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II O MINISTÉRIO SACERDOTAL
2.1 Etimologia, história, pluralismo terminológico
a) Origem do termo “ministério”
b) A “ministerialidade” e o sacerdócio de toda a Igreja (cf PO 2)
c) O pluralismo terminológico dos ministérios
2.2 O ministério e as funções dos presbíteros
a) Ministro da palavra de Deus (cf Texto de At 20, 32/Ef 3, 7)
b) Ministro da santificação com os sacramentos
c) Guia e educador do povo de Deus
A espiritualidade a vida segundo espírito de Deus (Rm 8,14). A plenitude da espiritualidade é estar em
perfeita comunhão com Deus, mas que nesse mundo se dá nessa tensão entre Adão e Cristo que residem
em nós. Logo, todo cristão é chamado a viver de modo espiritual, ou seja, viver segundo o Espírito Santo. A
palavra espiritualidade significa o modo particular que todo batizado vive a sua relação com Deus que é
tipificado pela filiação no batismo, porque ninguém pode dizer “Pai” a não ser no Espírito Santo. Essa
espiritualidade deve abarcar o sujeito na sua totalidade, ou seja, na sua maneira de ser, pensar e agir (vida
social, eclesial e particular). Cada um dentro do sue estado de vida.
Hoje é possível falar com naturalidade perante o desenvolvimento da Teologia porque além do sacerdócio
ministerial e batismal há muitas outras expressões. Assim, a espiritualidade é um modo de vivência
segundo o Espírito Santo no sentido singular, mas a espiritualidade no plural (2Cor 12): todos somos filhos
de Deus – sacerdócio batismal; sacramento da ordem – sacerdócio ministerial. Essa diversidade pode ser
sacramental (matrimônio, batismo, ordem), local (orientais e ocidentais) e carisma (religioso, secular).
a) Origem do termo “espiritualidade”: Os termos “Spiritus”, “Pneuma” e “Ruáh” todos significam hálito de
vida (vitalidade Gn 2,7) um ser vivente, assim, a espiritualidade está na base do ser humano, é isso o que
coloca como superior (de modo positivo) a todos os animais. O aspecto da espiritualidade Sl 8, pouco
abaixo de Deus o fizeste, se referindo ao homem. Se o homem tem uma espiritualidade é porque um pouco
de Deus o homem tem isso porque só Deus é Espírito. Isso determina sua intima vocação, sua relação com
Deus.
c) A distinção entre espiritualidades: A distinção se dá por diversos fatores: geográfico, histórico e cultural;
e a distinção pela missão de cada um na Igreja. Há também uma distinção de carisma fundada em um único
fundador, por isso se fala da espiritualidade franciscana, marionita, tomista. Essa distinção não diverge e
nem fere a unidade da Igreja. Os papas afirmam que Deus dá os santos em cada época de acordo com a
necessidade da Igreja. Tendo os fundamentos elementos da espiritualidade cristã mesmo tendo suas
particularidades.
Há também uma distinção a partir da missão e da vocação, tais como a espiritualidade: laical, sacerdotal,
religiosa e matrimonial. O primeiro elemento de distinção está no sacramento no batismo e sacerdotal, a
partir desta distinção de unidade primaria que se há firma todas as demais distinções de espiritualidade. O
sacerdócio é o maior de todos os carismas.
Por isso, há três elementos dos princípios gerais da distinção de vocações e comunhão da Igreja:
1) Todo cristão é chamado a santidade e a uma vida de autêntica de espiritualidade, mas essa
autenticidade não pode se privar de outros para a salvação. LG 32 – a Igreja é santa e todos são
chamados a santidade;
2) As diversas vocações se caracterizam a vida da Igreja, mas não esgotam toda a vocação, há
realidades que não comportam a essas vocações mais conhecidas (sacerdotal, laical, religiosa);
3) Se um leigo é chamado a santificação do mundo, logo a realidade terrena tem uma valência e
validade teológica, há uma valor cristão no mundo.
I O SACERDÓCIO MINISTERIAL
c) O sacerdócio de Cristo no tempo: o cristão não está em condição de realizar tal mediação, senão unido
a Cristo, antes, só pode realiza-la através de Cristo, já que Ele é o único mediador. É por isso que na
economia da salvação, além do sacerdócio comum e ao seu serviço, há um sacerdócio que é sacramento
daquela necessária mediação de Cristo. O ministro, com a sua ação, instrui, guia e santifica os fiéis a fim
que desenvolvam, em união com Jesus, a mediação sacerdotal em meio ao mundo. O sacerdócio de Cristo
é o caminho inverso do sacerdócio de Israel, na qual Cristo não só entra para dar acesso, mas que inaugura
o sacerdócio com a encarnação de estar envolvido com os homens e próximos de Deus.
O cristão, o batizado, não se dá a si mesmo a comunhão com Deus, não é Ele a criar a união com Deus,
antes a recebe de Cristo. Neste sentido, podemos dizer que Cristo se encontra no cristão, enquanto vida já
comunicada no batismo e nos sacramentos, e diante do cristão, enquanto fonte daquela vida, daquela
união entre Cristo e o cristão se insere o sacerdócio ministerial. Cada sacerdote é isto: ministro,
instrumento do qual se serve o Senhor para fazer-se presente na Igreja e comunicar a sua vida. PDV 15:
A dupla oferenda do sacerdotes: a eucaristia e a oferta dos povos e nações.
Compreendemos então que o ministério, a função sacerdotal não é simplesmente o fruto de um cargo
recebido pela comunidade (ideia protestante), mas é consequência de um rito sacramental no qual Cristo,
Cabeça e Pastor da Igreja, toma posse da pessoa ordenada e a constitui seu ministro e ser representante
para comunicar a sua vida à comunidade cristã. Certamente, neste agir do ministro em nome in persona
Christi, Cabeça e Pastor há graus diversos: o ponto máximo desta representação se encontra nos ritos
sacramentais, que não são “atos do ministro‟, mas “atos de Cristo‟ através do ministro.
II O MINISTÉRIO SACERDOTAL
Poderia parecer que “sacerdócio ministerial” e “ministério sacerdotal” sejam sinônimos, mas na realidade
não o são. No jogo das palavras se trocam de posição o substantivo – que indica a realidade essencial – e o
adjetivo – o qual exprime o aspecto qualificante. Ambas expressões coincidem no significar a “profissão” do
sacerdote e os “ministérios” sacerdotais, mas enquanto “sacerdócio ministerial” exprime o fato de ser
sacerdote (se sublinha o ser do sacerdote), “ministério sacerdotal” faz referência às suas atividades e ou às
suas funções próprias (se ressalta o agir e o fazer do sacerdote).
a) Origem do termo “ministério”: O sufixo latino ter serve para por em contraste dois conceitos ou
realidades. Por exemplo, noster/vester (nosso/vosso), magis-ter/minus(i)s-ter (aquele que é o chefe; e
aquele que é o servidor). os chefes se chamavam magister e os seus ajudantes os servidores, ministri. O
sacerdote é o minister, ou seja, aquele que é um servidor do magister, preparando a vítima para o
sacrifício.
b) A “ministerialidade” e o sacerdócio de toda a Igreja (cf PO 2): O sacerdócio e o ministério são dois
aspectos ou elementos que definem toda a Igreja, seja na Cabeça seja nos membros do seu corpo.
Jesus é o ministro por excelência, a origem da ministerialidade de toda a Igreja e modelo dos seus
ministros. Ora, a ministerialidade e o sacerdócio de Cristo se estendem a todo o seu Corpo Místico – a
Igreja --, embora nem todos participem de tais realidades do mesmo modo (todos são ministros, mas cada
um a seu modo, na qual se diverge entre sacerdócio ministerial e batismal). Os apóstolos são constituídos
na ordem do episcopado, ou seja, a totalidade do sacerdócio; cooperadores do ministério episcopal (tem o
problema dos bispos que colaboram com outros bispos). Primeiro o sacerdócio batismal, e depois o
ministério sacerdotal (episcopado, sacerdotes e diaconato); é colocado o sacerdócio batiamsl porque o
ministério sacerdotal está a serviço dos batizados (por meio do múnus de santificar, ensinar e guiar), mas
seu ponto alto do MS é a oferta do sacrifício da eucaristia . PDV – continuação, derivação e participação do
sacerdócio de Cristo.
c) O pluralismo terminológico dos ministérios: os diversos nomes utilizados nos primeiros dois
séculos para exprimir os diversos conceitos, mas sempre com a ideia de permanência, Não há,
portanto, o uso unívoco dos termos. Já se tem uma relação daqueles que apascentam e são
apascentados, não pelo domínio de poder (sacro-domínio), mas pelo serviço (sacro-serviço):
Os chefes das igrejas locais ou bispo são : os apóstolos (com minúscula: assim Barnabé é
apresentado como “apóstolo juntamente com Paulo” em ICor 9, 5 e At 14, 4; os
subordinados de Paulo como Timóteo em Éfeso, e Tito em Creta); as pessoas confiáveis
para o ensino [os lábios do sacerdote procura o ensinamento] (IITm 2, 2).
Os membros do colégio dirigente das comunidades locais são : os epískopoi (inspetores)
de Filipos (Fl 1, 1) e de Creta (Tt 1, 7); os presbíteros em Jerusalém (At 11, 30); diretores-
guias, presidentes, primícias. Como se vê, há muitos termos para exprimir a mesma
realidade.
Embora os termos “sacerdote” e “leigos” não estão presentes nos documentos e nos escritos
daquele tempo, isto não nos autoriza a pensar que não existisse o sacerdócio ministerial nem o
laicato, antes do ano 200 d.C. O sacerdócio ministerial foi uma transposição terminológica
daquilo que já existira em Cristo, único e sumo sacerdote do sacrifício redentor da Cruz, que se
perpetua na Eucaristia. Com outras palavras, os chefes das comunidades cristãs tinham as
mesmas tarefas antes e depois de serem chamados “sacerdotes”, a partir da segunda metade do
séc. II. Sua função não mudou, só ouve uma precisão terminológica, mas não de função.
Se o sacerdote representa Cristo, repropõe Cristo em meio aos homens, então a sua atividade
consiste no fazer aquilo que Ele fez: ensinar (papel magisterial), perdoar os pecados (santificar) e
guiar às pastagens a sua grei (governar). PO 1: O sacerdote participa do ministério de Cristo (a
serviço de Cristo, mestre) e em colaboração com bispo (ele outorga a faculdade do exercício desse
poder, mas o poder está em Cristo, dado a Igreja).
a) Ministro da palavra de Deus (cf Texto de At 20, 32/Ef 3, 7): A representação da mensagem
evangélica é para a Igreja um dever derivado do mandato do Senhor Jesus. Sujeito da
evangelização é a inteira Igreja e, portanto, essa diz respeito a todos os batizados. (PO 2/a). São
João Paulo II é mais explícito na Carta Enc. Redemptoris missio n. 90: “O chamado à missão
deriva de per si do chamado à santidade. Neste processo o presbítero é aquele que ocupa a
condição de agir como cabeça, na e com a autoridade de Cristo sacerdote. (PO n. 4/a).
Colocam-se, então duas exigências ao ministério presbiteral. Há, em primeiro lugar, o caráter missionário
da transmissão da fé. O ministério da palavra não pode ser abstrato ou distante da vida das pessoas (uma
pregação contextualizada) Evangelii Nuntiandi, n 41 “a importância do testemunho”.
A) Doutrina patrística sobre a espiritualidade sacerdotal: Não há aqui uma elaboração completa e
sistemática sobre o sacerdócio, mas isso não significa que não havia. Com poucos escritos dessa época
nesse sentido aparece a imagem de Cristo, bom pastor (guiar e mediador do rebanho) e apóstolos (ser
imitador dos apóstolos como eles são de Cristo).
> As Cartas de Santo Inácio de Antioquia (+- 150): Ele apresenta o bispo como se fosse um
governante e os padres como colaboradores, sem unidade no presbitério não há unidade na Igreja.
> São Gregório Nazianzeno (329-390): É um texto mais esquematizado que aparece: o
sacerdote participa do sacerdócio de Cristo, que o sacerdote é o cooperador de Cristo na obras e
méritos da redenção.
> Santo Ambrósio (333-397): Foi um autêntico sacerdote que na sua obra (do oficio dos
ministros) tem algumas normas pastorais exigentes dos seu tempo, normas litúrgicas e orientações
morais. Já há uma exigência de santidade por meio dos sacerdote.
> São João Crisóstomo (344-407) escreveu a obra “Sobre o sacerdócio”, em seis
livros. Com a obra mais lida antiguidade que é um diálogo com Ambrósio falando sobre as
qualidades e instrumentos para a ordem do episcopado. Todas as virtudes sacerdotais estão
atreladas a caridade (o termo caridade pastoral é atual).
> Santo Agostinho (345-430) Seu resumo do sacerdote para Santo Agostinho é um
ofício do amor, aqueles que anuncia a Deus por interesse de Deus e não por interesse próprio
(mercenários). Isso requer um estilo de vida apostólico e uma vida comunitária (fazendo com que os
seus padres vivessem com ele).
> São Jerônimo (342-420): Não basta ter um estilo de pobreza, mas que se transforme
em obras de caridade, se apegando a Sagrada Escritura e Sagrada Tradição.
> A Regra Pastoral do Papa São Gregório Magno (540-604): A palavra deve ser
meditada por aquele que prega.
b) A vida sacerdotal no período medieval: No final do primeiro milênio e ao início do segundo houve no
sacerdócio uma perda do espírito de imitação da vida dos apóstolos, o que podemos denominar como
decadência da vida apostólica, marcado pela processo de decadência e de secularização. Século de
chumbo = Diante da decadência se inicia um esboço de uma realidade sacerdotal mais fomrla com
os seminários.
b) Figuras e doutrina sacerdotal antes do Vaticano II: Tempo de muito florescimento, mas com
muitas contradições. No sec. XVIII teve canonização como fruto dos séculos anteriores. SJMV
é um modelo a ser imitado. Em síntese, no período precedente ao Vaticano II houve um
renascimento sacerdotal, graças à teologia e a uma renovação da vida sacerdotal, que permitiu a
passagem aos aprofundamentos conciliares. É preciso também constatar que nos anos
imediatamente precedentes ao Concílio houve alguns fermentos negativos: a procura de uma
eficácia imediata e de aggiornamento numa sociedade em contínuo progresso preparava na
sombra uma crise inesperada que se tornou clara ao final do próprio Concílio.
c) O Concílio Vaticano II e o pós-concílio: Os três documentos que tratam do
sacerdócio (os decretos Presbyterorum ordinis, sobre a vida e o ministério dos
presbíteros fala da plenitude do sacerdócio; Optatam totius, sobre a formação dos
futuros sacerdotes; e Cristus Dominus, sobre o ofício pastoral dos bispos) foram
promulgados durante a quarta e última seção do Concílio (final de 1965).
PO podem ser resumidas nos seguintes pontos:
1º “Os sacerdotes são (...) instrumentos vivos de Cristo eterno sacerdote” (PO 12):
então, identidade como participação à consagração e missão de Cristo; consagração
como dedicação completa;
2º “Os presbíteros alcançam a santidade no seu modo próprio se no espírito de
Cristo exercerem as próprias funções com empenho sincero e incansável” (PO 13):
espiritualidade no exercício do ministério;
3º “Praticam a ascética própria do pastor de almas” (PO 13): atitude de serviço e
fisionomia da caridade pastoral com as virtudes concretas do Bom Pastor.
a) Gênesis do decreto e o influxo da Lumem Gentium: Que se tornou o PO, tendo como base
no n. 28 da LG; CD e OT. O processo de redação da PO sofreu influxo das discussões dos outros
documentos que já haviam sido aprovados (em particular, da constituição sobre a Igreja, Lumen
Gentium; do decreto sobre o ofício pastoral dos bispos, Christus Dominus; do decreto sobre a
formação sacerdotal, Optatam totius; e do decreto sobre a atividade missionária da Igreja, Ad
gentes). De fato, o n. 28 da LG oferece a doutrina basilar sobre o sacerdócio: a natureza colegial e
o ponto de encontro das relações eclesiais (com o bispo, com os outros presbíteros, com os leigos,
com os não católicos) no qual o presbítero exercita o seu ministério.
Esta ideia podemos condensá-la em duas expressões: “consagração para a missão” e “inteira atividade
ministerial endereçada à Eucaristia”. No presbítero como em Cristo “que o Pai santificou e enviou ao
mundo” (Jo 10, 36), a consagração (dimensão cultual) é para a missão (dimensão evangelizadora), esta
última é condicionada pela primeira. Pela sua consagração o sacerdote, no culto, pode oferece os homens
a Deus como oferta agradável; pela sua missão, na evangelização, podem oferecer Jesus Cristo aos homens.
A igreja protestante tirou a eucaristia e sacerdócio, por isso fica difícil estabelecer e definir o que é
igreja sem a visão dessas duas realidades que estão interligadas com a Igreja. Não existe Igreja
sem sacerdotes e não há sacerdotes sem a Igreja. Dentro da Igreja há essa distinção entre o
sacerdócio batismal e ministerial, mas são todos sacerdotes. Ao falar da santificação do sacerdócio
passa pelo sacerdócio de Cristo, na qual como ministro o sacerdote está a frente da Igreja, mas isso
não elimina a sua condição de fiel, do sacerdócio batismal.
Ficar atento a consagração e missão do sacerdote, isso porque antes do Concílio Vaticano II
existia uma tensão entre o sacerdote como o homem do culto (ficando restrito a celebração da
Missa, mas isso não toca o ser do sacerdote, somente no que ele faz = sacerdócio ministerial) e
consagração (aquilo que o sacerdote é, mas não aquilo que ele faz). O sacerdote visa a sua
consagração em vista da missão; a consagração é para a missão e a missão (faz) encontra sua base
na consagração (ser). A consagração não é para o culto, mas para a missão (envolver-se com as
misérias do mundo).
Carta Diogneto falando que os cristãos tinham em tudo a semelhança com todos, mas eles estão no
mundo sendo que ele faz o bem, essa separação não é uma retirada ou indiferença, porém uma
testemunhas da fé e a mentalidade. Isso porque o mundo em que Cristo veio é esse com a
mentalidade cruel.
A PO 3. vai falar que as virtudes humanas como algo fundamental para a vida do sacerdote,
porque o padre ele tem que ficar no equilíbrio entre a se envolver demais e envolver de menos. O
aspecto relacional está ligado diretamente no ministério sacerdotal: com o bispo, com o
presbitério, com os fiéis e com os infiéis.
Sacerdócio fideidônio = quando se tem um lugar que tem muito sacerdote e em outros poucos
sacerdotes; são sacerdotes diocesanos enviados em missão para outras regiões com escassez de
sacerdote.
c) O ministério Sacerdotal (PO 4-11): No primeiro capítulo, PO afrontava a ontologia sacerdotal; agora, no
segundo passa a tratar da deontologia presbiteral (o agir segue o ser). Um constante ponto de referência
será a origem do sacramento da ordem, e quais funções são subordinadas ao bispo no seu exercício. Os
temas tratados neste segundo capítulo estão organizados em três seções: 1ª O exercício do tríplice múnus
(n. 12-14); 2º a relação dos presbíteros com os outros (n. 7-9); e 3ª a distribuição do clero e as vocações
sacerdotais (n. 10-11).
d) A vida dos presbíteros (PO 12-21): Os temas foram reorganizados em três seções: 1º o
chamado dos presbíteros à perfeição (n. 12-14); 2º peculiares exigências espirituais na vida dos
presbíteros (n. 15-17); 3º subsídios para a vida dos presbíteros (n. 18-21). O sacerdócio da uma
graça a mais (peculiar) para crescer na obrigação da santidade. Unidade de vida significa duas
coisas: (causa) o centro da vida sacerdotal é Cristo, que leva uma coerência de vida entre o interior
com exterior (consequência). Se o n. 14 da PO diz “mas os sacerdotes são especialmente
obrigados a tender a esta perfeição, porque esses receberam uma nova consagração a Deus
mediante a ordenação”, então é porque quer indicar que os presbíteros tem uma razão a mais, um
motivo especial para serem santos. Isto é, a ordenação confere uma particular graça para ordenar o
ministério e a própria vida verso a santidade, de modo tal que essa, por sua vez, “contribui não
pouco para o cumprimento eficaz do seu ministério” (PO 12). Com outras palavras: o ministério
facilita a santidade, e a santidade facilita o ministério.
a) A exortação apostólica Pastores Dabo Vobis: de São João Paulo II, aos 25.03.1992 é fruto dos
trabalhos da 8ª Assembleia geral do Sínodo dos Bispos do ano 1990, dedicada “à formação dos
sacerdotes nas circunstâncias atuais”, “com o intento – assinala o Papa – de levar a cumprimento
a doutrina conciliar sobre este tema e de torná-lo mais atual e incisivo nas circunstâncias
hodiernas” (PDV 2). A PDV tem características que em certo modo constituem uma novidade (Teve
grande valor do sacerdócio na vida pastoral, missionário, espiritual e teológico):
A chave de leitura: Uma contínua referência trinitária: Isto já estava presente na LG, PO e OT, mas
na PDV tem uma particular relevância: o pano de fundo trinitário é o fio condutor do documento.
Se parte da Trindade para apresentar a identidade do sacerdote, a sua sacramentalidade e a sua
relacionalidade. O ministério se compreende somente se si exercita em relação à Trindade (PDV
15, 26); A sacramentalidade: é o ponto chave da exortação. Com enfoque na consagração e
missão (o sacerdote não se funda naquilo que ele faz mas naquilo que ele é); A chave
cristológica-eclesiológica: este ponto é importante porque aborda a corrente que vê na
comunidade eclesial o princípio originário do ministério sacerdotal; A formação: não esqueçamos
que o objeto da exortação é propriamente a formação dos sacerdotes. A PDV apresenta a
formação sacerdotal inicial (cap. V) como integração de quatro dimensões: a formação humana,
espiritual, intelectual e pastoral; A caridade pastoral: A PDV confere à caridade pastoral um
papel central na vida e no ministério do sacerdote : estuda a sua natureza (PDV 23, 70), a faz
presente no processo de unificação da vida e da pessoa do sacerdote (PDV 23), no celibato e na
dedicação total do sacerdote (PDV 23 e 29). A caridade pastoral é própria do pastor que brota na
caridade de Cristo, sendo ela uma continuidade da caridade pastoral com o celibato.
b) O Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros: Publicado pela primeira vez pela
Congregação para o Clero aos 31.01.1994, seguiu-se uma segunda edição no histórico dia da
renúncia do Grande Papa Bento XVI (11.02.2013). O documento é inserido na categoria de
“diretório”, isto é, uma espécie de instrução para regular uma determinada atividade. O Diretório é
composto de três capítulos, esses são os objetivos:
1º “A identidade do presbítero”: se contempla a dimensão trinitária, cristológica, pneumatológica
e eclesiológica do presbítero. Conclui com uma seção sobre a comunhão sacerdotal (com o bispo,
com o presbitério, com os fiéis).
2º “A espiritualidade sacerdotal”. Se recordam todas as dimensões existenciais do presbítero: o
contexto histórico hodierno (desafio das novas seitas), a vida de oração, a caridade pastoral, a
pregação da Palavra, a Eucaristia e a Penitência, a guia da comunidade, o celibato, a obediência, o
espírito de pobreza, e a devoção mariana.
3º A formação permanente: assinala os princípios, a organização e os meios, os responsáveis, e os
destinatários de tal formação.
O diretório é aquilo que estabelece o que uma determinada profissão deve ser regida, dando
normas do seu funcionamento.
Seculus = mundo criado, as coisas do mundo e a noção de “espírito do mundo”, segundo João.
Secularização = é o oposto de cristandade (união entre as esferas civis e eclesial), logo a
secularização é o ordenamento não mais a partir da fé, mas das construções civis. Aqui está
somente no âmbito separação entre essas esferas.
Secularismo = aqui é mais que a separação, mas uma oposição entre as duas esferas, onde a
esfera civil entende que a esfera eclesial deve ser banida (porque a vida contemplativa não
serve mais para o homem). É singular ao laicismo.
Secularidade = parte do princípio de que há uma autonomia entre as duas esferas e que não há
uma contraposição, porém, uma cooperação entre ambas. Semelhante a laicidade.
a) Premissa: distinção de dois planos: O tema não é fácil porque se entrelaçam dois planos que conviria
distinguir sem separar:
b) Atividade temporal e sacerdócio: Como o padre vai viver a dimensão secular? O seu ministério
tem repercussão nas dimensões temporais se dá através dos seus testemunhos e está no exercício do
próprio ministério em tempo oportuno ou não. Não existe “padre secular” é padre diocesano com
dimensão secular.
c) O impacto do ministério sobre as realidades terrenas: O padre pode estabelecer alguma atuação no
mundo secular? Sim, desde que seja em obediência do Bispo. E também desde que estabelece esses
princípios na PO n.8: ao estudo científico, ensino, trabalhos manuais, atuar como operário (desde que seja
necessário para seu legítimo sustento) e quando se trata de uma estratégica missão da Igreja. O problema é
quando o sacerdote quer assumir algum cargo para preencher um vazio do ministério. Na PO n.3 a
evangelização é para todos; dois princípios do sacerdócio: não vive de modo terreno e não vivam alheio ao
mundo.