Você está na página 1de 9
CAPITULO 37 SULFETO TOTAL 37.1 - METODO DO AZUL DE METILENO O método do azul de metileno baseia-se na reagio de sulfeto, cloreto férrico & dimetilparafenilenodiamina (N,N-dimetil-p-fenilenodiamina) para produzir azul de metileno. Fosfato de aménio é utilizado no teste para remover a cor produzida pelo cloreto fértico. O procedimento de andlise também inclui o pré-tratamento da amostra por precipitago do sulfeto com acetato de zinco em condigdes fortemente bis.cas. O método é aplicavel para concentra- Ges de até 2,0 mg S=/1 quando cuvetas de 1,0 em de espaco interno sdo usadas. 1) UTENSILIOS 4) Espectrofotémetro (comprimento de onde = 664 nm) e cuveta com 1 em de espago interno; b) Pipetas sorolégicas (5 ¢ 10 ml); ) Frascos de vidro com tampa, de 100 ml; 4) Tubos de ensaio de 15 ml; ) Suporte para tubos de ensaio; 4) Conta-gotas; 2) Baldo volumétrico (100 e 1000 ml); h) Balanca analitica com preciso de 0,1 mg 2) PREPARACAO DOS REAGENTES a) Solugdo estoque de Acido amino sulfarico. Dissolver 27 g de oxalato de N,N-dimetilparafenilenodiamina [(C,H, ,N,),.(C,O,H,)] em uma mistura fria de 50 ml de H,SO, ¢ 20 ml de dgua destilada. Resfriar, diluir para 100 mle guardar em garrafa escura. Usar um sal novo, pois quando velho ele pode ser oxidado e mudar de corem ‘um nfvel que resulta em interferéncia na cor do teste; b) Soluedio de scido sulfiirico 141 . Por exernplo, 500 ml de gua destilada +500 ml de H,SO, concentrado; c) Reagente dcido amino sulférico. Diluir 25 ml da solugio estoque de fcido amino sulfirico em 975 ml de uma solugao de H,SO, , 1 + 1. Manter em garrafa escura; 4) Solueiio de cloreto férrico. Dissolver 100 g de FeCl, . 6H,O em 40 ml de agua destilada; e) Solucio de bifosfato de amdnio. Dissolver 400 g de (NH,),HPO, em 800 ml de agua destilada; f) Solucio de acetato de zinco. Dissolver 220 g de Zn(C,H,O,),. 2H,O em 870 ml de gua destilada; g) Solucio de hidréxido de s6dio, 6 N. Dissolver 240 g de NaOH esfriar e completar para I litro com agua destilada; MANUAL DB ANALISBS FISICO-QLIMICAS DE AGUAS DE ABASTECIMENTO E RESIDUARIAS h) Solugio padriio de sulfeto. Na EXTRABES, é preparada uma solugio contendo aproximadamente 200 mg S*/l, pesando-se 1,05 g de Na,S. SH,O ou 1,50 g de ‘Na,S. 9H,O, dissolvendo-se e diluindo-se para 1 litro em Agua destilada. Padronizacio: a padronizacdo ¢ feita pelo método iodométrico (Capitulo 25 - segio 25.2) titulando-se com solugdo padrdo de tiossulfato de s6dio 0,025 N, uma prova em branco consistindo de 200 ml de agua destilada, 20 ml de solugio padrio de iodo 0,025 Ne 2 ml de HCI 6 N e uma outra prova contendo 180 ml de agua destilada, 20 ml de solugdo padrio de iodo 0,025 N, 2 ml de HCI 6 N e 20 ml do padrao de sulfeto. Usar indicador de amido e chamar os volumes (ml) de tiossulfato gastos na rova em branco e na prova contendo sulfeto de B e A, respectivamente. Determi- har a concentragiio de sulfeto pela seguinte expressiio: Concentrago (mg S7/l) = 20 (B - A); i) Solucio diluida de sulfeto. Com base na concentragao da solugdo padrio de sulfeto medir um certo volume dela que, diluico em gua destilada para um volume final de 1000 ml, permita obter-se uma solugio de concentracio igual a 20 mg S“/l. Por exemplo, se a concentragao da solugdo padrao for de 200 mg S*fl medir 100 ml e diluir para 1000 ml em égua destilada, se for 180 mg $l medir 111 mle diluir para 1000 ml em Agua destilada e, assim por diante, de. modo que o volume (ml) ser sempre 0 quociente 20000/concentragéo (mg/l). Cada mililitro desta solugio con- tém 20 pg S= (1 ml = 20 ug S*); j) Padres de sulfeto para a preparacio da curvadecalibracio: Na EXTRABES € preparada uma curva de calibragdo na faixa 0,0 — 2,0 mg S“/, usando-se dgua destilada como o padrao 0,0 mg S*/I, sendo os outros padres preparados a partir da solugio dilufda de sulfeto (20 mg $7/1, item i), cujos volumes (ml) para preparar 100 ml dos respectivos padres so dades no seguinte quadro: Padraio Volume da solugao (mg s"A) 20 mg $"M por 100 mi (ml) OT 05 0,2 10 04 2,0 0,6 3,0 08 4,0 1,0 50 - 12 6.0 15 15 18 9,0 2,0 10.0 3) SEQUENCIA DE EXECUCAO DO METODO 260 a) Num frasco de 100 ml, colocar 3 gotas dz solugdo de acetato de zinco; +b) Coletar a amostra (100 ml) diretamente no frasco, com um mfnimo de aerago; ©) Adicionar 2 gotas de solugiio 6N de hidroxido de sédio; MANUAL DE ANALISES F{S1C-QUIMICAS DE AGUAS DE ABASTECIMENTO E RESIDUARIAS <) Tampar agitaro frasco por sucessivas inverses do mesmo; ¢) Deixar em repouso para decantar 0 precipitado; f) Retirar 0 maximo pos el do sobrenadante, por sifonamento; ‘g) Completar 0 volume do frasco com gua destilada; h) Retirar duas porgées de 7,5 ml da suspensdo bem homogeneizada ou de uma sua diluigdo e colocar respectivamente em dois tubos de 15 ml; i) No primeiro tubo (prova em branco) adicionar 0,5 ml de solugio 1+1 de H,SO,; i) No segundo tubo adicionar 0,5 ml do reagente écido amino sulfiirico; 1) Adicionar em ambos os tubos 3 gotas da solugao de cloreto férrico, agitar por circulagiio do contetido do tubo; m) Esperar 3 a 5 minutos e adicionar, em cada tubo, 1,6 ml de solugao de bifosfato de aménio ; n) Para cada amostra, zerar o espectrofotOmetro, a 664 nm, com 0 sobrenadante da respectiva prova em branco; 0) Ler a absorbancia do sobrenadante da prova contendo a amostra, a 664 nm. 4) CALCULOS ‘A concentragio (mgS/l) obtida de uma curva de calibragao construfda a partir de resultados com padres de sulfeto submetidos ao procedimento colorimétrico do método do azul de metileno. O método dos minimos quadrados pode ser utilizado para estabelecer a equagiio da linha reta que correlaciona as absorbiiacias 4s concentragdes. Corrigir as concentragdes com 0 uso do fator de diluigdo de cada amostra. 37.2 - SULFETO DISSOLVIDO. A determinagio da concentragao de Sulfeto Dissolvido ¢ feita de forma idéntica & de Sulfeto Total, qualquer que seja 0 método utilizado, com a diferenga da andlise ser feita no sobrenadante da amostra apés pré-tratamento por precipitagao quimica com cloreto de alumi- nio em meio bisico (Capitulo 15 - seco 15.2 - 3). 261 CAPITULO 38) a BIBLIOGRAFIA_CONSULTADA 01. AFNOR (Association Francaise de Normalisation) 1975. Essais Des Eaux. Dosages des Nitrate. Norme Frangaise Homologuee, NF T 90 - 012. (Ist tirage 75 - 09). AFNOR, Paris. 02. ANDERSEN, J. M. 1976. An Ignition Method for Determination of Total Phosphorus in Lake Sediments, Water Research, 10, pp. 329-331 03, APHA-AWWA-WPCF 1965. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 12 thedition, New York: American Public Health Association. 04. APHA-AWWA-WPCF 1975. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 14 thedition. New York: American Public Health Association. 05. APHA-AWWA-WPCF 1985. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 16 thedition. Washington D. C.: American Public Health Association. 06. APHA-AWWA-WEF 1992. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 18 th edition. Washington D. C.: American Public Health Association. 07. ASPILA, K. L, ARGEMIAN, H. and CHAU, A. S. Y. 1976. A Semi-automated Method for the Determination of Inorganic, Organic end Total Phosphate. Analyst, 101, pp. 187 - 197. 08. AYERS, R. S. and WESTCOT, D. W. 1985. Water Quality for Agriculture. FAO Irrigation and Drainage Paper 29. Rev 1. FAO, Rome. 174 p. 09. BARTLETT, J. K. and SKOOG, D. A. 1954. Colorimetric Determination of Elemental Sulfur in Hydrocarbons, Analytical Chemistry, vol. 26, n°6, pp. 1008-1011. 10. BUSSAB, W. O.e MORETIN, P.A. 1991. Estatistica Basica. 4* Edigdo. Sao Paulo: Atual Editora Ltda. 11. CHACON. E. 1972. Curso de Estatistica. Rio de Janeiro: Livro Tbero - Americano. 12. CHINA, M. 1991. Recommended Methods for the Determination of Nitrogen, Phosphorus and Sulphur Compounds in Water and Wastewater (non- instrumental methods). Department of Civil Engineering. The University of Leeds.24 pp. 13. da SILVA, M. O. S. ALVARES. 1977. Anilises F'sico-Quimicas pra Controle de Estagdes de Tratamento de Esgotos. ABES - BNH - CETESB. 263 _MANUAL DE ANALISES FISICO-QUIMICAS DE AGUAS DE ABASTECIMENTO B RESIDUARIAS 14. FRY, J.C. 1994, Biological Data Analysis. A Practical Approach. Oxford: Oxford University Press. 15, HIELTJES, A. H. M. and LIKLEMA, L. 1980. Fractionation of Inorganic Phosphates in Calcarious Sediments. Journal ofthe Environmental Quality, 9, pp. 405-407. 16. JORGENSEN, B. B., KUENEN, J. G. and COHEN, Y. 1979. Microbial Transformations of Sulfur Compounds in a Stratified Lake (SolarLake, Sinai). Limnology and Oceanography, vol. 24, n° 5, pp. 799 - 822 17. McQUAKER, N. R. and FUNG, T. 1975. Determination of Total Sulphur and Total Phosphorus in Soils Using Fusion with Alkali Metal Nitrates. Analytical Chemistry, vol. 47 (8), pp. 1462 - 1464. 18. MERCK (1974). The Testing of Water. 9" edigio, Repdblica Federal da Alemanha. E. Merck, Darmstadt, 224 pp. 19. MINISTERIO DA SAUDE DO BRASIL 1990. Portaria 36 de 19/01/90. Normas e Pa- dro de Potabilidade da Agua para Consumo Humano em todo o territério Nacional. Brasflia: DOU, Segio I, pp. 1651 - 1654, 23/01/90. 20. PEARSON, H.W., MARA, D.D., KONIG A., OLIVEIRA, R., MILLS, S., SMALLMAN, D.S. and SILVA, S. A. 1987. Water Column Sampling as a Rapid and Efficient Method of Determining Effluent Quality and the Performance of Waste Stabilization Ponds. Water Science and Technology. Vol. 19, N°, 12, pp. 109-113. 21. RODIER, J. 1975. L’analyze de L’eau: Eaux Naturalles, Eaux Residuale, Eaux de Mer. 5* edigao. Paris: Dumond, 629 pp. 22. SAWYER, C.N., McCARTY, PL. and PARKIN, GF. 1994. Chemistry for Environmental Engineering, 4th edition, New York: McGraw-Hill, Inc. 23. SILVA, S.A. 1982. On the Treatment of Dorrestic Sewage in Waste Stabilization Ponds in Northeast Brazil. PAD Thesis, University of Dundee, UK. 24. SOKAL,R. R. and ROHLF, F. J. 1981. Biometry. The principles and Practice of Statistics in Biological Research. Second Edition. New York: W. H. Freeman and Company. 25. SPIEGEL, M. R. 1976. Estatistica. 10* Reimpressio, Sao Paulo: McGraw - Hill do Brasil, Ltda. 26. STAL, L. J., VAN GEMERDEN, H. and KRUMBEIN, W. E. 1984. The Simultaneous Assay of Chlorophyll and Bacteriochlorophyll in Natural Microbial Communities. Elsevier Science Publishers B. V. 27. VAN GEMERDEN, H. 1986. Production of Elemental Sulphur by Green and Purple Sulphur Bacteria. Archives of Microbiology. Vol 146, pp 52-56. 264 — - MANUAL DEANALISES FISICO-QUIMICAS DB AGUAS DEABASTECIMENTO E RESIDUARIAS 28. WILLIAMS, J. D. H., SYERS, J. K,., HARRES, R. F. and ARMSTRONG, D. E. 1971. Fractionation of Inorganic Phosphate in Calcareous Lake Sediments. Soil Science Society of America, Proceedings, 35, pp. 250-255. 265 266 MANUAL DE ANALISES FISICO-OUIMICAS DE AGUAS DE ABASTECIMENTO E RESIDUARIAS OTA’ SiMBOLO DESIGNACAO A- Area cm- Centimetro, L- ‘Comprimento K- Condutividade Ksp- Constante produto de solubilidade g- Grama ce Grau Centigrado °K- Grau Kelvin h- Horas 1- Litro log - Logaritmo m- Metro G- ‘mho (condutancia) hg - Micrograma lumho - Micromho mg - Miligrama ml- Mililitro mm - Milimetro mM Milimolar mS - Milisiemens mV- Milivolt min, - ‘Minutos M- Molaridade (solugao) N- Nitrogénio N- Normalidade (solugao) R- Ohm (resisténcia) %o ~ Partes por mil Pa- Pascal “. Polegada %- Porcento Eh- Potencial de oxidagdo-redugdo (POR) Kg- Quilograma Kpa- Quilopascal rpm - Rotagdo por minuto Se- Salinidade corrigida Sa- Salinidade estimada te ‘Temperatura ur- Unidade de Turbidez uir- Unidade Jackson de Turbidez UNT- Unidade Nefelométrica de Turbidez v- Volts v- Volume w- Watt ) #) wi) 4 J @ crates Maqcone 1943-1-0 I

Você também pode gostar