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A História do FUTEBOL
FEMININO NO BRASIL
Contar a história do futebol feminino brasileiro é mais do que lembrar gols, vitórias, derrotas,
lances marcantes e seus personagens. É falar sobre resistência, descaso e barreiras
quebradas. É lembrar períodos de proibição, preconceito e amadorismo. É impossível contar
essa história sem falar da maior de todos os tempos, da única jogadora eleita seis vezes a
melhor do mundo: a Rainha Marta. Conheça a
trajetória da modalidade que em um século
passou de atração de circo a celeiro de
talentos.
Anos 20 e 30 o começo
As primeiras referências de partidas de futebol
disputadas por mulheres surgiram nos anos 20. Os
registros de jornais mostram a prática, ainda de
forma muito tímida, no Rio de Janeiro, São
Paulo e Rio Grande do Norte.
1941 A proibição
A primeira proibição ocorreu através de um processo de regulamentação do esporte no Brasil.
Criou-se o CND (Conselho Nacional de Desportos). Na época, sob a alçada do Ministério da
Educação.
Em 1941, se debatia muito profissionalização e amadorismo. Ainda de forma rasa. Foi assim que a
temática dos esportes femininos se tornou uma demanda do CND. Foi então instituído um decreto-
lei (3199, art 54). O texto trazia de forma mais geral que as mulheres não deveriam praticar
esportes que não fossem adequados a sua natureza. Apesar de não ser citado
nominalmente, o futebol se enquadrava.
1965 Proibição detalhada
Em 1965, já no governo militar, o decreto-lei é novamente publicado. Desta vez, de forma mais
detalhada. Assim como em 1941, circulam novas notícias de mulheres jogando futebol de
forma clandestina. Por conta da proibição, há poucos registros. Desta vez, a deliberação cita
especificamente a modalidade.
1979 Fim da proibição
Apenas no fim da década de 70 foi revogada a lei que
proibia as mulheres de jogarem futebol. É o início de
uma nova jornada para a modalidade entre as
mulheres.
O fim da proibição, no entanto, não muda tudo da
água para o vinho. O futebol feminino não recebe
estímulo de clubes e federações. Ainda não foi
regulamentado e segue enfrentando proibições pelo
país
1983 Regulamentação
Apenas em 1983 a modalidade foi regulamentada. Com isso, foi permitido que se pudesse
competir, criar calendários, utilizar estádios, ensinar nas escolas. Clubes como o Radar e Saad
surgem como pioneiros no profissionalismo. Eram alguns dos times competitivos da época.
Créditos: GettyImages
A seleção teve resultados expressivos logo na primeira fase: 7 a 1 no México, 2 a 0 na Itália e um
empate surpreendente com a Alemanha. O gol da vitória sobre a Nigéria nas quartas, marcado
por Sissi, é lembrado até hoje como um dos mais bonitos da história dos Mundiais. O Brasil
acabou perdendo a semifinal para os EUA, mas ganhou da Noruega nos pênaltis na disputa pelo
bronze. Referência daquela equipe, Sissi foi uma das artilheiras do torneio.
Créditos: AFP
2004 A medalha olímpica
Com Pretinha, Marta, Formiga e Cristiane no
PRATA Olimpíada da Grécia
elenco, o Brasil chega à medalha de prata nos
Jogos Olímpicos de 2004, na Grécia. Foi início
de uma geração que se tornaria a mais
vitoriosa do Brasil. A conquista dava esperança
de um crescimento sustentável da modalidade
no país, mas, até aquele momento, nenhuma
competição nacional organizada se mantinha.
O cenário iria mudar apenas três anos depois.
Créditos: AFP
2009 Libertadores
O ano de 2009 teve a primeira edição da Libertadores feminina. O título da competição
disputada em outubro ficou com o Santos, que tinha nada menos do que Marta e Cristiane
em sua escalação. Esta última, aliás, foi a artilheira com 15 gols. O torneio teve 10 equipes, uma
de cada país membro da Conmebol. Na mesma temporada, o Santos também levou a Copa do
Brasil. O Botucatu foi o vice-campeão.
Créditos: GettyImages
2010 Mais uma vez Marta
Créditos: GettyImages
2014 Seleção permanente
Enquanto a Copa do Mundo masculina ocorria no Brasil, a seleção feminina iniciava um novo
ciclo com Vadão no comando da equipe feminina, com o objetivo da disputa da Copa do
Mundo de 2015 e Jogos Olímpicos de 2016. Foi criada a seleção permanente para colocar em
atividade jogadoras que estivessem sem um calendário preenchido.
2015 Mais um título no Pan
Ano de 2015, ano de Copa do Mundo feminina. A seleção feminina segue sua preparação à
disputa no Canadá. Após uma primeira fase de alto desempenho, o Brasil caiu logo nas oitavas
em jogo diante da Austrália. O troféu ficou com os Estados Unidos em vitória diante do Japão.
Em razão da conquista, Carli Lloyd foi eleita a melhor do mundo na temporada - ela terminou
como maior goleadora ao lado de Celia Sasic, da Alemanha, ambas com seis gols.
Logo depois, o Brasil disputou os Jogos Pan-Americanos também no Canadá e garantiu o título
no futebol feminino.CAMPEÃS
2016 Jogos Olímpicos em casa
Nove anos depois do Pan, a seleção feminina volta a jogar diante de estádios lotados em casa. Na
primeira fase, o rendimento da equipe enche os olhos, e cresce a expectativa por uma medalha,
que aumentou ainda mais após a vitória sobre a Austrália nos pênaltis nas quartas. Porém, duas
derrotas seguidas para Suécia (esta nos pênaltis) e Canadá deixaram a equipe fora do pódio.
Créditos: CBF
2018 De novo ela
Após boa temporada no Orlando Pride, Marta ganha mais um título de melhor do mundo.