x 10-3
-3 -3
TUBO 5 Antes 1,50 x 10 4,50 x 10 0 0
-3 -3
Depois 0 1,50 x 10 1,50 x 10 3,00 x 10-3
-3 -3
TUBO 6 Antes 1,50 x 10 6,00 x 10 0 0
-3 -3
Depois 0 3,00 x 10 1,50 x 10 3,00 x 10-3

Consultando a tabela com as quantidades de matéria dos reagentes e produtos


antes e depois da reação pode-se responder às perguntas da apostila (p. 29):

Considerando a reação:

a) Indicar o reagente em excesso em cada tubo:


– Tubo 1 e 2 : NaOH
– Tubo 3: quantidades estequiométricas.
– Tubo 4, 5 e 6: CuSO4

b) Demonstrar experimentalmente o que foi afirmado no item anterior:


Para comprovar experimentalmente os reagentes em excesso, basta
adicionar mais CuSO4 nos tubos 1 e 2 e mais NaOH nos tubos 4, 5 e 6, e
será observada a formação de mais precipitado de Cu(OH)2.

c) Causas de erro nos resultados da experiência:

42
– Imprecisão nas medidas dos volumes dos reagentes;
– Imprecisão nas medidas das alturas do precipitado formado;
– Não-completude da reação de precipitação.
– Esse resultado poderia ser melhorado utilizando micropipetas para
medir o volume de reagentes.

d) Medir a massa do precipitado em uma balança digital é uma maneira


mais precisa para quantificar o produto formado do que medir a altura do
produto.

Outra forma seria a utilização de tubos que possuíssem uma graduação em


milímetros, para que o uso da régua fosse dispensado, poderiam melhorar o
resultado.

e) Discutir se a estequiometria determinada experimentalmente está de


acordo com a estequiometria encontrada na tabela.

43
Experiência 4

Cinética Química

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Definir cinética química;
 Salientar a importância da cinética química na química industrial;
 Abordar sobre a dependência da velocidade da reação em relação ao
reagente ou produto que está sendo considerado.
 Abordar a teoria da colisão entre íons e moléculas.
 Destacar a importância dos catalisadores na indústria química.

2. Objetivo
Analisar os efeitos da concentração e temperatura na velocidade de reação, bem
como o efeito de catalisadores.

3. Estratégias
 Definir cinética química;
 Definir velocidade de uma reação e lembrar que algumas se processam
rapidamente, enquanto outras lentamente. Exemplificar com situações
vivenciadas no do dia-a-dia.
 Destacar os fatores que afetam a velocidade da reação.
 Perguntar sobre as etapas para que a reação ocorra.
 Representar a expressão de velocidade no quadro:
aA + bB + cC ...

44
V = K[A]x [B]y [C]z...
onde x, y e z são índices obtidos do estudo do mecanismo da reação. Em
alguns casos coincidem com os coeficientes estequiométricos, a, b e c,
respectivamente. Exemplos:

V = k [H3CCO2C2H5(l) ]1.[H2O]1  os índices coincidem com os coeficientes

V = k [S2O82-]1.[I-]1  os índices não coincidem com os coeficientes

 Ressaltar que a ordem dos coeficientes nem sempre é igual à dos


coeficientes estequiométricos.
Exemplo:

Essa reação não é direta. Pelos estudos dos mecanismos de reação descobriu-
se que essa reação não é de uma ordem e sim de duas ordens.

ICl(g) + H2(g) → Hl(g) + HCl(g)


ICl(g) + HI(g) → I2(g) + HCl(g)
2 ICl(g) + H2(g) → 2HCl(g)

 Explorar cada um dos fatores que controlam a velocidade de uma reação.


o concentração dos reagentes;
o natureza dos reagentes;
o temperatura;
o catalisadores;
o superfície de contato dos reagentes. (Ex: oxidação do bombril versus
oxidação da barra de ferro).

 Ressaltar a teoria da colisão, a interação entre íons e moléculas e


exemplificar;

45
 Destacar também a influência dos fatores da teoria da colisão entre as
moléculas no controle de velocidade da reação.
o concentração dos reagentes;
o proximidade;
o vibração;
o colisões eficazes;
o energia de ativação (energia adquirida pelos reagentes para começar
a reagir).

 Ressaltar que nem todas as colisões são eficientes e que todas as espécies
colidem com uma energia mínima denominada Energia de Ativação.

 Destacar a importância dos catalisadores na diminuição da energia de


ativação do sistema, contribuindo, desta forma para o aumento da
velocidade da reação.

Vale lembrar que:


Um catalisador diminui a energia de ativação, e, por isso, aumenta a
velocidade da reação, diminuindo o tempo necessário para atingir o equilíbrio.

3. Parte Experimental

Procedimento 1: Efeito da concentração dos reagentes na reação de iodato


com sulfito:

 Questionar que reação ocorre; (R: Formação de iodo.)


 Indicador de iodo: amido
R: O amido forma um complexo com iodo de coloração azul.
 Salientar que ao se adicionar a solução de NaHSO3 deve-se
imediatamente cronometrar o tempo até o início do aparecimento de
uma coloração azul.

46
 Construção de um gráfico relacionando o volume de iodato (mL) em
função de1/t ou o volume de iodato (mL) versus tempo (t). Exemplificar
no quadro e interpretar os gráficos obtidos. A reta é obtida pelo melhor
ajuste dos pontos.
 Salientar que através do gráfico pode-se observar se a concentração de
reagentes é proporcional à velocidade da reação.
 Mostrar que a concentração de iodato é diretamente proporcional a
velocidade da reação;
 [IO3-] α volume da solução de IO3-.
 Pelo gráfico V x 1/t, observa-se que [IO3-] α 1/t α velocidade
 Conclui-se que: [IO3-] αV

12

10

8
mL (IO3-)

0
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030
1/t

Figura 1. Variação da concentração do iodato (através do volume de


iodato) em função do inverso do tempo.

Procedimento 2: Efeito da temperatura na velocidade da reação.

 O experimento será realizado em três temperaturas distintas;

o Temperatura ambiente;

o 15°C;

o 5°C;
47
 A temperatura deve ser medida no interior do tubo.

Procedimento 3: Efeito do catalisador sobre a velocidade da reação.

 Visualizar a velocidade de desprendimento do oxigênio através de um


pequeno borbulhamento.
 FeCl3 – ótimo catalisador. A reação inicia-se rapidamente;
 CuCl2 – catalisador de baixo efeito. A ativação da reação demora a
acontecer.
 Na2HPO4 – inibe o catalisador: complexa-se com o Fe2+ ou com o Cu2+;
impedindo a reação.
 Curiosidade: A água oxigenada comercial é vendida com inibidor.

48
Experiência 5

Equilíbrio Químico

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Considerando que as reações direta e inversa estão ocorrendo
simultaneamente, salientar que a reação reversível nunca cessa e o
equilíbrio é dinâmico.
 Salientar que quando um sistema alcança o equilíbrio:
o Macroscopicamente, o sistema parece estar parado – a massa e a
concentração dos participantes se mantém constantes, a cor
permanece inalterada, etc.;
o Do ponto de vista microscópico, observa-se que fenômenos químicos
continuam ocorrendo e que os efeitos da reação direta e da reação
inversa se contrabalançam.
o A velocidade no sentido direto é igual à do sentido inverso.
 “Quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma ação, o equilíbrio se
desloca no sentido de contrabalancear esta ação”.

2. Objetivo
Estudo de sistemas em equilíbrio químico: verificação experimental do princípio
de Le Chatelier.

3. Estratégias
 Representar no quadro a reação do iodo com hidrogênio (citada na
apostila):

49
H2 + I2  2 HI velocidade 1 (v1)

2 HI  H2 + I2 velocidade 2 (v2)

 Para que ocorra equilíbrio químico o sistema deve ser reversível.


 Salientar que em um sistema químico reversível, pode-se considerar
reagentes e produtos respectivamente, como as espécies colocadas à
direita ou à esquerda da equação.
 K é a constante de equilíbrio.

v1 = k1 [H2] [I2]

v2 = k2 [HI]2

 No equilíbrio, as concentrações de reagentes e produtos são constantes;


 No equilíbrio teremos então v1 = v2

k1 [HI] 2 1 k 2 [ H 2 ][ I 2 ]
K   K 1   
k2 [H2 ][I2 ] K k1 [ HI ]2

 Temperatura, pressão e concentração podem alterar o equilíbrio.

Lembrete:
“Quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma ação, o equilíbrio se
desloca no sentido de contrabalançar esta ação”.

Exemplificando:
 Ao adicionar iodo no sistema em equilíbrio, a velocidade no sentido direto
(v1) será favorecida.
 H2 + I2  2 HI velocidade 1 (v1)
 Quando um novo equilíbrio é restabelecido [H2] e [HI] serão maiores e [I2]
será mais baixa, mas K terá o mesmo valor.

50
4. Parte Experimental

Procedimento 1: “Estudo do Equilíbrio do Sistema”

 Devido à fácil observação do deslocamento, pela diferença de cor do íon


cromato (amarelo) e do íon dicromato (alaranjado), este sistema é utilizado.
 Deve-se ressaltar que mesmo predominando a cor amarela (o que indica
maior concentração de íons cromato) pode existir pequena quantidade de
íon dicromato e vice-versa.
 Registrar as alterações macroscópicas.

-
Ao adicionar NaOH à solução de K2Cr2O7, aumenta-se a concentração de OH e a
reação é deslocada para a esquerda (amarelo). Ao se adicionar HCl, aumenta-se a
+
concentração de H e a reação é deslocada novamente para a direita (laranja).

Tubo 2:

2,0 mL de K2Cr2O7  2 gotas de Ba(NO3)2  Formação de BaCr2O7


Sal solúvel. A turvação observada é
devido à pequena quantidade formada
de BaCrO4.

Tubo 3:

2,0 mL de K2CrO4  2 gotas de Ba(NO3)2  Formação de BaCrO4

Sal pouquíssimo solúvel. Formação de


um precipitado amarelo de BaCrO4.

51
Reações:

Cr2O72-(aq) + H2O (l) 2 CrO42-(aq) + 2 H+(aq)

Ba2+ (aq) + CrO42-(aq) BaCrO4 (s)

Procedimento 2: “Estudo do Equilíbrio do Sistema”

Ou ainda:

 Salientar que para que ocorra equilíbrio químico o sistema deve ser
reversível.
 Exemplificar com a reação da amônia em água:
 A adição de fenoftaleína ao meio torna a solução rósea, devido ao caráter
básico da mesma.
 Orientar os alunos para jogarem um pouco dessa solução sobre seus
próprios jalecos e agitarem por cinco minutos. A cor rósea desaparecerá.
Pedir para interpretarem.
R: Ao agitar o tecido, fornece-se energia ao sistema, favorecendo a
formação da amônia que evapora (sentido inverso da reação) e a solução
no tecido perde o caráter básico.
 Explicar que o estado padrão da amônia é gasoso e que para obter-se uma
solução de amônia é necessário borbulhar amônia gasosa em água.
 Solicitar sugestões de experimentos para confirmar essa hipótese.
Exemplos:
o Pingar algumas gotas de NaOH(aq) ou a própria solução de amônia na
região do tecido onde estava a mancha e será observado o
reaparecimento da cor rósea, característica do composto básico.

52
Procedimento 3: “Estudo do Equilíbrio do Sistema”

Interpretando:

 O HCl fornece Cl- ao sistema, deslocando o equilíbrio para a esquerda.


 Ao adicionar água, aumenta-se a sua concentração no sistema e o
equilíbrio é deslocado novamente para a direita (cor vermelha).
 O aumento de temperatura favorece a reação endotérmica e o equilíbrio é
deslocado para a esquerda novamente.
 O resfriamento promove a diminuição da temperatura, favorecendo a
reação exotérmica e o equilíbrio é deslocado para a direita (H < 0).

53
Experiência 6

Determinação da Massa Molar do

Magnésio

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Definir massa molar e exemplificar;
 O mol é usado para trabalharmos macroscopicamente (Tabela periódica),
pois a massa de um átomo é muito pequena;
 Relacionar a massa de um mol com a massa atômica de um elemento.
 Fazer referência ao número de Avogadro.

2. Objetivo
Determinar a massa molar do magnésio a partir de sua reação com o ácido
clorídrico concentrado.

3. Estratégias:

 Definir massa molar e exemplificar;


“Massa molecular é a massa da molécula medida em unidades de massa atômica (u)”.
 Unidade de massa atômica (u) é igual a 1/12 da massa de um átomo de
isótopo de carbono-12 (C12)

54
 Massa de um mol = 6,022 x 1023 átomos de um elemento. Exemplificando:
Relacionar essa grandeza com 1 mol de bolinhas de gude sobre a
superfície da Terra = camada de ~5 Km de espessura!
 Um mol de átomos de H2:
o massa molar igual a 1,0078 uma;
o 1,0078g;
o 6,022 x 1023 átomos de hidrogênio (número de Avogadro) – difícil
de conceber tal grandeza.

 Tabela periódica utiliza massas molares dos elementos;


 O cálculo da massa molecular é realizado considerando as massas
atômicas dos átomos formadores da molécula considerada.

4. Parte Experimental:

“Determinar a massa molar do magnésio a partir de sua reação com o


ácido clorídrico concentrado”
Equação:

 Relacionar: 1 mol Mg(s) está para 1 mol H2(g).


 Salientar que, a partir do volume de gás H2(g) produzido durante a
reação, pode-se calcular a quantidade de matéria de H2(g) e de Mg que
foram consumidos na reação.
 Pela quantidade de matéria de H2(g) obtido pelo volume do gás de H2(g)
produzido durante a reação, pode-se determinar a quantidade de
matéria de Mg que foram consumidos na reação.
 H2(g) considerando comportamento ideal:
PV = nRT (Equação de Claussius-Clapeyron)

55
Medidas, unidades para análise e cálculos:

– P (atm): PH2 = (Plida – PH2O(g)) mmHg ou Torr


1 atm = 760 mmHg ou 1Torr
– V (L): VH2 = Vlido (Obs: 1 mL = 10-3 L)
– n (mol): nH2 = n Mg
– R (cte. gases): 0,082053 L.atm.K-1. mol-1
– T (Kelvin): TH2 = (Tlida + 273,15) K
– m (g): mMg pesada (Obs: 1,0 mg = 10-3 g)
– M (g. mol-1): MMg experimental, comparada com valor Tab.
Periódica.

Cálculo da massa molar do Mg e do erro percentual do processo prático:


nH2 = n Mg → MMg = mMg .RT = ____ g mol-1
P.V
ε = ∆x → ε% = │Valor tabelado – valor experimental│x 100 (erro percentual)
x Valor tabelado

Procedimento 1:

 A massa da fita de Magnésio foi previamente pesada em balança semi-


analítica pelo monitor responsável pelo preparo do laboratório;
 Questionar sobre a solubilidade do Mg em água. Ele reage com a água?
 R: Não, mas em presença de HCl reage!
 Orientar os alunos na fixação da fita de Mg ao fio de cobre. Orientar para
escolherem um fio de cobre bem maleável (fino) para amarrar a fita de
Mg. Certificarem se a fita de Mg está bem fixada ao fio, pois é fácil de
soltar;
 Imergir o tubo graduado contendo HCl e água destilada em um béquer
contendo água de torneira, o mais fundo possível;
 Observar que o cobre não reage em meio aquoso ácido;
 Seguir os passos do procedimento da apostila;
 Salientar que se houver vazamento de gás durante a reação, ela deve
ser repetida com os devidos cuidados para que isso não ocorra;
56
 Realizar a leitura do volume de H2(g) produzido somente depois que o
tubo graduado for introduzido no cilindro contendo água e a pressão
interna do gás igualar-se com a pressão atmosférica.
 Através do barômetro, fixado na parede do laboratório 1007, verificar a
temperatura ambiente e a pressão atmosférica e registrar no quadro o
valor;
 Pela física: P interna = P externa. O nível de água dentro do tubo deve
ser igual ao nível de água fora do tubo e obtém-se assim o volume dos
gases dentro do tubo;
 A partir do valor da temperatura ambiente, consultar a tabela da apostila
(página 43) para descontar o valor da pressão do vapor de água do valor
da pressão medido;

Figura 1. Esquema da montagem do procedimento.

57
Exemplificando os cálculos:

Considerando: PV = nRT
VH2 = Vlido = 34,30 mL= 0,03430 L
Tamb = 26,5ºC
PH2O: 25,95 mmHg (média entre 26 e 27ºC) / Patmlida = 692 mmHg

n (mol): nH2 = nMg


-1 -1
R (cte.dos gases): 0,082053 L.atm.K . mol
T (Kelvin): TH2 = (Tlida + 273,15) K = (26,5 + 273,15) = 300 K
P (atm): PH2 = (Plida – PH2O(g)) mmHg ou Torr = (692 - 25,95) = 667 mmHg
1 atm = 760 mmHg → 667 mmHg = 0,877 atm
mMg pesada = 31 mg = 0,031 g
-1
M (g.mol ): MMg experimental
n (mol): nH2 = n Mg = MMg = mMg . RT
-1
MMg = mMg . RT = 0,031 x 0,082053 x 300 = 26 g. mol
P.V 0,877 x 0,034
-1
Assim: MMg experimental = 26 g. mol versus MMg teórica = 24,305 (tab. periódica)

Cálculo da massa molar do Mg e do erro percentual do processo prático:


Se MMg experimental = 26 g. mol-1
ε = ∆x → ε% = │Valor tabelado – valor experimental│x 100 (erro percentual)
x Valor tabelado
ε% = │24,305 - 26│x 100 = 7,0% erro percentual
24,305

Possíveis causas de erro:


 Vazamento de H2(g) durante a reação.
 Medida mal realizada;
 Presença de impureza na fita de magnésio;

58
Experiência 7

Eletroquímica

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Definir e abordar os fenômenos químicos e elétricos gerados por;
o Reações químicas espontâneas (pilhas e baterias);
o Transformação química gerada pela passagem de corrente elétrica
numa solução (eletrólise);
 Reação de oxirredução;
 Eletrodo padrão: Hidrogênio (0 volt);
 Tabelas de Potencial Padrão de Redução ou Oxidação;
 Energia livre de Gibbs versus espontaneidade da reação;
 Explicar os princípios básicos do funcionamento da pilha de Daniel.

2. Objetivo:
Observar a espontaneidade de reações de oxidação e redução; montar a pilha
de zinco e cobre (Pilha de Daniell) e reconhecer os produtos da reação de
eletrólise.

3. Estratégias:
 Definindo pilhas e eletrólise:
o Pilhas - Reações químicas que produzem eletricidade. São exotérmicas,
processo espontâneo, processo de oxirredução.
- mecanismo: transferência de elétrons entre metais.

59
Eletrodos:
Anodo (polo negativo) > oxidação;
Catodo (polo positivo) > redução;
Potencial de oxidação (EOXI): "Tendência em perder elétrons".
Potencial de redução (ERED): "Tendência em receber elétrons".
Ponte salina: usada para manter o equilíbrio de cargas na solução.

o Realçar a importância do uso do “metal de sacrifício” para proteger


alguns metais da corrosão. Ex: O zinco é utilizado para proteger o
ferro da corrosão em cascos de navios. "Metal com o potencial de
oxidação maior do que o metal a ser protegido”.

 Eletrólise: é a reação de oxirredução provocada por uma corrente elétrica.


Fenômeno que consome energia (endotérmico), processo forçado,
oxirredução.

Eletrodos:
Anodo (polo positivo) > oxidação;
Catodo (polo negativo) > redução;

Aplicações cotidianas de eletrólise: produção de metais, como Na, Al, K,


Mg, etc., de não-metais, como Cl2 e F2, e de outras substâncias úteis, como
NaOH, e a deposição de finas partículas de metais sobre peças metálicas
ou pláticas (galvanização). Exemplos mais comuns de galvanização:
deposição de cromo (cromagem), de níquel (niquelagem) ou de prata
(prateação). As peças tornam-se mais resistentes à corrosão, além de
ficarem mais brilhantes, bonitas e valiosas.

 Salientar a transferência de elétrons como condição fundamental para que


ocorra uma reação de oxirreduçao;

 Mostrar como se usa a Tabela de Potencial Padrão de Redução para prever


a espontaneidade das reações de oxirreduçaooxirredução;

60
 Valor de ∆E para que uma reação eletroquímica/redox seja espontânea. (R:
∆E positivo.)
o Potencial positivo: reação espontânea.
o Potencial negativo: sistema só sofre transformação sob trabalho
elétrico.
o Para se obter os valores do potencial padrão de oxidação invertem-
se as semi-equações e os sinais.
o É uma propriedade intrínseca; não depende da quantidade de
matéria;
 Critério de espontaneidade: energia livre de Gibbs (∆G = -nF∆E joules ou
Kcal.mol-1):
o ∆G > 0: reação não-espontânea .
o ∆G < 0: reação espontânea.

 Destacar as reações que ocorrem na pilha e na eletrólise. Exemplificando:

Pilha:
Anodo (oxidação): Zn0(S) Zn2+(aq) + 2e-  (volts) = + 0,76
Catodo (redução): Cu2+(aq) + 2e-0 Cu0(s)  (volts) = + 0,34
0
Reação global: Zn (s) + Cu2+(aq) Zn2+(aq) 0
+ Cu (s) ∆ε = + 1,10
reação espontânea

61
EOXI Zn > EOXI Cu: o zinco perde elétrons e o cobre recebe-os.

Eletrólise:
Anodo (oxidação): Cu(s)  Cu2+(aq) + 2 e-  (volts) = - 0,34
Catodo (redução): Zn2+(aq) + 2 e-  Zn(s)  (volts) = - 0,76
Reação global: Zn2+(aq) + Cu(s)  Zn(s) + Cu2+(aq) ∆ε = - 1,10v
Reação não espontânea: ∆ε < 0
Enfatizar:
o Oxidação: sempre ocorre no anodo.
o Redução: sempre ocorre no catodo.

4. Parte Experimental:

Experimento 1: Verificação qualitativa da tabela de potencial de oxidação

”Mergulhando um prego em uma solução de cobre (II)”

 Solução de cobre (II) (cor natural: azul)

 Prego (Ferro): após entrar em contato com a solução de cobre (II) ocorre
formação de película avermelhada em sua superfície.

Reações:
Cu2+(aq) + 2 e-  Cu(s)  (volts) = + 0,34
Fe(s)  Fe2+(aq) + 2e -
 (volts) = + 0,44
Fe(s) + Cu2+(aq)  Fe2+(aq) + Cu(s) ∆ε = + 0,78 v (espontânea)

O ferro tem uma tendência maior de formar cátions do que o cobre, porque
redução Fe(-0,44) < redução Cu(+0,34), logo a reação de oxirredução no sentido
mostrado é espontânea. Houve corrosão do prego e deposição de cobre
metálico em sua superfície.

62
”Mergulhando uma lâmina de cobre em uma solução de zinco(II)”

Zn2+(aq) + 2 e-  Zn(s)  (volts) = - 0,76


Cu(s)  Cu2+(aq) + 2e -
 (volts) = - 0,34
Zn2+(aq) + Cu(s)  Zn(s) + Cu2+(aq) ∆ε = - 1,10 v
Reação não espontânea (∆ε < 0)

Não é observada nenhuma alteração nesse sistema.


O zinco tem maior tendência para formar cátions do que o cobre.

Tabela 1. Potencial Padrão de redução


SEMI-REAÇÃO  (volts)
K+ (aq) + e-  K(s) -2,92
Ca (aq) + 2 e  Ca(s)
2+ -
-2,87
Al3+(aq) + 3 e- Al(s) -1,66
2 H2O(l) + 2 e  H2(g) + 2OH (aq)
- -
-0,83
Zn2+(aq) + 2 e- Zn(s) -0,76
Fe (aq) + 2 e  Fe(s)
2+ -
-0,44
Ni2+(aq) + 2 e- Ni(s) -0,25
Pb (aq) + 2 e  Pb(s)
2+ -
-0,12
H+(aq) + e- 1/2H2(g) 0
Cu (aq) + 2 e  Cu(s)
2+ -
+0,34
½ I2(s) + e-I-(aq) +0,54
Hg2 (aq) + 2 e  2Hg(l)
2+ -
+0,78
Ag+(aq) + e- Ag(s) +0,79
Hg (aq) + 2 e Hg(l)
2+ -
+0,85
O2(g) + 4 H+(aq) + 4 e- 2H2O(l) +1,23
H2O2(g) + 2 H (aq) + 2 e  2H2O(l)
+ -
+1,77
F2(g) + 2 e- 2F-(aq) +2,65

Para se ter o potencial padrão de oxidação invertem-se as semi-equações


e os sinais.

63
Experimento 2: “Montagem da pilha de cobre e zinco (Pilha de Daniell)”

 Questionar se alguém já fez a pilha de Daniell.


 Enfatizar para terem cuidado em evitar que entrem bolhas de ar ao
encherem o tubo em U com solução saturada de KCl.
 Fazer a leitura de diferença de potencial.
 Interpretar o que aconteceu nesse experimento:
o Houve uma reação de oxirredução. O catodo é o cobre, ou seja, o
eletrodo positivo, onde ocorre a redução; já o zinco é o anodo, o
eletrodo negativo, que é o eletrodo onde ocorre oxidação. A ponte
salina evita o acúmulo de carga nas cubas.
 Comparar o valor experimental e o valor teórico.

Reações:
Catodo: Cu2+(aq) + 2 e-  Cu(s)  (volts) = + 0,34
Anodo: Zn(s)  Zn2+(aq) +2e -
 (volts) = + 0,76
Cu2+(aq) + Zn(s)  Cu(s) + Zn2+(aq) ∆ε = + 1,10 v

Valor teórico: ∆ε = +1,10v


Valor experimental (voltímetro): ∆ε = ..........

64
Obs: Os valores podem diferir ligeiramente, pois as soluções de zinco e cobre
são usadas constantemente em aulas práticas, e podem estar contaminadas,
diminuindo o valor experimental.


É importante observar que a reação Cu2+(aq) + Zn(s)  Cu(s) + Zn2+(aq) é
espontânea, enquanto que a reação inversa Zn2+(aq) + Cu(s)  Zn(s) + Cu2+(aq),
não é espontânea.
 Alguns metais têm mais tendência de ceder elétrons, enquanto outros têm
mais tendência de receber elétrons.

Experimento 3: “Eletrólise”

 Dividir a turma em dois grupos somente.


 Relembrar que a oxidação sempre ocorre no anodo e a redução no catodo.

Exemplificando:
Anodo: 2 I-(aq) → I2(aq) + 2e-  (volts) = - 0,54
Catodo: H2O + 2e  H2(g) + 2 OH
- -
 (volts) = - 0,83
2 I-(aq) + H2O  I2(aq) -
+ H2(g) + 2 OH ∆ε = - 1,37 v
Reação não espontânea

Para caracterizar: salientar que não se deve demorar em coletar os 2 mL, pois
as soluções podem misturar-se e o meio ficará todo básico.

 Anodo: formação de iodo (cor acastanhada) + amido = cor violácea (o


amido confirmou a formação de iodo no anodo)
 Catodo: formação de H2(g) + 2OH- + fenoftaleína = cor rósea (a fenoftaleína
confirmou a presença dos íons OH- no catodo.

65
Experiência 8

Corrosão

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Como os metais existem na natureza;
 Formação de um sistema termodinamicamente instável;
 Propriedades físicas e químicas dos metais;
 Justificativas do estudo da corrosão;
 Definir e exemplificar corrosão.
 Causas e mecanismos de corrosão.
 Corrosão úmida ou eletroquímica do ferro.
 Prevenindo a corrosão:
o Passivação;
o Proteção catódica;
o Aplicação de recobrimentos;

2. Objetivo:
Executar experiências relativas à corrosão úmida do ferro.

3. Estratégias:
 Destacar a corrosão úmida do ferro.

Exemplificar:
o Fe metálico: estado de oxidação igual a zero. Qualquer metal no
estado metálico apresenta esse valor.

66
o Na natureza o ferro encontra-se, principalmente, na forma de oxido
de ferro III (hematita). Não se encontra Ferro na forma metálica.

4. Parte Experimental:

 “Distribuir os 5 primeiros experimentos entre 5 grupos de alunos, de modo


que cada grupo faça somente 1 experimento, a fim de que haja um maior
aproveitamento”.
 Todos os grupos discutirão todos os procedimentos no relatório.
 Solicitar que cada grupo prepare o seu procedimento uma semana antes da
respectiva aula, ou seja, no final da aula prática anterior a esta.
 Escrever no quadro negro as equações de cada experimento:

Procedimento 1: “Corrosão do Ferro na atmosfera”

 Grupo responsável: grupo 1.


 Após uma semana explicar a variação do nível
de água e a relação entre os volumes de ar,
inicial e final;
R: Após uma semana a palha de aço oxidou, o nível de água
subiu e o volume de ar diminuiu.
A palha de aço oxidou porque o meio era úmido e rico em
oxigênio, promovendo a corrosão do ferro e a formação de
ferrugem.
Equação: 2Fe(s) + 3/2O2(g) + H2O(l)  Fe2O3(aq) + H2O(aq)

Procedimento 2: “Corrosão Úmida do Ferro”

 Grupo responsável: grupo 2.


 Será observado se ocorre corrosão do ferro em diferentes meios.
 Após uma semana verificar se ocorreu corrosão do ferro (prego) em cada
um dos pregos imersos em diferentes meios e explicar;
 Interpretar.

67
Interpretando:

1. Ferro em água de torneira:

O mecanismo geral do enferrujamento do ferro é eletroquímico.


Anodo : Fe(s)  Fe2+(aq) + 2 e- = + 0,44 V
Catodo : H2O(l) + ½ O2(aq) + 2 e  2 OH (aq)
- -
= + 0,401 V
Reação total: Fe(s) + ½ O2(g) + H2O(l)  Fe2+(aq) + -
2 OH (aq)  + 0,851 V

Assim: Fe2+(aq) + 2 OH-(aq)  Fe(OH)2(aq)

O Fe(OH)2 sofre transformações e, de acordo com o teor de oxigênio


presente, pode-se ter:

1.a) Em meio aerado (mais comum):


2 Fe(OH)2(aq) + H2O(l) + ½ O2(g)  2 Fe(OH)3 (precipitado esponjoso,
coloidal, amarelo).

Porém o Fe(OH)3 perde água com relativa facilidade:

Equação geral da corrosão do ferro em meio aerado:


2 Fe + 3/2 O2(g) + H2O(l) Fe2O3.H2O (resíduo alaranjado ou
castanho avermelhado)

(n = 1,2 ou 3)

1.b) Em meio deficiente de oxigênio (pouco):

(hidratado: verde)
(anidro: preto)

68
 Neste experimento a corrosão é pouco pronunciada, pois o suprimento
de oxigênio é limitado e íons presentes na água de torneira são
resultantes de tratamento. Em alguns tipos de água devem-se
considerar contaminações de materiais orgânicos, bactérias e algas.
Outros fatores seriam o pH e a temperatura da água.

 Comparar com a experiência do ferro em NaCl a 5%, no qual a presença


dos íons Na+ e Cl- é elevada.

2. Ferro em ácido clorídrico diluído (3 mol L-1):

 O ferro é atacado com desprendimento de gás hidrogênio (H2(g)). O


ataque é moderado devido à concentração usada para fins
experimentais. O cloreto ferroso (verde) é muito solúvel e não
cristaliza sobre o ferro:

 A presença de FeCl3 pode levar a formação de ferrugem:

3. Ferro em ácido clorídrico concentrado (6 mol L-1):

 A reação é idêntica à do ferro em ácido clorídrico diluído, mas a


concentração acentua os efeitos acima. Mostra a elevada solubilidade
do FeCl2 formado. Comparar com a reação do ferro em ácido sulfúrico
que forma FeSO4 pouco solúvel.

4. Ferro em hidróxido de sódio (0,1 mol L-1):


 A alta concentração de íons OH- leva à formação de hidróxido ferrroso
(Fe(OH)2(aq)), que em meio alcalino é insolúvel, adere compactamente

69
ao metal, passivando-o e evitando o ataque da corrosão. Obs.: Não é
observada nenhuma alteração sobre o metal.

5. Ferro em ácido sulfúrico (3,5 mol L-1):

 O ferro desloca o íon hidrônio do ácido, com desprendimento imediato de


H2(g).

Em síntese:

 O sulfato ferroso é pouco solúvel e cristaliza-se sobre o metal.

 O SO2, presente em atmosferas industriais, em contato com oxigênio do


ar e umidade forma H2SO4(aq) que ataca o ferro aumentando a corrosão:

6. Ferro em ácido sulfúrico concentrado:

 Sendo o ácido sulfúrico uma substância molecular a 98%, não se ioniza,


e portanto, não ataca o ferro. O ácido sulfúrico concentrado é
transportado em tanques de ferro. Apesar do ácido ser muito
higroscópico, não ocorre ataque no período de experiência, ou este é
muito pequeno.

Obs: O ácido sulfúrico encontrado no comércio (95-97%) tem ataque


inicial, mas não é muito intenso e cessa.
70
7. Ferro em água salgada (NaCl a 5%):

 A água salgada é um excelente eletrólito (rica em íons Na+, Cl-). Devido


à sua ótima condutividade, favorece o mecanismo eletroquímico, o que
acentua fortemente a corrosão. O ataque é o mesmo do experimento do
ferro em água de torneira, porém mais acentuado. A condutividade
favorece a difusão dos íons Fe2+ e OH-.

 Obs: Em atmosferas marítimas, o teor de NaCl contaminantes da


atmosfera é mais elevado, logo a ferrugem vai conter também FeCl3,
que é muito solúvel em água e muito corrosivo, pois se hidrolisa
segundo a equação:

 O ácido clorídrico produzido torna o meio ácido favorecendo a corrosão:

71
72
Procedimento 3: “Corrosão na Linha D'água”

 Grupo responsável: grupo 3.

 Mergulhar parcialmente um prego de ferro em:

3.1) Água de torneira;

3.2) NaCl a 5%;

 Após uma semana, observar a corrosão nas partes acima e abaixo da linha
d’água e explicar.

 Em água de torneira: a corrosão do prego se dá na linha d’água, pois é


nessa região que o Fe2+(aq) reage com o O2 mais facilmente.


Em NaCl a 5%: como nesse sistema há menor disponibilidade de O2, forma-
se mais Fe(OH)2(s) do que Fe(OH)3(aq). O Fe(OH)3(aq) dissolve-se na solução
produzindo uma coloração preto-esverdeada e o Fe(OH)2(s), como é pouco
solúvel, precipita.

Equações:
Em meio rico em O2:

73
Em meio deficiente de O2:

 O mecanismo é o mesmo nos dois casos. o metal, exposto a duas


concentrações diferentes de oxigênio, forma uma célula eletroquímica de
concentração, no caso, denominada de aeração diferencial ou oxigenação
diferencial.
 A diferença de concentração de oxigênio origina uma diferença de
potencial, funcionando o eletrodo mais aerado como catodo (parte mais
exposta ao ar) e o menos aerado como anodo (parte imersa).
 A ferrugem acumula-se na linha d’água. A parte imersa é mais corroída que
a parte externa (Obs: o tempo de uma semana é pequeno para observar
esse fato). O aspecto da solução assemelha-se ao das soluções do ferro
em água de torneira e do ferro em água salgada.
 Ordem crescente da corrosão: observando a corrosão na linha d’água pode-
se verificar, experimentalmente, através da figura, que a corrosão em (1) <
(3)< (2).

Procedimento 4: “Verificação das áreas Anódicas e Catódicas” (“Experiência


da gotinha”)

74
Equações:

Anodo: Fe(s)  Fe2+(aq) + 2e-

Catodo: H2O(l) + 1/2O2(g) + 2e-  2OH-(aq)

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(g)  Fe2+(aq) + 2OH-(aq)

Assim: Fe2+(aq) + 2OH-(aq)  Fe(OH)2(s)

 Salientar que ao se adicionar uma gota de água sobre a superfície metálica


de ferro, a área que inicia a corrosão é a que está mais próxima das bordas
da gota e não em seu centro, pois nas extremidades há maior contato com
oxigênio.
 Grupo responsável: grupo 4.
 Adição de solução de cloreto de sódio contendo indicador ferroxílico e
fenoftaleína sobre placa de ferro decapada com HCl;
 Após alguns minutos, os alunos devem interpretar o ocorrido;
 Observar-se-á no centro da gota forma-se uma coloração azul (região
anódica) devido a presença do íon ferroso, e em sua borda forma-se uma
coloração rósea (região catódica) devido a presença do íon hidroxila;
 O íon ferroso reage com o Fe(CN)63- formando um precipitado azul de
Fe3[Fe(CN)6]2(aq);
 Deve-se fazer a experiência várias vezes ao mesmo tempo, pois a difusão
dos íons e cores mascaram o “experimento”;
 Salientar que NaCl acelera a corrosão. Comentar que em água salgada
ocorre muita corrosão do ferro, pois o cloreto liga-se fortemente ao ferro
formando cloreto férrico que é muito solúvel e facilmente oxidável;

75
Procedimento 5: “Corrosão sob tensão”

 Grupo responsável: grupo 5.


 Ressaltar que, durante sua fabricação, a cabeça e a ponta de um prego
sofre esmagamento.
 As áreas tensionadas do prego (cabeça e ponta) são mais sensíveis à
corrosão.
 Qualquer parte de um material metálico sujeito a deformações pode
apresentar potencial diferente em relação ao de uma parte não deformada.
 A região tensionada (cabeça e ponta) funciona como anodo sofrendo
oxidação muito mais intensa que a parte intermediária que funciona como
catodo.
 Os alunos devem verificar a ação de uma solução de NaCl e HCl 6 mol L-1
nas áreas esmagadas de um prego grande, após uma semana de contato.
o Com NaCl a 5%: houve uma menor corrosão e uma menor formação de
precipitado.
o Com HCl a 6 mol L-1: a corrosão em HCl é mais intensa do que em
água. A cabeça e a ponta estão mais desgastadas. A solução
apresenta-se verde escura. Presença de precipitado.

Procedimento 6: “Corrosão galvânica”

 Dividir a turma em dois grupos para realizarem esse experimento;


 Definir corrosão galvânica;
 Orientar para mergulharem os pares de eletrodos Fe:Cu e Fe:Zn em um
béquer contendo solução indicadora (NaCl contendo 2K3[Fe(CN)6] (aq) e
fenoftaleína);
 Em cada caso solicitar as equações das reações anódicas e catódicas.
Sistema Cu:Fe - Equações:
Anodo: Fe(s)  Fe2+(aq) + 2e-

Catodo: H2O(l) + ½ O2(g) + 2e-  2 OH-(aq)

Fe(s) + H2O(l) + 1/2O2(aq)  Fe2+(aq) + 2 OH-(aq)

76
 Na placa de Ferro formou-se uma coloração azul indicando a oxidação do
Ferro pelo indicador ferroxílico.

Sistema Fe:Zn - Equações:


Anodo: Zn(s)  Zn2+(aq) + 2e-
Catodo: H2O(l) + ½ O2(g) + 2e-  2 OH-(aq)

Zn(s) + H2O(l) + ½ O2(g)  Zn2+(aq) + 2 OH-(aq)

Não se vê nada, pois o indicador não é adequado para o zinco.

 Ressaltar que o que se fez foi uma pilha galvânica. O comportamento é


previsível pela eletroquímica (veja tabela de potenciais), confirmando que o
ferro funciona como anodo sofrendo oxidação e o cobre como catodo,
ficando protegido e não sofrendo corrosão.
 Comentar sobre a proteção catódica-anodo de sacrifício. É o sistema
utilizado para proteger os cascos de navios, conhecido como eletrodo de
sacrificio

77
Experiência 9

Preparo de soluções

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Definir solução e caracterizá-la; destacar que uma solução é translúcida e
limpida
 Salientar a importância do domínio do cálculo de concentrações, expressas
de várias maneiras, para a solução de vários tipos de problemas no dia-a-
dia do laboratório. Exemplificar;
 Salientar os aspectos de uma solução aquosa;
 Sistema homogêneo. Exemplificar;
 Indicadores de pH – comportamento em meio ácido e em meio básico:
o Fenoftaleína;
o Papel de tornassol;
o Fita de pH;
Exemplificando: A solução de fenolftaleína permanece incolor em
meio ácido, e em meio básico adquire a coloração rosa.

78
-O O

HO OH HO OH
-O O
O
OH- OH- O Excesso de
OH OH
O
H+ H+ Álcali Alcóolico
O O
O O
O O O

Incolor Incolor Incolor

Estruturas Ressonantes
Vermelho

Figura 1. Comportamento da fenolftaleína em meios ácido e básico.

 Orientar a maneira correta de preparo de soluções.


 Destacar a importância da padronização de algumas soluções.

2. Objetivo
Preparar soluções e determinar de forma qualitativa o valor de pH.

3. Estratégias:
 Salientar que as soluções “são sistemas homogêneos de duas ou mais
substâncias” e que sempre vão se apresentar límpidas independente de
coloração clara ou escura!
Exemplificando: A solução de KMnO4 é escura, não dá para enxergar
através dela, porém não apresenta material particulado.
 Salientar que as soluções a serem preparadas na aula (NaOH e HCl)
irão ser padronizadas na próxima aula.
 Enfatizar a importância da padronização de soluções cujos sais não são
padrões primários.

79
Exemplificando:
o NaOH não é um padrão primário; é muito higroscópico. Diante disso, é
desnecessário o uso de balança de 4 casas decimais para pesar tais
substâncias, pois não se pode garantir a estabilidade da massa pesada.
o HCl em seu estado normal é gasoso. Assim que se abre o frasco do HCl
concentrado, ocorre volatização de HCl.
o Diante disso, as soluções dessas substâncias devem ser padronizadas.

 Iniciar a prática fazendo os cálculos necessários para o preparo das soluções.

 Salientar que normalmente utiliza-se concentração de uma solução em mol L-1,


conhecida como concentração em quantidade de matéria, e também como
concentração molar.

 Cálculo do pH → pH = -log[H+]

 A água se auto ioniza formando H3O+ e OH-.


2H2O H3O+ + OH-
Produto iônico da água: Kw = [H3O+][OH-] = 10-14
A constante de ionização da água:

 NaOH é uma base forte, dissocia-se completamente em água. Ao se


adicionar base a concentração de OH- aumenta e o meio fica básico.
+ - -
NaOH(aq) → Na (aq) + OH (aq) , logo [OH ] = [NaOH]
+ -
pH = - log [H3O ] pOH = - log [OH ] pH + pOH =14
-
pH =14 + log [OH ] → pH = 14 + log 0,1→ pH = 14 – 1 → pH = 13

80
 HCl é um ácido forte, ioniza-se completamente em água. Ao se adicionar
ácido a concentração de H3O+ aumenta e a de OH- diminui e o meio fica
ácido.
+ - +
HCl(aq) → H(aq) + Cl (aq) , logo [H ] = [HCl]
+
pH =- log [H ] → pH = - log 0,1→ pH = 1 → pOH = 13

81
4. Parte Experimental

Procedimento 1: “Preparo de 250 mL de solução 0,10 mol L-1 de NaOH”

 Orientar que a massa deve ser calculada primeiro.

Cálculo da massa: volume a ser preparado: 250 mL (0,250 L)

0,10 mol ─ 1 L

x mol ─ 0,250 L → x = 0,025 mol

1 mol NaOH ─ 40 g

0,025 mol ─ x g → x = 1,0 g NaOH

Deve-se pesar aproximadamente 1,0 g NaOH em um vidro de relógio e dissolver todo o NaOH em
um béquer de 100mL com quantidade suficiente de água (cerca de 50 mL). Não encher todo o
béquer, pois o volume será completado no balão volumétrico. Transferir a solução quantitativamente
para um balão de 250 mL, utilizando bastão de vidro, e completar o volume até atingir o menisco
inferior na linha referencia do balão. Completar o volume com quantidade suficiente de gotas de
água. Tampar e homogeneizar. Armazenar em um frasco.

Procedimento 2: “Observação qualitativa do pH”

 Separar cerca de 3mL da solução em um béquer e fazer os testes.

 Verificar o pH da solução preparada utilizando papel indicador universal.


R: Comparar o resultado obtido com o calculado.
+ - -
NaOH(aq) → Na (aq) + OH (aq) , logo [OH ] = [NaOH]
+ -
pH = - log [H ] pOH = - log [OH ] pH + pOH =14
-
pH =14 + log [OH ] → pH = 14 + log 0,1→ pH = 14 – 1 → pH = 13

 Mergulhar o papel de tornassol na solução de NaOH e verificar a cor


resultante.

82
R: O papel tornassol azul permanecerá azul, porém o vermelho ficará azul em
solução básica.

 Adicionar fenoftaleína.
R: A solução de NaOH apresentará cor rósea, confirmando o caráter básico da
solução.

Procedimento 3: “Preparação de 100 mL de solução 0,10 mol L-1 de HCl”


`

1°) Calcular a massa de HCl: volume a ser preparado: 100 mL (0,100 L)

0,10 mol ─ 1 L

x mol ─ 0,100 L → x = 0,010 mol

1 mol HCl ─ 36,5 g HCl

0,010 mol ─ x g → x = 0,36 g HCl

2º) Verificar a pureza do HCl:


Rótulo: HCl p.a. pureza 37% p/p densidade 1,19 g/mL
37% p/p: Em 100 g de HCl concentrado tem 37 g de HCl puro.
100 g HCl conc ─ 37 g de HCl puro
x g ─ 0,36 g HCl puro → x = 1,0 g HCl conc.

Atenção: Não se deve pesar HCl em balança! Utilizar a densidade para calcular o volume a ser
medido.

3º) Usando a densidade do HCl:


Densidade HCl = 1,19 g/mL
1,0 g HCl = 0,80 mL HCl conc.
R: Medir 0,80 mL de HCl concentrado. Medir esse volume na bureta dentro da capela de exaustão.

4º) Preparando a solução:


Adicionar o ácido sobre a água, lentamente. Não verter água sobre ácido, pois pode ferver e
respingar - reação exotérmica. Transferir para um balão volumétrico de 100 mL e completar o
volume cuidadosamente.

83
Procedimento 4: “Observação qualitativa do pH da solução 0,1 mol L-1 de HCl”

 Cálculo do pH: pH = -log

 Verificar o pH da solução preparada utilizando papel indicador universal.


R: Comparar o resultado obtido com o calculado.

 Mergulhar o papel de tornassol na solução de HCl e verificar a cor resultante.


R: O papel tornassol vermelho continuará vermelho. Porém o papel de
tornassol azul ficará vermelho em solução ácida.

 Adicionar fenoftaleína.
R: A solução de HCl continuará incolor, confirmando o caráter ácido da
solução.

84
Experiência 10

Padronização de Soluções

Ácidas e Básicas

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Importância da análise volumétrica: determinação de concentração
desconhecida de uma solução, utilizando uma solução de concentração
exatamente conhecida (solução padrão).
 Ponto final teórico da titulação: ponto estequiométrico.
 Visualização do ponto final da titulação: mudança visual produzida pela
substância padrão ou pelo indicador.
 O indicador e as condições experimentais devem ser selecionados de modo
que a diferença entre o ponto final visível e o ponto de equivalência seja tão
pequenas quanto possível.
 Precisão dos métodos volumétricos;
 Requisitos para emprego dos métodos volumétricos;
 Classes de reações empregadas na análise:
o Aquelas em que nenhuma mudança de estado de oxidação ocorre;
estas são dependentes da combinação de íons.
o Reações de oxidação-redução; estas envolvem uma mudança de
estado de oxidação ou, para se dizer de outro modo, a transferência
de elétrons.
Exemplificar:
1. Reações de neutralização (acidimetria e alcalimetria).
2. Reações de oxidação-redução.

85
 Definir solução-padrão.
 Realçar os requisitos de uma substância padrão primário:
o Inalterável ao ar durante o processo de se medir a massa (não
higroscópica, não oxidável, não afetada pelo dióxido de carbono).
o Quantidade total de impurezas não deve exceder a 0,01 – 0,02 por
cento.
o Deve apresentar precisão da massa medida de, ordinariamente, 0,1
– 0,2 mg.
o Ser prontamente solúvel sob as condições em que é utilizada;
o A reação com a solução padrão deve ser estequiométrica e,
praticamente, instantânea. O erro de titulação deve ser desprezível,
ou fácil de ser determinado experimentalmente.
o É difícil de se obter um padrão primário.
o Exemplo de padrão primário utilizado em reações ácido-base para se
determinar a concentração de uma solução básica: hidrogenoftalato
de potássio (Figura 1).

 Salientar as características principais dos indicadores de neutralização:


A mudança de uma cor ácida para uma cor alcalina não é súbita e abrupta,
mas ocorre no intervalo de mudança de cor do indicador (usualmente de duas
unidades de pH), em um pH próximo do ponto de equivalência. Importância da
escolha conveniente do indicador.
O

O H

O
+
O K

Figura 1. Estrutura do hidrogenoftalato de potássio (Biftalato de potássio).

2. Objetivo
Empregar o método volumétrico para se determinar a concentração exata em
quantidade de matéria das soluções de ácido clorídrico e hidróxido de sódio.

86
3. Estratégias:
 Realçar as características principais das soluções de ácido clorídrico e
hidróxido de sódio preparadas em aula.
 Destacar, no quadro negro, a reação de hidróxido de sódio com o padrão
primário hidrogenoftalato de potássio (biftalato de potássio);

[NaOH] = ?

 Destacar as principais características do biftalato de potássio como padrão


primário (estável, não oxidável ao ar, não higroscópico, massa medida
precisa e estável, etc.).
 Ressaltar que as soluções padrões alcalinas não devem guardar-se em
frascos de vidro. Os hidróxidos de sódio e potássio atacam o vidro e
dissolvem a sílica com formação de silicatos solúveis.
 O reagente mais empregado no preparo de soluções padrões alcalinas é o
hidróxido de sódio, porém não é um padrão primário. A solução tem de ser
padronizada contra reagentes ácidos, como hidrogenoftalato de potássio,
hidrogenodiiodato de potássio e ácido benzóico. As soluções padrões
alcalinas são razoavelmente estáveis, salvo no que diz respeito à absorção
de dióxido de carbono da atmosfera.

4. Parte experimental:

Procedimento 1: “Padronização da Solução de NaOH com Solução Padrão de


Hidrogenoftalato de Potássio”

87
 Salientar a necessidade de fazer ambiente nas vidrarias antes de iniciar
a titulação (bureta e pipeta). Destacar que não se deve fazer ambiente
no erlenmeyer. Demonstrar como o ambiente deve ser feito.
 Pipeta: Deve estar seca. Se estiver molhada fazer ambiente antes de
utilizá-la.
 Bureta: Fazer ambiente e completar o volume com a solução de padrão
primário. Checar a vazão e verificar se não há bolha de ar. Completar o
volume novamente. Orientar a forma correta de titular: mão esquerda na
bureta e mão direita no erlenmeyer, agitando constantemente e
energicamente. Prenda a bureta em suporte apropriado, como indicado
na Figura 2.

Figura 2

 Torneira de bureta:
o posição horizontal: fechado.
o posição vertical: aberto

 Erlenmeyer: nunca fazer ambiente, para evitar erro de titulação.


 O biftalato de potássio vai ser neutralizado pelo NaOH.
 No final da titulação todo o ácido terá sido consumido (ponto de
equivalência ou ponto estequiométrico).
 O indicador escolhido (fenoftaleína) vai virar bem próximo do ponto de
equivalência teórico.

88
 Mudança de cor durante a titulação: deve-se fechar imediatamente a
torneira da bureta e anotar o volume gasto.

Calculo da concentração de NaOH:


 Fazer 3 titulações e tirar a média. A diferença entre cada titulação não deve
ser superior a 0,1 mL.
 NaOH é um padrão secundário e será utilizado na padronização da solução
de HCl.

Considerando 3 valores de titulação do biftalato de potássio com NaOH:


V1 = 10,70 mL; V2 = 10,70 mL; V3 = 10,75 mL

Observando a reação estequiométrica:


KHC8H4O4 + NaOH KNaC8H4O4 + H2O

quantidade de matéria de NaOH = quantidade de matéria de KHC8H4O4


quantidade de matéria (n): n = C(mol L-1) x V(L)
[KHC8H4O4] = 0,100 mol L-1
V(KHC8H4O4) = 10,00 mL = 0,01000 L
0,100 mol KHC8H4O4 ─ 1000 mL
x mol ─ 10,00 mL → x = 0,001 mol
[NaOH] = ?
V(NaOH): será o volume obtido em cada titulação.

C1NaOH = n° mols NaOH consumidos na titulação = 0,001 mol = 0,0934 mol L-1
V1NaOH (L) 0,01072 L
-1
C1NaOH = 0,0934 mol L
Calcular C2 e C3. Determinar a Cmédia e o desvio obtido para a concentração de
NaOH.

Procedimento 2: “Padronização da Solução de HCl com Solução Padronizada


de NaOH”

Reação de neutralização de um ácido forte com base forte.

89
 A fenoftaleína tem ponto de viragem entre pH 8,3 e pH 10,0. Uma gota
colocada no P.E. vira a cor para rosa claro. Anotar o volume da solução de
NaOH adicionado. Repetir mais duas vezes a titulação.
 Tirar a média dos volumes da solução de NaOH gastos. Estes volumes não
devem diferir de mais de 0,1 mL. Se as diferenças forem maiores que 0,1 mL
as titulações devem ser repetidas.
 Com os dados obtidos calcular a concentração, em quantidade de matéria, da
solução de HCl. Fazer os cálculos com o volume do HCl para calcular a
concentração de HCl.

Exemplificando a titulação do HCl com NaOH:


V1 = 11,85 mL V2 = 11,90 mL V3 = 11,90 mL

Observando a reação estequiométrica: HCl + NaOH → NaCl + H2O


n° mols do padrão NaOH = n° mols HCl

[NaOH] obtida = 0,0934 mol L-1


V1(NaOH): 11,88 mL

0,0934 mol ─ 1000 mL


-3
x mol ─ 11,88 mL → x = 0,00111 mol = 1,11 x 10 mol de NaOH em V1

[HCl] = ?
n° mols HCl = n° mols do padrão NaOH = 1,11 x 10-3 mol de HCl.
VHCl = 10 mL = 0,01000 L
C1HCl = n° mols HCl = 1,11 x 10-3 mol = 0,111 mol L-1
VHCl (L) 0,01000 L
Calcular C2 e C3. Determinar a Cmédia e o desvio obtido para a concentração de
HCl.

90
Experiência 11

Obtenção, Dosagem e Solubilidade

do Iodo

Plano de aula

1. Ponto de partida:
 Destacar as características do iodo:
o é um ametal;
o no seu estado fundamental apresenta cor cinzenta’
o sublima facilmente e na forma gasosa apresenta cor violácea.
 Salientar que a obtenção industrial do iodo é feita a partir de iodato de
sódio contido no salitre do Chile. É pouco solúvel em água, mas é
solúvel em solução de iodeto e em muitos solventes orgânicos, como o
éter e o tetracloreto de carbono.
 Destacar o uso do iodo:
o Germicida, anti-séptico, indústria de couros, corantes e produtos
farmacêuticos.
o Importância biológica. Nos seres humanos, sua falta ou excesso
causa disfunções, principalmente relacionadas com a tireóide.
 Destacar a obtenção do iodo em laboratório: reação entre acido
sulfúrico, dióxido de manganês e iodeto de potássio.

2. Objetivo
Realizar a obtenção, a dosagem e os testes de solubilidade do iodo.

91
3. Estratégias:
 Destacar no quadro negro a equação molecular para obtenção do iodo:

 Salientar que é uma aula que envolve síntese, dosagem e


caracterização (ensaio de solubilidade);
 Destacar que a dosagem do iodo pode ser feita a partir da iodometria;
 Salientar que a solubilização do iodo sólido é feita utilizando-se iodeto
de potássio:

Equação 1:

 I2(s) é apolar. Apresenta ligações intermoleculares (ligações fracas de


Van der Waals). O iodo é pouco solúvel em água.
 Apesar do I2(s) ser apolar e a água polar, a reação da Equação 1 ocorre
porque ao adicionar-se KI há formação de triiodeto, cujas ligações são
do tipo íon-dipolo induzido, o que torna possível a solubilização do iodo.
 A dosagem do iodo sintetizado é feita por titulação pela redução do I 2(s)
pelo Na2S2O3 (tiossulfato de sódio);
 A suspensão de amido é útilizada para visualização do ponto final da
titulação.

Equação 2:

92
4. Parte experimental:

Procedimento 1: ”Obtenção do Iodo”

 Orientar que o balão A não deve encostar


no balão B, a fim de evitar perda.
 Certificar se a tampa do balão A está bem
fechada para evitar perda de gases
durante o processo de ebulição.
 Advertir sobre o cuidado de verter o ácido
sobre a água, durante o preparo da
solução de H2SO4 1:1.
 Observar as cores dos vapores de iodo e a cor do iodo sólido.
 Assim que cessar a formação de vapor de iodo, desligar o aquecimento.
 Destacar que o iodo é obtido puro no balão B devido à propriedade de
sublimação.
 Aguardar o resfriamento completo para desmontar o sistema de destilação
e dar prosseguimento ao procedimento 2.

Procedimento 2: “Preparo da solução de iodo/iodeto”

 Após adicionar água no balão B, que contém o iodo sólido obtido, observa-
se a formação de uma solução amarronzada e, também ainda a presença
de iodo sólido, devido a baixa solubilidade do iodo (apolar) em água (polar).
A pequena fração solubilizada é justificada pela interação intermolecular do
tipo dipolo-dipolo induzido.
 Ao se adicionar KI observa-se que todo o iodo sólido solubiliza-se, devido à
formação do complexo I3- (triiodeto), cujas forças intermoleculares
predominantes em solução são do tipo íon-dipolo, que favorecem a
solubilização do iodo sólido em água.

93
Procedimento 3: “Ensaios de solubilidade”

 Serão realizados testes de solubilidade com a solução de iodo preparada


anteriormente e com iodo sólido em diferentes tipos de solventes;

 Os alunos devem interpretar em termos de forças intermoleculares;

Teste 1: “Adição de hexano à solução de iodo”

 Ao se adicionar hexano à solução aquosa de iodo, o sistema apresenta


duas fases distintas. O hexano é uma substância orgânica de grande
caráter apolar, enquanto que a água é uma substância altamente polar.
Essa diferença de polaridade impede sua interação, resultando em uma
não-miscibilidade das fases. Ocorre um processo de extração por
separação de fases líquido-líquido.

 Observa-se que o hexano adicionado à solução de iodo permanece na fase


superior, sendo este então a fase menos densa. O hexano apresenta uma
coloração rósea, enquanto a solução aquosa uma coloração amarela. Há
transferência de iodo da fase aquosa (polar) para a fase orgânica (apolar).
Isso ocorre devido aos diferentes coeficientes de partição, ou às diferentes
solubilidades do iodo nas duas fases. As interações dipolo-induzido entre o
iodo e o hexano são mais intensas do que as interações dipolo-induzido
formadas na solução aquosa. Assim, a maior parte do iodo presente na
solução aquosa migra para o hexano.

Teste 2: “Adição de hexano ao cristal de iodo”

 Observa-se que o cristal de iodo (apolar) solubiliza-se rapidamente em


hexano (apolar), devido às interações intermoleculares formadas do tipo
dipolo induzido-dipolo induzido. A solução apresenta coloração violácea.

94
Teste 3: “Adição de acetona ao cristal de iodo” e de “etanol ao cristal de iodo”

 Observa-se que a solubilização do cristal de iodo (apolar) em solventes


polares (acetona, álcool) ocorre devido à interação dipolo induzido-dipolo,
resultando em uma solução de coloração amarronzada e avermelhada,
respectivamente.

Procedimento 4: “Dosagem do iodo”

 O doseamento da concentração de iodo produzida será determinado por


titulação da solução de iodo (titulação iodométrica).
 Será utilizada a solução padrão de Tiossulfonato de sódio a 0,0100 mol L-1
para titular a solução de iodo;
 Titular lentamente até o aparecimento de uma coloração amarelo pálido, a
fim de garantir de que todo ou quase todo o iodo foi consumido na reação,
conforme a equação abaixo:

 Nesse momento deve-se adicionar a dispersão de amido. O amido funciona


como indicador da reação, pois forma um complexo com o iodo.
 Titular lentamente até ocorrer o descoramento total da solução de iodo;
 Calcular:
o a concentração, em quantidade de matéria, da solução de iodo
preparada;

o a massa total de iodo obtido;

o o rendimento da reação.

95
Cálculos:

4.a) Concentração do I2 em mol L-1 na solução preparada:

Considerando os valores de três titulações com a solução de Na2S2O3 a 0,0100 mol L-1
pode-se determinar a concentração de iodo na solução.
V1 = 18,60 mL V2 = 18,65 mL; V3 = 18,70 mL

Quantidade de matéria (n): n = C(mol L-1) x V(L)

Observando a reação estequiométrica:

CNa2S2O3 = 0,0100 mol L-1 (conferir concentração com a rotulada no frasco)


V1(Na2S2O3) = 18,65 mL
0,0100 mol Na2S2O3 ─ 1000 mL
-4
x mol ─ 18,65 mL → x = 0,000186 mol = 1,86 x 10 mol
quantidade de matéria de I2 = quantidade de matéria do padrão Na2S2O3
n° mols I2 = n° mols do padrão Na2S2O3
1 mol I2 = 2 mol Na2S2O3
-4 -4
x mol I2 = 1,86 x 10 mol Na2S2O3 → x = 0,00009325 = 0,932 x 10 mol

[I2] = ?
V(I2) = 20,00 mL
-4
0,932 x 10 mol I2 ─ 20,00 mL I2
-3
x mol I2 ─ 1000 mL I2 → x = 4,66 x 10 mol I2

-3 -1
C1iodo = n° mols I2 = 0,0000932 mol I2 = 4,66 x 10 mol L
V(iodo) 0,02000 L

A concentração em quantidade de matéria da solução de iodo foi de 4,66x10-3 mol L-1


de iodo para V1. Calcular C2 e C3. Determinar a Cmédia e o desvio obtido para a
concentração de I2.

4.b) A massa total de iodo obtida:

96
O iodo sólido obtido no balão B foi transferido para um balão volumétrico de 250 mL.
Em V1: 4,66 x 10-3 mol I2 ─ 1000 mL
x mol I2 ─ 250,0 mL → x = 0,00117 mol
-3
x1 = 1,17 x 10 mol I2 em 250,0 mL de solução.

Massa molecular I2 = 253,8 g mol-1


253,8 g I2 ─ 1 mol
m1(g) ─ 0,00117 mol I2 → m1= 0,296 g I2

Calcular m2 e m3. Determinar a mmédia e o desvio obtido para a massa de iodo


obtida experimentalmente.

4.c) O rendimento da reação:

Destacar a massa de I2 que deveria ser obtida teoricamente:

2 mol KI ─ 1 mol I2
332 g KI ─ 254 g I2
0,50 g KI ─ X g I2 → x = 0,38 g I2 (100%)

Rendimento experimental:

0,38 g I2 ─ 100% rendimento


mmédia (g) I2 ─ x% rendimento → x = 77,8 % = 78% de rendimento

O rendimento da reação obtido foi de 78 %.

97
Referências bibliográficas:

UFMG, 2008. Apostila de Práticas de Química Geral. 89 p.

FELTRE, Ricardo. Química Geral I e II. São Paulo: Moderna, 2004. 384 p.

SILVA, Paulo Furtado da. Introdução à corrosão e proteção das superfícies


metálica. Belo Horizonte: Imprensa Universitária da UFMG, 1981. 357p.

98

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