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CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

SEMINÁRIO DE PESQUISA

AS LUTAS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

Por

Marcelo Antônio Santiago Dias


Suelen Barbosa Santana de Araújo
Valéria Gomes Elias de Miranda

Rio de Janeiro
2013.2
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
SEMINÁRIO DE PESQUISA

AS LUTAS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

Artigo científico apresentado ao Curso


de Licenciatura Plena em Educação
Física da UNISUAM, como parte dos
requisitos para obtenção do Título de
Licenciado em Educação Física.

Por:
Marcelo Antônio Santiago Dias
Suelen Barbosa Santana de Araújo
Valéria Gomes Elias de Miranda

Professor-Orientador:
Maria Auxiliadora Terra Cunha

Professor-Convidado:

Rio de Janeiro
2013.2
MARCELO ANTÔNIO SANTIAGO DIAS
SUELEN BARBOSA SANTANA DE ARAÚJO
VALÉRIA GOMES ELIAS DE MIRANDA

AS LUTAS COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

Banca Examinadora composta para a defesa do Artigo Científico

para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física.

APROVADA em: ______ de ___________ de _______

Professor-Orientador:

_____________________________________________________

Professor-Convidado:

_____________________________________________________

Rio de Janeiro

2013.2
ARAÚJO, Suelen Barbosa Santana de; DIAS, Marcelo Antônio Santiago;
MIRANDA, Valéria Gomes Elias de. As Lutas como conteúdo da
educação física infantil. Seminário de Pesquisa (Curso de Licenciatura em
Educação Física). Rio de Janeiro: Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM,
2013.

RESUMO

As aulas de Educação Física Infantil almejada, não só por profissionais da


Área, como também pelas crianças são aulas de uma Educação Física de qualidade
e como tal, a diversidade é um ponto fundamental para se conseguir esta finalidade.
Na diversidade valoriza-se a dimensão dos múltiplos conhecimentos da realidade e
a conseqüente ampliação das possibilidades de comunicação e relacionamento
entre as crianças. Tendo em vista este aspecto e obedecendo aos Parâmetros
Curriculares Nacionais PCNs (BRASIL, 1988, p. 96) no que refere à educação física
que inclui as lutas e suas práticas nos conteúdos da educação física escolar, este
artigo propôs esclarecer a real posição desta modalidade no contexto atual da
educação física escolar.
Acredita-se que as lutas devem servir como instrumento de auxílio
pedagógico ao profissional de educação física; concordando com Daolio (2004: 2)
quando sustenta a idéia de que a cultura é o principal conceito para a educação
física, “porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica
cultural, desde os primórdios da evolução até hoje”. Através deste artigo, algumas
questões emergiram sobre a prática das lutas na aula de educação física escolar,
dentre elas: os professores de educação física conhecem e aplicam os PCNs?
Utilizam a prática das lutas em suas aulas? De que forma? Quais as estratégias
utilizadas para a utilização das lutas? O que pensam sobre as lutas na escola?
Assim, se buscou compreender a realidade dos professores de educação
física, ao que se refere à utilização das lutas como um dos blocos de conteúdo
proposto pelos PCNs, chegando-se a conclusão que o conteúdo de lutas é
pertinente no contexto da Educação Física Infantil.

Palavras-chave: Luta, Integração Social, Saúde, Qualidade de Vida, Educação


Física Infantil.
INTRODUÇÃO
Este artigo busca discutir a maneira de como a Educação Física poder ser
ensinada ao aluno, principalmente nos primeiros anos da educação básica,
especificamente na educação infantil, de uma forma prazerosa, onde todos sintam
vontade de participar. Uma educação física que seja diversificada em seus
conteúdos e modalidades, podendo ser inseridos conteúdos diferentes dos que
atualmente são ministrados e conhecidos de todos.
Um conteúdo passível de ser trabalhado nas aulas de educação física
seriam as lutas. Dessa forma, a cultura humana inserida no âmbito escolar, em
particular nas aulas de educação física, seria também transmitida através delas, por
meio da evolução histórica, como se pode conferir nas indicações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs (BRASIL, 1997, p. 23).
Uma maneira de se trabalhar este conteúdo, seria a prática das lutas nas
aulas de educação física desde a educação infantil, tal como o conteúdo
representado pelos quatros jogos mais conhecidos desta disciplina: o futsal, o
handebol, o voleibol e o basquetebol, destacando que esta proposta é trabalhar as
lutas nas aulas de educação física, não como uma atividade extracurricular e, sim,
como parte das aulas.
Na verdade, a proposta atenta para uma educação física de qualidade e
como tal, a diversidade é um ponto crucial para tal finalidade. A diversificação
valoriza a dimensão das diversas maneiras as quais são interpretadas a realidade,
consequentemente amplia as possibilidades de comunicação e o relacionamento
entre as pessoas. Assim sendo, tendo em vista os PCNs (BRASIL, 1988, p. 96), no
que se refere à educação Física e a prática das lutas nos conteúdos da educação
física escolar, o artigo tem o propósito de esclarecer a posição desta modalidade no
contexto atual.
Pode se utilizar as lutas como um meio para atingir os objetivos gerais da
Educação Física, porém, de forma alguma cogitando excluir os esportes com bola,
as ginásticas, o atletismo, a dança, os jogos e brincadeiras, enfim, todos os
conteúdos a que os alunos e professores desta área já estejam acostumados.
Entretanto, recorre-se também às atividades das lutas. Não se buscam aqui
somente as modalidades tradicionais como Boxe, Judô, Karatê e Kung Fu, muito em
moda nos últimos anos, mas também, a prática da luta informal.
Ferreira (2009), mestre em Educação e Saúde da Universidade de
Fortaleza/CE, diz que na educação infantil, as lutas de animais (sapo, jacaré) ou a
luta do saci tem ajudado muito na liberação de agressividade das crianças, além de,
com elas, serem trabalhadas os fatores psicomotores. No ensino fundamental, lutas
que exigem um maior esforço, trazem excelentes respostas. Um grande exemplo é a
luta do “empurra e puxa” ou o “uga-uga” (tirar o colega de dentro do círculo central).
Elas devem servir como instrumento de auxílio pedagógico ao professor de
educação física. Considera-se que o ato de lutar deve ser incluído dentro do
contexto histórico-sócio-cultural do homem, já que desde os primórdios da
humanidade são um instrumento de sobrevivência do ser humano, conforme
observa Daólio (2004). Este estudioso sustenta a idéia de que a cultura é o principal
conceito para a Educação Física, já que todas as manifestações corporais humanas
são criadas na dinâmica cultural, desde o início da evolução até os dias de hoje.
Desta forma, é possível considerá-la uma forma de cultura. Assim, busca-se saber:
Quais as principais mudanças podem ser feitas na educação física para que as lutas
possam ser inseridas nas aulas de educação física infantil ?
Este estudo tem por objetivos trabalhar as lutas na educação física infantil,
inserindo a criança desde a sua mais tenra idade no trato e no conhecimento das
lutas. Ensinar os pequenos alunos desde cedo a fazer uma análise crítica do que for
ensinado na literatura e o acompanhamento das experiências desenvolvidas com as
lutas após ser organizado o processo de trabalho pedagógico e passado o
conhecimento desse conteúdo.
Partindo da hipótese que através das lutas pode ser melhorado o aspecto
motor, acredita-se que possa ser viável a implementação da modalidade lutas na
educação física infantil. Muitos podem se indagar se isto daria certo, se seria
possível essa idéia, de com um conteúdo tão diversificado alcançar sucesso ou se o
mesmo não tornaria as crianças violentas desde a infância, já que é nessa faixa de
idade que o caráter humano começa a ser moldado.
Tal pergunta pode ser respondida e justificada bastando para isso reportar-se
a Alves Júnior (2001) para quem a Educação Física passa a ser uma disciplina que
vai tratar pedagogicamente de uma área de conhecimento denominada ‘cultura
corporal’, configurada na forma de temas ou de atividades corporais. Deve-se ter
consciência que a atividade física das lutas não é nem nociva nem virtuosa em si,
ela transforma-se segundo o contexto.
REFERENCIAL TEÓRICO
Educação Infantil
A educação infantil e a sua concepção como primeira etapa da Educação
Básica está agora amparada na lei maior da educação do país, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996). Se o direito à educação em
creches e pré-escolas já estava assegurado na Constituição de 1988 e reafirmado
no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, agora, tal direito transformado em
diretrizes e normas, no âmbito da educação Nacional, representa um marco histórico
de suma importância para a educação infantil.
A inclusão da educação infantil como primeira etapa da educação básica, é
o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida, sendo,
portanto, essencial para o cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da
LDB (BRASIL, 1996). “A educação básica tem por finalidade desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e nos estudos
posteriores”.
E se a educação infantil passa a fazer parte da educação básica, tendo o
reconhecimento que a educação da criança, tem sua importância nos primeiros anos
de vida, há de se reconhecer, também, a importância da Educação Física em tal
segmento, já que não só a mente, mas, também o corpo deve ser igualmente
educado.
Conforme diz Le Bouch (1988, p. 14) a Educação Física é tão importante
quanto às demais áreas educativas, pois procura despertar na pessoa suas
aptidões, aquisições de habilidades e capacidades. Esta disciplina sempre recebeu
um papel secundário dentro da educação, mas, segundo Fonseca (2008) pesquisas
científicas apontam que é impossível educar integralmente sem levar em conta o ato
motor, já que o movimento é a forma de comunicação predominante na vida
humana, bastando lembrar que é a primeira maneira utilizada pelo bebê para se
fazer entender.
Autores como Gallahue (2005), Freire (1997) e Tani (1988) destacam a
importância do desenvolvimento integral do indivíduo, abrangendo os aspectos
motor, cognitivo e afetivo-social, lembram também, que é entre dois e sete anos na
educação infantil, a faixa etária da criança, a fase de aquisição dos movimentos
fundamentais, que vão se constituir na base de toda mobilidade.
A Educação Física na Educação Infantil
Uma educação física infantil perfeita seria aquela na qual os alunos tivessem
a oportunidade de conviver o máximo possível com as mais diversas práticas
corporais, tais como: esportes, jogos, lutas, ginásticas, atividades rítmicas e
expressivas, como sugere os PCNs (BRASIL, 1998).
Levando-se em conta o fato de que a escola deve formar cidadãos e não
atletas, os professores de educação física na educação infantil devem usar uma
metodologia voltada para o pedagógico, o lúdico, o lazer e não instigar na criança
desde a infância a idéia do esporte de alto rendimento ou o método militarista. Como
um orientador na educação física infantil o professor deve esclarecer temas que
abordem as diferenças sociais, físicas, cognitivas, éticas, motoras, culturais, sexuais,
religiosas e estéticas entre eles, mas que nenhuma dessas diferenças deve
atrapalhar aquilo que é direito deles: o acesso à educação, o respeito, o direito e
dever de participar das aulas de educação física. O professor deve posicionar-se e
trabalhar em suas aulas a cooperação, a inclusão, a solidariedade, a cidadania e o
respeito, combatendo e ensinando a criança a repudiar todo tipo de discriminação,
injustiça e preconceito.
As lutas como conteúdo da educação física infantil visam exclusivamente à
convivência dos alunos nessa prática corporal, de maneira que esta venha a
contribuir para seu desenvolvimento integral, ou seja, cognitivo, afetivo e psicomotor,
pois esse é o seu propósito na educação física infantil, independente da prática
corporal, proporcionar por meio desta, uma contribuição para o processo educativo.

A História e as Diferentes Concepções em torno das Lutas


Os vocábulos Lutas e Artes Marciais, frequentemente são considerados
como um sinônimo e vem sendo empregado por muitos, referindo-se a um único
conteúdo ou manifestação da cultura corporal. De acordo com renomados
professores das duas modalidades como Morcazel, Murad e Sá (2010), peritos em
artes marciais, não é raro encontrar pesquisadores, estudantes e praticantes
envolvidos nessas práticas corporais se depararem com dúvidas a respeito do
verdadeiro significado ou da utilização correspondente às variadas nomenclaturas.
Rufino e Darido (2011) afirmam que dúvidas em relação a tais
nomenclaturas constantemente perpassam os praticantes, pesquisadores e
interessados nestas práticas corporais. Alguns acreditam que estas se destinam à
descrição das mesmas, enquanto outros distinguem a intenção e a prática de cada
uma delas.
As lutas e as artes marciais são disputas onde os adversários devem ser
subjugados, através de técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão,
imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de
ataque e defesa. Cada uma delas caracteriza-se por regras e regulamentos
específicos, no intuito de punir atitudes de violência e deslealdade.
Como exemplos de luta os PCNs (BRASIL, 1998) citam brincadeiras desde
cabo de guerra e o braço de ferro, até as práticas mais complexas como o Karatê, e
o judô, estes, considerados artes marciais e do boxe, como luta. Dentro desse
panorama, percebe-se que esta definição das lutas, é expressa no sentido mais
amplo de representação referente ao conteúdo da cultura corporal, abordado no
Sistema Educacional Brasileiro. Entretanto, partindo para o estudo histórico sobre o
nascimento das mesmas no berço das diversas civilizações, a partir do olhar de
diferentes pesquisadores, verifica-se que na área da Educação Física não há
nenhum consenso sobre qual a verdadeira ou correta nomenclatura deva ser usada.
Provavelmente, ela nem exista.
A maneira como surgiram as lutas continua sendo uma incógnita dentro do
campo das pesquisas. Segundo Investigações feitas por arqueólogos em pinturas
encontradas nas cavernas, são tão antigas quanto à existência do homem no
mundo. De Acordo com Trusz e Nunes (2007), desde os primórdios da humanidade,
o homem lutou com os animais e com o outro para conseguir os seus alimentos, sua
companheira e a conquista do seu território. Para eles, “eram utilizadas basicamente
uma forma de ataque e defesa em prol da conquista. Com o tempo elas foram
ganhando novos elementos, perdendo outros, evoluindo conforme a cultura em que
estavam inseridas”.
Na Antiguidade muitas histórias eram repassadas de geração para geração.
Os antigos mestres não transmitiam seu conhecimento com facilidade e suas
histórias eram contadas apenas oralmente. Algumas lendas afirmam que surgiram
através de alguns monges sedentários para defenderem-se de tribos nômades em
seus deslocamentos de um a outro monastério, aperfeiçoando, com isso, as técnicas
do combate corpo a corpo. Assim sendo, não existem registros documentais
suficientes que possam comprovar essas histórias.
Um pouco mais adiante, lembra Ferreira (2006, p. 26), a história conta que
os gregos tinham uma forma de lutar, conhecida como Pancrácio, modalidade
presente nos primeiros jogos olímpicos da era antiga, uma forma de combate a dois,
imensamente violenta, que terminava com a submissão ou a morte do perdedor e
não raramente com o vencedor aleijado. Tais confrontos aconteciam em espaços
públicos, sob o olhar de centenas e até milhares de espectadores.
No Ocidente, as lutas tiveram o primeiro esboço de arte marcial através dos
gladiadores romanos, em sua maioria escravos, ladrões de várias nacionalidades e
pessoas que se insurgiam contra as Leis do Império, acostumados a todo o tipo de
lutas corporais para sua autodefesa, empregando hábeis e diferenciadas técnicas
em seus sistemas de combate. Seus treinamentos eram organizados em escolas ou
academias especializadas na arte de matar, promovendo o combate da morte, em
lutas contra homens e animais ferozes nos espetáculos promovidos, como forma de
pagar por sua liberdade em meio ao Coliseu, primeiro anfiteatro romano. Essas e
tantas outras histórias servem para demonstrar que as lutas estão presentes na
sociedade em todos os períodos da história da humanidade.
O estudioso (p. 39) diz que desde o homem pré-histórico que se utilizava da
forma rudimentar da luta para adquirir o necessário para sua subsistência; passando
pelos monges; que aperfeiçoaram técnicas de defesa contra nômades, os gregos do
pancrácio que lutavam para ver quem era o melhor lutador da sua localidade; até os
gladiadores romanos que lutavam para entreter o público e conseguir a liberdade da
prisão, as lutas fizeram parte do contexto humano.
Com o passar do tempo, as técnicas rudimentares de confronto foram se
aperfeiçoando e com elas a mentalidade sobre as lutas. Conforme alguns teóricos, a
filosofia do budismo teria influenciado profundamente os diversos sistemas de
combates, principalmente aqueles encontrados na Cultura Oriental, como o Kung fu,
Karatê, judô, jiu-jítsu, entre outros. Essas técnicas de combate orientais,
denominadas por estudiosos como Rufino e Darido (2011) e Cazetto (2009) como
artes marciais, tinham como preceitos básicos a adoção de um sistema de doutrina,
pautado em uma conjunção de pensamentos filosóficos, religiosos, práticos, e a
intenção de diferenciar-se das ações de combate ocidentais, definidas como luta.
A partir desses princípios, começa-se a entender o que se passa em torno
dessa mistura de nomenclaturas empregadas às diversas ações de combate para
definir as duas terminologias. As lutas ocidentais, como o boxe e a luta livre, têm
suas técnicas de confronto baseadas unicamente no ataque e na defesa. Para
atingir os seus objetivos o lutador tem de se aperfeiçoar da melhor forma possível se
quiser conquistar a vitória. Dessa maneira, o percurso doutrinário baseado em
preceitos divinos é extinto e subjugado pelos anseios do triunfo. Essas descrições
das lutas, separada das artes marciais, é utilizada por Cazetto (2010), para se referir
a práticas ou confrontos de oponentes, com técnicas de imobilização, torção, socos,
chutes, entre outros, cujo objetivo principal é a finalização, o nocaute, ou a exclusão
de um determinado espaço onde está se realizando o combate.
Este artigo revela algo em comum nas ideias aqui expressas: pelo olhar de
diferentes terminologias, toda arte marcial, assim como as técnicas de luta,
necessitam de um professor, ou um mestre que possa propiciar aos seus alunos, o
aprimoramento físico e técnico das habilidades corporais, de modo a promover um
aprendizado apropriado às variadas ações exploradas no ato do combate.

As Lutas no Âmbito da Educação Física Infantil


Como Componente Curricular, a Educação Física está presente nos
currículos escolares e tematiza os conteúdos inerentes à cultura corporal.
Atualmente, os PCNs (BRASIL, 1998) incluem em seu rol de orientações
pedagógicas o trato das Lutas no âmbito da Educação Física.
A educação física escolar infantil considerada ideal segundo este artigo
pretende aproximar os alunos desde a mais tenra idade no universo da cultura
corporal. Para tanto, a diversidade é a peça fundamental na conquista de tal
objetivo. Ao enriquecermos a diversidade de temas e as dimensões dos conteúdos
no processo didático, relacionando a educação física infantil com a relação de
independência dos seus conteúdos e a vertente sócio política e culturais, tais como:
saúde pública, papéis sociais, ecologia, preconceitos sociais e raciais, dentre outros.
Soares (1992) acredita que este conteúdo deverá estar contribuindo para consolidar
e legitimar já no segmento Infantil, uma formação crítico reflexiva do aluno.
Como forma de se atingir os objetivos da educação física infantil, é
necessário dar ênfase a todos os elementos culturais que estão por trás da
diversidade proporcionada na leitura desses temas na realidade social. Nesse
sentido, as lutas devem estar presentes e fazer parte dos conteúdos abordados nas
aulas de educação física infantil.
A explicação da indicação do conteúdo de lutas na educação física infantil é
um fato que deve ser entendido como um modo de contribuição, na tentativa de
mudança ou quebra do modelo problemático que envolve a atual conjuntura do
trabalho pedagógico da educação física infantil que parece ainda perpetuar as
práticas tecnicistas, apesar da produção do conhecimento com outras indicações.
Não só o esporte, mas também as Lutas, dentre os outros conteúdos inerentes à
Educação Física, devem ser entendidos como fenômeno social, cuja apreensão é
essencial à formação do aluno. Assim como a prática esportiva, devem se
apresentar no contexto escolar como um instrumento relevante para a formação
educacional daqueles que a praticam.
Compreende-se, neste sentido, que os conhecimentos a serem abordados
ou implantados no componente curricular não devem estar restritos exclusivamente
a dois ou três conteúdos. Nascimento (2008, p. 12) defende que a proposição de
transformação deve ser compreendida a partir da necessidade de que a escola e os
professores de educação física devam garantir a ampliação das vivências e estudos
da cultura corporal desde a infância, de modo a democratizar o acesso à imensa
quantidade de conhecimentos ligados à disciplina. Esta concepção totalitária de
conteúdos que envolvem a Educação Física promove, além de outros fatores, a
afirmação de que é justificável e plausível a tematização no ambiente escolar das
manifestações de lutas já na educação física infantil.
Por meio da percepção da diversidade de estilos, dos diferentes tempos de
assimilação do conhecimento, dos também diferentes níveis motivacionais, a criança
poderá construir uma atitude mais inclusiva do que seletiva durante as suas próprias
aprendizagens, bem como frente à aprendizagem do outro e do grupo. Se por
intermédio do desenvolvimento dos conteúdos referidos nos PCNs (BRASIL, 1998)
for estimulada uma rica abordagem de interpretações do mesmo objeto de estudo,
será possível a criança ultrapassar um modelo único, muitas vezes seletivo,
carregado de valores pré-concebidos, abrindo a percepção para os valores
fundamentais para a convivência e para a solidariedade. Entretanto Freire (2011)
diz que é preciso ressaltar, que nenhum conteúdo por si só pode proporcionar a
aquisição de valores ou gestos positivos, se estes não forem transmitidos ou
disponibilizados com base em atitudes didáticas significativas que possam articular
simultaneamente a compreensão e adoção de atitudes de respeito mútuo, dignidade
e solidariedade para com o outro. Evidentemente, deve ser considerado no processo
de ensino-aprendizagem como parte fundamental, o processo de construção do ser
humano.
Diversas características são comuns nos ensinamentos e no caráter
filosófico das lutas, como, por exemplo, o envolvimento com a disciplina e o respeito
pelo adversário. E é nesse sentido, que o professor deve tomar atitudes ligadas a
esses valores, incentivando as crianças a assumirem posturas de afeto, de respeito
ao colega, como também, as diferenças existentes entre os mesmos. Assim, com o
propósito de estabelecer uma relação consistente entre a vivência e o aprendizado
dentro de uma perspectiva educacional, o professor na educação física infantil deve
propiciar situações abrangendo o ato de perceber, relacionar e compreender o outro;
vivenciar atividades diretamente ligadas com a solução de problemas em momentos
de lutas; promover atividades relacionadas ao tema em questão de forma lúdica e
recreativa. Como afirma Ferreira (2006), a vivência lúdica pode ser a melhor forma
de se trabalhar lutas na escola.
Brincar de luta desenvolve os fatores físicos e, ao mesmo tempo, exige um
grande esforço cognitivo (formulação de estratégias). O fator afetivo e social também
é exaltado, podendo-se observar que as crianças desenvolvem a auto-estima, o
autocontrole e a determinação. Nesse sentido, espera-se do professor a adoção e
aquisição de requisitos imprescindíveis e compatíveis com a complexidade e
relevância da função educativa. A competência técnica segundo Saviani (1991) é
evidenciada sob o domínio das formas adequadas do saber-fazer, envolvendo o
domínio dos conteúdos de ensino, de modo a garantir que ele seja realmente
apropriado pela criança.
De acordo com Rufino e Darido (2011, p.33) para uma Educação Física
Infantil diversificada que não se submeta apenas às tradicionais práticas de “rachas
com bola”, o professor, aliado a sua capacidade de interação e autonomia, deve
adotar práticas que facilitem testar a reflexão sistemática da/sobre a cultura corporal.
Com base na justificativa e argumentação de Nascimento (2008) as
manifestações de “Luta” são compreendidas como produções humanas carregadas
de significados construídos historicamente e que estabelecem relações constantes
com as sociedades onde estão inseridas, são praticadas e desenvolvidas e,
portanto, um significativo conteúdo a ser estudado na escola, inseridos na educação
física infantil, de preferência como um conteúdo igual os jogos.
METODOLOGIA DO ESTUDO
Considerando-se que a Metodologia é a explicação detalhada desenvolvida
durante todo o processo de investigação, destaca-se a seguir os procedimentos que
foram empregados nesta pesquisa.
Este estudo iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica em busca de autores
de livros e artigos relacionados à luta. Baseados na teoria de autores como Alves
Júnior (2001), Nascimento (2008), Morcazel, Murad e Sá (2010), buscaram-se
identificar na prática escolar, a vivência da luta, no dia a dia, dentro das aulas de
educação física infantil. Esta pesquisa foi realizada em quatro escolas particulares e
três escolas públicas, localizadas entre os bairros de Inhoaíba, Cosmos e Paciência,
Zona Oeste do Rio de Janeiro/RJ, sendo o Instituto Vincler e a Escola Municipal
Alba Canizares, em Inhoaíba, o Instituto Califórnia, o Colégio Simonsen e a Escola
Municipal Professor Antônio Carlos, em Cosmos e o Colégio Ciraldo e a Escola
Municipal Miguel Calmon, em Paciência, confrontando diretamente com a prática o
referencial encontrado na teoria sobre a luta. Para tal, foi organizado um
questionário (em anexo) com dez perguntas relacionadas ao tema, para que vinte
professores respondessem, com a finalidade de se entender como é na prática a
vivência com a luta.

ANÁLISE DE DADOS
De acordo com a análise de dados da pesquisa em campo, dos vinte
profissionais entrevistados, onze eram do sexo masculino e nove do sexo feminino.
Apenas quatro possuem curso de pós-graduação, sendo um professor e três
professoras, uma formada em Psicomotricidade e os outros três em educação física
escolar. Dos três formados em bacharelado, uma é do sexo feminino e os outros
dois do sexo masculino. Entre os formados em Licenciatura, oito são do sexo
masculino e cinco do sexo feminino. Os professores formados em pós-graduação
trabalham há mais de vinte anos como docentes. Entre os bacharelados e
licenciados o tempo conta entre cinco e treze anos trabalhando apenas em escolas.
Com relação à primeira pergunta da pesquisa onde se buscou saber se os
docentes entrevistados utilizavam o conteúdo lutas em suas aulas de educação
física Infantil. Dois professores disseram que sim através de práticas lúdicas e
recreativas, sete disseram que sim de formas variadas, dois disseram não ter
instrução para tal, cinco declararam que a escola não comportava condições para
isso e quatro disseram não utilizar este conteúdo por conta da escola ou os pais não
aprovarem. Na segunda pergunta, procurou-se saber se os docentes consideravam
que as lutas são apenas as formas pré-existentes, como boxe, judô e Karatê ou se
consideravam cabo de guerra e braço de ferro outra forma de luta. Três
responderam que somente as pré-existentes podem ser assim consideradas,
entretanto, treze disseram encarar como luta qualquer atividade em que dois
oponentes se enfrentam, tentando subjugar o outro. Na terceira indagação, intentou-
se em saber que tipo de luta cada docente acha ideal para se trabalhar na escola.
As respostas, por incrível que possa parecer, foram unânimes em selecionar o
Karatê e o Kung Fu, por serem lutas que podem ser trabalhadas e ensinadas sem
contato físico, evitando assim contusões entre as crianças. Diante de tal
unanimidade, na quarta pergunta se interessou em saber sobre a possibilidade do
conteúdo de lutas serem trabalhado na educação física infantil. Quinze professores
colocaram-se a favor ponderando sobre esta possibilidade apenas se a escola
oferecer estrutura física para tal. Cinco argumentaram não achar viável por entender
que os pais não aprovariam. A quinta pergunta quis saber dos docentes qual o papel
as lutas podem representar como forma de aprendizado através das aulas de
educação física. Para treze professores, as lutas seriam um atrativo a mais,
melhorando o interesse da criança por essas aulas, devido ser um conteúdo
diversificado. Cinco opinaram que dependeria da forma como tal conteúdo fosse
trabalhado e dois disseram que dependendo do local (a escola) onde as lutas
fossem trabalhadas, poderia não haver mudança alguma em relação ao aprendizado
ou ao interesse do aluno pelas aulas de educação física. Na sexta indagação,
buscou-se saber entre os docentes sobre algumas vantagens que as lutas poderiam
proporcionar como conteúdo nas aulas de educação física infantil, Segundo doze
professores, seria ótimo para promover o interesse da criança pelas aulas de
educação física. Quatro disseram que a haveria uma possibilidade de as lutas
melhorarem o aspecto motor e psicomotor das crianças. E dois foram categóricos ao
afirmar que a principal vantagem seria a contribuição das lutas para que a criança
gastasse a energia acumuladas ou em excesso, evitando atos e atitudes bruscas e
com isso facilitando sua socialização. Tais colocações dos docentes em relação a
esta pergunta reforçam a idéia de Ferreira (2009), mestre em Educação e Saúde da
Universidade de Fortaleza/CE, quando ele diz que na educação física infantil, as
lutas de animais (sapo, jacaré) ou a luta do saci têm ajudado muito na liberação de
agressividade das crianças, além de, com elas, serem trabalhadas os fatores
psicomotores. A sétima pergunta questionou sobre a possibilidade de a prática da
luta gerar ou não violência. Uma professora afirmou que com a violência crescendo
a cada dia sem controle no país, por mais que se discipline uma criança, a prática de
uma luta acabaria por torná-la violenta, cedo ou tarde. Em contrapartida, dois
professores disseram que não e justificaram sua resposta com uma frase que
poderia ser traduzida assim: “a violência está na índole”. Já dezessete professores
foram unânimes ao declarar que tudo dependeria de quem ensinasse o conteúdo e
explicaram sua opinião dizendo acreditar em uma única coisa em relação a essa
pergunta: que o aluno é o retrato do mestre. A oitava pergunta trouxe a questão
sobre a escola ter ou não estrutura adequada para se trabalhar o conteúdo de lutas
em suas aulas de educação física infantil. Quatro professores afirmaram que a sua
escola onde trabalham tem esta condição mas, como professores não poderiam e
nem tinham autonomia para propor tal coisa a direção da Escola e que só ela
poderia autorizar a implementação deste conteúdo em suas aulas. Outros dezesseis
professores disseram que não. Que suas escolas não comportavam condições para
trabalhar o conteúdo de lutas nas aulas de educação física infantil. Os motivos
diversificaram-se, mas dois motivos foram maioria nas respostas de alguns deles,
sendo o primeiro, a falta de estrutura física e pedagógica da escola e o segundo, o
receio de que os pais entendessem isto como uma apologia da Instituição de ensino
à violência. Entretanto, quando o assunto é a contribuição que a implementação das
lutas como mais um conteúdo da educação física infantil poderiam trazer para o bom
desempenho das outras disciplinas, caso da nona pergunta, dezenove professores
disseram que seria uma grandíssima ajuda das lutas para as outras disciplinas.
Apenas um professor, foi bastante radical ao declarar: “Não acredito nisso. Quando
o aluno é desinteressado, não há conteúdo novo ou diversificado que o estimule”. A
décima pergunta desta pesquisa foi a única a alcançar unanimidade geral.
Perguntado aos docentes sobre possibilidade de o conteúdo de lutas serem
trabalhados como um esporte e de forma lúdica, todos disseram sim, suas respostas
foram similares, todos entendem que não só as lutas, mas, qualquer conteúdo é
passível de serem trabalhados com ludicidade na educação física infantil,
corroborando as palavras de Ferreira (2006), ao declarar que a vivência lúdica pode
ser a melhor forma de se trabalhar as lutas na escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados levantados por essa pesquisa e traduzindo-a em números
gerais, observou-se que entre vinte professores entrevistados, treze concordam que
a luta pertence ao contexto da educação física escolar e deve sim, ser trabalhada na
educação física infantil. Seis professores posicionaram-se a favor, desde que os pais
concordem e a escola ofereça estrutura física e pedagógica para tal e apenas um
professor foi terminante contra por não achar viável devido a violência do país e a
pela provável associação que os pais poderiam fazer entre o conteúdo e a apologia
à violência. Tais números demonstram que há um entendimento compartilhado da
necessidade em se trabalhar com a ampliação da cultura de movimento, rompendo
com a educação física tradicional, baseada no esportivismo e no tecnicismo, já que
segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) a educação física escolar
deve ser constituída de três blocos.

Primeiro Bloco Jogos, Ginásticas, Esportes e Lutas

Segundo Bloco Atividades Rítmicas e Expressivas

Terceiro Bloco Conhecimentos sobre o corpo

Segundo a visão da maioria dos professores entrevistados, a possibilidade de


o conteúdo das lutas virem a ser trabalhados na educação física infantil deve-se ao
fato do mesmo já fazer parte dos blocos de conteúdos da educação física escolar.
Entretanto, analisando o discurso de cada professor em relação às lutas, observou-
se que todos têm como visão, que as mesmas sejam trabalhadas como um
conteúdo social sim, mas não na escola e sim de maneira extraclasse.
Em relação a este discurso dos docentes, este artigo entende que as lutas
podem fazer parte do conteúdo escolar e ao mesmo tempo serem trabalhadas fora
do mesmo, já que da mesma forma que muitas crianças por algum motivo deixam de
freqüentar a escola por outro lado, outras não freqüentam classes extra-escolares.
Conclui-se, portanto que o conteúdo de lutas é pertinente no contexto da
educação física infantil, embora o posicionamento destes professores, referente à
implementação deste conteúdo, assemelham-se apenas em alguns aspectos.
BIBLIOGRAFIA
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DAOLIO, Jocimar. Educação Física e o Conceito de Cultura. Campinas, SP: autores
Associados, 2004.
FERREIRA, Heraldo Simões. A utilização das lutas como conteúdo das aulas de
educação física: Ceará, Universidade de Fortaleza, 2009.
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GHIRALDELLI, P J. Educação física progressista. São Paulo, Loyola: 1997.
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Claudio L. de Alvarenga. Educação física escolar: da alienação à
libertação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
ANEXOS

Sexo: Ambos. Treze professores & sete professoras. Idade: Entre 28 e 39 anos
Nível de escolaridade: Quatro Graduados, três Bacharelado, treze Licenciatura.
Tempo de experiência como docente: Graduados: com mais de vinte anos,
Bacharelados e Licenciados, entre cinco e treze anos trabalhando em Escolas.

01- Você utiliza as lutas em suas aulas de educação física?


No caso da resposta ser positiva escolha uma ou mais das opções abaixo:
a- Através de praticas recreativas/ lúdicas. Dois professores.
b- Através da ajuda de um especialista. Zero
c- Através de vídeos. Zero
d- Através de aula de campo. Zero
e- Outras alternativas. Sete respostas. Os sete professores utilizam as lutas de
maneira extraclasse, e todos são de instituições particulares.
No caso da resposta ser negativa escolha uma ou mais das opções abaixo:
a- Não tenho instrução para isso. Dois
b- A escola não tem condições físicas para tal aula. Cinco
c- Não temos um colaborador que saiba tal tema. Zero.
d- Acho este conteúdo inadequado para a escola. Zero.
e- Outras alternativas. Zero.
f- A escola e/ou seus superiores não aprovam. Quatro.

02- Você considera que as lutas são apenas as formas pré-existentes, como Karatê,
boxe, judô ou acha que cabo de guerra e braço de ferro também são formas de luta?
a- Somente as técnicas pré-existentes podem ser consideradas lutas. Três.
b- Qualquer atividade em que dois oponentes se enfrentam, tentado superar o outro
é um tipo de luta. Dezessete

03- Que tipo de luta você acha seria ideal para ser trabalhada na escola? Justifique.
R: O Kung Fu e o Karatê. Segundo os professores entrevistados, diferente do
Judô, esses dois tipos de luta podem ser ensinados sem que haja o contato
físico, evitando assim, que as crianças venham a se machucar.
04- É possível trabalhar com lutas na educação infantil? Justifique sua resposta.
a- Sim. Quinze docentes disseram que sim, desde que a escola tenha estrutura
física e pedagógica para tal.
b- Não. Cinco disseram que não, por acharem que os pais das crianças não
aprovariam.

05- Que papel as lutas podem representar como forma de aprendizado através das
aulas de educação física na educação infantil?
R: Dois disseram achar que não haveria mudança alguma em relação a
melhora de aprendizado, dependendo do local (escola) onde o conteúdo Lutas
fosse trabalhado. Cinco disseram que dependeria da forma como fosse
trabalhada e treze disseram que poderiam representar um atrativo a mais para
as aulas, melhorando o interesse da criança nas aulas de educação física,
além de ser ótimo para discipliná-los

06- Cite algumas vantagens das lutas como conteúdo nas aulas de educação física
infantil.
R: Doze professores disseram que seria ótimo para promover o interesse do
aluno pelas aulas de educação física. Quatro disseram que melhoraria o
aspecto motor e a socialização da criança, Dois disseram que as lutas
poderiam contribuir para que a criança gastasse no seu conteúdo a energia em
excesso e dois responderam que seria uma oportunidade da criança fazer
contato com outro conteúdo além daqueles com bola, que são usados em 98%
das escolas no Brasil.

07- Você considera que a prática da luta gera violência? Justifique sua resposta.
a- Sim. Uma professora Formada em Bacharelado disse que sim porque por
mais que se doutrine uma criança, o país está bastante violento, e fatalmente,
cedo ou tarde aprender uma forma de Luta acabaria por tornar a criança
agressiva.
b- Não. Dois professores responderam que não, e justificaram sua posição
dizendo: “A violência está na índole”.
c- Depende do professor. A maioria, dezessete professores foram unânimes ao
opinar que em qualquer aprendizado “o Aluno é o retrato do Mestre”.
08- Em sua opinião, a escola tem estrutura adequada para trabalhar as lutas como
um conteúdo da educação física infantil, tal como tem para trabalhar os quatro
esportes com bola: O futsal, o voleibol, o basquetebol e o handebol? Justifique.
R: Dos vinte entrevistados, quatro disseram que sim, mas, isso dependia da
direção da escola e eles, como professores, não tinham autonomia para propor
novos conteúdos. Dezesseis, disseram que não por diversos motivos, sendo o
primeiro maior, a falta de estrutura física da escola e o segundo maior, a
provável não antipatia dos pais por tal conteúdo, já que poderiam entendê-lo
como uma preparação e posteriormente uma incitação para a violência.

09- Como professor (a) você acha que a implementação das lutas como mais um
conteúdo nas aulas de educação física infantil podem contribuir para o bom
desempenho de outras disciplinas? Justifique sua resposta.
a- Sim. Dezenove professores opinaram esta opção, ressaltando que se forem
estimulados através do conteúdo de lutas nesse sentido.
b- Não. Um professor declarou que quando o aluno é desinteressado, não há
conteúdo novo que o estimule por muito tempo.

10- Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais. O esporte na educação física


Infantil deve ser trabalhado de forma lúdica. Como profissional da área, você acha
possível disto acontecer com o conteúdo lutas? Ser trabalhado como um esporte de
forma lúdica? Justifique sua resposta.
a- Sim. Questão em que todos os vinte professores foram unânimes em
concordar em tudo. Que não só as lutas, mas que qualquer conteúdo se for
bem trabalhado para isto na educação física infantil ou em qualquer dos outros
segmentos é passível de ser trabalhado de forma lúdica, não precisando nem
ser algum tipo de esporte para que tal aconteça.
b- Não. Zero responderam essa opção.

FIM DO QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

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