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Curso FIC

Agricultor Orgânico

Disciplina: Introdução à
Agricultura Orgânica
SEMANA IV

Professor Dra. Amanda Fialho


Introdução à
Agricultura Orgânica
Transição agroecológica e certificação
orgânica

Amanda Fialho

Poços de Caldas, 2020.


Apresentação

O Olá! Seja bem-vindo(a) à disciplina “Introdução à Agricultura

Orgânica”! Essa apostila foi desenvolvida para ajudar em seus estudos em

mais uma etapa do curso “FIC Novos Caminhos, Agricultor Orgânico”.

Esperamos com isso, que você entenda o alcance da produção orgânica

de alimentos no Brasil e no Mundo, assim como o potencial econômico desse

seguimento.

Neste material serão abordados os seguintes temas:

• Transição agroecológica

• Certificação orgânica

A apostila está organizada de forma a orientá-lo (a) durante a disciplina.

Recorra a ela quando aparecer alguma dúvida. Para melhor eficiência nos

estudos não esqueça de ler todos os conteúdos disponibilizados em nossa sala

virtual antes de iniciar os trabalhos da semana.


1 – TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA

Refere-se a um processo gradativo de mudanças a partir de


um sistema produtivo convencional que faz o uso de produtos
químicos como agrotóxicos e/ou adubos químicos, para uma
agricultura de base orgânica que cuida da saúde das pessoas e
do meio ambiente. Essa transição envolve aspectos técnicos,
culturais, normativos, educacionais e de mercado. Dessa forma,
é considerado que a transição para a agricultura orgânica é um
processo de mudanças que está relacionada às boas práticas
da agricultura.

Ética Histórica

Social
Normativa

Transição
Política Agroecológica
Educativa

Cultural Biológica

Econômica Ecológica

Figura 1: Elementos da transição agroecológica. Fonte: Adaptado de: meioambiente.culturamix.com


Leia com atenção !

• Aspectos normativos: permitem ao produto o

recebimento do selo orgânico de qualidade, em rigor não

finaliza o processo de conversão para os agricultores que

trabalham com a lógica do “orgânico” como sinônimo de

organismo, pois as normas se baseiam em padrões que,

embora apontem para a sustentabilidade, são padrões

mínimos e, apesar de necessários, não são suficientes.

• Aspectos biológicos: constituem a parte agronômica da

transição e incluem o reequilíbrio das populações de pragas

e doenças e das condições do solo.

• Aspectos educativos: referem-se ao aprendizado dos

agricultores sobre as técnicas e conceitos de manejo que

permitirão o desenvolvimento da agricultura orgânica.

• Aspectos econômicos: tratam-se das mudanças que o

agricultor terá em relação aos valores econômicos,

considerando custos e lucros. Dizem respeito à compra de

novos insumos e a distribuição da produção a um novo

mercado consumidor.
O PROTOCOLO DE TRANSIÇÃO
AGROECOLÓGICA

Com o intuito de diminuir a perda da agrobiodiversidade e


diminuir as várias maneiras de degradação devidas práticas
impróprias da agricultura convencional, as duas Secretarias do
Estado (SMA/SAA) se juntaram à Associação de Agricultura
Orgânica e ao Instituto Kairós para promover ações que
estimulam a transição agroecológica para a agricultura orgânica
em propriedades urbanas, periurbanas e rurais do estado de
São Paulo. Os objetivos são:

➢ Promover a adoção de práticas agrícolas sustentáveis


agricultores;
➢ Promover o uso sustentável dos recursos naturais;
➢ Incrementar a produção, a oferta e o consumo de
alimentos saudáveis.

COMO ADERIR AO PROTOCOLO?

A adesão dos agricultores ao processo de Transição é


voluntária. Entretanto, os indivíduos que aderem à Transição
Agroecológica, devem empenhar-se com seguintes normas do
protocolo de Transição Agroecológica, que está disponível na
internet (http://www.codeagro.sp.gov.br/transicao-
agroecologica/protocolo-de-transicao-agroecologica):

I. Adotar práticas de conservação do solo e de controle de


erosão.
II. Utilizar práticas que aumentem a proporção de matéria
orgânica no solo.
III. Diversificar o uso do solo.
IV. Utilizar adequadamente os fertilizantes.
V. Promover o uso racional e o reaproveitamento da água.
VI. Realizar o manejo de pragas e doenças de forma integrada.
VII. Promover a adequação ambiental da propriedade por meio
de inscrição no CAR e adesão ao Programa de Regularização
Ambiental, quando necessário.
VIII. Destinar corretamente os dejetos humanos e as águas
cinzas.
IX. Destinar corretamente os resíduos sólidos.

COMO FAÇO PARA OBTER O CERTIFICADO


DE TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA?

A adesão deve ser voluntária, e o agricultor deverá se


comprometer a seguir determinados regulaentos, os quas
refletirá na qualidade dos seu produtos, além disso ser
formalizada com a assinatura de um Termo de Adesão.
A partir desse momento o produtor e a área de produção passa
a ser visitada e apoiada em suas técnicas por um profissional
preparado para verificar se os protocolos estão sendo seguidos
de maneira adequada, de forma a merecer a certificação. Esse
técnico extensionista pode ser oriundo da Instituição de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Organização da
Sociedade Civil, Prefeitura ou até mesmo alguma organização
de produtoras/es. Depois da adesão, o/a extensionista realiza
uma visita ao local de produção e aplica checklist de verificação
das práticas agrícolas.
Dessa forma, pode-se planejar adequadamente o Plano de
Transição é estruturado e dirigido para uma análise do Grupo
Executivo. O certificado é então emitido quando se atinge os
parâmetros mínimos de sustentabilidade e tem a validade de um
ano. A transição pode durar até cinco anos de acordo com o
Protocolo.
No final do processo, o agricultor pode ou não conquistar a
conformidade orgânica que irá depender do seu desejo ou do
grau de conformidade que sua produção se acha.
CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA

A certificação dada aos produtos orgânicos refere-se ao


procedimento pelo qual uma certificadora credenciada pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro), garante que certo processo, serviço ou
produto está de acordo com as normas e práticas exigidas à
produção orgânica.
Dessa forma, a Certificação orgânica garante a origem, a
procedência e a qualidade orgânica dos produtos. Geralmente,
a certificação é apresentada através de um selo que é impresso
ou fixo na embalagem ou no rótulo do produto em questão.

QUEM SÃO AS AGÊNCIAS CERTIFICADORAS?

De acordo com a Associação de Agricultura Orgânica (AAO),


as agências Certificadoras (Figura 1) que atuam no Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica são:
Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade
Orgânica (Sistema Participativo)
1. Associação de Agricultura Natural de Campinas e
Região (ANC)
2. Associação dos Agricultores Biológicos do Estado do
Rio de Janeiro (ABIO)
3. Associação Ecovida de Certificação Participativa (Rede
Ecovida)
4. Associação Biodinâmica (ABD)
Organismos de Avaliação da Conformidade Orgânica pela
Certificação por Auditoria
1. Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR)
2. Brasil Certificadora Ltda (ECOCERT)
3. Certificações Ltda (IBD)
4. Instituto de Mercado Ecológico (IMO CONTROL)
5. Instituto Nacional de Tecnologia (INT)
6. Instituto Chão Vivo de Avaliação da Conformidade
7. Organização Internacional Agropecuária (OIA)

Figura 1: Certificadoras credenciadas pelo MAPA

COMO É FEITA A CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA?

A partir do momento que a decisão de aderir métodos da


agricultura orgânica foi tomada, é aconselhado que o agricultor
se associe a uma agência certificadora com o intuito de adquirir
conhecimentos sobre as normas técnicas de produção. A
certificadora poderá também recomendar consultores para
assistência técnica, que serão os indivíduos responsáveis por
orientar a produção e comercialização dentro dos padrões
técnicos para certificação.
Dessa forma, o processo de certificação deve ser feito por
meio de visitas frequentes de inspeção que serão executadas
na unidade de produção agrícola, quando o produto é
comercializado in natura, e nas unidades de processamento,
quando o produto for processado, e nas unidades de
comercialização, quando se tratar de entrepostos. As inspeções
poderão ser feitas de modo programado com o conhecimento
do produtor ou aleatórias e sem o conhecimento prévio do
produtor.
O produtor também precisa apresentar um plano de produção
para a certificadora e guardar os registros atualizados sobre a
origem dos insumos utilizados, a sua aplicação e o volume
produzido. Tais informações são sigilosas e, da mesma forma
que as instalações do estabelecimento, elas necessitam estar
sempre disponíveis para serem vistoriadas e avaliadas por um
inspetor, caso seja exigido.
Posteriormente à visita, o inspetor prepara um relatório no qual
estarão expostas práticas culturais e de criações observadas
que permitirão a detecção de possíveis irregularidades com
relação às normas de produção estabelecidas.
REFERÊNCIAS

AAO. Certificadoras credenciadas. Disponível em:


http://aao.org.br/aao/certificadoras-credenciadas.php. Acesso
em: 26 de Jul. 2020.
AMBIENTEBRASIL. Selo de Certificação de Produtos
Orgânicos. Disponível
em:https://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/prod
uto_organico/selo_de_certificacao_de_produtos_organicos.htm
l. Acesso em: 26 de Jul. 2020.
CEPLAC. Certificação Orgânica. Disponível em:
http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo6.htm. Acesso em:
26 de Jul. 2020.
CODEAGRO. Protocolo De Transição Agroecológica.
Disponível em: http://www.codeagro.sp.gov.br/transicao-
agroecologica/protocolo-de-transicao-agroecologica. Acesso
em: 26 de Jul. 2020.
KLIMA NATURALI. Agricultura Orgânica: Perguntas e
Respostas. 2009. Disponível em:
www.klimanaturali.org/2009/10/agricultura-organica-perguntas-
e.html. Acesso em: 26 de Jul. 2020.
ORGANICSNET. Manual de Certificação de produtos orgânicos.
Disponível em:
http://www.organicsnet.com.br/certificacao/manual-
certificacao/. Acesso em: 26 de Jul. 2020.
ORGANICSNET. Manual de Certificação de produtos orgânicos.
Disponível em: http://www.codeagro.sp.gov.br/transicao-
agroecologica/protocolo-de-transicao-agroecologica. Acesso
em: 26 de Jul. 2020.
http://redesans.com.br/beneficios-do-certificado-de-transicao-
agroecologica/

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