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ABERTAS
Roteiro:
1. Introdução
2. Função consumo em economias abertas
3. Função importações
4. Função exportações
5. Função exportações líquidas
6. Função demanda agregada para economias abertas
7. Determinação do equilíbrio entre produção e demanda agregada
8. O multiplicador em economias abertas e fechadas
9. Determinação do saldo em transações correntes
10.Determinação simultânea da produção e do saldo em transações correntes
11.Exercícios de estática comparativa
12.Política econômica
13.Efeito transbordamento e efeito repercussão
14.Investimento e poupança em economias abertas
15.Solução matemática do modelo
16.Conclusão
1. Introdução
Contexto histórico: até a Grande Depressão dos anos 30, a combinação de li-
vre comércio com padrão-ouro era prescrita pela teoria neoclássica como o
sistema ideal para obter a máxima eficiência com o equilíbrio do balanço de
pagamentos (embora na prática não houvesse livre comércio);
Acreditava-se que a prática de protecionismo e de mudanças na taxa de
câmbio não afetava os níveis de produção, renda real e emprego;
Tais conclusões dependiam crucialmente da validade, mesmo no curto
prazo, das hipóteses de:
Plena flexibilidade de preços e salários → pleno emprego;
Teoria quantitativa da moeda: quantidade de moeda só afeta o nível de
preços e outras variáveis nominais, mas não a produção, renda real,
emprego e outras variáveis reais;
Arbitragem perfeita no comércio internacional → hipótese de paridade
de poder de compra (PPC).
Crise de 30 → alto desemprego por longo período; regime de padrão-ouro
limita muito a possibilidade de usar as políticas expansionistas para recuperar
o nível de emprego (veremos depois este ponto quando tratarmos da opera-
ção do regime de câmbio fixo no próximo tópico);
1
Vários países colocam em prática “políticas que prejudicam o vizinho”
(beggar-thy-neighbour);
Abandono do padrão-ouro por vários países e “desvalorizações compe-
titivas”;
Protecionismo generalizado; fechamento abrupto das economias naci-
onais; aprofundamento da depressão.
Síntese neoclássico-keynesiana:
Substitui hipótese de plena flexibilidade de preços e salários pela hipótese
de rigidez de preços (fixprice) e/ou salários enquanto houver desemprego
e/ou capacidade ociosa (curto prazo);
Com preços (internos e externos) exógenos, mudanças na taxa de câm-
bio nominal produzem mudanças na taxa de câmbio real na mesma di-
reção; o governo portanto controla a taxa de câmbio real através do
controle da taxa de câmbio nominal (não vale a hipótese de Paridade
de Poder de Compra no prazo do modelo).
Versão para economias abertas com câmbio fixo, flutuante administrado,
etc..
O modelo a seguir não se aplica ao regime de câmbio flutuante puro.
A condição de Marshall-Lerner é suposta como obedecida.
Admite-se que o país em análise é “pequeno”, ou seja, que a produção na-
cional é pequena em relação ao resto do mundo, de modo que variações
de oferta e demanda dentro do país não afetam os preços internacionais
dos produtos.
2
A única diferença em relação ao caso da economia fechada é que, agora, a
RLE afeta a RPD e, portanto, o consumo C:
Se ↑RLE→↓RPD→↓C;
Se ↓RLE→↑RPD→↑C.
Outros fatores:
Grau de protecionismo do país em análise em relação aos produtos do
resto do mundo: > protecionismo, < importações; e vice-versa;
Comportamento dos preços (em dólar) dos produtos importados
(Pm*);
Etc..
3
Determinantes das exportações (bens e serviços):
Outros fatores:
Grau de protecionismo do resto do mundo em relação aos produtos na-
cionais: > protecionismo externo, < exportações; e vice-versa;
Comportamento de preços (em dólar) dos produtos de exportação
(Px*);
Etc..
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Arrumando:
Resulta: XM = XM + s + xQ* mQ
D = C + I + G + X – M = C + I + G + XM;
Substituindo:
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Representação gráfica:
D Função Demanda
Agregada (DA)
Q
o
Obs: Como 0 < c(1-t) – m < 1, ângulo < 45 .
Perceba que RLE, Q*, x, s e XM afetam o coeficiente linear da função de
demanda agregada, enquanto a propensão marginal a importar m afeta sua
inclinação ou coeficiente angular;
A presença de m > 0 faz com que a função de demanda agregada em econo-
mias abertas seja menos inclinada do que em economias fechadas.
DA0(c0;t0;m0)
DA2(↓c;↑t;↑m)
Q
Modificações no coeficiente linear deslocam a função paralelamente:
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D
DA1(↑C;↑ R;↑ I;̅ ↑G;↑↑ XM;↓RLE;↑Q*)
DA0
Q
Obs.: mudanças em c, x e s também deslocam a curva paralelamente.
D0
45o
Q0 Qp Q
Aumentarão os níveis de produção, renda real e emprego os fatores econômi-
cos que aumentam o coeficiente linear (deslocando a função DA para cima e
para a esquerda) ou o coeficiente angular (fazendo a função DA girar no sen-
tido anti-horário) da função de demanda agregada, e os diminuirão os que re-
duzem tais coeficientes (fazendo a função DA deslocar-se paralelamente para
baixo e para a direita e/ou fazendo-a girar no sentido horário).
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Matematicamente:
Assim:
Aumentam os níveis de produção/renda/PIB real (Q) e de emprego:
Política fiscal expansionista: ↑G e/ou ↓t e/ou ↑R;
Choques favoráveis de demanda: ↑C e/ou ↑I;̅
↑c, ↑x e ↓m;
Depreciações/desvalorizações da taxa de câmbio real (↑;
↑XM: Aumento do protecionismo interno, redução do protecionismo
externo, melhoria dos termos de troca (↑Px*/Pm*), etc.;
Aumento da produção/demanda/renda do resto do mundo (↑Q*);
↓RLE (provocada, por exemplo, por uma redução das taxas de juros no
resto do mundo);
Diminuem os níveis de produção/renda/PIB real (Q) e de emprego:
Política fiscal contracionista: ↓G e/ou ↑t e/ou ↓R;
Choques desfavoráveis de demanda: ↓C e/ou ↓I;̅
↓c, ↓x e ↑m;
Apreciações/valorizações reais da taxa de câmbio (↓;
↓XM: Redução do protecionismo interno (“abertura comercial”), au-
mento do protecionismo externo, piora dos termos de troca
(↓Px*/Pm*);
Redução da demanda/produção/renda do resto do mundo (↓Q*);
↑RLE (provocada, por exemplo, por uma elevação nas remessas de lu-
cros das filiais das multinacionais residentes no país para sua matriz no
exterior);
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Cadeia lógica para determinação do nível de produção e emprego no mode-
lo “keynesiano” simples para economias abertas:
c RLE
t
Efeito multiplicador
R→C
P dado
→I→DA→E→Q,N
G (-)
→ XM
em
8. O Multiplicador QAbertas e Fechadas
Economias
9
9. Determinação do Saldo em Transações Correntes
Q*
? → Q → M → STC
RLE
Ou (versão + sintética):
Q*
? → Q → (XM) → STC
RLE
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Matematicamente: STC = X – M – RLE, ou:
Graficamente:
STC
XM+xQ*+s–RLE Inclinação = -m
Função FSTC
Superavit
STC;
↑PII R
Deficit Q
STC;
↓PII
Mudanças no coeficiente angular m (mudança de inclinação):
STC
↓m
↑m FSTC0 (m0)
Q
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Mudanças no coeficiente linear (deslocamentos paralelos)
STC
FSTC1 (↑XM;↑Q*;↑↓RLE)
FSTC0 (XM;Q*0;RLE0)
Q
FSTC2 (↓XM;↓Q*;↓↑RLE)
10.Determinação simultânea da produção e do saldo em transações corren-
tes
A partir dos gráficos acima, ainda não é possível determinar o STC, já que
para tal é preciso antes determinar Q. É preciso para tanto sobrepor os dois
gráficos:
D
D=Q
DA0
D0
45o
Q0 Qp Q
STC
STC0
Q0 Q
Função FSTC0
Ou, em termos lógicos, sobrepor as duas cadeias:
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Cadeia lógica para determinação simultânea do nível de produção e do sal-
do em transações correntes no modelo “keynesiano” simples para economi-
as abertas:
FUNÇÃO DA FUNÇÃO FSTC
c RLE (deslocamento = efeito direto)
t
Efeito multiplicador
R→C Q*
P dado Efeito indireto
→I→DA→E→Q (XM) STC
G RLE
→ XM
Q
45o
Q0 Q1 Qp Q
STC
STC0 0
STC1 Q0 Q1 Q
1
FSTC0
A política fiscal expansionista promove a elevação da demanda agregada, a
qual implica ampliação das vendas e queda dos estoques abaixo do nível
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ideal. Visando recompor estoques, as empresas ampliarão seus níveis de
produção, contratando mais trabalhadores e aumentando o nível de emprego.
O aumento da produção ocasiona o da renda real, que se refletirá na
ampliação da renda pessoal disponível e, por consequência, do consumo
(efeito multiplicador), que retroalimentará o efeito inicial sobre a demanda
agregada, vendas, estoques, produto e novamente renda real de forma
sucessiva e intensidade decrescente, até atingir o produto de equilíbrio final
superior ao inicial1.
A política fiscal expansionista não produz efeito direto sobre o Saldo em
Transações Correntes. Contudo, ocorre o efeito indireto, pois a elevação do
produto (decorrente do processo descrito parágrafo anterior) acarreta
ampliação das importações e, portanto, redução do Saldo em Transações
Correntes.
Portanto, quando ocorrem variações nas componentes domésticas do gasto
autônomo – consumo autônomo, investimento autônomo, política fiscal ex-
pansionista - o STC é afetado apenas indiretamente (efeito indireto), através
do impacto que as mudanças no PIB real (Q) causam nas importações.
Tais fatores podem elevar os níveis de produção, renda real e emprego e, si-
multaneamente, melhorar o saldo em transações correntes; e vice-versa.
1
Lembrar que em economias abertas o multiplicador é menor do que em fechadas devido ao vazamento
adicional das importações no circuito renda-gasto.
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Exemplo:
D
1 DA1(↑)
0 DA0(0)
45o
Q0 Q1 Qp Q
STC
STC1 1
STC0 0
Q0 Q1 Q
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(decorrente do processo descrito no parágrafo anterior) acarreta ampliação
das importações e, portanto, redução do Saldo em Transações Correntes.
Como o efeito direto é mais forte que o indireto, resulta uma melhoria no
Saldo em Transações Correntes.
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E vice-versa.
12.Política Econômica
Ideal de política econômica → obter simultaneamente:
D Função demanda
D0 agregada (DA)
Equilíbrio interno
D = Q = Qp
Equilíbrio externo
STC = 0
STC0 = 0 Q
Qp
Mas cuidado:
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Vimos em Macro 2 que não era possível, simplesmente verificando se um
país tinha deficit ou superavit no orçamento do governo, afirmar se a polí-
tica fiscal estava sendo excessivamente contracionista ou expansionista;
era preciso verificar se a reta orçamentária cruzava o eixo X no ponto Qp;
Do mesmo modo, a simples observação do nível do STC (superavitário ou
deficitário) em qualquer nível de produção não torna possível afirmar se o
país está em seu equilíbrio interno e externo de longo prazo (e portanto se
sua taxa de câmbio real está em equilíbrio de longo prazo);
Portanto, o critério correto é para fazer tal avaliação é:
Quando a função FSTC corta o eixo X no ponto Qp há equilíbrio externo
de longo prazo → a taxa de câmbio real encontra-se exatamente em seu
valor de equilíbrio externo de longo prazo (dados os valores dos demais
parâmetros da função);
Quando a função FSTC corta o eixo X abaixo do ponto Qp há desequilí-
brio externo de longo prazo (STC seria < 0 no ponto Qp) → a taxa de
câmbio real encontra-se abaixo de seu nível de equilíbrio de longo prazo
(excessivamente valorizada);
Quando a função FSTC corta o eixo X acima do ponto Qp há desequilí-
brio externo de longo prazo (STC seria > 0 no ponto Qp) → a taxa de
câmbio real encontra-se acima de seu nível de equilíbrio de longo prazo
(excessivamente desvalorizada).
Neste modelo, portanto, apenas por coincidência as funções estarão perfei-
tamente alinhadas de forma a gerar este equilíbrio simultâneo. Não há neste
modelo nenhum mecanismo automático de mercado que garanta o equilíbrio
do STC (e portanto da taxa de câmbio real) em seus níveis de longo prazo2.
2
Tais mecanismos automáticos de mercado, porém, estão presentes em modelos mais avançados.
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Por exemplo, na situação do gráfico abaixo as economias enfrentam ao mes-
mo tempo desemprego (desequilíbrio interno) e deficit em transações corren-
tes (desequilíbrio externo).
D D=Q
DA0
45o
Q0 Qp Q
STC
Q0 Qp Q
STC0
FSTC0
Como reequilibrar a economia tanto interna quanto externamente?
Políticas expansionistas (por exemplo, fiscais) podem elevar os níveis de
produção/ renda real até Qp, mas elevam as importações e portanto o de-
ficit em transações correntes → maior desequilíbrio externo.
Dilema: O uso de políticas expansionistas para reequilibrar a economia
internamente pode desequilibrá-la externamente, e vice-versa.
Solução: combinar políticas expansionistas com outras políticas que des-
loquem também a posição da função FSTC3. No caso do gráfico, por
exemplo:
Desvalorizar a taxa de câmbio nominal → com preços fixos, gera des-
valorização real da taxa de câmbio real ( e ganho de competitividade
dos produtos nacionais em relação aos estrangeiros, aumentando as
exportações e diminuindo as importações, ao favorecer sua substitui-
ção pelos produtos nacionais mais baratos;
Aumentar o protecionismo (o que aumenta XM ), isto é, erigir barrei-
ras tarifárias e/ou não tarifárias às importações – o que promove a
substituição de importações pela produção nacional;
3
Essas políticas costumam ser chamadas de “políticas de mudança de composição da demanda”.
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Reduzir da renda líquida enviada ao exterior (RLE), mediante limita-
ção dos dividendos remetidos pelas multinacionais e/ou moratória;
“Esperar” que o PIB real do resto do mundo Q* cresça o suficiente.
Obs.: tais políticas também deslocam a função de demanda agregada para
cima; portanto, a política expansionista deve ser menos expansiva que no
caso da economia fechada (ou, talvez, até precise ser contracionista!), se-
não levará a economia para além de Qp.
D
DA1(G ou↓G)
DA0(G0; 0)
45o
Q0 Qp Q
STC
STC1 Q
Q0 Qp
STC0 FSTC1()
FSTC0(0)
Efeito Transbordamento:
Política macroeconômica expansionista (monetária e/ou fiscal) em um pa-
ís aumenta sua renda aumentam suas importações aumentam as ex-
portações dos parceiros comerciais efeito expansionista sobre a renda
desses parceiros; e vice-versa;
Ex. 1: O governo dos EUA faz uma política monetária expansionista
a economia (renda, produção, emprego) estadunidense se expande
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aumentam as importações estadunidenses de seus parceiros comer-
ciais aumentam as exportações brasileiras para os EUA aumenta
a demanda pelos produtos nacionais caem estoques aumentam
produção, renda e emprego no Brasil efeito multiplicador nova
queda de estoques etc...
Interdependência difícil circunscrever efeitos das políticas; mas ou-
tras políticas podem ser colocadas em prática para reverter este efeito!
Efeito Repercussão:
Consequência do efeito transbordamento; volta dos efeitos (em menor es-
cala) para o país que originou o efeito transbordamento;
Ex. 1: a expansão da economia brasileira aumenta as importações au-
mentam as exportações dos EUA para o Brasil a economia dos EUA se
aquece mais, e assim sucessivamente.
Tal como em economias fechadas, no curto prazo admite-se que sejam as va-
riações do investimento total que causem variações da poupança total.
A poupança total inclui agora, além da poupança privada e a do governo,
também a externa:
I + Ig = Sp + Sg + Se
Temos:
I + Ig = Q – T + R – RLE – C + T – R – Cg + M + RLE – X
I + Ig = Q – C – Cg – X + M
Q = C + Cg + I + Ig + X – M
Como Cg + Ig = G:
Q=C+I+G+X–M
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Se aumenta, pois se = M – X + RLE, e quando ↑Q→↑M.
A poupança não exerce nenhum papel no curto prazo4, ela é completamente
determinada por variações do investimento. Este, como em economia fecha-
da, “financia-se a si mesmo” em termos macroeconômicos.
15.Solução matemática
Dados:
C = 10; I =20; Cg = 10; Ig = 10 (portanto G = 20); XM = -5; c = 0,75; R
= 10; RLE = 10; t = 0,25; m = 0,1; x = 0,1; Q* = 100; s = 2; = 10.
1o passo: calcular
C I G XM c(R RLE) xQ * s
Qeq =
1 c(1 t ) m
50 5 0,75(10 10) 0,1 *100 2 *10 75
= = 139,53;
1 0,75(1 0,25) 0,1 0,5375
16.Conclusão
Principais limitações:
Preços ausentes da análise; em particular, suposição de que os preços não
se alteram em resposta a uma alteração da taxa de câmbio nominal é im-
plausível;
Função investimento excessivamente simples;
Ausência de taxa de juros/política monetária;
Ausência de tratamento da conta financeira e, consequentemente, do seu
impacto sobre as reservas internacionais;
Não se aplica ao caso do regime de câmbio flutuante puro.
o Algumas destas limitações serão sanadas nos próximos tópicos.
4
Vale ressaltar que na visão heterodoxa isso sempre seria verdade, mesmo no longo prazo.
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Outras limitações apontadas por heterodoxos:
Hipótese de que um superavit em STC seja uma situação de desequilíbrio in-
sustentável muito questionável: países superavitários não parecem interessa-
dos em reduzir seus superavits;
A economia mundial seria marcada então por uma assimetria: países têm
incentivos para evitar deficits, mas não superavits em STC;
Ocorre, porém, que o mundo como um todo é uma economia fechada, de
modo que é impossível que todos os países em conjunto tenham superavit
ou deficit em STC;
Na soma dos países, STC = 0 (o superavit de um país implica necessaria-
mente um deficit em outro);
Assim, com todos os países colocando em prática políticas para reduzir
seus deficits e nenhum para reduzir superavits:
A economia mundial apresentará um viés recessivo, se os países defi-
citários tentarem evitar deficits em STC mediante políticas contracio-
nistas (já que os superavitários não tentam colocar políticas expansio-
nistas em prática para reduzir seus superavits); ou
Se os países deficitários tentarem reduzir os deficits em STC mediante
desvalorizações cambiais e/ou aumento do protecionismo doméstico,
enquanto os superavitários tentarem evitar a redução de seus superavits
em STC através da retaliação de tais políticas, então a economia mun-
dial apresentará uma tendência a desenvolver políticas mercantilis-
tas, que causam “prejuízos aos vizinhos” (beggar thy neighbour).
Keynes fez propostas de política econômica que visavam criar me-
canismos para eliminar este viés, obrigando os países a reduzirem
seus superavits.
União de Compensação Internacional → banco central mundial
reciclaria tais superavits, emprestando-os automaticamente aos
deficitários5.
5
Para maiores detalhes, vide o penúltimo capítulo do texto original de Keynes em Szmrecsányi, T. (org.) John
Maynard Keynes. Coleção Grandes Cientistas Sociais, vol. 6. São Paulo: Ática, 1978.
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