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SEMINÁRIO DE PESQUISA
Por
Rio de Janeiro
2013.2
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
SEMINÁRIO DE PESQUISA
Por:
Marcelo Antônio Santiago Dias
Suelen Barbosa Santana de Araújo
Valéria Gomes Elias de Miranda
Professor-Orientador:
Maria Auxiliadora Terra Cunha
Professor-Convidado:
Rio de Janeiro
2013.2
MARCELO ANTÔNIO SANTIAGO DIAS
SUELEN BARBOSA SANTANA DE ARAÚJO
VALÉRIA GOMES ELIAS DE MIRANDA
Professor-Orientador:
_____________________________________________________
Professor-Convidado:
_____________________________________________________
Rio de Janeiro
2013.2
ARAÚJO, Suelen Barbosa Santana de; DIAS, Marcelo Antônio Santiago;
MIRANDA, Valéria Gomes Elias de. As Lutas como conteúdo da
educação física infantil. Seminário de Pesquisa (Curso de Licenciatura em
Educação Física). Rio de Janeiro: Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM,
2013.
RESUMO
ANÁLISE DE DADOS
De acordo com a análise de dados da pesquisa em campo, dos vinte
profissionais entrevistados, onze eram do sexo masculino e nove do sexo feminino.
Apenas quatro possuem curso de pós-graduação, sendo um professor e três
professoras, uma formada em Psicomotricidade e os outros três em educação física
escolar. Dos três formados em bacharelado, uma é do sexo feminino e os outros
dois do sexo masculino. Entre os formados em Licenciatura, oito são do sexo
masculino e cinco do sexo feminino. Os professores formados em pós-graduação
trabalham há mais de vinte anos como docentes. Entre os bacharelados e
licenciados o tempo conta entre cinco e treze anos trabalhando apenas em escolas.
Com relação à primeira pergunta da pesquisa onde se buscou saber se os
docentes entrevistados utilizavam o conteúdo lutas em suas aulas de educação
física Infantil. Dois professores disseram que sim através de práticas lúdicas e
recreativas, sete disseram que sim de formas variadas, dois disseram não ter
instrução para tal, cinco declararam que a escola não comportava condições para
isso e quatro disseram não utilizar este conteúdo por conta da escola ou os pais não
aprovarem. Na segunda pergunta, procurou-se saber se os docentes consideravam
que as lutas são apenas as formas pré-existentes, como boxe, judô e Karatê ou se
consideravam cabo de guerra e braço de ferro outra forma de luta. Três
responderam que somente as pré-existentes podem ser assim consideradas,
entretanto, treze disseram encarar como luta qualquer atividade em que dois
oponentes se enfrentam, tentando subjugar o outro. Na terceira indagação, intentou-
se em saber que tipo de luta cada docente acha ideal para se trabalhar na escola.
As respostas, por incrível que possa parecer, foram unânimes em selecionar o
Karatê e o Kung Fu, por serem lutas que podem ser trabalhadas e ensinadas sem
contato físico, evitando assim contusões entre as crianças. Diante de tal
unanimidade, na quarta pergunta se interessou em saber sobre a possibilidade do
conteúdo de lutas serem trabalhado na educação física infantil. Quinze professores
colocaram-se a favor ponderando sobre esta possibilidade apenas se a escola
oferecer estrutura física para tal. Cinco argumentaram não achar viável por entender
que os pais não aprovariam. A quinta pergunta quis saber dos docentes qual o papel
as lutas podem representar como forma de aprendizado através das aulas de
educação física. Para treze professores, as lutas seriam um atrativo a mais,
melhorando o interesse da criança por essas aulas, devido ser um conteúdo
diversificado. Cinco opinaram que dependeria da forma como tal conteúdo fosse
trabalhado e dois disseram que dependendo do local (a escola) onde as lutas
fossem trabalhadas, poderia não haver mudança alguma em relação ao aprendizado
ou ao interesse do aluno pelas aulas de educação física. Na sexta indagação,
buscou-se saber entre os docentes sobre algumas vantagens que as lutas poderiam
proporcionar como conteúdo nas aulas de educação física infantil, Segundo doze
professores, seria ótimo para promover o interesse da criança pelas aulas de
educação física. Quatro disseram que a haveria uma possibilidade de as lutas
melhorarem o aspecto motor e psicomotor das crianças. E dois foram categóricos ao
afirmar que a principal vantagem seria a contribuição das lutas para que a criança
gastasse a energia acumuladas ou em excesso, evitando atos e atitudes bruscas e
com isso facilitando sua socialização. Tais colocações dos docentes em relação a
esta pergunta reforçam a idéia de Ferreira (2009), mestre em Educação e Saúde da
Universidade de Fortaleza/CE, quando ele diz que na educação física infantil, as
lutas de animais (sapo, jacaré) ou a luta do saci têm ajudado muito na liberação de
agressividade das crianças, além de, com elas, serem trabalhadas os fatores
psicomotores. A sétima pergunta questionou sobre a possibilidade de a prática da
luta gerar ou não violência. Uma professora afirmou que com a violência crescendo
a cada dia sem controle no país, por mais que se discipline uma criança, a prática de
uma luta acabaria por torná-la violenta, cedo ou tarde. Em contrapartida, dois
professores disseram que não e justificaram sua resposta com uma frase que
poderia ser traduzida assim: “a violência está na índole”. Já dezessete professores
foram unânimes ao declarar que tudo dependeria de quem ensinasse o conteúdo e
explicaram sua opinião dizendo acreditar em uma única coisa em relação a essa
pergunta: que o aluno é o retrato do mestre. A oitava pergunta trouxe a questão
sobre a escola ter ou não estrutura adequada para se trabalhar o conteúdo de lutas
em suas aulas de educação física infantil. Quatro professores afirmaram que a sua
escola onde trabalham tem esta condição mas, como professores não poderiam e
nem tinham autonomia para propor tal coisa a direção da Escola e que só ela
poderia autorizar a implementação deste conteúdo em suas aulas. Outros dezesseis
professores disseram que não. Que suas escolas não comportavam condições para
trabalhar o conteúdo de lutas nas aulas de educação física infantil. Os motivos
diversificaram-se, mas dois motivos foram maioria nas respostas de alguns deles,
sendo o primeiro, a falta de estrutura física e pedagógica da escola e o segundo, o
receio de que os pais entendessem isto como uma apologia da Instituição de ensino
à violência. Entretanto, quando o assunto é a contribuição que a implementação das
lutas como mais um conteúdo da educação física infantil poderiam trazer para o bom
desempenho das outras disciplinas, caso da nona pergunta, dezenove professores
disseram que seria uma grandíssima ajuda das lutas para as outras disciplinas.
Apenas um professor, foi bastante radical ao declarar: “Não acredito nisso. Quando
o aluno é desinteressado, não há conteúdo novo ou diversificado que o estimule”. A
décima pergunta desta pesquisa foi a única a alcançar unanimidade geral.
Perguntado aos docentes sobre possibilidade de o conteúdo de lutas serem
trabalhados como um esporte e de forma lúdica, todos disseram sim, suas respostas
foram similares, todos entendem que não só as lutas, mas, qualquer conteúdo é
passível de serem trabalhados com ludicidade na educação física infantil,
corroborando as palavras de Ferreira (2006), ao declarar que a vivência lúdica pode
ser a melhor forma de se trabalhar as lutas na escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados levantados por essa pesquisa e traduzindo-a em números
gerais, observou-se que entre vinte professores entrevistados, treze concordam que
a luta pertence ao contexto da educação física escolar e deve sim, ser trabalhada na
educação física infantil. Seis professores posicionaram-se a favor, desde que os pais
concordem e a escola ofereça estrutura física e pedagógica para tal e apenas um
professor foi terminante contra por não achar viável devido a violência do país e a
pela provável associação que os pais poderiam fazer entre o conteúdo e a apologia
à violência. Tais números demonstram que há um entendimento compartilhado da
necessidade em se trabalhar com a ampliação da cultura de movimento, rompendo
com a educação física tradicional, baseada no esportivismo e no tecnicismo, já que
segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) a educação física escolar
deve ser constituída de três blocos.
Sexo: Ambos. Treze professores & sete professoras. Idade: Entre 28 e 39 anos
Nível de escolaridade: Quatro Graduados, três Bacharelado, treze Licenciatura.
Tempo de experiência como docente: Graduados: com mais de vinte anos,
Bacharelados e Licenciados, entre cinco e treze anos trabalhando em Escolas.
02- Você considera que as lutas são apenas as formas pré-existentes, como Karatê,
boxe, judô ou acha que cabo de guerra e braço de ferro também são formas de luta?
a- Somente as técnicas pré-existentes podem ser consideradas lutas. Três.
b- Qualquer atividade em que dois oponentes se enfrentam, tentado superar o outro
é um tipo de luta. Dezessete
03- Que tipo de luta você acha seria ideal para ser trabalhada na escola? Justifique.
R: O Kung Fu e o Karatê. Segundo os professores entrevistados, diferente do
Judô, esses dois tipos de luta podem ser ensinados sem que haja o contato
físico, evitando assim, que as crianças venham a se machucar.
04- É possível trabalhar com lutas na educação infantil? Justifique sua resposta.
a- Sim. Quinze docentes disseram que sim, desde que a escola tenha estrutura
física e pedagógica para tal.
b- Não. Cinco disseram que não, por acharem que os pais das crianças não
aprovariam.
05- Que papel as lutas podem representar como forma de aprendizado através das
aulas de educação física na educação infantil?
R: Dois disseram achar que não haveria mudança alguma em relação a
melhora de aprendizado, dependendo do local (escola) onde o conteúdo Lutas
fosse trabalhado. Cinco disseram que dependeria da forma como fosse
trabalhada e treze disseram que poderiam representar um atrativo a mais para
as aulas, melhorando o interesse da criança nas aulas de educação física,
além de ser ótimo para discipliná-los
06- Cite algumas vantagens das lutas como conteúdo nas aulas de educação física
infantil.
R: Doze professores disseram que seria ótimo para promover o interesse do
aluno pelas aulas de educação física. Quatro disseram que melhoraria o
aspecto motor e a socialização da criança, Dois disseram que as lutas
poderiam contribuir para que a criança gastasse no seu conteúdo a energia em
excesso e dois responderam que seria uma oportunidade da criança fazer
contato com outro conteúdo além daqueles com bola, que são usados em 98%
das escolas no Brasil.
07- Você considera que a prática da luta gera violência? Justifique sua resposta.
a- Sim. Uma professora Formada em Bacharelado disse que sim porque por
mais que se doutrine uma criança, o país está bastante violento, e fatalmente,
cedo ou tarde aprender uma forma de Luta acabaria por tornar a criança
agressiva.
b- Não. Dois professores responderam que não, e justificaram sua posição
dizendo: “A violência está na índole”.
c- Depende do professor. A maioria, dezessete professores foram unânimes ao
opinar que em qualquer aprendizado “o Aluno é o retrato do Mestre”.
08- Em sua opinião, a escola tem estrutura adequada para trabalhar as lutas como
um conteúdo da educação física infantil, tal como tem para trabalhar os quatro
esportes com bola: O futsal, o voleibol, o basquetebol e o handebol? Justifique.
R: Dos vinte entrevistados, quatro disseram que sim, mas, isso dependia da
direção da escola e eles, como professores, não tinham autonomia para propor
novos conteúdos. Dezesseis, disseram que não por diversos motivos, sendo o
primeiro maior, a falta de estrutura física da escola e o segundo maior, a
provável não antipatia dos pais por tal conteúdo, já que poderiam entendê-lo
como uma preparação e posteriormente uma incitação para a violência.
09- Como professor (a) você acha que a implementação das lutas como mais um
conteúdo nas aulas de educação física infantil podem contribuir para o bom
desempenho de outras disciplinas? Justifique sua resposta.
a- Sim. Dezenove professores opinaram esta opção, ressaltando que se forem
estimulados através do conteúdo de lutas nesse sentido.
b- Não. Um professor declarou que quando o aluno é desinteressado, não há
conteúdo novo que o estimule por muito tempo.