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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

ANGELA DE JESUS VASCONCELOS

VARIÁVEIS TÉRMICAS E MICROESTRUTURA DA LIGA Al-


5,5%Sn SOLIDIFICADA DIRECIONALMENTE

BELÉM
2013
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ


CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

ANGELA DE JESUS VASCONCELOS

VARIÁVEIS TÉRMICAS E MICROESTRUTURA DA LIGA Al-


5,5%Sn SOLIDIFICADA DIRECIONALMENTE

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso,


apresentado ao Colegiado Específico de
Engenharia de Materiais do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará –
IFPA, como requisito para a obtenção do
Grau de Bacharel em Engenharia de
Materiais, sob a orientação do Prof. Dr.
Otávio Fernandes Lima da Rocha.

BELÉM
2013
iii

Dados para catalogação na fonte


Setor de Processamento Técnico
Biblioteca IFPA - Campus Belém

_____________________________________________________________________

V331v Vasconcelos, Angela de Jesus.


Variáveis térmicas e microestrutura da liga Al-5,5%Sn solidificada
direcionalmente [manuscrito] / Angela de Jesus Vasconcelos. –
Belém, 2013.
67 f : il.

Impresso por computador (fotocópia).


Orientador: Otávio Fernandes Lima da Rocha.
Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia de Materiais) — Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará – IFPA, 2013.

1. Solidificação direcional horizontal. 2. Crescimentos


dendríticos primários – modelos. 3. Regime transitório de extração
de calor. I. Título.

CDD: 671.36
_____________________________________________________________________
iv
v

A Deus por tudo que tem acrescentado dia após dia.

Aos meus pais, José Maurício Vasconcelos e


Terezinha de Jesus Rodrigues Vasconcelos por todo
carinho, companheirismo, ensinamento e incentivo.
vi

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por todo carinho, companheirismo,


compreensão e ensinamentos;
Ao meu orientador, Professor Otávio Rocha, pela
dedicação, paciência nos anos que me orientou;
Aos professores Daniel Moutinho e Nazareno Silva
por todo o ensinamento e incentivo durante as aulas e
na orientação dentro dos laboratórios;
Ao professor Evaldo Soares, pelos ensinamentos e
ser tão solicito quanto ao uso dos Laboratórios de
Engenharia de Materiais;
Aos Amigos Felipe Barros, Tainã Fernandes,
Vanessa Barroso e todos os outros companheiros de
curso;
Ao companheiro de iniciação científica Rafael
Kikuchi que participou ativamente na obtenção do
lingote e da caracterização térmica e metalográfica
deste trabalho.
Ao CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação
Científica bem como pelo apoio financeiro
concedido, através de Programa de Pesquisa, apoiado
pelo Edital Universal 014/2013/Processo:
472745/2013-1, os quais contribuíram para o
desenvolvimento e finalização do presente trabalho.
vii

“Nunca esperei ser alguém importante. Talvez não o


seja, mas o que quer que eu seja, o que quer que eu
faça, será o que Deus escolheu pra mim. Sinto que
Ele observa cada passo meu.”

Elvis Presley
viii

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo teórico-experimental sobre a correlação entre as variáveis


térmicas de solidificação como velocidade de deslocamento da isoterma líquidus (VL) e a taxa
de resfriamento (TR) e os espaçamentos dendríticos primários (1) da liga Al-5,5%Sn
solidificada direcionalmente em um dispositivo de configuração horizontal, refrigerado à
água, sob condições transitórias de extração de calor. As variáveis térmicas são calculadas a
partir dos perfis de temperatura obtidos para 5 (cinco) termopares, inseridos no metal.
Modelos teóricos para a previsão dos espaçamentos dendríticos primários, desenvolvidos para
regime transitório de extração e calor, são utilizados e comparados com os resultados
experimentais obtidos. Ainda, um estudo comparativo é realizado entre os resultados
encontrados neste trabalho e aqueles apresentados na literatura para os espaçamentos
dendríticos primários de ligas do sistema Al-Sn, investigadas quando solidificadas
direcionalmente em um sistema vertical ascendente. A análise da microestrutura indica que os
espaçamentos dendríticos primários são bastante influenciados pela direção de crescimento do
sólido e leis experimentais na forma de potência em função de V L e TR do tipo
1 = C(VL, TR)-n são propostas, onde “C” e “n” são iguais a 62 e 1,1, para 1 em função de VL
e iguais a 144 e 0,55, para 1 em função de TR. Os resultados subestimam os valores teóricos
calculados a partir dos modelos numéricos previstos na literatura.

Palavras-chave: Solidificação Direcional Horizontal, Modelos de Crescimento Dendríticos


Primários, Regime Transitório de Extração de calor.
ix

ABSTRACT

This paper presents a theoretical and experimental study on the correlation between the
solidification thermal variables such as rate growth ( VL ) and cooling rate ( TR ) and primary
dendrite arm spacing (1) of the Al-5,5wt.%Sn directionally solidified in a water-cooled
horizontal configuration device under transient conditions of heat extraction. The thermal
variables are calculated from temperature profiles obtained for five (5) thermocouples inserted
into the metal. Theoretical models for the prediction of primary dendrite spacing, developed
for transient heat extraction, are used and compared with the experimental results. Still, a
comparative study is conducted between the results found in this study and those reported in
the literature for primary dendrite spacing of Al-Sn alloys solidified in upward vertical
directional condition. The microstructural analysis indicates that the primary dendrite
spacings are strongly influenced by the growth direction of solid and experimental power laws
as a function of the VL and TR given by formula 1 = C (VL, TR) -n are proposed, where
"C "and "n" are equal to 62 and 1.1 to 1 according VL and equal to 144 and 0.55 to 1
according TR. The results underestimate the theoretical values calculated from numerical
models published in the literature.

Keywords: Horizontal Directional Solidification, Primary Dendrite Growth Models,


Transient Heat Extraction.
x

LISTA DE FIGURAS

1.1 Representação esquemática de microestrutura de fundidos (Garcia, 2007) 15

2.1 Encadeamento de fatores e eventos durante a solidificação de um metal (Garcia,

2007) 19

2.2 Esquema do dispositivo de solidificação unidirecional vertical ascendente

(Siqueira, 2002; Rocha, 2003; Spinelli, 2005; Silva, J, 2007) 22

2.3 Dispositivo de solidificação unidirecional vertical descendente: 1, sistema de

aquisição de dados; 2, material refratário; 3, resistências elétricas; 4, lingoteira; 5,

termopares; 6, registrador de dados; 7, câmara refrigerada; 8, rotâmetro; 9, metal;

10, controle do forno (Rosa, 2007) 23

2.4 Esquematização do dispositivo de solidificação unidirecional horizontal (Adaptado

de Silva, 2007) 24

2.5 Modos de transferência de calor atuantes no sistema metal/molde na solidificação

horizontal (Dias, 2012) 25

2.6 Representação esquemática da atuação dos fatores de influência na formação das

estruturas de solidificação (Adaptado de Rocha, 2003; Rosa, 2007; Dias, 2012) 27

2.7 Esquema representativo dos espaçamentos interdendríticos primários (λ 1),

secundário (λ2) e terciário (λ3) (Adaptado de Costa, 2013) 27

2.8 Mudança morfológica na estrutura de crescimento à medida que a velocidade é

aumentada: (a) crescimento celular regular em baixas velocidades; (b) crescimento

celular com alteração na direção de crescimento; (c) transição celular/dendrítica;

(d) crescimento dendrítico com início da formação de instabilidades laterais

(Adaptado de Garcia, 2007) 29

2.9 Condições de transição planar/celular/dendrítica pelo efeito de supe-resfriamento


xi

constitucional (Garcia, 2007) 29

3.1 Fluxograma das etapas adotadas no procedimento experimental deste trabalho 34

3.2 Diagrama de fase construído no software Thermo-calc (Cruz et al., 2008) 36

3.3 Curva de resfrimento para caracterização térmica da liga, obtida

experimentalmente, indicando os valores das temperaturas líquidus e sólidus da

liga estudada 36

3.4 Representação esquemática do dispositivo de solidificação direcional horizontal

utilizado nos experimentos deste trabalho (Silva, 2007) 38

3.5 Representação esquemática do dispositivo de solidificação, mostrando sua

interface com o sistema de registro de temperaturas (Adaptado de Silva, 2007) 39

3.6 Macroestrutura da liga Al-5,5%Sn com destaque a TCE e a Região de medição de

λ1. 40

3.7 Técnica de Medidas dos espaçamentos dendríticos primários, utilizando o método

do triângulo (Gündüz et al., 2002; Rocha, 2003; Cruz et al., 2008): (a) esquema

representativo; (b) Microestrutura obtida deste trabalho 40

3.8 Analisador de Imagem utilizado para a obtenção das micrografias – Analysis no

Microscópio Óptico Olimpus UC30, laboratório de caracterização – IFPA (Dias,

2012) 41

3.9 Tratamento dos dados experimentais para obtenção das variáveis térmicas (Rocha,

2003) 43

4.1 Macroestrutura de solidificação da liga Al-5,5%Sn 44

4.2 Curva experimental de resfriamento da liga estudada. TL e TV são as temperaturas

líquidus e vazamento do metal líquido, respectivamente. 45

4.3 Posição das isotermas líquidus a partir da interface metal/molde em função do

tempo da liga estudada 46


xii

4.4 Correlação entre velocidade de deslocamento da isoterma líquidus com a posição 47

4.5 Taxa de resfriamento a partir da interface metal/molde em função da posição 47

4.6 Micrografias da liga Al-5,5%Sn e os correspondentes valores de TR, VL e λ1 para a

liga Al-5,5%Sn solidificada direcionalmente em regime transitório de extração

calor 49

4.7 Correlação entre os espaçamentos dendrítcos primários e as variáveis térmicas: (a)

1 = f(P); (b) 1 = f(VL); (c) 1 = f(TR) 51

4.8 Comparação de dados experimentais retirados de Okamoto-Kishitake (1975), Cruz

(2008) e a equação experimental para espaçamento dendrítico primário em função

da taxa de resfriamento do presente trabalho (Adaptado de Cruz, 2008) 53

4.9 Comparação entre os resultados experimentais obtidos e os modelos teóricos e

transitórios de crescimento primário, que são Hunt e Lu (1996) e Bouchard e

Kirkaldy (1997) 54
xiii

LISTA DE TABELAS

2.1 Modelos teóricos para crescimento dendrítico primários 32

2.2 Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para 33

ligas binárias à base de alumínio

3.1 Análise química da matéria-prima utilizada nos experimentos 35

3.2 Propriedades Termofísicas da liga do sistema Al-5,5%Sn para o cálculo dos 41

espaçamentos teóricos (Cruz et al., 2008; Bouchard-Kirkaldy, 1997)


xiv

NOMENCLATURA

LETRAS LATINAS

a, C = constantes
Co = concentração de soluto na liga
DL =difusividade de soluto no líquido (m2/s)
dP = derivada da posição
dt = derivada do tempo
dT = derivada da temperatura
GL = gradiente de temperatura frente à isoterma líquidus (K/mm)
ko = coeficiente de partição de soluto (adimensional)
L = calor latente de fusão do material (J/kg)
mL = inclinação da linha líquidus
m = valores variáveis do teor de Sn iguais a: 10%, 30% e 40%
P = posição dos termopares
TF = temperatura de fusão (ºC)
TE= temperatura no ponto eutético (°C)
TV = temperatura de vazamento (ºC)
TR = taxa de resfriamento (K/s)
TL = temperatura líquidus da liga (ºC)
TS = temperatura sólidus da liga (ºC)
VL = velocidade da isoterma líquidus (mm/s)
VS = velocidade da isoterma sólidus (mm/s)

LETRAS GREGAS

λC = espaçamento celular (μm)


λ1 = espaçamentos dendríticos primários (μm)
λ2 = espaçamentos dendríticos secundários (μm)
ε = fator de correção do modelo de Bouchard-Kirkaldy [ε < 1]
∆T = intervalo de solidificação
Γ = coeficiente de Gibbs-Thompson
xv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................. 14
1.2 OBJETIVO............................................................................................................. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 18
2.1 VARIÁVEIS TÉRMICAS E MICROESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO...... 18
2.1.1 Variáveis Térmicas............................................................................................... 18
2.1.2 Análise Experimental da solidificação unidirecional em condições
transitórias............................................................................................................. 21
2.1.3 Microestruturas de Solidificação......................................................................... 26

2.1.4 Leis de crescimento celular e dendrítico............................................................. 30


3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 34
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................. 34
3.2 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS.............................................. 35
3.3 DISPOSITIVO DE SOLIDIFICAÇÃO UNIDIRECIONAL HORIZONTAL...... 37
3.4 CARACTERIZAÇÃO MACRO E MICROESTRUTURAL................................. 39
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 44
4.1 MACROESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO.................................................... 44
4.2 PARÂMETROS TÉRMICOS DE SOLIDIFICAÇÃO VL, TR, GL........................ 45
4.3 PARÂMETROS MICROESTRUTURAIS DA SOLIDIFICAÇÃO...................... 48
4.3.1 Microestrutura (λ1)............................................................................................... 48
4.3.2 Correlação entre parâmetros térmicos e microestrutura................................. 49
5 CONCLUSÕES..................................................................................................... 55
SUGESTÕES PARA TRABALHO FUTUROS................................................ 57
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 58
PRODUÇÃO CIENTÍFICA ORIUNDA DESTE TRABALHO...................... 66
14

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O desenvolvimento na indústria para atender às necessidades de mercado tem se

intensificado na busca pelo aprimoramento de seus produtos, investindo na melhoria da

qualidade e redução de gastos no custo de produção. A qualidade de um produto é

proveniente dos processos mais primitivos de fundição e se estende até os processos finais,

relativos à solidificação do produto e está diretamente relacionada ao material do qual é

constituído. Dessa forma, a difusão entre processamento, estrutura, propriedade e desempenho

de uma peça ou equipamento são de extrema importância, pois é fato conhecido que,

dependendo da forma como são processados, a morfologia macro e microestrutural

influenciam diretamente nas propriedades dos produtos finais, assim como no desempenho

que vai estar diretamente ligado a estas propriedades.

As propriedades mecânicas resultantes são determinadas pelo arranjo estrutural da

peça que é caracterizada pelos espaçamentos celular, dendríticos primários, secundários e

terciários, além de produtos segregados, porosidades e contornos de grão que estão dispostos

nesse arranjo, esquematizado na Figura 1.1. Quanto menores os espaçamentos dendríticos

mais refinada é a microestrutura apresentada, melhorando o desempenho mecânico dos

produtos fundidos (Bouchard-Kirkaldy, 1996; 1997; Quaresma, 2000; Osório, 2000; Rocha,

2003a; 2003b; 2003c; 2003d; Peres et al., 2004; Garcia, 2007; Silva, 2007; Moutinho, 2007;

Silva, 2008; Carvalho, 2011; Gomes, 2012; Dias, 2012; Costa, 2013).
15

Figura 1.1 – Representação esquemática de microestrutura de fundidos (Garcia, 2007).

Influenciados pela forte inter-relação entre processamento, estrutura, propriedades e

desempenho dos materiais, pesquisadores utilizam-se da solidificação direcional para

desenvolverem estudos capazes de explicar e provar essa inter-relação, a grande maioria nos

sistemas verticais ascendentes e descendentes. Outro objeto de estudo mais recente é a

solidificação direcional com sistemas de configuração horizontal (Quaresma, 2000; Silva,

2007; Silva et al., 2009).

O aumento nas pesquisas direcionadas às ligas Al-Sn vem gerando novos interesses

de estudo, tendo em vista que a aplicabilidade dessas ligas decorre de suas propriedades

tribológicas e mecânicas que combina uma grande resistência ao desgaste com uma boa

resistência à corrosão e conformabilidade, garantindo uma longa vida útil ao material, com a

matriz de alumínio tenaz e as partículas de estanho atuando como lubrificante (Cruz, 2008).

Na indústria as ligas de Al-Sn são muito utilizadas na fabricação de capa de mancal, mancais

fundidos, buchas e bielas.

É sabido, portanto, que as propriedades mecânicas são dependentes dos parâmetros

operacionais envolvidos no processo de solidificação onde as condições adotadas são

definidas pela resistência à transferência de calor na interface metal/molde assim como as


16

propriedades termofísicas do líquido e do molde. A definição desses parâmetros como

velocidade de solidificação (VL), gradiente de temperatura (GL) e taxa de resfriamento (TR)

que estão vinculados ao tempo e à posição em relação à interface metal/molde (Hunt, 1979;

Kurz & Fisher, 1981; Somboonsuk, 1984; Trivedi, 1984; Mortensen, 1991; Bouchard &

Kirkaldy, 1997; Chen, 1998; Gündüz & Çardili, 2002; Rocha, 2003a; Peres, 2004; Rosa,

2004; 2007), são determinantes na solidificação para a definição da microestrutura obtida e,

por conseguinte, seu desempenho mecânico. Assim, o estudo da microestrutura possui um

forte caráter aplicativo em estudos, que influenciaram pesquisadores como Hunt e Lu (1996) e

Bouchard-Kirkaldy (1997) a desenvolverem modelos matemáticos que correlacionam os

supracitados parâmetros térmicos com a microestrutura dendrítica, sendo estes direcionados

para regime transiente, que visam prever propriedades futuras dos produtos finais

influenciadas pela microestrutura prognosticada.

Considerando o exposto, o objetivo principal deste trabalho visa desenvolver a

solidificação direcional da liga Al-5,5%Sn, buscando analisar a influência das variáveis

térmicas (VL e TR) nos espaçamentos dendríticos primários (1). Para tanto, será utilizado um

dispositivo de solidificação direcional horizontal refrigerado à água.

1.2 OBJETIVO

Este trabalho foi planejado no sentido de desenvolver uma abordagem teórico-

experimental da influência dos parâmetros térmicos sobre a quantificação microestrutural da

morfologia dendrítica primária da liga Al-5,5%Sn. Para o alcance do objetivo, as seguintes

metas são estabelecidas:

a) Revisão crítica e atualizada da literatura existente no que diz respeito às teorias e

trabalhos experimentais sobre o estudo dos espaçamentos dendríticos primários, em

ligas solidificadas unidirecionalmente sob condições transitórias de fluxo de calor, nos

sistemas verticais ascendente e descendente e horizontal;


17

b) Realização de experimentos de solidificação unidirecional horizontal com a liga Al-

5,5%Sn em condições transitórias de extração de calor, utilizando dispositivo de

solidificação refrigerado à água, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa de Metalurgia

do IFPA;

c) Obtenção dos perfis de temperatura em função do tempo para a liga Al-5,5%Sn em um

sistema de solidificação unidirecional horizontal refrigerado à água em condições

transientes de extração de calor;

d) Determinação dos parâmetros térmicos da solidificação, tais como: velocidades de

deslocamento da isoterma líquidus (VL) e taxas de resfriamento (TR), a partir dos

registros térmicos experimentais;

e) Caracterização experimental da microestrutura resultante e quantificação dos

espaçamentos dendríticos primários para a liga estudada: espaçamentos

interdendríticos primários, empregando-se técnicas metalográficas;

f) Correlação dos espaçamentos dendríticos primários com variáveis térmicas de

solidificação, para a liga Al-5,5%Sn, e determinação das equações experimentais de

crescimento;

g) Validação dos modelos teóricos de crescimento dendríticos primários previstos na

literatura para regime transitório de extração de calor, utilizando os resultados

experimentais obtidos neste trabalho;


18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 VARIÁVEIS TÉRMICAS E MICROESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO

2.1.1 Variáveis Térmicas

A busca por materiais com propriedades cada vez mais elevadas pelas indústrias

modernas requer um conhecimento mais aprofundado do processo de solidificação em metais

e ligas metálicas. Considerando a importância científica e tecnológica deste processo,

agregada ao seu vasto campo de aplicações industriais, certamente o caracterizam como o

mais importante tipo de transformação de fases na cadeia produtiva das indústrias de

fundição. O processo de solidificação consiste fundamentalmente em um processo de

transferência de massa e calor em regime transitório onde há mudança de estado da fase

líquida para a fase sólida, e em combinação de técnicas de caracterização macro e

microestruturais, permitem analisar a influência das variáveis de processo no desempenho dos

produtos gerados.

Variáveis térmicas como temperatura de vazamento (TV), gradientes de temperatura

(GL), velocidades de evolução das isotermas de transformação líquidus e sólidus (VL e VS) e

taxas de resfriamento (TR) estão intimamente relacionadas com a cinética do processo de

solidificação e são fatores determinantes para a definição da morfologia e do nível de refino

da macroestrutura e da microestrutura (Rocha, 2003; Silva, 2007; Moutinho, 2007; Silva,

2008; Cruz, 2010; Carvalho, 2011; Gomes, 2012; Dias, 2012; Costa, 2013; Garcia, 2007). As

propriedades mecânicas são dependentes das estruturas de solidificação tanto em produtos

fundidos como em produtos submetidos a tratamentos térmicos. Dessa forma, as variáveis

térmicas possuem grande influência sobre a formação da estrutura de solidificação.

A transformação líquido/sólido é acompanhada por liberação de energia térmica para

o meio ambiente onde a frente de solidificação é crescente e separada por duas fases de

propriedades termofísicas distintas. As propriedades do produto final são dependentes dos


19

fenômenos decorrentes do processo de solidificação analisados desde a matéria-prima líquida

inicial em conjunto com as determinações das cinéticas envolvidas na transformação de

estado, as etapas representadas no fluxograma da Figura 2.1 mostram satisfatoriamente o

encandeamento desse fenômeno.

Figura 2.1 – Encadeamento de fatores e eventos durante a solidificação de um metal (Garcia,


2007).

Os experimentos envolvendo técnicas de solidificação unidirecional têm sido

bastante utilizados para análises de segregação e caracterizações de estruturas, e podem ser


20

estudadas em condições estacionárias e transitórias de fluxo de calor. Na condição

estacionária, o gradiente de temperatura (GL) e a velocidade de solidificação (V L) são

controlados de forma independente e mantidos constantes ao longo do experimento, como

aqueles que utilizam as técnicas de Bridgman/Stockbarger (Gündüz & Çardili, 2002; Kurz &

Fisher, 1981; Tan & Zabaras, 2007; Trivedi, 1984). A utilização desta técnica é muito útil na

determinação de relações quantitativas que envolvam microestrutura, como espaçamento

interdendríticos e variáveis térmicas de solidificação, a qual permite analisar a influência de

cada variável de forma independente e mapear experimentalmente os parâmetros

microestruturais em um espectro mais amplo da amostra solidificada. Resultados

experimentais para espaçamento dendríticos e modelos teóricos de crescimento dendrítico

correspondentes existentes na literatura utilizam, na sua grande maioria, condições

estacionárias de trocas de calor.

Por outro lado, a condição transitória de fluxo de calor é a que está presente nos

processos industriais (Siqueira, 2002; Rocha, 2003; Silva, 2007; Moutinho, 2007; Nogueira,

2011; Silva, 2011; Garcia, 2007). Nesta condição, a velocidade de avanço da isoterma e o

gradiente térmico irão variar ao longo do tempo e da posição do metal em solidificação. Na

literatura, ainda são poucos os modelos teóricos que relacionam parâmetros microestruturais

com variáveis térmicas de solidificação em condições transitórias de extração de calor, como

os de Hunt-Lu (1996) e o de Bouchard-Kirkaldy (1997), e mesmo assim estes ainda não são

amplamente validados em resultados experimentais, principalmente nos estudos para

solidificação com configuração horizontal, onde os efeitos convectivos são mais acentuados,

devido ao gradiente de temperatura ao longo do processo e à diferença de densidade entre

solvente e soluto, o que configura, juntamente com a gravidade, uma convecção termosolutal,

fatores de grande influência. Diante disto, torna-se de extrema importância a avaliação

teórico-experimental da influência das variáveis térmicas (G L, VL, e TR) em condições


21

transientes de extração de calor, sobre os parâmetros da macroestrutura e da microestrutura

resultantes do processo de solidificação unidirecional horizontal, para diversos sistemas

metálicos binários, e em uma ampla faixa de concentração de soluto. Destacamos os trabalhos

(Rocha et al., 2003a; 2003b; 2003c; 2003d; Rosa, 2004; Silva, et al., 2009; Carvalho, 2011;

Nogueira et al., 2012; Kikuchi et al., 2011; Costa, 2013) elaborados recentemente para

condição direcional horizontal sob condições transitórias de extração de calor.

2.1.2 Análise Experimental da solidificação unidirecional em condições transitórias

O fenômeno da solidificação pode ser averiguado experimentalmente em relação à

direção de extração de calor e ao sentido de avanço da frente de solidificação. Na literatura,

existem trabalhos que avaliam a influência de fatores como, por exemplo, a convecção natural

devido a fatores térmicos e composicionais, na formação e nos parâmetros quantificadores das

estruturas de solidificação. Essas investigações têm permitido a obtenção de muitas

informações relevantes sobre a evolução da cinética do processo de solidificação e sobre a

redistribuição de soluto (macrossegregação e microssegregação) de ligas de sistemas

metálicos (Siqueira, 2002; Osório, 2003; Rocha, 2003; Spinelli, 2005; Rosa, 2004; 2007;

Silva, 2007; Moutinho, 2007; Cruz, 2008; Cruz et al., 2010 Canté, 2009; Moutinho, 2012;

Nogueira, 2011; Dias, 2012; Costa, 2013).

O estudo da solidificação unidirecional vertical em condições transitórias, por

exemplo, pode ser estudada considerando a direção do fluxo de calor extraído, onde o sentido

de avanço da frente de solidificação que pode ser ascendente ou descendente. Nas condições

de avanço ascendente (Figura 2.2), durante a solidificação, o soluto é rejeitado à frente da

interface sólido/líquido, e dependendo do conjugado soluto/solvente, pode ocorrer a formação

de um líquido interdendrítico mais denso do que o restante do volume total do metal líquido,

ocasionando assim, no que diz respeito à movimentação de líquido, uma solidificação com
22

completa estabilidade do processo (Garcia, 2007). Dessa forma, o arrefecimento do metal

ocorre na parte inferior, produzindo um perfil de temperaturas no líquido crescente rumo ao

topo da lingoteira e forçando o soluto a ser empurrado por essa fronteira de transformação

sólido/líquido, o que vai minimizar as correntes convectivas tanto por diferenças de

temperatura quanto por diferenças de concentração. Nesta condição, como a transferência de

calor dentro do lingote ocorre essencialmente por condução térmica unidirecional, a análise

experimental e os cálculos teóricos são isentos desse complicador (convecção natural).

Figura 2.2 – Esquema do dispositivo de solidificação unidirecional vertical ascendente


(Siqueira, 2002; Rocha, 2003).

Para a solidificação no sentido descendente, desenvolvido por Spinelli (2005),

representado na Figura 2.3, a configuração quanto à estruturação é bastante similar ao

anterior, sendo que a câmara refrigerada à água é localizada no topo do lingote. Dessa forma,

a força peso atua no sentido de deslocamento do metal que vai se solidificando no lingote a
23

partir do contato com a base refrigerada, provocando mais precocemente uma situação de

maior resistência térmica na interface metal/molde, o que vai influenciar diretamente na

cinética da transformação líquido/sólido, quando comparada a solidificação ascendente. Outro

fator influente é a presença do movimento convectivo, que estará presente já que o perfil de

temperatura do líquido é crescente em direção à base do lingote, isolada termicamente

diminuindo as convecções por diferença de temperatura dentro do líquido. Nessas condições,

se o soluto rejeitado provocar um líquido interdendrítico com maior densidade do que a do

líquido na concentração nominal da liga, além da convecção por diferenças de temperaturas,

ocorrerá também convecção por diferenças de densidade (Spinelli, 2005).

Figura 2.3 – Dispositivo de solidificação unidirecional vertical descendente: 1, sistema de


aquisição de dados; 2, material refratário; 3, resistências elétricas; 4, lingoteira; 5, termopares;
6, registrador de dados; 7, câmara refrigerada; 8, rotâmetro; 9, metal; 10, controle do forno
(Spinelli 2005; Rosa, 2007).

O sistema de solidificação unidirecional horizontal (Figura 2.4) é o que possui uma

configuração mais complexa no que se refere à determinação das variáveis térmicas de

solidificação. O processo de transformação do líquido em sólido pode ser conduzido de duas

maneiras distintas. Na primeira maneira, o vazamento do metal líquido é feito dentro de um


24

molde isolado termicamente nas laterais da lingoteira e a extração de calor ocorre apenas de

uma das paredes com um bloco maciço metálico ou com uma câmara de refrigeração,

induzindo que a extração de calor ocorra somente por esta superfície, neste caso o vazamento

provoca uma turbulência provocando correntes de convecção forçada com intensidades

diferentes ao longo do lingote e levam algum tempo para se dissipar. A segunda maneira, o

sistema é semelhante ao primeiro, mas nesse caso o sistema permite fundir o metal em seu

interior até que determinada temperatura seja alcançada, garantindo a fusão total do metal

dentro do molde proporcionando uma maior estabilidade em relação ao movimento

convectivo do metal líquido.

Figura 2.4 – Esquematização do dispositivo de solidificação unidirecional horizontal


(Adaptado de Silva, 2007).

Entretanto, convém ressaltar que não é possível assegurar as mesmas variáveis

térmicas de solidificação ao longo de diferentes secções horizontais da base refrigeradas à

extremidade oposta do lingote, uma vez que instabilidades térmicas e diferenças de massa

específica no líquido irão gerar correntes convectivas que serão diferentes ao longo dessas

secções. O perfil térmico da evolução da solidificação deve ser levantado em uma secção

horizontal o mais próximo possível da interface metal/molde, a partir da qual serão retiradas
25

as amostras para análise da estrutura. (Quaresma et al., 2000; Osório, 2003; Goulart, 2006;

Silva, 2007; Moutinho, 2007).

O esquema apresentado na Figura 2.5 sintetiza em detalhe os prováveis modos de

transferência de calor que podem estar presentes ao longo do processo de solidificação

unidirecional horizontal em um molde metálico refrigerado à água como, por exemplo,

convecção forçada na água, transferência newtoniana na interface água/molde, condução no

molde, transferência newtoniana na interface molde/metal, condução térmica no metal sólido,

convecção e condução térmica no metal líquido. Todas essas variáveis presentes no caso deste

dispositivo tornam o modelo de solidificação horizontal o mais complexo de ser analisado

dentre os três dispositivos abordados.

Figura 2.5 – Modos de transferência de calor atuantes no sistema metal/molde na solidificação


horizontal (Dias, 2012).

É apropriado destacar que para analisar experimentalmente a solidificação, foram

desenvolvidas várias pesquisas na literatura utilizando-se de configurações diferentes para

dispositivos que geram unidirecionalidade de extração de calor (Siqueira, 2002; Rocha, 2003;
26

Peres, 2005; Spinelli, 2005; Boeira, 2006; Rosa, 2007; Canté, 2009; Silva, 2011; Nogueira,

2011; Carvalho, 2011; Moutinho, 2012; Gomes, 2012; Dias, 2013).

2.1.3 Microestruturas de Solidificação

As diferentes microestruturas resultantes do processo de solidificação estão

fortemente relacionadas com a modificação da interface entre o sólido e o líquido (S/L). Sob

condições ideais, para metais puros, essa interface deveria permanecer plana, entretanto, as

alterações nos parâmetros constitucionais e térmicos do sistema metal/molde decorrentes do

processo de solidificação fazem com que o soluto ou o solvente sejam segregados o que gera

instabilidade no líquido à frente dessa interface, dando origem às microestruturas.

A termodinâmica do processo impõe uma rejeição de soluto ou solvente frente à

interface S/L, originando um fenômeno favorável à nucleação, o qual é responsável por sua

instabilidade, mais conhecida na literatura como super-resfriamento constitucional (SRC).

Dependendo do valor do SRC a instabilidade dá origem a diferentes morfologias e que, por

ordem crescente desse valor, são denominadas por: planar, celular e dendrítica. A Figura 2.6

apresenta de forma esquemática, a influência dos fatores como concentração de soluto (Co),

velocidade de deslocamento da isoterma líquidus (VL), e o gradiente térmico (GL), para a

instabilidade da interface S/L e, consequentemente, para a formação das microestruturas.


27

Figura 2.6 – Representação esquemática da atuação dos fatores de influência na formação das
estruturas de solidificação (Adaptado de Rocha, 2003; Rosa, 2007; Dias, 2012).

Quando ocorre na solidificação apenas uma pequena quantidade de super-

resfriamento constitucional, a interface S/L costuma desenvolver uma morfologia celular.

Entretanto, o aumento do grau de SRC, leva a instabilidades de maior ordem e, ao invés de

formar uma estrutura celular, ocorre o surgimento de uma estrutura mais ramificada com

braços secundários e até terciários, caracterizando as redes dendrítica (Figura 2.7).

Figura 2.7 – Esquema representativo dos espaçamentos interdendríticos primários (λ1),


secundário (λ2) e terciário (λ3) (Adaptado de Costa, 2013).
28

Os espaços existentes entre centros de células e de ramificações ou braços

dendríticos são definidos como espaçamentos intercelulares e interdendríticos, muito

utilizados na caracterização quantitativa da microestrutura formada. As diferentes morfologias

de estruturas formadas são fortemente influenciadas pela instabilidade causada por diferentes

valores do SRC. Entretanto, a modificação morfológica da interface plana para a dendrítica

não irá depender somente do gradiente térmico G L, ela está diretamente relacionada com a

razão GL/VL, e na medida em que esse valor cai abaixo de um valor crítico, a instabilidade da

interface é inevitável e estruturas celulares e dendríticas serão formadas (Kurz & Fisher,

1992; Koseki & Flemings, 1995; Hunt & Lu, 1996; Trivedi et al., 2001; Castro et al., 2001).

Dessa forma, a região super-resfriada constitucionalmente é estendida e a célula

começa a se desviar da forma circular original, passando a apresentar uma configuração

denominada de cruz de malta, conforme mostra o esquema apresentado pela Figura 2.8.

Nessas condições de solidificação os fatores cristalográficos passam a exercer elevada

influência quanto ao crescimento da microestrutura, passando a ser desviado para a direção

cristalográfica preferencial (Chalmers, 1968; Flemings, 1974; Kurz & Fisher, 1984; 1992;

Garcia, 2007; Ding & Tewari, 2002; Rocha 2003).

Portanto, o crescimento de células regulares se dá a velocidades baixas e

perpendicularmente à interface sólido/líquido e na direção de extração do fluxo de calor,

sendo praticamente independente da orientação cristalográfica e, com o aumento do grau de

super-resfriamento constitucional ocorrem instabilidades de maior ordem, com surgimento de

braços secundários que caracterizam a rede dendrítica (Spinelli, 2005). Essa transição de

celular para dendrítica influenciada por fatores cristalográficos terminam quando a direção

preferencial é atingida (Ding et al., 1996; 1997; Yu et al, 1999; Ding & Tewari, 2002).
29

Figura 2.8 – Mudança morfológica na estrutura de crescimento à medida que a velocidade é


aumentada: (a) crescimento celular regular em baixas velocidades; (b) crescimento celular
com alteração na direção de crescimento; (c) transição celular/dendrítica; (d) crescimento
dendrítico com início da formação de instabilidades laterais (Adaptado de Garcia, 2007).

Na Figura 2.9, pode ser observada a influência da razão GL/VL na instabilização da

interface planar. Uma liga de composição Co, constituída por uma estrutura planar, por

exemplo, a mudança de estrutura para celular ou dendrítica pode ser conseguida pela

imposição de um aumento gradativo da velocidade de solidificação ocasionando,

consequentemente, a diminuição da razão GL/VL.

Figura 2.9 – Condições de transição planar/celular/dendrítica pelo efeito de super-


resfriamento constitucional (Garcia, 2007).
30

2.1.4 Leis de crescimento celular e dendrítico

É fato comprovante que sob a maioria das condições em que o processo de

solidificação geralmente ocorre, a morfologia dendrítica é a microestrutura predominante nos

produtos fundidos obtidos e exerce elevada influência nas propriedades futuras. Assim sendo,

vários pesquisadores no mundo procuram desenvolver modelos matemáticos que permitam

prever a microestrutura de solidificação.

Microestruturas dendríticas refinadas, caracterizadas por espaçamentos de braços

dendríticos são reconhecidamente superiores uma vez que proporcionam melhores

propriedades mecânicas como, por exemplo, ductilidade e limite de resistência à tração

(Osório, 2003; Quaresma et al., 2000). Assim, é preferível a utilização de sistemas de

solidificação com condições de resfriamento mais eficazes, o que vai permitir a obtenção de

microestruturas com espaçamentos menores e com uma distribuição mais uniforme da

segregação microscópica existente entre as ramificações celulares e dendríticas para a melhor

caracterização.

Ao longo dos anos, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas objetivando investigar

os parâmetros operacionais e térmicos que influenciam o grau de refino de uma estrutura

dendrítica. Assim, uma interessante forma de estudar o crescimento de células e dendritas em

peças fundidas é fundamentada na análise de estruturas brutas obtidas a partir de sistemas de

solidificação unidirecional. Modelos teóricos para ligas binárias (Okamoto & Kishitake, 1975;

Hunt, 1979; Kurz & Fhisher, 1984; 1986; 1989; 1992; Trivedi, 1984; Hunt & Lu, 1996;

Bouchard & Kirkaldy, 1997), fundamentados nesses sistemas de solidificação, foram

desenvolvidos para examinar a influência dos parâmetros térmicos da solidificação sobre os

espaçamentos celulares e dendríticos primários e secundários. A partir de modelos propostos

pela literatura, apenas o de Hunt-Lu e Bouchard-Kirkaldy são elaborados para condições de

solidificação em regime transitório de extração de calor; os demais são para regime


31

estacionário. Esses estudos têm estabelecido relações entre parâmetros estruturais e

parâmetros térmicos de solidificação na forma generalizada pela Equação (2.1).

(λC , λ1 , λ2 ) = C(GL , VL , TR )−a (2.1)

Onde C é uma constante que depende do tipo de liga; o “a” é um expoente que tem

sido determinado experimentalmente na literatura para uma série de ligas (Horwath &

Mondolfo, 1962; Couthard & Elliot, 1967; Spittle & Lloyd, 1979; McCartney & Hunt, 1981;

Billia et al., 1981; Tunca & Smith, 1988; Kirkaldy et al., 1995; Ding et al., 1996; Bouchard &

Kirkaldy, 1997; Rios & Caram, 1997; Lapin et al., 1997; Lee et al., 1998; Chen & Kattamis,

1998; Li et al., 1998; Li & Beckermann, 1999; O’Dell, Ding & Tewari, 1999; Feng et al.,

1999; Lima & Goldenstein, 2000; Yang et al., 2000; Rocha et al., 2000; 2002; 2003; Çardili

& Gunduz, 2000; Drevet et al., 2000; Quaresma et al., 2000; Osório & Garcia, 2002;

Moutinho, 2011; Silva, 2007; Canté, 2009; Dias, 2012; Carvalho, 2011; Nogueira, 2011;

Nogueira et al., 2012; Kikuchi et al., 2011; Cruz, 2008; Costa, 2013); λC, λ1 e λ2 são,

respectivamente, espaçamentos celulares, dendríticos primários e dendríticos secundários; G L

é o gradiente de temperatura à frente da isoterma líquidus; VL é a velocidade de deslocamento

da isoterma líquidus, e; TR é a taxa de resfriamento, que pode ser expressa também pelo

produto GL.VL (Spinelli, 2005).

As Tabelas 2.1 e 2.2 apresentam, respectivamente, os modelos teóricos para

crescimento celular e dendríticos primários e os experimentais desenvolvidos para ligas

binárias à base de alumínio, sob condições direcionais e transitórias de extração de valor.

Observa-se pela Tabela 2.2, os modelos experimentais das leis que representam o crescimento

dos espaçamentos dendríticos primários que é igual àquela representada pela Equação 2.1,
32

isto é, uma fórmula do tipo potência onde o expoente “a” pode ser igual a 1,1 e 0,55 para

correlação de 1 com VL e TR, respectivamente.

Tabela 2.1 – Modelos teóricos para crescimento dendrítico primários

Regime de
Autor Modelo Matemático Extração Equação
de Calor
Okamoto e 1⁄ 2
−mL DL C0 (1 − k0 )
Kishitake λ1 = 2ε [ ] Estacionário 2.2
OK (1975) VL GL
Hunt
H (1979) λC ou λ1 = 2,83[ΓmL C0 (1 − k0 )DL ]1⁄4GL −1⁄2 VL −1⁄4 Estacionário 2.3
Kurz e Fisher Γ∆TDL 1⁄4 −1⁄2 −1⁄4
KF (1981) λ1 = 4,3 [ ] GL VL Estacionário 2.4
k0
Trivedi
T (1984) λ1 = 2√2[LΓmL C0 (1 − k0 )DL ]1⁄4GL −1⁄2 VL −1⁄4 Estacionário 2.5
Hunt e Lu Γ 0,41 0,59 −0,59
−0,745 Estacionário
HL (1996) λC = 4,09k0 ( ) DL VL e transitório
2.6
∆T
λ1 ʹ = 0,07798Vʹ(a−0,75)(Vʹ − Gʹ)0,75 Gʹ−0,6028

a = −1,131 − 0,1555log10 (Gʹ) − 0,007589[log10 (Gʹ)]2


Hunt e Lu Estacionário
2.7
HL (1996) λ1 ∆T GL Γk0 VL Γk0 e transitório
λ1 ʹ = , Gʹ = 2
=, e Vʹ =
Γk0 ∆T DL ∆T

Bouchard e ⁄ 1⁄2
16C01 2 G0 εΓDL
Kirkaldy λ1 = a1 ( ) Transitório 2.8
BK (1997) 1 − k0 mL GL VL

λc, λ1, são, respectivamente, os espaçamentos dendríticos celular e primário;

mL, a inclinação da linha líquidus;

DL difusividade de soluto no líquido;

C0, composição de soluto da liga;

k0 coeficiente de partição de soluto

VL, velocidade de deslocamento da isoterma líquidus, e

GL, gradiente de temperatura à frente da isoterma líquidus.


33

G0ε, parâmetro característico ≅ 600 x 6 Kcm-1 (valor definido para compostos orgânicos).

(Bouchard e Kirkaldy, 1997).

a1, fator de calibração do modelo

L, calor latente de fusão e Γ o coeficiente de Gibbs-Thonson.

Tabela 2.2 – Leis experimentais para previsão dos espaçamentos dendríticos primários para
ligas binárias à base de alumínio

Sistema de
Autor Liga Lei de Crescimento Equação
Solidificação
Al-5%Cu
Vertical
Rocha (2003) Al-8%Cu λ1 = 250(TR )−0,55 2.9
Ascendente
Al-15%Cu
Al-3%Si
Peres (2005) Al-5%Si Vertical
λ1 = 220(TR )−0,55 2.10
Al-7%Si Ascendente
Al-9%Si
Al-20%Sn
Vertical
Cruz (2008) Al-30%Sn λ1 = 70(TR )−0,55 2.11
Ascendente
Al-40%Sn
Al-1%Ni
Al-1,9%Ni
Al-3%Ni λ1 = 100(TR )−0,55 Vertical
Canté (2009) 2.12
Al-4,7%Ni Ascendente
Al-5%Ni
Al-2,5%Ni λ1 = 220(TR )−0,55
Al-3%Si
Carvalho (2013) Al-7%Si λ1 = 240(TR )−0,55 Horizontal 2.13
Al-9%Si
34

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As etapas de preparação, determinação dos parâmetros térmicos e caracterização da

liga, podem ser organizadas em forma de fluxograma, conforme Figura 3.1.

Etapa 1
•Cálculo estequiométrico para a obtençao da composição
desejada;
•Corte e pesagem dos elementos componentes da liga
estudada;
•Introdução e aquecimento da liga no forno mufla;
•Fusão dos componentes da liga no forno mufla.

Etapa 2
•Vazamento da liga no dispositivo de solidificação horizontal;
•Mapeamento das temperaturas do metal durante o processo de
solidificação;
•Obtenção dos perfis de temperatura da liga estudada;
•Determinação dos parâmetros térmicos de solidificação de
interesse.

Etapa 3
•Corte do lingote para a obtenção da respectiva macroestrutura;
•Corte e embutimento das correspondentes microestruturas;
•Preparação metalográfica das amostras;
•Caracterização macro e microestrutural da mesma.

Etapa 4
•Medição dos espaçamentos dendríticos primários;
•Determinação das leis experimentais de crescimento em função das
variáveis térmicas de solidificação;
•Comparação dos resultados obtidos com os modelos experimentais
existentes na literatura.

Figura 3.1 – Fluxograma das etapas adotadas no procedimento experimental deste trabalho.
35

3.2 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS

A liga investigada foi obtida a partir de lingotes de alumínio e estanho

comercialmente puros, cujas composições químicas são apresentadas na Tabela 3.1. Para

elaboração da mesma, os referidos lingotes foram seccionados em pequenas quantidades em

uma serra de fita na proporção estequiometricamente exata e a seguir pesados em uma

balança eletrônica analítica com precisão de 0,01g. O alumínio foi introduzido em um cadinho

de carbeto de silício, previamente revestido com uma camada de alumina para evitar a

contaminação das ligas, sendo em seguida conduzido até um forno tipo mufla, com

capacidade máxima de temperatura de trabalho de 1250 oC, interiormente revestido com

placas refratárias e controle de processamento de temperatura. Devido às temperaturas de

fusão dos componentes serem bastante diferentes, a liga foi obtida mediante o mecanismo de

difusão do soluto na matriz líquida do solvente, ou seja, após a total fusão do alumínio o

cadinho foi retirado do forno sendo então o estanho adicionado ao metal líquido. A mistura

foi homogeneizada com uma vareta de aço revestida com alumina a fim de facilitar a

incorporação do estanho na matriz de alumínio.

Tabela 3.1 – Análise química da matéria-prima utilizada nos experimentos

Composição Química % (em peso)


Metal
Al Fe Ni Si P Ca Ti Sn
Al 99,7 0,14 0,0069 0,1 - 0,0162 - 0,0084
Sn <0,0005 0,0025 0,0006 - 0,0037- - 0,0022 99,94

Após a difusão do soluto na matriz do solvente, a mistura metálica foi retornada ao

forno mufla tendo em seguida sido retirada novamente para ser homogeneizada e

caracterizada termicamente para a obtenção da respectiva curva de resfriamento a fim de

serem confirmadas as Temperaturas líquidus (TL) e sólidus (TS), correspondentes ao início e


36

final da solidificação, conforme indicado no diagrama de equilíbrio de fases, para ajuste da

composição de soluto. As Figuras 3.2 e 3.3 apresentam, respectivamente, o diagrama de

equilíbrio de fases, construído a partir do software Thermo-calc, e a curva de resfriamento

obtida experimentalmente que caracteriza termicamente a liga Al-5,5%Sn, indicando os

valores das temperaturas líquidus e sólidus da liga estudada.

Figura 3.2 – Diagrama de fase construído no software Thermo-calc (Cruz et al., 2008).

Figura 3.3 – Curva de resfrimento para caracterização térmica da liga, obtida


experimentalmente, indicando os valores das temperaturas líquidus e sólidus da liga estudada.
37

3.3 DISPOSITIVO DE SOLIDIFICAÇÃO UNIDIRECIONAL HORIZONTAL

O dispositivo de solidificação e o sistema de aquisição de dados empregados nos

experimentos são mostrados de forma esquemática nas Figuras 3.4 e 3.5, respectivamente.

Utilizado pela primeira vez por Silva (2007), integrante do Grupo de Pesquisa em Metalurgia

(GPM) do IFPA, foi projetado de tal maneira que o calor do metal líquido fosse extraído

somente através de um sistema refrigerado à água, localizado em uma das extremidades do

molde, promovendo assim a solidificação direcional horizontal. A lingoteira de aço inoxidável

utilizada possui 110 mm de comprimento, 70 mm de largura, 60 mm de altura e 3 mm de

espessura. As superfícies laterais internas da mesma foram revestidas com camadas de

alumina e a parte superior foi isolada com material refratário para evitar perdas de calor para

o meio ambiente.

Inicialmente, a liga estudada foi fundida in situ no dispositivo de solidificação e, em

seguida, levada até a temperatura correspondente a 10% acima de sua temperatura líquidus,

visando garantir a formação da zona colunar uma vez que os espaçamentos primários devem

ser quantificados na referida região (Gündüz et al., 2002; Rocha et al., 2003a; 2003b). Depois

de atingido o nível de superaquecimento desejado, as resistências elétricas do dispositivo

foram então desligadas e, imediatamente, acionado o sistema de refrigeração a água. Os jatos

do fluido refrigerante, direcionados tão somente a uma das paredes laterais do molde,

induziram uma extração de calor no sentido longitudinal, ou seja, apenas na direção horizontal

conforme estabelecido neste estudo. Os valores das temperaturas no metal fundido foram

medidos em diferentes posições durante a solidificação e os dados obtidos foram armazenados

automaticamente. Para tanto, cinco termopares tipo K (Chromel - Alumel) foram

posicionados, conforme indicado nas Figuras 3.4 e 3.5, a distâncias correspondentes a 5, 10,

15, 30 e 50 mm da superfície de extração de calor. Os termopares foram calibrados com base

no ponto de fusão do alumínio indicando flutuações em torno de 1 oC e conectados através de


38

cabos coaxiais a um sistema de aquisição de dados em um computador. As principais

características dos termopares utilizados são as seguintes: diâmetro igual a 1,5 mm; faixa de

utilização até 1260 oC (0,000 a 50,990) mV; potência termoelétrica: 4,04 mV (100 oC). O

AMR-Software, marca ALMEMO Data-Control, foi o software utilizado para acompanhar,

registrar e armazenar os dados obtidos pelos termopares durante o processo de solidificação,

além de possibilitar um monitoramento on-line dos dados medidos.

As variáveis térmicas experimentais como velocidade de deslocamento da isoterma

líquidus (VL) e a taxa de resfriamento (TR) foram determinadas a partir dos perfis de

temperaturas obtidos para as cinco posições dos termopares, utilizando-se da técnica

detalhada por Rocha et al. (2003a; 2003b; 2000).

Figura 3.4 – Representação esquemática do dispositivo de solidificação direcional horizontal


utilizado nos experimentos deste trabalho (Silva, 2007).
39

Figura 3.5 – Representação esquemática do dispositivo de solidificação, mostrando sua


interface com o sistema de registro de temperaturas (Adaptado de Silva, 2007).

3.4 CARACTERIZAÇÃO MACRO E MICROESTRUTURAL

Finalmente, para caracterizar e quantificar a estrutura dendrítica analisada,

inicialmente foi revelada a macroestrutura de solidificação, visando avaliar a direcionalidade

da extração de calor e, ao mesmo tempo, identificar o limite de formação dos grãos colunares,

pois a literatura (Rocha, 2003; Spinelli et al., 2004; Canté et al., 2007; Hunt et al., 1996;

Hunt, 1979) orienta que é na região de crescimento desses grãos que os espaçamentos

primários devem ser medidos. Para tanto, o reagente químico Keller (10 ml de HF, 15 ml de

HCl, 25 ml de HNO3 e 50 ml de água destilada) foi preparado e aplicado por imersão do

lingote no mesmo, durante um tempo de 30 segundos, até a completa revelação da

macroestrutura. Após essa etapa, foram retirados transversalmente ao longo do comprimento

longitudinal do lingote dez corpos de prova, nas posições correspondentes a 10, 15, 20, 30,

40, 50, 60, 70, 80 e 90 mm, em relação à interface metal/molde, destacando que na posição

central de 90 mm em relação à base refrigerada foi observada a transição colunar/equiaxial

(TCE). A Figura 3.6 mostra a macrografia do lingote obtido para a liga Al-5,5%Sn, estudada

neste trabalho, indicando a posição da TCE e a região de retirada dos corpos de provas para
40

caracterização e quantificação dos espaçamentos dendríticos primários (1). Logo, os corpos

de prova foram embutidos a frio, lixados e polidos com pasta de diamante de 6 μm até 1 μm.

Finalmente, foi realizado o ataque químico com solução de 5% de NaOH em água destilada

para revelar as microestruturas. As miccrografias foram obtidas em um Microscópio

esteoscópico Olympus-Arotec SZ-61com luz refletida acoplada com câmera UC-30 a partir

do software analisador de imagens AnalySIS 5.1 da Olympus representado na Figura 3.8, e a

obtenção das medidas de 1 foram realizadas utilizando-se o software Image Tool (IT),

disponível na internet. O método para quantificar os valores desses espaçamentos se encontra

esquematizado na Figura 3.7 e foi utilizado por Çardilli et al. (2000) e Rocha et al. (2003a;

2003b; 2000; 2002).

Figura 3.6 – Macroestrutura da liga Al-5,5%Sn com destaque a TCE e a Região de medição
de λ1.

Figura 3.7 – Técnica de Medidas dos espaçamentos dendríticos primários, utilizando o


método do triângulo (Rocha, 2003; Gündüz et al., 2002; Cruz et al., 2008): (a) esquema
representativo; (b) Microestrutura obtida deste trabalho.
41

Figura 3.8 – Analisador de Imagem utilizado para a obtenção das micrografias – software
AnalySIS 5.1 no Microscópio óptico Olympus UC30 – Laboratório de Caracterização de
Materiais – LCM do IFPA (Dias, 2012).

A Tabela 3.2 apresenta as propriedades termofísicas aplicadas nos modelos

matemáticos utilizados para o cálculo dos valores teóricos dos espaçamentos dendríticos

primários.

Tabela 3.2 – Propriedades Termofísicas das ligas do sistema Al-Sn para o cálculo dos
espaçamentos teóricos (Cruz et al., 2008; Bouchard-Kirkaldy, 1997).

Propriedades Al Sn Al-5,5%Sn

S kgm  2550 7166 3011,6

L kgm  2368 6986 2829,8
L (J/kg ) 397500 60700 -
TF [oC] 660 232 -
o
TL [ C] - - 650
o
TE [ C] - - 227
k0 - - 0,041
 m - - 177,4 x 10-9
2
D [m /s] - - 3,5 x 10-9

As curvas experimentais da variação de temperatura com o tempo, obtidas para

diferentes posições de termopares, foram armazenadas no registrador de temperatura e


42

posteriormente processadas no programa Origin 8.0, o qual gera curvas que representam

perfis de temperatura para cada termopar, conforme esquema mostrado na Figura 3.9.

A partir dessas curvas, podem ser determinadas para todas as ligas analisadas

experimentalmente, as variáveis térmicas de solidificação (V L, GL, TR). As velocidades

experimentais para a isoterma líquidus (VL) são determinadas a partir da derivação da função

P=f(t), ou seja, VL=dP/dt, onde a função P=f(t) foi obtida experimentalmente pela interseção

das retas de cada temperatura líquidus (TL) com os perfis térmicos em cada posição dos

termopares, ou seja, a partir da TL das ligas traça-se uma reta paralela ao eixo do tempo

indicado no gráfico que representa o perfil térmico, conforme esquema indicado na Figura

3.9. A partir das interseções dessa reta com os perfis térmicos, obtém-se o tempo

correspondente. O tempo correspondente pode ser definido como sendo o tempo, t, de

passagem da isoterma líquidus, TL, para cada posição do termopar. Então, os resultados dos

pares ordenados posições, P, e os tempos, t, (P, t) obtidos a partir do procedimento, permitem

que seja traçado um gráfico experimental da posição da isoterma líquidus com o tempo.

As taxas de resfriamento (TR) foram obtidas experimentalmente para cada posição

dos termopares, através das interseções das retas de cada temperatura líquidus (TL) com os

perfis térmicos em cada posição dos termopares, e a partir do resultado da leitura do quociente

das temperaturas imediatamente antes e depois da T L e dos tempos correspondentes, isto é,

dTR=dT/dt. A Figura 3.9 representa também a metodologia esquemática do procedimento

utilizado para os cálculos de VL e TR.


43

Figura 3.9 – Tratamento dos dados experimentais para obtenção das variáveis térmicas
(Rocha, 2003).
44

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 MACROESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO

A macroestrutura de solidificação do lingote obtido para a liga Al-5,5%Sn, vazada

com um superaquecimento de 10% da temperatura líquidus (TL = 650°C), pode ser observada

na Figura 4.1. Verifica-se que a Transição Colunar-Equiaxial (TCE) ocorreu em uma faixa de

posição que variou de 80 a 98 mm em relação à base refrigerada. Sabe-se que fenômenos

físicos complexos, provocados pela convecção devida os gradientes de temperaturas e a

rejeição de soluto frente à interface de solidificação, que somada com o efeito da gravidade

(g), atuando em direção perpendicular à interface sólido/líquido (S/L), devem estar

provocando a morfologia da TCE caracterizada na Figura 4.1. Estudos mais aprofundados

estão sendo desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa GPM para explicar fisicamente o

fenômeno. Imaginando uma linha na longitudinal do lingote, área de retirada dos corpos de

provas para caracterização e quantificação de 1, pode-se observar que a TCE ocorre a 90 mm

da interface metal-molde.

Figura 4.1 – Macroestrutura de solidificação da liga Al-5,5%Sn.


45

4.2 PARÂMETROS TÉRMICOS DE SOLIDIFICAÇÃO VL, TR, GL

A Figura 4.2 apresenta a curva correspondente às respostas dos termopares inseridos

no interior da lingoteira em diferentes posições da superfície resfriada para a liga estudada, no

experimento de solidificação em regime transitório de extração de calor.

800

700
T
L
Al-5,5%Sn
o
600 T = 650 C
Temperatura (°C)

L
500 o
T = 715 C
V
400

300
Termopar 05 mm
200 Termopar 10 mm
Termopar 15 mm
100
Termopar 30 mm
Termopar 50 mm
0
0 100 200 300 400 500

Tempo (s)

Figura 4.2 – Curva experimental de resfriamento da liga estudada. T L e TV são as temperaturas


líquidus e vazamento do metal líquido, respectivamente.

Para a determinação dos valores dos parâmetros térmicos de solidificação V L e TR,

que variam tanto em função do tempo como da posição durante a solidificação, as leituras dos

termopares (Figura 4.2) foram utilizadas para gerar um gráfico da posição da interface

metal/molde em função do tempo correspondente à passagem da frente líquidus pelos

termopares. Os tempos experimentais foram obtidos a partir das interseções das retas de cada

temperatura líquidus (TL) com as curvas de resfriamento, para cada posição dos termopares.

Uma técnica de ajuste por curva a esses pontos experimentais gerou uma expressão algébrica

da posição em função do tempo, conforme apresentado na Figura 4.3.

A derivada da função potência da posição com relação ao tempo, ou seja, V L = dP/dt,

permitiu a obtenção dos respectivos valores experimentais para as velocidades de


46

deslocamento da isoterma líquidus a partir da interface metal/molde em função do tempo. Os

resultados gerados são mostrados na Figura 4.4.

Por outro lado, os valores das taxas de resfriamento (T R) foram determinados

considerando os perfis experimentais de temperatura (Figura 4.2), conforme metodologia

apresentada por Rocha et al. (2003a; 2003b; 2000). Os resultados obtidos estão indicados na

Figura 4.5.

Vale destacar, por meio das observações das Figuras 4.4 e 4.5, que os parâmetros

térmicos de solidificação VL e TR diminuem com o avanço da posição da isoterma líquidus,

isto é, quanto mais próximo da base refrigerada maiores são esses parâmetros. Esse fenômeno

pode ser explicado através da formação contínua da camada solidificada na mesma direção e

sentido do avanço da solidificação, promovendo resistência térmica à extração de calor por

condução. Conforme pode ser observado pelas Figuras 4.3 e 4.5 , foi possível constatar um

ajuste entre os pontos experimentais e as correspondentes curvas, validado matematicamente

pelos valores representados pelos coeficientes de correlações R2 do método dos mínimos

quadrados, iguais a 0,76 e 0,92, respectivamente.

60

Al - 5,5% Sn
50

40
Posição, P (mm)

30
Experimental
0,89
20 P = 0,99(t)
2
R = 0,76
10

0
10 20 30 40 50 60 70 80 90

Tempo, t (s)

Figura 4.3 – Posição das isotermas líquidus a partir da interface metal/molde em função do
tempo da liga estudada.
47

Velocidade da isoterma liquidus - VL (mm/s)


0,80

0,75 Al - 5,5% Sn
-0.10
VL = 0.88(P)
0,70

0,65

0,60

0,55

0,50
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Posição - P (mm)

Figura 4.4 – Correlação entre velocidade de deslocamento da isoterma líquidus com a


posição.

Al 3,8% Sn
Taxa de resfriamento T (°C/s)

4
-0.54
TR = 11(P)
R

3 2
R = 0,92
2

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Posição - P (mm)

Figura 4.5 – Taxa de resfriamento a partir da interface metal/molde em função da posição.


48

4.3 PARÂMETROS MICROESTRUTURAIS DA SOLIDIFICAÇÃO

4.3.1 Microestrutura (λ1)

As microestruturas observadas ao longo das seções transversais da liga estudada

apresentaram morfologia dendrítica para todas as composições examinadas. As referidas

microestruturas, conforme citado anteriormente, foram obtidas nas posições correspondentes a

5, 10, 15, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 mm em relação à superfície de extração de calor. Na

Figura 4.6, são apresentadas micrografias da liga Al-5,5%Sn e os correspondentes valores de

TR, VL e λ1 em três diferentes posições do lingote de modo a permitir representar e comparar a

evolução das microestruturas dendríticas, bem como as condições locais de solidificação,

parametrizadas pelas variáveis térmicas. Sendo assim, foram selecionadas as microestruturas

nas seguintes posições: próxima à base refrigerada, na região central do lingote e próximo à

ocorrência da TCE, considerando o centro do produto fundido.


49

TR
P VL 
Taxa de
Microestrutura Posição Velocidade Espaçamento
Resfriamento
(mm) (mm/s) primário (m
(0C/s)

5 0,75 4,6 65

50 0,6 1,3 119

90 0,56 0,91 142

Figura 4.6 – Micrografias da liga Al-5,5%Sn e os correspondentes valores de TR, VL e λ1 para


a liga Al-5,5%Sn solidificada direcionalmente em regime transitório de extração calor.

4.3.2 Correlação entre parâmetros térmicos e microestrutura

As Figuras 4.7a, 4.7b e 4.7c apresentam, respectivamente, a correlação dos

espaçamentos dendríticos primários em função da posição e da velocidade de deslocamento

da isoterma líquidus e da Taxa de Resfriamento. Verifica-se pelas mesmas o aumento desses

espaçamentos para posições mais afastadas da interface metal/molde, isto é, para posições do
50

lingote mais distantes da câmara refrigerada (interface metal/molde) mais grosseira é a

estrutura dendrítica e, consequentemente, maior o espaçamento primário (λ1).

Com base nos procedimentos experimentais adotados, foram realizadas as medições

dos espaçamentos dendríticos primários em posições específicas a partir da interface

metal/molde. Os resultados obtidos são apresentados na Figura 4.7(a). Em análise

concomitante as Figuras 4.4 e 4.5, permitem observar que a ação do fluido de refrigeração

impõe valores de velocidades e taxas de resfriamento bastante elevadas próximo à interface

metal/molde e que estes diminuem gradativamente durante a solidificação em função do

aumento da resistência térmica promovida pela progressiva formação do metal sólido. Tal

efeito influencia diretamente os espaçamentos dendríticos primários, determinados

experimentalmente para a liga investigada.

A Figura 4.7(b) apresenta os valores experimentais dos espaçamentos dendríticos

primários em função da velocidade de deslocamento da isoterma líquidus. Observa-se o

aumento dos espaçamentos para posições mais afastadas da base refrigerada, isto é,

espaçamentos maiores para velocidades (V L) menores. A partir dos dados experimentais foi

determinado o expoente –1,1, caracterizando assim uma lei experimental para os

espaçamentos dendríticos primários com V L, dada pela fórmula matemática λ1 = constante

(VL)-1,1, representada na figura por uma linha contínua. A eficácia da concordância entre

resultados e a equação experimental (grau de ajuste) foi parametrizado em termos do

coeficiente de correlação R2 do método dos mínimos quadrados.


51

3
10

Experimental Al-5,5%Sn

Espaçamento primário, 1 (mm)


0,26
1=43(P)
2
R =0,98

2
10

1 2
10 10

Posição, P (mm)
(a)
3
10
Espaçamento primário, 1 (mm)

Al-5,5%Sn Experimental
-1,1
1=62(VL)
2
R =0,70

2
10

-1 -1 -1
6x10 7x10 8x10

Velocidade da isoterma líquidus, VL (mm/s)


(b)
3
10

Al-5,5%Sn
Espaçamento primário, 1 (mm)

Experimental
1=144(TR)-0,55
2
R =0,98

2
10

0 0 0 0 0
10 2x10 3x10 4x10 5x10

Taxa de resfriamento, TR (K/s)


(c)
Figura 4.7 – Correlação entre os espaçamentos dendríticos primários e as variáveis térmicas:
(a) 1 = f(P); (b) 1 = f(VL); (c) 1 = f(TR).
52

A Figura 4.7(c) mostra os resultados experimentais dos espaçamentos dendríticos

primários da liga investigada em função da taxa de resfriamento. Da mesma maneira que para

o parâmetro de solidificação anterior (VL), os referidos espaçamentos também diminuem para

valores mais elevados de TR. A mesma figura também permite observar que o expoente –0,55,

obtido, caracteriza a lei de crescimento dos espaçamentos dendríticos primários com T R. Esse

comportamento mostra uma concordância muito boa com os resultados obtidos por Bouchard

e Kirkaldy (1997) e Rocha (2003) para ligas de diversos sistemas binários à base de alumínio,

solidificadas em moldes verticais ascendentes sob condições transientes de extração de calor,

os quais são representados por equações na forma de potência em função do tempo, definidas,

respectivamente por λ1 = constante(TR)-0,50 e λ1 = constante(TR)-0,55. Vale destacar que

recentemente Cruz (2008) obteve como resultado a mesma equação de potencia para λ 1 em

função de TR, observando também o expoente -0,55 e a constante igual a 70 para ligas da

família Al-mSn, sendo que “m” assume valores variáveis do teor de Sn iguais a: 10%, 30% e

40%. O referido autor apresenta em seu trabalho, uma comparação dos seus resultados com os

dados experimentais obtidos por Okamoto-Kishitake (1975). Neste trabalho, aproveita-se o

estudo de Cruz (2008) e faz-se uma comparação entre os resultados obtidos pelo referido

autor com os de Okamoto-Kishitake (1975) e com os obtidos experimentalmente para a liga

Al-5,5%Sn, solidificada no sistema horizontal sob regime transitório de extração de calor. A

Figura 4.8 apresenta tal comparação. Observa-se uma excelente aproximação dos resultados

obtidos neste trabalho com os de Okamoto- Kishitake (1975). Provavelmente, a faixa

composicional abordada neste trabalho e por Okamoto-Kishitake para as ligas Al-Sn

influenciam nos resultados. Cruz concluiu que os espaçamentos dendríticos primários obtidos

por Okamoto- Kishitake foram cerca de quatro vezes maiores que os obtidos por ele.
53

3
10

Espaçamento primário, ( 1 ) [mm]


10
2

Liga Al-1% Sn [Okamoto & Kishitake 1975]


1 Liga Al-3% Sn [Okamoto & kishitake 1975]
10
Liga Al-5% Sn [Okamoto & Kishitake 1975]
-0,55
1=70[ TL ] - Cruz [2008]
-0,55
1=144[ TL ] - deste trabalho
0
10
0
10
Taxa de Resfriamento, (TR) [K/s]

Figura 4.8 – Comparação de dados experimentais retirados de Okamoto-Kishitake (1975),


Cruz (2008) e a equação experimental para espaçamento dendrítico primário, em função da
taxa de resfriamento do presente trabalho (Adaptado de Cruz, 2008).

A Figura 4.9 apresenta a comparação entre os resultados experimentais obtidos e os

modelos teóricos e transitórios de crescimento primário, que são Hunt e Lu (HL) (1996) e

Bouchard-Kirkaldy (BK) (1997), representados pelas Equações 2.7 e 2.8 da Tabela 2.1,

respectivamente. Observa-se pela Figura 4.9 que ambos modelos superestimaram os valores

experimentais deste trabalho. Resultado semelhante foi observado por Cruz (2008) para

solidificação direcional vertical, concluindo que embora o modelo de HL seja considerado

adequado para ligas de alumínio, em especial ligas dos sistemas Al-Si e Al-Cu, solidificadas

em estado transitório de fluxo de calor, os resultados experimentais obtidos por ele não podem

ser representados por tal modelo, já que as curvas do modelo estão distantes da dispersão dos

valores experimentais para as três composições estudadas pelo referido autor. De modo

semelhante, Cruz (2008) também observou que os valores experimentais não se ajustaram ao

modelo de Bouchard-Kirkaldy (BK) para crescimento primário, pois, segundo o autor a

dispersão dos pontos experimentais encontra-se abaixo da curva, igualmente observado no

presente trabalho. O autor atribui tal comportamento ao extenso intervalo de solidificação do


54

sistema Al-Sn, e a grande diferença de massa específica entre os dois componentes

(virtualmente imiscíveis), que aumenta significativamente nas condições de extração de calor

na direção vertical, cujo fenômeno pode ser atribuído também ao comportamento observado

do presente trabalho.

O modelo de BK propõe um fator de calibração (a 1) igual a 250 para ligas de Al (Al-

Sn, Al-Cu, Al-Si), que não se aplica para a liga Al-5,5%Sn solidificada sob as condições

utilizadas neste estudo. Se o fator de calibração (a1) adotado é 50, o modelo de BK ajusta-se

satisfatoriamente. Cruz (2008) propõe o fator a1 = 14 para o sistema Al-Sn solidificado no

sistema vertical.

10000

Al-5,5%Sn
Espaçamento primário, 1 [mm]

Experimental
HL (min)
HL (max)
BK - a1 = 250
BK - a1 = 50 (proposta deste trabalho)
1
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5

Taxa de resfriamento, TR (K)/s

Figura 4.9 – Comparação entre os resultados experimentais obtidos e os modelos teóricos e


transitórios de crescimento primário, que são Hunt e Lu (1996) e Bouchard e Kirkaldy (1997).
55

5 CONCLUSÕES

A análise dos resultados das investigações teóricas e experimentais conduzidas ao

longo deste trabalho, relacionados à solidificação direcional horizontal transiente da liga Al-

5,5%Sn e somadas às comparações realizadas, tendo como referência os demais estudos

contidos na literatura no assunto, podem ser extraídas as seguintes conclusões:

1. A observação da macroestrutura permitiu comprovar a direcionalidade do processo de

solidificação, evidenciada pelo crescimento dos grãos colunares paralelamente à

direção do fluxo de extração de calor.

2. A velocidade de deslocamento da isoterma líquidus (VL) e a taxa de resfriamento (T R)

frente à interface sólido/líquido diminui com o avanço da referida isoterma, isto é,

menores valores para esses parâmetros são encontrados em posições mais afastadas da

superfície de extração de calor. Os valores dessas variáveis térmicas podem ser

representados por equações experimentais expressas na forma de potência do tipo (V L,

TR) = C(P)-n, sendo “C” é “n” iguais a 0,88 e -0,10 e 11 e -0,54 para VL e TR,

respectivamente, em função de P.

3. Os espaçamentos dendríticos primários aumentam progressivamente da interface

metal/molde para o interior do lingote, uma vez que a ação do fluido de refrigeração

impõe valores de velocidades e taxas de resfriamento bastante elevados próximo à

superfície de extração de calor, sendo que estes diminuem gradativamente durante a

solidificação em função do aumento da resistência térmica, promovida pela

progressiva formação da camada de metal sólido.

4. A variação dos espaçamentos dendríticos primários pode ser representada por

equações experimentais na forma de potência em função da velocidade da isoterma

líquidus e da taxa de resfriamento dadas pelas fórmulas matemáticas: λ1= 62(VL)-a e


56

λ1=144(TR)-b, fornecendo como expoentes a=1,1 e b=0,55, respectivamente, conforme

proposto pela primeira vez por Rocha (2003) e, mais recentemente, por outros autores.

5. Os resultados obtidos neste trabalho, quando comparados com os de Okamoto-

Kishitake (1975), nos permite concluir uma excelente aproximação entres os mesmos

e que a faixa composicional utilizada em ambos os trabalhos influenciam nesses

resultados, inclusive no afastamento dos resultados deste trabalho em relação aos

encontrados por Cruz (2008);

6. A comparação entre os resultados experimentais obtidos neste trabalho com os dos

modelos teóricos para regimes transitórios de crescimento primário, propostos,

respectivamente, por Hunt e Lu (HL) e Bouchard e Kirkaldy (BK), permiti-nos

concluir que os valores teóricos superestimaram os valores experimentais deste

trabalho e que o elevado intervalo de solidificação desse sistema de liga pode estar

influenciando nesses resultados. Por outro lado, se o fator de calibração (a 1) do modelo

de BK adotado é 50, em vez de 250, a curva teórica obtida ajusta-se satisfatoriamente.


57

SUGESTÕES PARA TRABALHO FUTUROS

Considerando os resultados obtidos, as discussões e as conclusões realizadas neste

trabalho, podem ser sugeridas as seguintes linhas de pesquisas para realização de trabalhos

futuros:

(1) Analisar os espaçamentos dendríticos primários para diferentes composições de Sn,

durante a solidificação direcional horizontal para o sistema de liga assumido neste

trabalho;

(2) Analisar os espaçamentos dendríticos secundários e terciários durante a solidificação

direcional horizontal da liga utilizada no presente estudo, assim como para diferentes

composições de Sn.

(3) Desenvolver estudos que correlacionem espaçamentos dendríticos primários,

secundários e terciários de ligas de sistemas binários, considerando diferentes

dispositivos de solidificação unidirecional (horizontal, vertical ascendente e vertical

descendente), diferentes tipos de moldes (refrigerado, maciço, etc) e lingotes de

diferentes dimensões.

(4) Avaliar a macrossegregação durante a solidificação direcional horizontal para ligas do

sistema Al-Sn.

(5) Correlacionar parâmetros térmicos e espaçamentos dendríticos primários obtidos

durante a solidificação horizontal com propriedades mecânicas (LRT, dureza,

desgaste, etc).
58

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PRODUÇÃO CIENTÍFICA ORIUNDA DESTE TRABALHO

1. TRABALHOS PUBLICADOS E APRESENTADOS EM CONGRESSOS


1.1 Nacional
VASCONCELOS, A. J.; NUNES, T. C. O.; RODRIGUES, T.; COSTA, E. C. N.;
GONÇALVES, E.; GOMES, L. G.; KIKUCHI, R. H. L.; ROCHA, O. F. L.
Experimental analysis of the columnar-to-equiaxed transition in alloy Al-
5,5wt%Sn directionally solidified under unsteady heat extraction. XI Encontro
Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais. Florianópolis-SC, 2012.
VASCONCELOS, A. J.; AZEVEDO, L. M. S.; AMORIM, V. N. B.; BRITO, R. S.;
CONCEIÇÃO, E. C. F.; ROCHA, O. F. L.; GOMES, L. G. Caracterização
Microestrutural da Liga Al-5,5%Sn Solidificada Unidirecionalmente. IV
Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação das Instituições de Ensino
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará. Marabá-PA, 2012.
VASCONCELOS A. J.; MAGNO, I. A. B.; ALMEIDA, R.; SILVA E.; SILVA, J. N.;
ROCHA, O. F. L. Caracterização térmica da liga Al-5,5%Sn após processo de
solidificação. V Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e de Inovação do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. Belém-PA. 2013.
SILVA, S. L. P.; SILVA, C. V. A.; VASCONCELOS, A. J.; SILVA, A. P. S.; ROCHA, O. F.
L. Correlation between primary dendritic arm spacing and hardness of an Al-
Sn alloy. XII Encontro Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais.
Campos do Jordão-SP, 2013.

1.2 Internacional
VASCONCELOS A. J.; MAGNO, I. A. B.; GOMES, L. G.; MOUTINHO, D. J. C.; SILVA,
J. N.; ROCHA, O. L. R. Análise teório-experimental dos espaçamentos
dendríticos primários na solidificação direcional horizontal da liga Al-5,5%Sn.
XI Congresso Ibero-Americano de Engenharia Mecânica. La Plata-AR. 2013.

2. ARTIGOS SUBMETIDOS A REVISTAS


VASCONCELOS, A. J.; SILVA, C. V. A.; MOREIRA A. L. S.; ROCHA. O. F. L.; SILVA,
M. A. P. S. Influence of thermal parameters on the dendritic arm spacing and
the microhardness of Al-5.5wt.%Sn alloy directionally solidified. REM: Revista
Escola Minas, Ouro Preto.

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