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Uma Abordagem Problematizadora para o Ensino de

Interações Intermoleculares e Conceitos Afins

Wilmo E. Francisco Júnior

O presente artigo apresenta e discute uma abordagem calcada na problematização para o estudo das in-
terações intermoleculares e alguns conceitos relacionados. A investigação foi dividida basicamente em quatro
etapas: (i) Levantamento das idéias dos estudantes; (ii) problematização dessas idéias; (iii) apresentação e
problematização de experimentos simples envolvendo interações intermoleculares; e (iv) avaliação. Os resulta-
dos mostraram uma importante evolução conceitual, além da possibilidade da experimentação em despertar a
curiosidade epistemológica dos estudantes.

interações intermoleculares, experimentação, problematização

Recebido em 26/2/08, aceito em 29/7/08

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P
arece consenso entre os profes- nos alunos, fazem-se necessárias. 2005, p. 66). Há uma troca de saberes
sores das ciências naturais de O presente trabalho apresenta e entre os sujeitos envolvidos no ato
que as atividades experimentais discute dados obtidos em uma investi- educativo, necessariamente comuni-
devem permear as relações ensino- gação em sala de aula, que se pautou cativo, pelo qual se constrói um co-
aprendizagem, uma vez que estimu- na experimentação e na discussão nhecimento novo. Um conhecimento
lam o interesse dos alunos em sala de problematizadora das idéias prévias fundado em um amálgama daqueles
aula e o engajamento em atividades dos estudantes e dos resultados saberes “científicos e poderosos” com
subseqüentes (Giordan, 1999; Laburú, experimentais. Numa concepção frei- os saberes populares, os quais, por
2006). Como defendem Carrascosa e riana, a educação centra-se em dois sua vez, necessitam ser respeitados
cols. (2006), a atividade experimental eixos principais: a problematização da e problematizados conjuntamente ao
constitui um dos aspectos-chave do realidade vivenciada e a dialogicidade conhecimento científico, de modo que
processo de ensino-aprendizagem entre os sujeitos para se estabelecer a os estudantes percebam as limitações
de ciências. Portanto, na medida em realidade problematizada. Outrossim, de um e outro e consigam superá-los,
que se planejam experimentos com deflagra a importância da problema- alcançando, assim, um estágio supe-
os quais se torna possível estreitar o tização do conhecimento para sua rior em termos de aprendizagem.
elo entre motivação e aprendizagem, apropriação como um todo.
espera-se que o envolvimento dos A experimentação tem, em uma Contexto e desenvolvimento da pesquisa
alunos seja mais vívido e acarrete das suas funções, mediatizar os O presente estudo foi realizado
resultados positivos na evolução do educandos e o objeto cognoscitivo. em uma das salas de um curso pré-
conhecimento. Como estratégia de ensino, a experi- vestibular, mantido e coordenado pela
Todavia, embora extensivamente mentação deve ser problematizadora Organização Não Governamental
debatida e defendida, há uma ca- do conhecimento. É no diálogo da Frente Organizada pela Temática Étnica
rência de pesquisas nesse sentido realidade observada, na problema- (ONG-FONTE) com sede na cidade
(Laburú, 2006). Isso faz com que tização e na reflexão crítica de pro- de Araraquara (SP). Tais projetos, ge-
professores tratem a experimentação fessores e estudantes que se faz o ralmente denominados de cursinhos
de forma intuitiva e genérica. Sendo conhecimento. populares, vêm ganhando espaço na
assim, reflexões que procurem iden- De tal maneira, a atuação do pro- atual conjuntura educacional brasileira,
tificar aspectos importantes de um fessor não se resume em “comunica- sendo destinados basicamente a alu-
experimento, com os quais se torna dos e depósitos que os educandos, nos de baixa renda e se alocando em
mais provável a ocorrência da moti- meras incidências, recebem paciente- bairros periféricos. No que concerne à
vação e o desenvolvimento cognitivo mente, memorizam e repetem” (Freire, investigação em sala de aula, o pre-

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sente estudo foi conduzido em quatro Concepções recorrentes ainda ausente o conhecimento de que as
etapas, sendo cada uma composta por são verificadas para os termos reação interações podem ser mais ou menos
duas aulas de 50 minutos, descritas a e transformação. Tais interpretações fracas dependendo das espécies em
seguir. Participou de todas as etapas não são surpreendentes, visto que os interação. Tais idéias advêm de um
um total de 14 alunos. alunos tendem a denominar de rea- conhecimento trazido por suas expe-
ção tudo o que altera visualmente um riências pessoais, e que, nessa situa-
Primeira etapa
sistema. Ambos os casos parecem ção, é importante que seja superado.
Levando em consideração as- também abarcar uma concepção Tal superação, todavia, não significa
pectos como a importância do ato de de que as interações intermolecu- a imposição de um saber, no caso
comunicação escrita dos estudan- lares ocorrem entre moléculas de do professor, ao outro. A superação
tes, assim como os saberes por eles diferentes espécies químicas. Isso acontece no diálogo, mediante o qual
trazidos, o professor-investigador provavelmente acontece devido às os estudantes devem reconhecer a
coletou informações a respeito das modificações visuais percebidas no necessidade de superar suas idéias
concepções dos estudantes sobre sistema quando espécies diferentes para compreender melhor o tema em
as interações intermoleculares. Foi interagem para formar uma mistura questão.
solicitado que os estudantes ano- homogênea. Esse aspecto foi mais
Segunda etapa
tassem quatro palavras que teriam evidente quando escreveram a pri-
relação com esse assunto, nume- meira coisa que lhes veio à mente Sendo assim, na segunda etapa,
rando-as de 1 a 4, sendo a de nú- sobre interações intermoleculares. foram problematizadas as concepções
mero 1 aquela que para eles mais se dos estudantes. A problematização
“A primeira coisa que me
aproximasse da idéia de interações dessas questões almejou fazer estes
vem à mente é quando duas
intermoleculares. Complementando se inserirem num movimento de busca
ou mais coisas se juntam mo­
a atividade, foi pedido aos alunos que permitisse a aquisição dos conte-
lecularmente.”
que escrevessem a primeira coisa údos problematizados e a apreensão
que viesse à mente sobre o termo de que as interações intermoleculares
“Quando duas substâncias
“interações intermoleculares”. acontecem também entre moléculas 21
com polaridade diferentes se
Tal atividade foi importante para idênticas. Nessa perspectiva, o diálogo
interagem.”
verificar quais conhecimentos os oral e escrito é fundamental. Os estu-
estudantes possuíam sobre o as- dantes trabalharam em grupos (dois ou
“É quando uma substância
sunto e, mais, quais as idéias eram três alunos) na resolução do seguinte
interagem com a outro com a
associadas às interações molecula- problema: Por que o O2 e o CO2 são
mesma polaridade, isto ocorre
res. A Tabela 1 mostra quais foram gases em temperatura ambiente,
uma interação intermolecu­
as concepções mais comuns entre enquanto a água e a gasolina são
lares.”
os estudantes. Associações que se líquidas? Os registros escritos, após
repetiram por menos de três vezes análise, foram devolvidos aos alunos
“Ligação entre moléculas
foram desconsideradas. com anotações.
diferentes ou substâncias que
A análise da tabela revela que De início, os estudantes responde-
contenha moléculas diferentes,
grande parte dos alunos associou ram à primeira indagação com base em
porém que se misturem.”
as interações intermoleculares à pontos de fusão e ebulição. No entanto,
mistura. A idéia de mistura parece De um modo geral, os alunos pare- quando questionados sobre quais fato-
implicar na presença de substâncias cem acreditar que as interações inter- res determinavam os pontos de fusão e
diferentes, sendo desconsideradas, moleculares acontecem apenas entre ebulição, não foram capazes de efetuar
nesse momento, interações intermo- moléculas de diferentes espécies nenhuma relação. Após a problemati-
leculares entre moléculas de mesma químicas. Ademais, nota-se uma idéia zação, que envolveu tanto o debate em
espécie. Também se destacaram as de que as interações intermoleculares grupo quanto um debate geral, bem
associações com os termos molécu- só ocorrem quando as substâncias como a devolução dos registros escri-
la, polaridade, ligação e substância, se misturam de forma homogênea. tos aos alunos, percebeu-se que eles
provavelmente originadas do conhe- Quando não há mistura homogênea, adquiriram idéias mais consistentes,
cimento escolar trazido por eles. não existe interação intermolecular. É embora ainda mostrassem conceitos
inadequados. Aqui se aproveitou para
Tabela 1: Associações feitas pelos estudantes à idéia de interações intermoleculares.
discutir aspectos sobre a polaridade
das moléculas e sua influência nas
Nível Mistura Reação Ligação Transformação Polaridade Molécula Substância interações intermoleculares e, por
1 1 2 1 1 4 7 2 conseguinte, nos pontos de fusão e
2 2 3 - - 2 - 1 ebulição.
3 6 - 4 - 2 2 -
4 4 1 - 2 - - 1 “O oxigênio e CO2 tem subs­
TOTAL 13 6 5 3 8 9 4 tâncias covalentes apolares, e

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a sua temperatura (de ebulição) Tabela 2: Teste e resultados experimentais da interação intermolecular entre duas subs­
é negativa porque a interação tâncias químicas.
das moléculas é baixa. As
substâncias por serem polares Experimento Substâncias em interação Resultado
existe uma maior interação das 1 água e açúcar Sistema homogêneo
moléculas, a gasolina mesmo 2 água e álcool Sistema homogêneo
sendo apolar é líquida, por ser 3 água e vinagre Sistema homogêneo
grande a sua interação inter­ 4 gasolina e vinagre Sistema heterogêneo
molecular.” 5 água e gasolina Sistema heterogêneo
6 água e óleo Sistema heterogêneo
“São substâncias covalentes 7 gasolina e isopor Sistema homogêneo
apolares (se refere ao O 2 e
8 gasolina e açúcar Sistema heterogêneo
CO2 ), a sua interação é baixa,
assim sua temperatura é baixa. representativas de cada substância uti- que estes observassem a composição
As substâncias líquidas são po­ lizada nos experimentos. Em seguida, dos sistemas heterogêneos. Houve
lares, pois há maior interação foi indagado aos alunos quais as seme- uma manifestação generalizada por
das moléculas entre si, a gaso­ lhanças que eles conseguiam perceber. parte dos alunos, os quais perceberam
lina é uma exceção, pois ela é A primeira observação dos alunos prontamente que esses sistemas eram
apolar mas é líquida, porque se pautou na formação de misturas compostos por substâncias de diferen-
o tamanho de sua molécula é homogêneas e heterogêneas. Sendo tes polaridades.
grande e assim há maior inte­ assim, o professor pediu que eles clas- Aqui se evidencia o papel do pro-
ração das moléculas.” sificassem os testes em dois grupos: fessor como mediador da discussão,
os sistemas que compunham misturas não como detentor de um saber depo-
“É uma ligação covalente homogêneas e um outro grupo forma- sitado nos alunos. O papel central do
apolar e sua interação intermo­ do por sistemas heterogêneos. Assim, professor consiste em dialogar com os
lecular é muito fraca. Por isso, os sistemas água-açúcar, água-álcool, estudantes, respeitando a fala deles, à
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o ponto de ebulição torna mais água-vinagre e gasolina-isopor foram medida que os desafia a reorganizar o
baixo. No caso da gasolina, classificados como homogêneos, pensamento de forma mais metódica
possui uma grande cadeia que enquanto os sistemas água-gasolina, e crítica. “O exercício da curiosidade
possibilita uma maior interação água-óleo, gasolina-açúcar e gasolina- a faz mais criticamente curiosa, mais
intermolecular que conse­ vinagre foram enquadrados como metodicamente perseguidora do seu
qüentemente irá aumentar seu heterogêneos. objeto” (Freire, 2006, p. 87). Daí a
ponto de fusão e ebulição. A Nessa etapa, como era esperado, função do professor como problema-
água é uma molécula forte­ notou-se que os estudantes se atêm tizador do conhecimento para:
mente polar e possui maior mais às características observáveis,
interação intermolecular.” Estimular a pergunta, a re­
como a formação de sistemas bifási-
flexão crítica sobre a própria
cos e unifásicos, mesmo com as es-
Terceira etapa pergunta, o que se pretende
truturas químicas já fornecidas, o que
com esta ou com aquela per­
Conhecendo as concepções dos os permitiria incorrer sobre a razão da
gunta em lugar da passividade
estudantes sobre as interações inter- formação de sistemas homogêneos
em face das explicações dis­
moleculares, a discussão foi retomada ou heterogêneos.
cursivas [...]. A dialogicidade
agora de forma mais ampla com a A partir disso, foi pedido aos alunos
não nega a validade de mo­
realização de testes experimentais. Os para que identificassem semelhanças
mentos explicativos, narrativos
experimentos eram simples e envol- entre os dois grupos, agora, atentan-
em que o professor expõe ou
viam a mistura de espécies químicas do-se à polaridade das substâncias
fala do objeto. O fundamental
comumente encontradas no dia-a-dia, presentes em cada sistema. Imediata-
é que professor e alunos sai­
conforme apresentado na Tabela 2. Foi mente um aluno se posicionou dizendo
bam que a postura deles [...]
pedido que os alunos anotassem os que os sistemas homogêneos eram
é dialógica, aberta, curiosa, in­
resultados experimentais. Em seguida, formados por substâncias polares. O
dagadora e não apassivadora,
realizou-se a discussão desses resul- professor-investigador indagou à clas-
enquanto fala ou enquanto
tados numa perspectiva problematiza- se se todos concordavam. Após algum
ouve. O que importa é que pro­
dora, na qual educador e educandos, silêncio, uma aluna disse que não, pois
fessores e alunos se assumam
mediatizados pelos resultados expe- no sistema gasolina-isopor ambos
epistemologicamente curiosos.
rimentais obtidos, refletiram na busca eram apolares e ainda assim formavam
(Freire, 2006, p. 86)
de alguns apontamentos. uma mistura homogênea. Foi observa-
Após a obtenção dos resultados do um consenso entre os alunos. De A prática problematizadora faz-se
experimentais, o professor-investigador tal maneira, o professor-investigador em todos os momentos, quer antes,
anotou na lousa as estruturas químicas chamou a atenção dos alunos para durante e após o encontro com os es-

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tudantes. O diálogo, por sua vez, não é Na primeira, foram dadas as fórmulas dos diferentes e formas de expressão
somente oral. É oral e escrito. O experi- estruturais de seis substâncias (propa- características. Nesse contexto, a ex-
mento, sua interpretação e expressão nol, etanal, ácido etanóico, tetracloreto perimentação é uma forma de contato
na linguagem científica deixam de ser de carbono, hexano e clorometano) e com essa nova cultura e, por essa
propriedade do professor, devendo pedido que previssem quais misturas razão, imprescindível em qualquer
tornar-se “incidência da reflexão sua e seriam homogêneas e quais seriam aula de ciências.
dos educandos”. É nesse contexto que heterogêneas. No segundo proble-
a experimentação é motivadora. ma, foram dadas a estruturas das Agradecimentos
Segundo Laburu (2006), é neces- vitaminas A e C e questionado qual À ONG-FONTE, pelo espaço aber-
sário “procurar ativar a curiosidade teria o maior ponto de fusão e maior to à pesquisa e pela oportunidade de
dos alunos, em momentos do pro- solubilidade em água. trabalho, e aos estudantes participan-
cesso de ensino, utilizando experi- A análise do questionário empre- tes do estudo.
mentos com formato cativante, que gado nessa última etapa foi positiva.
atraiam e prendam a atenção” (p. Dos 14 alunos que participaram da
Wilmo E. Francisco Junior (wilmojr@bol.com.br),
384). Embora tal assertiva seja justi- avaliação, 11 responderam às duas bacharel e licenciado em Química, mestre em
ficável, um experimento por si só não questões corretamente. Os outros Biotecnologia pelo IQ-UNESP de Araraquara e em
é cativante (Francisco Jr., 2007). É a três alunos, embora não tenham res- Educação pela UFSCar, é doutorando em Química
prática problematizadora e o estímulo pondido de forma correta, mostraram pelo IQ-UNESP de Araraquara.
à curiosidade para que esta se torne boa evolução em relação ao início da
epistemológica, os quais se fazem no abordagem. A resposta correta aos Referências
diálogo e não se fazem numa visão problemas é um indicativo de uma
CARRASCOSA, J.; GIL-PÉREZ, D.;
bancária de educação, que tornam aprendizagem crítica, visto que para VILCHES, A. e VALDÉS, P. Papel de la
o experimento cativante. E uma vez resolvê-los os alunos deveriam aplicar actividad experimental en la educación
que a problematização e o estímulo os conceitos estudados para prever científica. Caderno Brasileiro de Ensino
acontecem no diálogo, evidencia-se situações, não somente repetir algo de Física, v. 23, n. 2, p. 157-181, 2006.
a importância de o professor não ser memorizado. FRANCISCO JR., W.E. Uma pro- 23
o detentor do saber, mas aquele que posta metodológica para o ensino
reflete criticamente com os alunos. Considerações finais dos conceitos de pressão e diferença
Ao mesmo tempo, ninguém im- Além do desenvolvimento de de pressão. Ensaio – Pesquisa em
põe curiosidade. A curiosidade é competências relacionadas à co- Educação em Ciências, v. 9, n. 2, p.
despertada e isso somente acontece municação, a abordagem posta em 121-135, 2007.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 43
quando infundida de um significado prática possibilitou um refinamento
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
concreto para o estudante. A curiosi- conceitual relativamente elevado no
________. Pedagogia da autonomia:
dade é o passo inicial da motivação. que concerne às interações inter- saberes necessários à prática educa­
É ela que desperta o interesse. Por moleculares. Ressaltam-se ainda o tiva. 33 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
isso, como defende Freire (2006), papel participativo dos estudantes, 2006.
educadores e educandos devem ser resultado da abordagem problemati- GIORDAN, M. O papel da experimen-
epistemologicamente curiosos. zadora, e o debate das idéias prévias tação no ensino de ciências. Química
Após a problematização de cada apresentadas por estes. A análise Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.
experimento, foram debatidas tam- dessas últimas permitiu inferir sobre LABURÚ, C.E. Fundamentos para
bém outras misturas levantadas pelos o prosseguimento da atividade e o um experimento cativante. Caderno
próprios alunos como vinagre e óleo, delineamento de novas questões a Brasileiro de Ensino de Física, v. 23, n.
álcool e vinagre, dentre outros. Com serem problematizadas. 3, p. 382-404, 2006.
isso, o conhecimento torna-se mais Outrossim, a experimentação Para saber mais
sólido, pois é problematizado a partir problematizadora parece ativar a
GONÇALVES, F.P. e GALIAZZI, M.C.
das experiências dos estudantes ao curiosidade epistemológica dos es-
A natureza das atividades experi-
mesmo tempo em que é aplicado em tudantes. Todavia, tal prática não é
mentais no ensino de Ciências: um
situações diferentes das estudadas. solitária e, por mais relevante e cati- programa de pesquisa educativa nos
vante que seja um experimento, isso cursos de Licenciatura. In: MORAES,
Quarta etapa
não garante nem a motivação nem R.; MANCUSO, R. (Orgs.). Educação
Na última etapa, os alunos res- a aprendizagem. Aprender ciências em Ciências: produção de currículos
ponderam a um questionário aberto é adentrar uma cultura diferente que e formação de professores. Ijuí: Unijuí,
contendo duas situações problemas. requer experiências diferentes, méto- 2004. p. 237-252.

Abstract: A Problematizing Approach to the Teaching of Intermolecular Interactions and Related Concepts. The present paper presents and discusses a problematizing approach to the study
of intermolecular interactions and some related concepts. The investigation was divided in four stages: (i) survey of the students’ ideas; (ii) problematization of these ideas; (iii) presentation and
problematization of simple experiments related to the intermolecular interactions and (iv) evaluation. The results showed that the students had a surprising evolution in terms of learning. Further, the
experimentation seems to be a possibility to wake the epistemological curiosity of the students.
Keywords: Intermolecular Interactions, Experimentation, Problematization.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Uma Abordagem Problematizadora para o Ensino de Interações Intermoleculares N° 29, AGOSTO 2008

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