Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.
mecat
roni
caf
aci
l.
com.
br 44-R$6,
Ano6-nº 50
CA FÁCI Super
condut
or
Vej
es
aoquees per
ardest
es
di
spos
iti
vosnofut
uro
MECATRÔNI
AHi
stór
iados
Rol
ament
Anal
is
os
eosmoti
vosquelev
aram
àcri
açãodosr
olament
os
Control
eremotopor
LaserPoi
nter
Vej
aor ec
ept
orpar
ac ont
rol
e
remot
oporfei
xedeluz
Mont
a-t
rek
o Us
odeRel
és
0980
SSN1676-
Conf
iraosproj
etos
:bal
anç
adeAmpèr
e, Funci
onament
o,uti
li
dadese
zumbidor
,el
etr
oímãsemuit
omai
s mont
agem deum r
eléexper
imental
I
índice
i
Editora Saber Ltda.
Diretores
Hélio Fittipaldi 24
Thereza M. Ciampi Fittipaldi
MECATRÔNICA
FÁCIL
www.mecatronicafacil.com.br
Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi
Conselho Editorial
Luiz Henrique C. Bernardes,
Newton C. Braga
Auxiliar de Redação
Erika M. Yamashita
Produção
34
Diego M. Gomes
Design Gráfico
Carlos C. Tartaglioni
Edimáldia Ferreira
Colaboradores
Robonews
2
Jeff Eckert, Newton C. Braga, Renato Paiotti
Capa
Notícias
Arquivo Editora Saber
4
ASSINATURAS Monta-treko 10
www.mecatronicafacil.com.br
Fone: (11) 2095-5335/Fax: (11) 2098-3366 Experimentos práticos para completar seus
Atendimento das 8:30 às 17:30 h trabalhos acadêmicos
Uso de Relés 24
Monte um relé experimental e ainda aumente a
sensibilidade dos relés
Associação Nacional das Editoras de
Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas.
Supercondutores 30
Veja o que suas tecnologias poderão nos
oferecer no futuro
Robo
Jeef Eckert
De volta a época em que o galão Criado por engenheiros do Frau- trar padrões de temperatura afim de
de gasolina foi vendido a 4 dólares nhofer Institute for Factory Operation detectar anormalidades.
e os bancos americanos ainda pare- and Automation, o novo robô autô- Ele também carrega um sistema
ciam ter dinheiro, T. Boone Pickens nomo RIWEA inspeciona as lâminas ultrassônico para detectar objetos
anuncia o projeto de uma fazenda dos rotores centímetro por centíme- que o equipamento térmico não con-
de vento de 10 bilhões de dólares. A tro, detectando rachaduras e delami- segue, tornando-o mais preciso que o
inovação trabalha com cerca de 2.700 nações causadas por forças inerciais, olho humano. De acordo com a Frau-
turbinas eólicas para gerar 4.000 MW erosão colisão com pássaros, aero- nhofer, o RIWEA pode cumprir sua
de energia e é o primeiro robô pro- naves ultra-leves etc. Na operação tarefa em qualquer tipo de gerador,
jetado especificamente para inspe- básica, o robô irradia calor na super- independente do tamanho ou loca-
cionar equipamento de geração de fície da lâmina e utiliza uma câmera lização. Para maiores informações
energia eólica. térmica de alta resolução para regis- acesse: www.iff.fraunhofer.de.
são substituídos
por máquinas
escaladoras
Os ganhadores do prêmio realiza- projetados para escalar postes e con-
do pela Feira Internacional de Projetos struções enrolando-se e movimentan-
Capstone foram os robôs escaladores do-se para cima via uma junção osci-
de postes. O HyDRAS (Hyper-redun- lante móvel.
dant Dsicrete Robotic Articulated Usando sensores e câmeras os
Serpentine) Ascent I e Ascent II, jun- robôs podem inspecionar as estrutu-
tamente com o CURCA (Climbing In- ras ou realizar outras tarefas perigo-
spection Robot with Compressed Air), sas. “A finalidade geral é deixar os
levaram o prêmio de 1 milhão de won trabalhadores das construções civis
Coreanos (aproximadamente 2.000 em segurança e livrando-os de que-
reais) pela honraria. das já que as quedas foram respon-
Os escaladores autônomos, desen- sáveis por 809 mortes em 2006” e
volvidos pelo Laboratorio de Robôtica o que afirma o U.S. Bureu of Labor
e Mecanismo do Virginia Tech, foram Statistics.
Robo
Maior feira de eletrônicos do mundo
apresenta novas tendências
Consumer Electronics Show 2009 aposta em novidades
para celulares e televisores
Las Vegas foi palco do CES nove horas de conversação. Sua Durante a feira, também tiveram
- Consumer Electronics Show, even- embalagem é feita de material reci- destaque as TVs com integração à
to mundial de eletrônicos, que acon- clado e sua tinta composta à base internet. As marcas Samsung e LG,
teceu entre os dias 8 e 11 de janeiro. de soja. Aos interessados, ele tam- por exemplo, mostraram a adoção de
A feira apresentou novas tendências bém estará à venda no primeiro tri- serviços do Yahoo. Esses aparelhos
para o mercado tecnológico. mestre deste ano. permitem que informações on-line
A abertura oficial contou com o Já os televisores chamaram a cheguem ao telespectador. Com o
discurso do diretor-executivo da Mi- atenção em seus stands devido-a controle remoto em mãos, o usuário
crosoft, Steve Ballmer. Ele, que ocu- tecnologia 3D. A exibição mais im- se tornará um internauta e acessará
pou pela primeira vez o lugar de Bill pressionante foi feita pela Panasonic em sua tela as notícias minuto-a-mi-
Gates na abertura do evento, noticiou com o “3D Full HD Plasma Theater nuto do Yahoo News.
que a versão de testes do Windows System”. Ela chegou a montar um Outros serviços como os vídeos
7 foi oferecida ao público a partir do cinema com tela de 103 polegadas. do Youtube, MySpace, eBay e Flickr
dia 9 de janeiro. Ele ainda completou Com capacidade de 20 pessoas a também estarão a sua disposição.
que o sistema é mais simples, rápido empresa exibiu desenhos, games Outra aposta alta da LG foi a locação
e confiável. e jogos de futebol americano. O di- de filmes através da Netflix, onde os
Mas as apostas para este ano es- ferencial, no entanto, foram as ima- compradores poderão baixar o conte-
tavam em tecnologias móveis e em gens tridimensionais da abertura das údo digital diretamente no televisor.
televisores. A LG, por exemplo, lan- Olimpíadas de Pequim. Neste ano os especialistas acredi-
çou o telefone de pulso LG-GD910. A Panasonic também optou por in- taram que o foco estava voltado aos
Ele realiza videochamadas com co- vestir em monitores finos para HDTVs produtos menores, ecologicamen-
nexão 3G, reconhecimento de voz, de Plasma (PDPs) e LCD, obtendo te corretos e mais conectados, que
além de todos os serviços comuns maiores avanços em qualidade de pudessem ajudar os consumidores a
como mensagens instantâneas e imagem e desempenho ambiental. economizar.
MP3. De acordo com o presidente da A NeoPDP, tecnologia recém desen-
LG, Woo Paik, a novidade estará dis- volvida pela empresa, está integrada
ponível ainda em janeiro deste ano. a um monitor LCD de consumo de
É so aguardar! energia de 90 kWh ao ano, altamente
A Motorola também anunciou eficiente, que alcança boa resolução
seu modelo Moto Renew W233. O de imagem em movimento de 1000 li-
telefone, na cor verde, é fabricado nhas, próxima a de um PDP. Ela pos-
a partir de garrafas recicladas. sui o mais baixo consumo de energia
O telefone promete utili- entre todas as LCD HDTVs do mundo,
zar menos energia, baixando a necessidade de energia a
garantindo ao quase a metade quando comparada
usuário ao seu modelo anterior.
A Siemens entregou 150 kits ‘Dis- de soluções urgentes. Por isso, esse sor encontrará o seguinte material de
covery Box’ para escolas públicas de kit ajudará as crianças a vivenciarem apoio: um DVD, um livro com o conte-
Jundiaí em 2008. A ação, que benefi- sua realidade na prática e colaborará údo do DVD, pôsteres, além de fichas
ciará cerca de quatro mil crianças, faz para ativar o hábito do consumo cons- que descrevem cada experimento, jo-
parte do programa Generation21 que ciente, além de estimular a curiosidade gos e outras atividades educativas.
visa contribuir para o desenvolvimento desses alunos”, comentou Primo. Na caixa de Meio Ambiente e Saú-
de estudantes. A cerimônia de entrega Cada kit é composto por duas cai- de, o estudante aprenderá desde um
aconteceu no Parque da Uva, em Jun- xas com 22 experimentos científicos. A método simples de purificar a água
diaí, com a presença do prefeito Ary primeira caixa tem experimentos nas até a identificar partes do corpo huma-
Fossem e do presidente da Siemens áreas de Meio Ambiente e Saúde e a no e reconhecer quais alimentos são
do Brasil, Adilson Primo. outra, Energia e Eletricidade. Eles ain- mais saudáveis. Já a caixa Energia e
O presidente da empresa fez o dis- da podem ser reaproveitados de um Eletricidade estimulará atividades que
curso de abertura do evento e desta- ano para outro bastando apenas repor despertam o interesse das crianças
cou o compromisso da Siemens com os componentes de baixo custo, assim por temas como circuitos elétricos,
o desenvolvimento sustentável. Esta como velas, carvão, anilina e etc. Os condutores e isolantes, calor, energias
foi a primeira iniciativa no país e os componentes de maior valor poderão alternativas etc. Primo completou que
planos da empresa são de estendê- ser reutilizados como o dínamo, so- a Siemens tem como objetivo promo-
los agora em 2009. “A escassez de quetes, tubos e termômetros. ver a formação dos estudantes nas
recursos naturais e a busca por fontes O kit é voltado para crianças de 6 áreas da ciência e da tecnologia, as-
alternativas de energia são exemplos anos, que estão na idade pré-escolar, sim como estimular o desenvolvimento
resultantes de tendências já enfrenta- e foi criado para utilização em sala de de talentos e ampliar as oportunidades
das mundialmente e que necessitam aula. Dentro de cada pacote o profes- educacionais.
Pela primeira vez um trio de pes- Capasso e seus colegas substitu- ção a outros com o mínimo de fricção
quisadores liderado pelo professor íram uma das superfícies metálicas estática”, disse Capasso.
da Escola de Engenharia e Ciência imersas em um fluido por uma de sílica O diferencial é que as Forças de
Aplicada na Universidade Harvard, e verificaram que a força entre elas Casimir atrativas limitam a miniaturiza-
Federico Capasso, descobriram uma mudou de atração para repulsão. ção de dispositivos conhecidos como
forma de obter a Levitação Quântica. Para medir esta repulsão, os pes- Mems (Micro Electromechanical Sys-
Este efeito quântico, também conhe- quisadores colocaram uma microes- tems), utilizados nas mais diversas
cido como força de Casimir, poderá fera coberta de ouro em um cantiléver aplicações, como no acionamento de
trazer importantes aplicações para a mecânico imerso em um líquido cha- airbags em automóveis. O motivo é
física mundial. mado bromobenzeno e mediram seu que a atração faz com que as partes
Já em 1948, pesquisas foram desvio conforme variavam a distância de um mecanismo se grudem umas
realizadas pelo físico holandês Hen- até a placa de sílica. às outras, tornando-as inoperantes. Já
drik Casimir que previu que duas “Forças de Casimir repulsivas são com a repulsão, o mesmo não ocorre.
placas condutoras perfeitas não de grande interesse, uma vez que Os autores do estudo apontam o
carregadas eletricamente atrairiam podem ser usadas em sensores de desenvolvimento de peças nanomé-
uma à outra no vácuo, por conta força ou de torque ultrassensíveis para tricas para situações em que é neces-
das flutuações quânticas no campo levitar um objeto imerso em um fluido sária a fricção estática ultrabaixa entre
eletromagnético no vácuo entre as em distâncias nanométricas da super- peças mecânicas micro ou nanométri-
placas. Desde então, a previsão fície. Dessa forma, esses objetos se cas. Especificamente, os pesquisado-
foi verificada diversas vezes, mas tornam livres para realizar movimentos res destacam a fabricação de bússolas,
sempre de forma atrativa. de rotação ou de translação em rela- acelerômetros e giroscópios.
A Siemens premia pela terceira presa ao desenvolvimento de inova- De um total de 238 projetos ins-
vez os melhores colocados nas ca- ções no Brasil. Recursos naturais critos, apenas 20 foram seleciona-
tegorias Estudantil - Novas Idéias e são finitos e, ao mesmo tempo, es- dos e concorreram ao primeiro lu-
Ciência & Tecnologia com o Prêmio tão sujeitos aos ciclos econômicos. gar das três categorias. “A Siemens
Werner von Siemens. A cerimônia O conhecimento, não”, disse Primo. observou o potencial de benefícios
de entrega aconteceu em dezembro Em 2008, os vencedores ganha- que os projetos inscritos poderiam
de 2008 e o Museu da Língua Por- ram R$ 10 mil para as modalidades gerar para a sociedade brasileira.
tuguesa, em São Paulo, foi o local Indústria, Energia e Saúde da ca- Essa avaliação traduz a iniciativa
escolhido. tegoria Estudantil - Novas Idéias, da companhia em investir cada vez
Para o presidente da Siemens além de telefones Gigaset Siemens mais no crescimento da pesquisa e
no Brasil, Adilson Primo, fomentar e certificados da premiação. Seus da inovação tecnológica no País”,
a inovação e a busca pelo conhe- orientadores também foram hon- afirmou Primo.
cimento são os principais objetivos rados com os mesmos prêmios. E Entre os vencedores da área
da iniciativa. “O Prêmio Werner von para Ciência & Tecnologia foram R$ estudantil em Energia estava o tra-
Siemens é uma contribuição da em- 15 mil, além do certificado. balho “Nanotubos de carbono: Re-
Monta-treko
Projeto 2:
Galvanômetro experimental
Confira um galvanômetro simples ^
que pode ser montado com base no
efeito magnético da corrente elétrica.
O galvanômetro é um instrumento
que indica a passagem de corrente
elétrica por um circuito.
Na figura 7 indicamos como o
galvanômetro pode ser montado com
seu circuito.
Exemplo de explicação
O fio esmaltado é enrolado de mo-
do a formar uma bobina em uma for-
ma de papelão ou cartolina. Quando a
corrente elétrica (que deve ser detec-
tada) circula pela bobina, um campo
magnético é criado. Este campo atua potenciômetro, girando um pouco o Lista de Materiais: Projeto 2
sobre o clipe pendurado na linha, mu- cursor dele. A corrente diminui e a 2 a 4 metros de fio esmaltado fino (28 ou
dando sua posição. movimentação do clipe, ao se tocar mais fino)
Pelo movimento do clipe pode- com os fios na pilha, é menor. Au- 1 pilha média ou grande
mos avaliar a intensidade da corrente mente a resistência gradualmente 1 potenciômetro de 47 k ohms
circulante: uma forte corrente causa até o ponto em que, ao tocar com os 1 resistor de 100 ohms
uma movimentação maior do clipe. fios na pilha, o clipe não se movimen- 1 clipe de prender papel
te mais. Podemos então determinar 1 pedaço de fio rígido 18 a 22
Experiência a sensibilidade do galvanômetro, ou 1 pedaço de linha comum
No circuito da figura 8 usamos um seja a menor corrente que ele pode 1 pedal de papelão ou cartolina
potenciômetro para ajustar a intensi- detectar, de duas formas: Multímetro (opcional)
dade da corrente e assim determinar Primeiro, pelo ângulo do gi-
a sensibilidade do galvanômetro. ro do eixo em relação ao máximo.
Inicialmente colocamos o poten- Por exemplo, se a detecção termi- Questionário: Projeto 2
ciômetro na posição de mínima re- nar com 50% do giro, isso significa 1) Explique o funcionamento do galvanô-
sistência (todo para a esquerda ou 22 500 ohms (47 k ohms = 47 000 metro.
no sentido anti-horário). Com isso a ohms). Isso nos dá uma corrente 2) De que modo o sentido de circulação
corrente no galvanômetro é maior. que é calculada dividindo a tensão da corrente influi no movimento do
Tocando-se com os fios os ter- da pilha (1,5 V) pelos 22500 ohms, clipe?
minais da pilha, a movimentação ou seja, 0,0000666 A. Convertendo 3) É possível aumentar a sensibilidade do
para milionésimos de ampère (mi- aparelho usando uma agulha imantada
do clipe deve ser maior. Depois,
croampères) temos: 66,6 mA. em lugar do clipe?
aumente um pouco a resistência do
Questionário: Projeto 4
1) As linhas de força do campo de um
solenóide são abertas ou fechadas?
2) Do que depende a intensidade do
campo magnético criado?
3) Por que os objetos de metal fer-
roso são puxados para o interior do
solenóide?
Sugestões 12
do linhas de força que se expandem. Indução de tensão no enrolamento
• Monte o canhão eletromagnético Ao expandir-se, estas linhas cortam secundário de um transformador
conforme a figura 11. as espiras da segunda bobina (deno-
• Um toque nos terminais do supor- minada enrolamento secundário). O
te de pilhas vai fazer com que o resultado será a indução no segundo
êmbolo seja puxado fortemente enrolamento de uma tensão.
para o interior do solenóide ati- Quando a corrente se estabiliza na
rando longe a “bala”, que nada primeira bobina, as linhas não mais
mais é do que um grão de feijão cortam a segunda e com isso a indu-
ou uma pelotinha de papel. Fa- ção para.
ça uma competição entre seus Se a corrente na primeira bobina
alunos para ver quem monta o for interrompida, as linhas de força
canhão que atira mais longe. do campo magnético se contraem e
• Mostre que o campo criado é da cortam novamente as espiras da se-
mesma natureza que o de ìmãs 13
gunda bobina. O resultado disso é a Enrolando o transformador
permanentes, podendo atrair indução de uma tensão mas agora experimental
ou repelir conforme o pólo do com polaridade invertida. Veja então
ímã próximo. que se uma corrente for estabelecida
e desligada rapidamente no enrola-
Competição mento primário, haverá a presença de
• Veja quem monta o solenóide picos ou pulsos de tensão no secun-
com mais força. dário com polaridade que se inverte
• Monte o canhão e faça uma constantemente, conforme ilustra a
competição para ver quem atira figura 12.
o projétil mais longe. Este fato da corrente precisar
variar constantemente num dos en- Lista de Materiais: Projeto 5
Projeto 5: rolamentos para haver indução no 1 pilha pequena ou média
Transformador experimental outro, faz com que o transformador 1 argola de metal ferroso ou ferrite
Os transformadores são disposi- seja um dispositivo que funciona so- 40 metros de fio esmaltado fino (30 a 34)
tivos que podem converter energia mente em circuitos de corrente alter- 1 multímetro
elétrica mudando-se a tensão e a cor- nada ou ainda corrente que varie de 1 lima
rente. Está é uma versão experimetal outra forma.
para você verificar como este tipo de Questionário: Projeto 5
dispositivo funciona. Experiência 1) Explique o funcionamento do trans-
Na figura 13 temos o modo de se formador.
Como funciona enrolar o transformador experimental. 2) Por que não há indução com corrente
Um transformador tem duas bobi- Os enrolamentos são formados contínua pura aplicada ao enrolamento
nas enroladas com fios esmaltados em por aproximadamente 50 a 100 voltas primário?
um núcleo comum. Quando aplicamos de fio fino na argola. Assim o campo 3) Dê exemplos de uso prático de trans-
uma tensão em uma das bobinas (de- magnético criado por uma bobina tem formadores.
nominada enrolamento primário) um suas linhas percorrendo a argola, que 4) Qual a diferença entre corrente con-
campo magnético é produzido, crian- as concentra na segunda bobina. tínua e alternada?
Sugestões
• Um LED em série com um resis-
tor de 470 ohms pode ser usado 16
Montagem do zumbidor
para acusar a corrente induzida
no secundário.
• Um galvanômetro também pode
ser usado para esta finalidade,
desde que em série tenhamos
colocado um diodo como o
1N4148.
• A mesma experiência pode ser
realizada com um transformador
comum, conforme indicamos na
figura 15.
Competição
Utilize um LED em série com um
resistor de 1 kW para ver quem con-
segue fazer um transformador que o A montagem do zumbidor e de seu esta latinha a corrente é interrompida.
acende com mais força. Pode ser uti- circuito pode ser vista na figura 16. Com isso, cessa a força de atração e
lizado o multímetro para medir o pico Observe o ponto em que as la- a latinha tende a voltar à sua posição
de corrente gerado. tinhas encostam uma na outra. É normal encostando na outra. O resul-
muito importante raspar a tinta das tado é o restabelecimento da corrente
Projeto 6: Zumbidor latinhas neste ponto para que o con- e uma nova atração. A corrente fica
Importante aplicação dos eletro- tacto elétrico seja perfeito. então sendo estabelecida e interrom-
ímãs que pode ser realizada com pida rapidamente, levando a latinha a
base num simples pedaço de fio Explicação uma vibração. A consequência dessa
esmaltado. O mesmo princípio é en- Quando as latinhas se mantêm em vibração é a produção de um som se-
contrado nas buzinas de carro e em contato a corrente pode circular pela melhante ao de um zumbido. As cam-
outros dispositivos. Para construir bobina enrolada no prego, produzin- painhas e buzinas de carro funcionam
um simples zumbidor você precisará do assim um forte campo magnético desta forma. A rigidez e o tamanho das
do seguinte material:(Veja na LM) que atrai uma das latinhas. Ao atrair latinhas determinam o som produzido.
Experiência Projeto 7: 19
Montagem da Balança de Ampère
Na montagem ajuste as latinhas Balança de Ampère
para que encostem uma na outra. Os campos magnéticos produzi-
Ligue a pilha ao circuito (raspe as dos pela corrente que circula por dois
pontas do fio esmaltado para haver condutores elétricos paralelos são
contacto). Deve haver a vibração da responsáveis por forças de repulsão
latinha maior, produzindo som. Tente que tende a afastá-los, se tiverem
usar duas ou mais pilhas, se o som o mesmo sentido, veja a figura 18.
produzido for muito fraco. Não deixe Usando esta força pode-se fazer uma
o zumbidor muito tempo ligado, pois “balança” que, pela intensidade da
a corrente intensa tende a aquecer a força exercida entre condutores, pos-
sua bobina. sibilita a medição da intensidade de
uma corrente elétrica.
Sugestões Esta balança, denominada “ba-
• Ligue um alto-falante comum em lança de ampère” pode ser cons-
série com o circuito para obter a truída facilmente utilizando-se fio
reprodução do som amplificado, esmaltado comum e mais alguns
conforme exibe a figura 17. componentes de fácil obtenção. O
• Ligando um manipulador em seguinte material será necessário
série com a pilha podemos ter para a construção dessa balança:
um telégrafo experimental para (veja na LM)
demonstrações. Na figura 19 observamos a mon-
tagem dessa balança.
Competição Na montagem, duas bobinas, de
Faça uma competição para ver umas 10 espiras de fio cada, são
qual zumbidor toca mais alto. colocadas na posição indicada. O
ponto em que os fios esmaltados são O ângulo de afastamento será tão
Lista de Materiais: Projeto 6 emendados deve ser descascado maior quanto a intensidade do cam-
5 a 10 metros de fio esmaltado fino 30 (raspado) para que haja bom contato po magnético e, portanto a intensida-
a 34. elétrico. Para maior confiabilidade de da corrente circulante. Pode-se
1 prego ou parafuso de 3 a 4 cm de será interessante soldar todas as então avaliar a intensidade da cor-
comprimento ligações ou usar terminais de para- rente pelo afastamento das bobinas.
1 base de madeira de 1,5 x 5 x 12 cm fusos. No experimento é possível variar a
2 pedaços de lata cortados conforme intensidade da corrente através do
mostra a figura 16 Exemplo de explicação potenciômetro, mostrando os diver-
4 pregos pequenos São enroladas duas bobinas que sos ângulos obtidos.
1 pilha comum pequena, média ou ficam lado a lado. Quando uma cor-
grande rente elétrica circula pelas duas bobi- Experiência
nas, são criados campos magnéticos Encoste os fios no terminal da pi-
Questionário: Projeto 6 com tal orientação que entre as bobi- lha inicialmente com o potenciôme-
1) Por que ligando a pilha diretamente à nas surge uma força de repulsão. O tro na posição de menor resistência.
bobina não são produzidas vibrações? resultado é que, sendo uma das bobi- A bobina móvel deve afastar-se de
2) Como funciona uma campainha de nas móvel, ela tende a se afastar da um certo ângulo (se a bobina tender
corrente alternada? bobina fixa. a aproximar-se basta inverter sua
20
Fenômeno da indução
Sintonia de Servos
Neste artigo mostramos o que é sintonizar um servo,
porque isso é necessário e como é feito este procedi-
mento para que esse dispositivo siga o mais próximo
possível o sinal de comando externo.
Newton C. Braga
A grande vantagem dos Como funciona ligado, garantindo, dessa forma, que
Laser Pointers, quando usados como Um circuito integrado 555 funcio- ele sempre inicie o funcionamento
transmissores para um sistema de na como monoestável gerando um com o relé desenergizado.
controle remoto simples, é que eles pulso de duração constante determi-
podem concentrar muita luz numa pe- nado por R2 e C1, quando o seu pino Montagem
quena área, o que significa que tanto o de disparo vai ao nível baixo por um Na figura 2 vemos o circuito
receptor não precisa ser muito sensível instante. completo do controle remoto com
como o alcance será muito grande. No pino de disparo (2) ligamos um um laser pointer, exceto a fonte de
De fato, com um bom ajuste de LDR como sensor e em série um cir- alimentação.
sensibilidade o alcance pode facil- cuito de ajuste que permite compen- Todos os componentes podem ser
mente superar os 50 metros, exis- sar a luz ambiente, levando o receptor montados numa placa de circuito im-
tindo apenas uma dificuldade para o ao ponto de maior sensibilidade. presso com a disposição apresentada
operador: ter pontaria suficiente para Quando o sensor (LDR) recebe na figura 3.
acertar o receptor a esta distância. um pulso de luz, sua resistência dimi- O layout da placa pode eventu-
O circuito que descrevemos é um nui e o pino 2 do CI 555 é aterrado almente ser alterado em função das
receptor biestável que aciona um relé ocorrendo,então, o seu disparo. dimensões e da pinagem do relé
com um pulso de luz do laser pointer, A saída do 555 (pino 3) é ligada usado. Qualquer relé sensível (até
e o desliga no pulso seguinte. à entrada de um flip-flop tipo D que 50 mA) para 12 V pode ser emprega-
A carga controlada depende ape- consta do circuito integrado 4013. do neste circuito.
nas do relé utilizado e o sensor é mui- Na saída do flip-flop temos um O LDR pode ser de qualquer tipo e
to sensível, podendo também operar transistor que alimenta um relé. Quan- será montado num tubinho opaco de
com outras fontes de luz tais como do a saída do flip-flop vai ao nível alto, modo a receber luz apenas de uma
uma pequena lanterna, ou mesmo o o transistor se satura e o relé é ener- direção, evitando assim ao máximo a
farol de um carro. gizado fechando seus contatos. interferência da luz ambiente que pode
Dentre as aplicações possíveis, A cada pulso do 555 o flip-flop mu- incidir lateralmente.
podemos citar: da de estado, energizando e desener-
gizando o relé e com isso controlando 1
• Acionamento de sistema de emer- Fonte de alimentação 12 V
gência em indústrias a carga externa.
• Abertura de portões a distância Para alimentar o circuito podemos
• Acionamento de eletrodomésticos usar a fonte de alimentação de 12 V
e eletrônicos mostrada na figura 1.
• Disparo de alarmes a distância Com o uso de relés sensíveis de
• Disparo de armadilhas 6 V, o circuito também pode ser ali-
O circuito é alimentado com uma mentado por pilhas comuns.
tensão de 12 V e na condição de es- A rede formada pelo resistor de
pera (com o relé desenergizado) a 100 k ohms e o capacitor de 100 nF
corrente drenada é muito baixa, da no pino 10 do 4013 tem por finalidade
ordem de 1 mA. proporcionar o reset do flip-flop ao ser
Prova e uso
Para provar o aparelho basta ligar
na sua saída uma carga qualquer co-
mo, por exemplo, um abajur ou outro
eletrodoméstico.
Ligue o aparelho e ajuste P1 para
obter o limiar do disparo. Volte um
pouco o controle de sensibilidade e,
com um laser pointer, teste a ação
do relé.
Se o relé tender a repicar (fechan-
do e abrindo mais de uma vez com
os pulsos de luz emitidos) aumente
o valor de C2. Este capacitor, depen-
dendo da aplicação, pode assumir
valores de até 2,2 μF.
Comprovado o funcionamento é
só fazer a instalação definitiva.
Se houver a tendência ao disparo
com relâmpagos (no caso de uso ex-
terno), um capacitor de 100 nF a 1 μF
pode ser ligado em paralelo com o
LDR para aumentar a inércia. Esco- Lista de materiais:
lha um valor que não afete também a Semicondutores: Capacitores
sua sensibilidade ao laser pointer. f CI1 - 555 - circuito integrado - timer C1 - 47 nF - poliéster ou cerâmico
CI2 - 4013 - Duplo Flip-flop tipo D CMOS C2 - 100 nF - poliéster ou cerâmico
Q1 - BC548 - transistor NPN de uso geral C3 - 100 μF x 16 V - eletrolítico
Importante:
D1 - 1N4148 ou equivalente - diodo de
Muito cuidado deve ser tomado com o silício de uso geral Diversos
uso do Laser Pointer em lugares com mui- LDR - LDR redondo comum de qualquer
tas pessoas. O feixe de laser nunca deve Resistores: (1/8 W, 5%) tamanho
ser apontado para as vistas das pessoas, R1 - 10 k ohms K1 - 12 V x 50 mA - relé sensível
já que sua radiação é perigosa. Posicione R2 - 47 k ohms Placa de circuito impresso, laser pointer,
o sensor de tal forma, que ao ser usado, R3 - 100 k ohms material para fonte de alimentação, caixa
nunca haja o perigo de pessoas cortarem R4 - 4k7 ohms para montagem, fios, solda etc.
o feixe de luz de modo acidental. P1 - 1 M ohms - trimpot ou potenciômetro
Com frequência nos circuitos Nas proximidades de uma bobina que circula pela bobina do relé. Com a
aparecem relés, que em alguns casos (eletroímã) existe uma armadura de bobina sem corrente (desenergizada),
por falta de conhecimento dos leitores, metal ferroso, que pode movimentar a lâmpada permanece apagada.
ou mesmo por alguma dificuldade de um contato elétrico. Com a bobina energizada a lâm-
obtenção, consistem em um impedi- Quando não circula corrente pela pada acenderá.
mento para sua realização prática. bobina, não há campo magnético e,
Conhecendo melhor os relés, o portanto, a armadura se mantém fixa 1
Estrutura de um Relé
leitor verá que são componentes in- em sua posição, com os contatos 3 e
dispensáveis em muitas aplicações e 4 separados. 5
é conveniente ter sempre alguns dis- Ao circular uma corrente pela bobi- A
poníveis no seu estoque de material. na, é criado um campo magnético que ac
A finalidade do artigo é forne- atrai a armadura e, com isso, faz com
cer elementos para facilitar o uso e que os contatos 3 e 4 encostem um
a escolha de relés para eletrônica, no outro.
principalmente os que envolvem as Em outras palavras, sem corrente
aplicações comuns. na bobina, os contatos 3 e 4 estão
Analisaremos as características de abertos e não pode fluir corrente pelo
um relé e como fabricá-lo ou improvi- circuito que controla. Com a circulação
sá-lo a partir de outros recursos. de corrente pela bobina, os contatos 3
e 4 fecham, e uma corrente pode pas-
O Relé sar pelo circuito que controla.
Um relé consiste em uma chave ou Ligando um circuito externo, como
comutador eletromagnético, cuja es- ilustra a figura 2, ele pode ser total-
trutura básica é mostrada na figura 1. mente controlado apenas pela corrente
24 Mecatrônica Fácil nº 44
44 Mecatrônica Fácil nº 44 25
26 Mecatrônica Fácil nº 44
13
Utilização de um diodo em
Usando Relés paralelo com um relé
Para utilizar um relé, é importan-
te saber qual o tipo de acionamento
que ele pode ter, e que tipo de carga
controlar. De posse de um circuito de
acionamento de um relé, conforme
indica figura 11, podemos usar tanto
seus contatos NA como NF para con-
trolar uma carga ou circuito externo.
Assim, em (a) temos a alimentação
de um circuito externo, uma lâmpada
ou uma cigarra, por exemplo, quando
o relé fecha seus contatos, ou seja, totalmente expandido com as linhas
quando sua bobina é percorrida por de força se espalhando por todo o es-
uma corrente. paço que envolve o componente. No
Já, em (b) temos a utilização dos momento em que o relé é desativado,
contatos NF, quando então o circuito ou seja, a corrente de sua bobina é
externo é desligado quando a bobina cortada, ocorre um fenômeno: as li-
é percorrida por uma corrente. nhas de força do campo magnético
Veja, porém, que nesta segunda se contraem rapidamente e cortam as
aplicação, estando o circuito externo espiras da bobina induzindo uma alta
desligado, o relé estará sendo percor- tensão.
rido por uma corrente, o que significa Esta tensão tem polaridade inversa
um consumo de energia por seu cir- daquela que disparou o relé e, aplica-
cuito de disparo. da a um transistor, poderia facilmente
Uma aplicação interessante para causar sua queima. Num simples relé
um relé de dois contatos reversíveis é de 6 ou 12 V com corrente de bobi-
exibida na figura 12. Esta consiste na na de 50 a 100 mA, esta tensão pode
inversão de polaridade de uma fonte ser superior a 100 volts enquanto um
de corrente contínua. transistor como o BC548 suporta no
Pode-se inverter a rotação de um máximo, entre o coletor e o emissor,
motor simplesmente energizando o uma tensão de 30 volts.
relé. Este tipo de circuito encontra Colocando um diodo em parale-
uma grande quantidade de aplica- lo com a bobina, mas polarizado de
ções em robótica e mecatrônica além modo inverso em relação à tensão de
de automação industrial, substituindo acionamento, ele oferece um percurso
as denominadas pontes H. de baixa resistência para a circulação
Os leitores já devem ter notado da corrente gerada pela tensão indu-
que nos projetos que fazem uso de zida na abertura que, então, não pode
transistores disparando um relé, sem- causar dano ao transistor.
pre é empregado um diodo em parale- Se preferir aumentar a sensibili-
lo com a bobina. Este diodo é do tipo dade de um relé, disparando-o com
de silício de uso geral como o 1N4148 correntes muito menores que as exi-
ou mesmo 1N4002. (Figura 13) gidas pelas suas bobinas é possível
Quando um relé é energizado, o fazer uso de circuitos excitadores ou
campo magnético de sua bobina está drivers com transistores.
44 Mecatrônica Fácil nº 44 27
18
Disparo de um relé com ten-
sões alternadas
15
Disparo de relés a partir
de LDRs.
16
Circuitos utilizados para acionar
relés a partir de fototransistores
19
Montagem de um relé experimental
Para excitar um relé a partir de O disparo a partir de foto-sensores da luz no LDR, ou seja, temos um
um 555 ou de um integrado TTL, a como LDRs pode ser feito conforme alarme de sombra.
configuração ideal é a mostrada na ilustra a figura 15. Como os fototransistores tem me-
figura 14. No circuito da figura (a) temos o nos sensibilidade precisamos de uma
O resistor ligado na base do tran- acionamento do relé pela incidência amplificação maior e podemos fazer
sistor tem valores típicos entre 1k e de luz no LDR. Trata-se de um alarme uso dos circuitos apresentados na fi-
4k7, mas se houver bom ganho até de luz. O potenciômetro faz o ajuste gura 16. Um é o alarme de luz, e o
mesmo um resistor de 10 k / ohms da sensibilidade. Já o circuito (b) faz o outro de sombra, e os potenciômetros
pode ser usado. acionamento do relé pela diminuição fazem o ajuste da sensibilidade.
28 Mecatrônica Fácil nº 44
44 Mecatrônica Fácil nº 44 29
Supercondutores
O “milagre” da ausência da resistência elétrica existe e chama-se
supercondutividade. Materiais que perdem a resistência elétrica já
existem e novos tipos estão sendo pesquisados, podendo revolucio-
nar a ciência eletrônica nos próximos anos. Neste artigo tratamos
dos supercondutores e do que eles podem nos fornecer no futuro.
Newton C. Braga
Todo material, por me- feitos de materiais de condutividades teriais não terá resistência elétrica
lhor condutor que seja, apresenta uma diferentes terão resistências elétricas alguma, ou seja, se tornará um super-
certa resistência à passagem da corrente diferentes, conforme sugere a figura 1. condutor, observe a figura 3.
elétrica, ou seja, uma oposição à movi- Dois fatores influem nos proble- O que acontece na prática é que
mentação dos portadores de cargas. mas que ocorrem quando correntes em determinada temperatura ocorre
É justamente para vencer esta opo- elétricas devem ser transmitidas por
sição que energia tem de ser dispendida meios que apresentam uma certa re- 1
no estabelecimento de uma corrente, e sistência elétrica. Condutores de materiais diferentes apre-
esta energia se converte em calor. Além do fato de que a circulação de sentam resistências diiferentes
O material será tanto melhor con- uma corrente por um meio que tenha
dutor quanto menos oposição ele ofe- uma certa resistência provoca a gera-
recer à passagem da corrente e esta ção de calor, deve-se ainda considerar
característica é inerente a este mate- que a resistividade e, portanto, a difi-
rial, não dependendo do seu formato culdade de passagem desta corrente
ou das suas dimensões. varia com a própria temperatura.
Esta característica é dada pelo que Quanto mais o material se aque-
denominamos “condutividade elétrica” ce, maior se torna sua resistência
e varia de material para material. As- elétrica, conforme mostra a curva ca- 2
Resistência muda com a temperatura
sim, o ouro, a prata e o cobre são ex- racterística de uma lâmpada comum
celentes condutores por apresentarem incandescente vista na figura 2, que
uma elevada condutividade elétrica é dada pelo comportamento de seu
ou baixa resistividade, enquanto que filamento de tungstênio.
materiais como o ferro, ou o mercúrio No entanto, observando em um
são maus condutores por terem baixa gráfico que, abaixando gradativamente
condutividade ou elevada resistividade a temperatura dos materiais, elas con-
(a resistividade é o inverso da condu- vergem no gráfico para um ponto em
tividade). que sua resistividade se torna nula.
Isso significa que dois condutores Isso significa que neste ponto, um
de mesma espessura e comprimento condutor fabricado com estes ma-
30 Mecatrônica Fácil nº 44
Mecatrônica Fácil nº 44 31
calor de um material depende de sua No interior do material seria forma- O trilho deste trem seria formado
natureza e é um número que pouco da uma espécie de nuvem de elétrons por muitos supercondutores alinhados
varia com a temperatura ou varia de com grande mobilidade, e que pode- criando fortes campos magnéticos,
forma linear. Porém, quando o mate- ria conduzir com extrema facilidade a conforme exibe a figura 9.
rial passa para o estado de supercon- corrente elétrica. Com isso os elétrons Na parte inferior do trem haveria
dutor a sua capacidade térmica passa do interior do material entram em um um supercondutor que então repeli-
a apresentar uma característica de estado de “superfluidez”, podendo se ria os supercondutores fixos de mo-
descontinuidade com pontos de va- movimentar livremente sem encontrar do a manter o veículo flutuando, ou
riação por saltos. resistência alguma. seja, sem contato com os trilhos. O
Outra característica que muda no sistema de propulsão seria dado pelo
estado de supercondutividade é a Como obter próprio ângulo de propulsão, que po-
magnética. Os supercondutores são Para se obter um material super- deria ser alterado à vontade por um
materiais diamagnéticos ideais, onde condutor basta ter a liga ou metal sistema mecânico.
a indução magnética interna é nula. apropriado e esfriá-lo até a temperatu- A grande vantagem do sistema
Este fenômeno é explicado pelo ra em que o fenômeno se manifesta. seria a ausência completa de atritos
fato de existirem correntes numa finís- Experiências muito interessantes e portanto de vibrações. O trem se
sima camada externa do material su- podem ser realizadas em laboratórios movimentaria de modo totalmente si-
percondutor, que compensam a ação usando supercondutores esfriados lencioso e macio.
de qualquer campo magnético exter- em hélio ou nitrogênio líquido, depen- Outra aplicação é na obtenção de
no. Este fato faz com que os super- dendo da temperatura necessária à sistemas de acoplamento de meca-
condutores possam ser “destruídos” manifestação do estado de supercon- nismos sem atrito, uma vez que isso
por campos magnéticos intensos. dutividade. pode ser feito pelo campo magnético
Uma delas é a ilustrada na figura criado pelo material.
A explicação científica 8, tradicional em todas as demonstra- No espaço fala-se numa nave de
O que realmente sucede com o ções envolvendo este material, onde propulsão iônica com supercondutores.
material para ele perder a resistência um pequeno ímã “flutua” sobre um Anéis supercondutores acelerariam fei-
quando sua temperatura baixa até o pedaço de supercondutor. xes de elétrons a velocidades da ordem
ponto de transição para o estado de O que ocorre, conforme vimos, é de 80000 quilômetros por segundo,
supercondutor? que as linhas de força do campo mag- conforme sugere a figura 10.
As especulações teóricas sobre o nético do ímã não podem penetrar Uma nave com este tipo de motor
que levaria um corpo a se tornar um no material semicondutor que, então, alcançaria velocidades que qualquer
supercondutor vêm de longe, mas, foi “cria” uma corrente em sentido tal que outra tecnologia conhecida atualmen-
somente a partir de 1956 que o físico tenda a se opor ao campo externo. te não conseguiria.
americano Cooper demonstrou que o Desfa forma, o supercondutor passa a
ponto fundamental para a obtenção repelir o ímã que assim “flutua” sobre Aplicações na eletrônica
do estado de supercondutividade de o material. A possibilidade de se obter mate-
um corpo é a formação de pares de O grande desafio para os cientis- riais com propriedades superconduto-
elétrons com momentos de spin situ- tas é obter materiais supercondutores ras em temperaturas ambientes abre
ados paralelamente, conforme mostra em temperaturas ambientes e não so- portas para aplicações fantásticas.
a figura 7. mente naquelas próximas do zero ab- Uma aplicação extremamente im-
Em 1957 uma explicação adicional soluto. Isso permitiria a construção de portante seria na transmissão de ener-
foi proposta: a de que os pares de elé- diversos dispositivos com aplicações gia elétrica, visto que os fios poderiam
trons com spin opostos seriam sincroni- práticas importantes. ser consideravelmente mais finos e
zados pela vibração térmica do material, O conhecido trem experimental não teriam nenhuma perda, mesmo
criando assim uma espécie de barreira que “flutua” sobre imãs seria algo que quando transportando correntes muito
energética na sua superfície. aproveitaria este fenômeno. intensas.
32 Mecatrônica Fácil nº 44
10
Motor iônico baseado em supercondu-
tores
Mecatrônica Fácil nº 44 33
A História dos
Rolamentos
Confira neste artigo a histó-
ria dos rolamentos, os moti-
vos que levaram à sua criação
e também como montar um
rolamento axial com mate-
riais alternativos.
Renato Paiotti
Ninguém sabe ao certo quem rios metros, ou levando-se um barco A solução mais simples, porém
criou o rolamento, mas podemos construido nas docas para o mar. A mais trabalhosa, é ilustrada na fi-
afirmar que ele foi inventado e solução para este problema é fácil, gura 1, onde inúmeras toras de ma-
aperfeiçoado, visto que ao longo coloque sobre uma carroça de ma- deira eram colocadas em fileira, e
dos anos as máquinas tiveram de deira e pronto, é só empurrar. a pedra era empurrada sobre elas.
reduzir o atrito provocado pelos Mas imagine uma grande carro- Neste caso, quando a última madei-
contatos que dois materiais cau- ça com 2 eixos, duas rodas na frente ra perdia contato com a pedra, ela
savam quando eram locomovidos. e duas atrás. O peso da pedra es- era removida e colocada na frente
Imagine-se no antigo Egito, tendo-se taria apoiado em apenas 4 pontos, da pedra para continuar rolando até
que movimentar uma pedra por vá- e com certeza o eixo iria se partir. o local final.
1
Inúmeras toras de madeira eram coloca-
das em fileira para mover o cavalo
3
Roda d´agua - O ponto
de apoio do eixo sofria
forte atrito water-wheel.
blogspot.com
Era industrial
Foi no começo da era industrial que
o rolamento começou a se aperfeiçoar
pela necessidade de produzir e condu-
zir objetos com maior rapidez, que os
engenheiros da época começaram a
projetar rolamentos específicos.
As máquinas, devido aos proces-
sos de produção, giravam cada vez
mais rápidas, e os eixos, antes pre-
sos por mancais, superaqueciam, por
mais graxa e óleo com que elas fossem
banhadas.
Porém, foi nas bicicletas que elas se
mostraram tão eficientes, que James
Moore ganhou a primeira corrida de bi-
cicletas, Paris-Rouen - 1869. Um dos
motivos que o levou à vitória foi o fato
de sua bicicleta contar com rolamen-
tos, aproveitando a inércia da força
aplicada nos pedais que era reduzida
pelo atrito. Já imaginou uma bicicleta
onde o cubo dos pedais e das rodas
não fossem rolamentos? Era só parar
de pedalar, que a bicicleta perdia velo-
cidade em questões de centímetros.
Categorias
Os rolamentos podem ser dividi-
dos em duas categorias, os radiais e
o axiais.
Os rolamentos radiais têm o lado
exterior da circunferência da roda em 5
Rolamento aberto . it.wikipedia.org/
torno da circunferência menor e os wiki/Cuscinetto_(meccanica)
rolamentos axiais possuem o lado
esquerdo girando em paralelo com o
lado direito. A diferença é que os rola-
mentos radiais são presos a um eixo
e a parte móvel se acopla na outra
parte, já os axiais são presos a pla-
taformas, como um sanduíche, tendo
mais área de apoio.
Conforme as necessidades das
máquinas em aperfeiçoarem-se, mais
elas precisam de um determinado tipo
de rolamento, isso porque cada má-
quina ora precisa de mais velocidade,
ora sofrerá mais pressão ou deverá ter
mais precisão. Outro fator mais apu-
rado de escolha é referente aos tipos
de folgas que o rolamento irá operar.
Por isso, encontramos diversos tipos
de rolamentos, nem tanto pela parte
externa, mas na parte interna deles.
Para entender melhor como é forma-
do um rolamento básico, temos na fi- ferrugem, e inclusive pelo atrito e peso Tanto na parte de produtos como na
gura 5 um esquema de um rolamento da carga que recebe, por isso, mantê- parte de biblioteca, você encontrará
de esferas aberto. lo sempre bem lubrificado é importante um vasto material a ser estudado,
Existe ainda o rolamento no qual as para sua vida útil. Qualquer fissura na além do internauta poder acessar o
esferas são substituídas por roletes. carcaça, nas esferas ou nos anéis de site em português.
Estes tipos de rolamentos suportam vedação, já é um motivo para fazer o
uma carga maior que os rolamentos rolamento oscilar e causar ruídos, não Montagem de um rolamento
de esferas, porém podem oscilar mais, só no rolamento em si, mas em toda axial para estudo
tornando os rolamentos de esferas pre- a máquina em que ele está instalado. Neste passo-a-passo você encon-
cisos e silenciosos. Temos também os Sujeiras que eventualmente caiam na tra um simples rolamento axial (com
rolamentos Y, rolamentos de esferas parte interna do rolamento consiste em base fixa e suporte superior móvel),
com o canto angular, os autocompen- um fator agravante para causar danos para sentirmos o atrito causado pela
sadores, os de agulhas e os toroidais. no rolamento. contato das duas bases com a ajuda
Veja diversos na figura 6. Há sensores específicos para loca- das esferas.
Há rolamentos mais específicos lizar rolamentos com problemas de vi- O material utilizado é um tu-
ainda, mas como foi dito anterior- bração e emperramento, e através de bo de porta-CDs, bolinhas de gu-
mente, tudo depende da necessida- uma manutenção preditiva é possível de e um suporte de fita crepe.
de do projeto. estender a vida útil dos rolamentos. Depois de montado, tire as bolinhas
de gude e tente rodar a base supe-
Cuidados para o rolamento Saiba mais rior; depois coloque as bolinhas de
O rolamento é uma peça mecânica Para encontrar maiores informa- gude a faça o mesmo teste. Note
que sofre desgastes, tanto pela ação ções recomenda-se acessar o site como as esferas ajudam na redução
do ambiente, quanto pela corrosão e da SKF no endereço: www.skf.com. do atrito! f