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TRABALHO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Nome: Nº Série: Data:___/___/21

A História do FUTEBOL
FEMININO NO BRASIL

Contar a história do futebol feminino brasileiro é mais do que lembrar gols, vitórias, derrotas,
lances marcantes e seus personagens. É falar sobre resistência, descaso e barreiras
quebradas. É lembrar períodos de proibição, preconceito e amadorismo. É impossível contar
essa história sem falar da maior de todos os tempos, da única jogadora eleita seis vezes a
melhor do mundo: a Rainha Marta. Conheça a
trajetória da modalidade que em um século
passou de atração de circo a celeiro de
talentos.
Anos 20 e 30 o começo
As primeiras referências de partidas de futebol
disputadas por mulheres surgiram nos anos 20. Os
registros de jornais mostram a prática, ainda de
forma muito tímida, no Rio de Janeiro, São
Paulo e Rio Grande do Norte.

Créditos: Acervo Museu do Futebol


Pode parecer piada, mas o circo traz algumas das primeiras referências do uso das palavras
"futebol feminino". Era tratado como uma performance, um show. Não uma partida.

Créditos: Acervo Portuguesa de Desportos


1940 A primeira aparição
Até a década de 40, o futebol entre mulheres era longe de clubes ou grandes ligas. O que se sabia
era de prática em periferias. Não há registros de uma seleção. Apesar de ainda não ser
proibida, a modalidade era considerada violenta e ideal apenas para homens.
Em 1940, o cenário ameaçou mudança. Foi quando houve jogos entre mulheres no Pacaembu, por
exemplo. Em vez de fomentar a prática, essa visibilidade gerou revolta em parte da sociedade. As
notícias sobre mulheres jogando futebol provocaram esforços da opinião pública e autoridades da
época para a proibição.

1941 A proibição
A primeira proibição ocorreu através de um processo de regulamentação do esporte no Brasil.
Criou-se o CND (Conselho Nacional de Desportos). Na época, sob a alçada do Ministério da
Educação.
Em 1941, se debatia muito profissionalização e amadorismo. Ainda de forma rasa. Foi assim que a
temática dos esportes femininos se tornou uma demanda do CND. Foi então instituído um decreto-
lei (3199, art 54). O texto trazia de forma mais geral que as mulheres não deveriam praticar
esportes que não fossem adequados a sua natureza. Apesar de não ser citado
nominalmente, o futebol se enquadrava.
1965 Proibição detalhada
Em 1965, já no governo militar, o decreto-lei é novamente publicado. Desta vez, de forma mais
detalhada. Assim como em 1941, circulam novas notícias de mulheres jogando futebol de
forma clandestina. Por conta da proibição, há poucos registros. Desta vez, a deliberação cita
especificamente a modalidade.
1979 Fim da proibição
Apenas no fim da década de 70 foi revogada a lei que
proibia as mulheres de jogarem futebol. É o início de
uma nova jornada para a modalidade entre as
mulheres.
O fim da proibição, no entanto, não muda tudo da
água para o vinho. O futebol feminino não recebe
estímulo de clubes e federações. Ainda não foi
regulamentado e segue enfrentando proibições pelo
país
1983 Regulamentação
Apenas em 1983 a modalidade foi regulamentada. Com isso, foi permitido que se pudesse
competir, criar calendários, utilizar estádios, ensinar nas escolas. Clubes como o Radar e Saad
surgem como pioneiros no profissionalismo. Eram alguns dos times competitivos da época.

1988 Torneio experimental


Em 1988, a Fifa realizou, na China, um
Mundial de caráter experimental. Em
inglês, foi chamado de
Women'sInvitationalTournament. A
seleção montada para a competição
tinha como bases o Radar, do Rio, e o
Juventus (SP) - que tinha talvez o time
mais forte feminino do país naquele
momento. Não houve nenhuma
confecção especial de roupas para as
jogadoras. Viajaram para o Mundial
com as sobras das roupas dos
homens.
Foi um torneio que serviu de pontapé para o desenvolvimento da modalidade feminina em
todo o mundo. Ao todo, 12 seleções participaram, e o Brasil ficou com bronze nos pênaltis.
BRONZE
1991 Primeira Copa FIFA
É o ano da primeira Copa do Mundo FIFA de
Futebol Feminino. A CBF assumiu o time
oficialmente, mas o tratamento ainda era
muito amador. O Brasil viajou com boa parte
das atletas que disputaram o torneio
experimental. Pretinha, ainda muito jovem,
também fez parte da seleção comandada pelo
técnico Fernando Pires.
O Brasil teve menos de um ano de preparação.
Foi eliminado logo na primeira fase. A zagueira
Elane marcou o primeiro gol do país em
torneios FIFA, na vitória diante do Japão. A
equipe, no entanto, perdeu jogos para Estados
Unidos e Suécia.

1996 Primeira Olimpíada


Os Jogos de Atlanta marcaram a estréia do
futebol feminino em Olimpíadas. A seleção
brasileira, repleta de veteranas da geração
anterior, terminou na quarta colocação, ficando
muito perto do pódio. Com Meg, Marisa, Fanta,
Suzy, Sissi, Pretinha, Roseli e outras, a equipe
deixou a medalha escapar na disputa pelo bronze
diante da Noruega. Perderam por 2 a 0.

1999 Primeira medalha FIFA


Eis a primeira medalha em Copas do Mundo. Ainda tratada com muito amadorismo no país, a
seleção feminina se superou. Na disputa nos EUA, o time era formado por veteranas e nomes
de uma geração que começava a se formar.
3º LUGAR
Copa do Mundo dos Estados Unidos

Créditos: GettyImages
A seleção teve resultados expressivos logo na primeira fase: 7 a 1 no México, 2 a 0 na Itália e um
empate surpreendente com a Alemanha. O gol da vitória sobre a Nigéria nas quartas, marcado
por Sissi, é lembrado até hoje como um dos mais bonitos da história dos Mundiais. O Brasil
acabou perdendo a semifinal para os EUA, mas ganhou da Noruega nos pênaltis na disputa pelo
bronze. Referência daquela equipe, Sissi foi uma das artilheiras do torneio.

2003 Prazer, Marta


A primeira Copa do Mundo da Rainha Marta. Ainda garota, a futura melhor jogadora do mundo já
chamava atenção entre as jogadoras mais experientes. Aquele, aliás, seria o primeiro Mundial
também da atacante Cristiane.
Durante a competição nos Estados Unidos, o clima ruim entre elenco e o técnico Paulo
Gonçalves era nítido. Havia muitos questionamentos sobre a metodologia de trabalho. O
Brasil foi eliminado nas quartas de final para a Suécia. O Mundial contou com a presença da
ex-jogadora Milene Domingues. Apesar de atrair atenções por ser casada na época com
Ronaldo Fenômeno, ela não foi utilizada pelo treinador durante os jogos. No mesmo ano, o
Brasil foi medalhista de ouro no Pan de Santo Domingo.
OURO Pan de Santo Domingo

Créditos: AFP
2004 A medalha olímpica
Com Pretinha, Marta, Formiga e Cristiane no
PRATA Olimpíada da Grécia
elenco, o Brasil chega à medalha de prata nos
Jogos Olímpicos de 2004, na Grécia. Foi início
de uma geração que se tornaria a mais
vitoriosa do Brasil. A conquista dava esperança
de um crescimento sustentável da modalidade
no país, mas, até aquele momento, nenhuma
competição nacional organizada se mantinha.
O cenário iria mudar apenas três anos depois.

2006 Marta encanta


Para orgulho brasileiro, Marta levava seu primeiro
troféu como melhor do mundo.
MELHOR DO MUNDO

2007 A melhor Copa


O ano de 2007 teve um novo suspiro de esperança em relação ao futebol feminino no Brasil.
Em julho, no Pan do Rio, o Maracanã lotou para ver uma exibição de gala de Marta e companhia
na final contra os EUA, que não viajaram com sua equipe principal. A medalha de ouro
conquistada com goleada por 5 a 0 marcou um dos grandes momentos da modalidade no
país.CAMPEÃS Pan-Americano do Rio

Em setembro, na China, o Brasil ficou com a segunda colocação na


Copa do Mundo feminina, perdendo para Alemanha na decisão. No
torneio, Marta fez aquele que considera seu gol mais bonito.
No mesmo ano, a Rainha conquistava novamente o título de melhor do mundo, acumulando
duas taças. MELHOR Vieira da Silva
2008 Mais uma prata
O Brasil chegou novamente a uma decisão olímpica. Acabou derrotado na decisão pelos Estados
Unidos e ficou com a prata. As americanas chegavam a sua terceira medalha de ouro no torneio
olímpico feminino de futebol. A Alemanha garantiu a terceira colocação na edição de 2008.
Para orgulho brasileiro, Marta levava pela terceira vez o troféu de melhor do mundo.
3X MELHOR DO MUNDO

Créditos: AFP
2009 Libertadores
O ano de 2009 teve a primeira edição da Libertadores feminina. O título da competição
disputada em outubro ficou com o Santos, que tinha nada menos do que Marta e Cristiane
em sua escalação. Esta última, aliás, foi a artilheira com 15 gols. O torneio teve 10 equipes, uma
de cada país membro da Conmebol. Na mesma temporada, o Santos também levou a Copa do
Brasil. O Botucatu foi o vice-campeão.

Créditos: AGIF, Ricardo Saibun


E de novo ela. Marta era eleita pela quarta vez a melhor do mundo.
Vieira da Silva

Créditos: GettyImages
2010 Mais uma vez Marta

Créditos: GettyImages
2014 Seleção permanente
Enquanto a Copa do Mundo masculina ocorria no Brasil, a seleção feminina iniciava um novo
ciclo com Vadão no comando da equipe feminina, com o objetivo da disputa da Copa do
Mundo de 2015 e Jogos Olímpicos de 2016. Foi criada a seleção permanente para colocar em
atividade jogadoras que estivessem sem um calendário preenchido.
2015 Mais um título no Pan
Ano de 2015, ano de Copa do Mundo feminina. A seleção feminina segue sua preparação à
disputa no Canadá. Após uma primeira fase de alto desempenho, o Brasil caiu logo nas oitavas
em jogo diante da Austrália. O troféu ficou com os Estados Unidos em vitória diante do Japão.
Em razão da conquista, Carli Lloyd foi eleita a melhor do mundo na temporada - ela terminou
como maior goleadora ao lado de Celia Sasic, da Alemanha, ambas com seis gols.
Logo depois, o Brasil disputou os Jogos Pan-Americanos também no Canadá e garantiu o título
no futebol feminino.CAMPEÃS
2016 Jogos Olímpicos em casa
Nove anos depois do Pan, a seleção feminina volta a jogar diante de estádios lotados em casa. Na
primeira fase, o rendimento da equipe enche os olhos, e cresce a expectativa por uma medalha,
que aumentou ainda mais após a vitória sobre a Austrália nos pênaltis nas quartas. Porém, duas
derrotas seguidas para Suécia (esta nos pênaltis) e Canadá deixaram a equipe fora do pódio.

Vadão acabou deixando o comando e, em novembro, Emily assumiu como treinadora, a


primeira mulher a treinar uma seleção brasileira principal.
2017 A vez dos clubes
Após apenas 10 meses de trabalho, Emily acabou demitida do cargo de técnica da seleção, e
Vadão retornou para mais um ciclo. Fora dos gramados, a Conmebol tomava a decisão de
obrigar os clubes que desejam disputar suas competições no masculino a terem times
femininos a partir de 2019. O caminho foi seguido pela CBF.

Créditos: CBF
2018 De novo ela
Após boa temporada no Orlando Pride, Marta ganha mais um título de melhor do mundo.

2019 É Ano de Copa!


Tem início uma nova realidade no futebol feminino. Os clubes começam a cumprir a
obrigatoriedade de terem times femininos e povoam a disputa do Brasileiro Série A2. O São
Paulo lança um forte projeto e anuncia a contratação de Cristiane, que retorna depois de atuar no
exterior. A TV Globo anuncia a transmissão pela primeira vez dos jogos da seleção brasileira
feminina em uma Copa do Mundo. O futebol feminino ganha corpo.
QUESTÕES

1 - QUANDO FOI PROIBIDO O FUTEBOL FEMININO NO BRASIL E POR QUÊ?

2 - QUANDO ACABOU A PROIBIÇÃO DO FUTEBOL FEMININO?

3 - QUANDO FOI A PRIMEIRA COPA FEMININA DE FUTEBOL?

4 - QUAIS OS MAIORES TITULOS DA SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA?

5 - QUANTAS VEZES MARTA FOI ELEITA A MELHOR JOGADORA DE FUTEBOL


DO MUNDO?

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