Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 00
Aula Demonstrativa
DIREITOS HUMANOS PARA AGEPEN-AP Aula
curso em teoria e exercícios 00
AULA 00
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS DIREITOS HUMANOS
Su m á r io
Direit os Hum anos para AGEPEN- AP .................................................................................. 2
Cronogram a de Aulas ..................................................................................................... 5
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 6
2 – Teoria Geral dos Direit os Hum anos ............................................................................. 6
2.1 - Conceit o e t erm inologia ....................................................................................... 6
2.2 - Classificação dos Direit os Hum anos ..................................................................... 10
2.3 - Fundam ent os dos Direit os Hum anos .................................................................... 14
2.4 - Est rut ura Norm at iva .......................................................................................... 22
2.5 - Pós- posit ivism o e os Direit os Hum anos ................................................................ 23
3 - Quest ões ............................................................................................................... 26
3.1 – List a de Quest ões sem Com ent ários .................................................................... 27
3.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 32
3.3 – List a de Quest ões com Com ent ários .................................................................... 32
4 – Resum o ................................................................................................................ 44
5 - Considerações Finais ............................................................................................... 46
A PRESENTAÇÃO DO CURSO
D ir e it os H u m a n os pa r a AGEPEN - AP
I niciam os nosso Curso de Direit os Hum anos em t e or ia e que st õe s, volt ado para
o cargo de Agent e Penit enciário do Am apá.
O edit al foi bast ant e singelo e conseguirem os abranger t odo o edit al em poucas
aulas.
Confira, a seguir, com m ais det alhes, nossa m et odologia.
M e t odologia do Cu r so
Algum as const at ações acerca da prova vindoura são im port ant es!
Podem os afirm ar que as aulas levarão em consideração as seguint es “ font es” .
FON TES
Legislação e
Jurisprudência
Dout rina quando Assunt os Docum ent os
relevant e dos
essencial e relevant es no I nt ernacionais
Tribunais
m aj orit ária cenário j urídico pert inent es ao
Superiores
assunt o.
Para t ornar o nosso est udo m ais com plet o, é m uit o im port ant e resolver quest ões
ant eriores para nos sit uarm os diant e das possibilidades de cobrança. Trarem os
quest ões de t odos os níveis, inclusive quest ões cobradas em concursos j urídicos
de nível superior de Direit os Hum anos.
Essas observações são im port ant es pois perm it irão que possam os organizar o
curso de m odo focado, volt ado para acert ar quest ões obj et ivas e discursivas.
Est a é a nossa propost a!
Vist os alguns aspect os gerais da m at éria, t eçam os algum as considerações acerca
da m e t odologia de e st udo.
Teoria de form a
Súm ulas,
obj et iva e diret a Referência e
orient ações
com sínt ese do análise da
j urisprudenciais e
M ETOD OLOGI A pensam ent o legislação
j urisprudência
dout rinário pert inent e ao
pert inent e
relevant e e assunt o.
com ent adas.
dom inant e.
Vídeoaulas
Muit as quest ões
Resum o dos com plem ent ares
ant eriores de
principais t ópicos sobre APROVAÇÃO!
provas
da m at éria. det erm inados
com ent adas.
pont os da m at éria
Apr e se n t a çã o Pe ssoa l
Por fim , rest a um a breve apresent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson
Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e
pós- graduado em Direit o Processual.
Est ou envolvido com concurso público há 10 anos, aproxim adam ent e, quando
ainda na faculdade. Trabalhei no Minist ério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui
aprovado para o cargo Fiscal de Tribut os na Prefeit ura de São José dos Pinhais/ PR
e para os cargos de Técnico Adm inist rat ivo e Analist a Judiciário nos TRT 4ª , 1º e
9º Regiões.
Quant o à at ividade de professor, leciono exclusivam ent e para concursoS, com
foco na elaboração de m at eriais em pdf. Tem os, at ualm ent e, cursos em Direit os
Hum anos, Direit o Eleit oral e Direit o Processual Civil.
Deixarei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Terei o
prazer em orient á- los da m elhor form a possível nest a cam inhada que est am os
iniciando.
E- m a il: rst .est rat egia@gm ail.com
Fa ce book : ht t ps: / / www.facebook.com / direit oshum anosparaconcursos/
Cr on ogr a m a de Au la s
Vej am os a dist ribuição das aulas:
Essa é a dist ribuição dos assunt os ao longo do curso. Event uais aj ust es poderão
ocorrer, especialm ent e por quest ões didát icas. De t odo m odo, sem pre que houver
alt erações no cronogram a acim a, vocês serão previam ent e inform ados,
j ust ificando- se.
2 – Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H um a n os
2 .1 - Con ce it o e t e r m in ologia
A m at éria Direit os Hum anos pode ser conceit uada com o o conj u n t o de dir e it os
ine r e nt e s à dignida de da pe ssoa hum a n a , por m e io da lim it a çã o do
a r bít r io do Est a do e do e st a be le cim e nt o da igua lda de com o o a spe ct o
ce nt r a l da s r e la çõe s socia is.
A definição consagrada na dout rina at ualm ent e é a de Ant ônio Peres Luño 1 ,
segundo o qual os direit os hum anos const it uem um
1
PERES LUÑO, Ant ônio. D e r e ch os h u m a nos, Est a do de de r e cho y Con st it u ción . 5. edição.
Madrid: Edit ora Tecnos, 1995, p. 48.
A essência do conceit o de Direit os Hum anos cent ra- se na prot eção aos direit os
m ais im port ant es das pessoas, not adam ent e, a dignida de .
Afirm am os est udiosos, port ant o, que a ba se dos Direit os Hum anos é a
dignida de da pe ssoa . Mas o que é dignidade? Segundo Fábio Konder
Com parat o 2 , dignidade é a
convicção de que t odos os serem hum anos t êm direit o a ser igualm ent e respeit ados, pelo
sim ples fat o de sua hum anidade.
Em palavras m ais sim ples: assegurar a dignidade de um ser hum ano é respeit á-
lo e t rat á- lo de form a igualit ária, independent em ent e de quaisquer condições
sociais, cult urais ou econôm icas.
Quant o à t erm inologia, a expressão que se dissem inou é a de “ dir e it os
hum a nos” , cont udo, várias são as expressões que podem ser consideradas
sinônim as, por exem plo: “ direit os fundam ent ais” , “ liberdades públicas” , “ direit os
da pessoa hum ana” , “ direit os do hom em ” , “ direit os da pessoa” , “ direit os
individuais” , “ direit os fundam ent ais da pessoa hum ana” , “ direit os públicos
subj et ivos” .
Sobre essas expressões, há dout rina que procura diferenciar os t erm os acim a.
Vam os apresent ar os conceit os de algum a delas para que você possa expandir o
seu conhecim ent o. Cont udo, ent endem os que as expressões devem ser
consideradas com o sinônim os para fins de prova, a não ser que o exam inador o
“ provoque” .
dir e it os do h om e m e do cida dã o: expressão que faz referência à Revolução Francesa,
de 1789, abrangendo direit os civis ( direit os do hom em ) e direit os polít icos ( direit os dos
cidadãos) .
Refere- se, port ant o, ao m om ent o hist órico de afirm ação dos direit os hum anos frent e o
Est ado aut ocrát ico europeu em razão das revoluções liberais.
dir e it os n a t u r a is: expressão que procura abranger direit os inerent es ao ser hum ano
independent em ent e de qualquer norm a posit ivada.
dir e it os e libe r da de s pública s: referência aos direit os dos indivíduos cont ra a
int ervenção est at al, que conferem ao indivíduo um st at us at ivo frent e ao Est ado. Ao se
falar em “ liberdades públicas” , t em os a exclusão dos direit os sociais.
2
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H u m a n os. 7ª edição, rev.,
am pl. e at ual., São Paulo: Edit ora Saraiva, 2010, p. 13.
Com o vocês podem perceber, os conceit os são prat icam ent e idênt icos. Assim , a
dist inção nã o reside no cont e údo de t ais direit os, m as no pla no de
posit iva çã o. Melhor explicando:
D ir e it os H um a nos referem - se aos direit os universalm ent e aceit os
na or de m int e r n a ciona l; e
D ir e it os Funda m e nt a is: const it uem o conj unt o de direit os
posit ivados na or de m int e r n a de det erm inado Est ado.
Nesse aspect o, vej am os as lições de Rafael Barret o 4 :
Apesar da variação de plano de posit ivação não há, em verdade, diferença de cont eúdo
ent re os direit os hum anos e os direit os fundam ent ais, eis que os direit os são os m esm os e
obj et ivam a prot eção da dignidade da pessoa.
conj unt o de valores e direit os na ordem conj unt o de valores e direit os posit ivados
int ernacional para a prot eção da dignidade na ordem int erna de det erm inado país
da pessoa para a prot eção da dignidade da pessoa.
3
SARLET, I ngo Wolfgang. Eficá cia dos D ir e t os Fu n da m e n t a is. Port o Alegre: Livraria do
Advogado, 2004, p. 110.
4
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição, rev., am pl., Salvador: Edit ora JusPodvim ,
2012, p. 25.
Pelo st at us subj ect ionis ( ou passivo) o Est ado t eria a com pet ência para vincular
o indivíduo ao est ado por int erm édio de regras e proibições. Pelo st at us libert at is
( ou negat ivo) , em cont raposição, t em os a criação de um espaço para livre
at uação da pessoa, com capacidade de aut odet erm inação sem int erferência do
Est ado. Pelo st at us civit at is ( ou posit ivo) busca- se exigir at uações posit ivas do
Est ado para at endim ent o dos int eresses dos cidadãos. Pelo st at us act ivus ( ou
at ivo) t em os o reconhecim ent o da capacidade de o cidadão int ervir na form ação
da vont ade do Est ado, por exem plo, por int erm édio do vot o.
viabilizam a exigem , ao
D I REI TOS D E part icipação do m esm o t em po,
m ist o
PARTI CI PAÇÃO indivíduo na abst enção e
sociedade prest ação
Com e nt á r ios
O direit o à saúde const it ui um direit o prest acional, por m eio do qual a pessoa
poderá exigir do Est ado os m eios e inst rum ent os necessários a fim de lhe garant ir
um a vida saudável. Port ant o, t rat a- se de direit o posit ivo, de m odo que a
a lt e r na t iva D é a corret a e gabarit o da quest ão.
Est rut ura dos Direit os Hum anos, segundo André Ram os de Carvalho
Ainda na análise de pont os int rodut órios da m at éria, vam os apresent ar m ais um a
classificação.
Pe r gunt a - se , o e st udo de ssa s cla ssifica çõe s é r e a lm e nt e im por t a nt e ?
Pr e ciso sa be r t oda s a s e la s?
Colocam os t ais classificações no m at erial sob um a razão: são t em as cobrados em
provas. Em bora a cobrança se dê de form a difusa, quando o t em a aparece, ele
derruba diversos candidat os. Trouxem os esses pont os para o m at erial, para
evit ar surpresas no m om ent o da prova.
Esclarecido esse det alhe, vam os lá!
De acordo com a dout rina de André Ram os de Carvalho a est rut ura dos Direit os
Hum anos é variada, podendo se caract erizar em :
2 .3 - Fu n da m e n t os dos D ir e it os H u m a n os
Fundam ent os envolvem as ba se s, as pr e m issa s sobre as quais os Direit os
Hum anos encont ram suas razões. I sso é im port ant e para que possam os
com preender as bases e as prem issas que envolvem a nossa m at éria.
Esse t em a é abst rat o, envolvendo conceit os hist óricos e discussões filosóficas.
Ent ret ant o, com o o assunt o é recorrent e em provas, vam os t razer os assunt os
de form a sucint a e didát ica, com dest aque para as principais inform ações, em
duas linhas de pensam ent o.
Prim eiram ent e, lem bre- se:
Há quem diga que não t em com o est abelecer os fundam ent os dos direit os
hum anos; e há quem diga que exist e fundam ent o para os direit os hum anos.
Fundam ent os
Paralelam ent e à corrent e que nega a possibilidade de delim it ação dos Direit os
Hum anos, há vários dout rinadores que com preendem exist ir fundam ent os.
Est udarem os fundam ent os principais.
Tal com o se ext rai da j urisprudência do STF, de acordo com os ensinam ent os de
André de Carvalho Ram os 5 . Vej am os alguns exem plos:
Ao se pronunciar sobre o t em a bloco de const it uciona lida de , o Min. Celso
de Mello 6 discorreu que os direit os nat urais int egram o referido bloco.
Cabe t er present e que a const rução do significado de Const it uição perm it e, na elaboração
desse conceit o, que sej am considerados não apenas os preceit os de índole posit iva,
expressam ent e proclam ados em docum ent o form al ( que consubst ancia o t ext o escrit o da
Const it uição) , m as, sobret udo, que sej am havidos, igualm ent e, por relevant es, em face de
sua t ranscendência m esm a, os valores de carát er supraposit ivo, os princípios cuj as raízes
5
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .
6
ADI 595/ ES, Rel. Celso de Mello, 2002, DJU de 26- 2- 2002.
Em sent ido est rit o, bloco de const it ucionalidade refere- se às norm as que servem
de parâm et ro para o cont role de const it ucionalidade.
Em sent ido am plo, por bloco de const it ucionalidade devem os com preender o
conj unt o das norm as do ordenam ent o j urídico que t enham st at us const it ucional.
É nesse sent ido que o assunt o ganha relevância para o est udo de D ir e it os
H um a nos. Assim , além das norm as form alm ent e const it ucionais, t odas as
norm as que versem sobre m at éria const it ucional, t al com o os direit os hum anos
( segundo referência acim a do STF) e os t rat ados int ernacionais de direit os
hum anos serão considerados m at erialm ent e const it ucionais.
Ao t rat ar sobre o dir e it o à gr e ve com o causa suspensiva do cont rat o de
t rabalho, o Min. Marco Aurélio 7 abordou- o com o direit o nat ural.
Em sínt ese, na vigência de t oda e qualquer relação j urídica concernent e à prest ação de
serviços, é irrecusável o direit o à greve. E est e, porque ligado à dignidade do hom em –
consubst anciando expressão m aior da liberdade a recusa, at o de vont ade, em cont inuar
t rabalhando sob condições t idas com o inaceit áveis –, m erece ser enquadrado ent re os
direit os nat urais. Assent ado o carát er de direit o nat ural da greve, há de se im pedir prát icas
que acabem por negá- lo ( ...) consequência da perda advinda dos dias de paralisação há de
ser definida um a vez cessada a greve. Cont a- se, para t ant o, com o m ecanism o dos
descont os, a elidir event ual enriquecim ent o indevido, se é que est e, no caso, possa se
configurar.
Os j ulgados acim a bem exem plificam que em bora não sej a a t ese prevalent e para
a defesa de direit os hum anos, por vezes, é report ado com o um dos fundam ent os
da nossa disciplina.
7
SS 2.061 AgR/ DF, Rel. Min. Marco Aurélio, President e, DJU 30- 10- 2001.
De acordo com a dout rina de Fábio Konder Com parat o 9 , a norm at ização dos
direit os hum anos confere segurança j urídica as relações sociais, t endo finalidade
pedagógica perant e a com unidade na m edida em que faz prevalecer valores
ét icos que est ão posit ivados nas norm as j urídicas.
Por out ro lado, essa corrent e nã o pode ser considerada u nila t e r a lm e nt e , pois
a necessidade de posit ivação do direit o enfraquece- o. Não é possível aceit ar que
som ent e os direit os hum anos posit ivados no âm bit o int ernacional ou
int ernam ent e possam ser assegurados. Adot ando- se unilat eralm ent e a t ese
posit ivist a, se a lei for om issa ou m esm o cont rária à dignidade hum ana,
est arem os diant e de um a precarização dos Direit os Hum anos, o que é inaceit ável.
Nega a possibilidade de fundam ent ação dos direit os hum anos, por vários
I m possibilida de
m ot ivos:
de de lim it a çã o
dos há divergências quant o à abrangência;
Fu nda m e nt os
est ão em const ant e evolução;
8
RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos n a Or de m I n t e r na cion a l.
2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012 ( versão elet rônica) .
9
COMPARATO, Fábio Konder. Afir m a çã o H ist ór ica dos D ir e it os H u m a nos, 7ª edição, São
Paulo: Edit ora Saraiva S/ A, 2010, p. 72.
FUN D AM EN TO RACI ON AL
FUN D AM EN TO M ORAL
• Os direit os hum anos podem ser considerados direit os m orais que não aferem
sua validade por norm as posit ivadas, m as diret am ent e de valores m orais da
colet ividade hum ana.
Com base no conceit o acim a, é possível ident ificar dois elem ent os que
caract erizam a dignidade da pessoa hum ana:
1 º elem ent o negat ivo: vedação à im posição de t rat am ent o discrim inat ório, ofensivo ou
degradant e; e
2 º elem ent o posit ivo: busca por condições m ínim as de sobrevivência, da qual decorre
a ideia de m ínim o exist encial.
O posicionam ent o acim a de Silvio Belt ram elli Net o é im port ant e. Fique bem
at ent o! Ao falarm os sobre a est rut ura norm at iva da nossa disciplina, vam os
ret om ar a discussão sobre o carát er vinculat ivo dos princípios ( ent re os quais
est á o da dignidade hum ana) .
Para encerrar esse t ópico vam os abordar os “ usos possíveis” do t erm o “ dignidade
hum ana” . Trat a- se de um a análise paut ada no pensam ent o de André de Carvalho
10
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .
11
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 39.
U SO D O TERM O PARA Na t écnica de aplicação dos princípios a dignidade é vent ilada, nos
SUBSI D I AR A j ulgados do STF, para det erm inar a prevalência de um princípio em
PON D ERAÇÃO D E relação ao out ro. Foi ut ilizada t al int erpret ação para afast ar o t rânsit o
I N TERESSES . em j ulgado de um a ação de pat ernidade. Vale dizer, em nom e da
dignidade, prest igia- se o direit o à inform ação genérica em
det rim ent o da segurança j urídica decorrent e da coisa j ulgada.
Por fim , em bora const it ua o cent ro axiológico ( valorat ivo) do nosso ordenam ent o
j urídico, devem os t om ar cuidado com a banalização do t erm o, pois, quando t udo
encont ra fundam ent o na dignidade hum ana, esse valor de nada servirá. Dit o de
form a sim ples, quant o um a coisa é fundam ent o de t udo, ela não t em capacidade
de dist inguir a im port ância de nada.
Enfim , de t udo o que vim os at é aqui, você deve t er em m ent e que vários
pensadores se debruçaram para com preender o fundam ent o dos direit os
hum anos. Cada um , alinhado a um a concepção filosófica específica, t rouxe um
fundam ent o específico, t odos bons argum ent os.
O r e sult a do de ssa r e fle x ã o le vou à con st a t a çã o de que é ne ce ssá r io
r e fle t ir os dir e it os hum a nos a pa r t ir da dignida de , se j a e la e nca r a da
com o um pr incípio ou com o um va lor supr e m o. A dignida de se a pr e se nt a
com o o r e su lt a do de ssa s vá r ia s r a zõe s e , por isso, const it u i o
funda m e nt o dos dir e it os hum a nos.
Para concluir essa análise t eórica inicial, cum pre com preender out ros dois pont os:
a ) a est rut ura norm at iva da nossa disciplina; e
b) o papel do pós- posit ivism o no cenário at ual e influência no est udo dos Direit os
Hum anos.
12
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a nos, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2014
( versão digit al) .
2 .4 - Est r u t u r a N or m a t iva
Os direit os hum anos apresent am um a caract eríst ica m arcant e: possue m
e st r ut ur a nor m a t iva a be r t a .
E que o se r ia um a e st r ut u r a nor m a t iva a be r t a ?
Est udam os em Direit o Const it ucional que as norm as j urídicas com preendem
regras e princípios.
As r e gr a s são enunciados j urídicos t radicionais, que pr e ve e m um a sit ua çã o
fá t ica e , se e ssa ocor r e r , ha ve r á u m a conse quê ncia j ur ídica . Por exem plo,
se alguém violar o direit o à im agem de out rem ( fat o) , ficará responsável pela
reparação por event uais danos m at eriais e m orais causados à pessoa cuj as
im agens foram divulgadas indevidam ent e ( consequência j urídica) .
Os pr incípios, por sua vez, segundo ensinam ent os de Robert Alexy, são
denom inados de “ m a nda dos de ot im iza çã o” , porque const it uem e spé cie de
nor m a s que de ve r ã o se r obse r va da s na m a ior m e dida do possíve l.
Parece difícil, m as não é! Prevê art . 5º , LXXVI I I , da CF, que a t odos será
assegurada a razoável duração do processo. Esse é um princípio! Não há aqui
definição de at é quant o t em po será considerado com o duração razoável para, se
ult rapassado esse prazo, aplicar a consequência j urídica diret am ent e. Não é
possível dizer, de ant em ão, se um , cinco ou 10 anos é um prazo razoável. Por se
t rat ar de princípio, deve- se procurar, na m elhor form a possível, fazer com que o
processo se desenvolva de form a rápida e sat isfat ória às part es.
Por cont a disso, um processo t rabalhist a, que com um ent e envolve direit o de
carát er alim ent ar, deve t ram it ar m ais rápido ( m ais célere) quando com parado a
um processo- crim e, por exem plo. É im port ant e resolvê- lo rapidam ent e, para que
o em pregado t enha acesso aos crédit os decorrent es em razão da nat ureza
alim ent ícia. No processo penal, para um a com plet a defesa do réu, é necessário
que o processo sej a burocrát ico, at ent ando- se a diversos det alhes que t ornam o
procedim ent o m ais dem orado. É im port ant e decidir com cuidado, para evit ar
inj ust iça, porque um a condenação infundada é m uit o prej udicial.
Não há, port ant o, com o definir um prazo, a priori, no qual o processo sej a
considerado t em pest ivo. Assim , fala- se em m andado de ot im ização, um a vez que
o princípio da celeridade deve ser observado na m edida do possível e de acordo
com as circunst âncias específicas.
As r e gr a s, por sua vez, são aplicadas a part ir da t é cn ica da subsunçã o, ou
sej a, se ocorrer a sit uação de fat o haverá a incidência da consequência j urídica
previst a. Ou a regra aplica- se àquela sit uação ou não se aplica ( t écnica do “ t udo
ou nada” ) . Para os pr incípios, ao cont rário, a aplicação pressupõe o uso da
t é cnica de ponde r a çã o de int e r e sse s, pois a depender da sit uação fát ica
assegura- se com m aior, ou m enor, am plit ude o princípio ( t écnica do “ m ais ou
m enos” ) . Ret ornando ao exem plo, para o processo do t rabalho, o decurso de 2
anos poderá im plicar violação ao princípio da celeridade; para o processo crim e
REGRAS PRI N CÍ PI OS
N ORM AS
JURÍ D I CAS
regras princípios
Not e que esse alinham ent o dem onst ra, por exem plo, o porquê de a est rut ura
norm at iva dos Direit os Hum anos est ar calcada em princípios que, além de t erem
carát er int erpret at ivo, são norm as com carát er vinculat ivo. Ou sej a, o aplicador
do Direit o poderá fundam ent ar a decisão exclusivam ent e a part ir de um princípio.
É im port ant e com preender, ainda, que o m ovim ent o pós- posit ivist a não im plica
no abandono do posit ivism o. Do m esm o m odo, não const it ui um ret orno à visão
j usnat uralist a do direit o. Tem os, na realidade, a necessidade de considerar o
direit o a part ir de um t ripé: fat os, valores e norm as.
13
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 51.
Norm a
Jurídica
D ir e it o
Para Reale, a relação ent re norm a, fat o e valores não é um a sim ples int egração
ent re unidades separadas e est ranhas, m as um a relação processual de im plicação
m út ua. Port ant o, para o aut or, há um processo hist órico e social que result ará na
cr ia çã o da nor m a j ur ídica , esse processo é denom inado de nom ogênese
j urídica. O direit o, port ant o, fica suscet ível aos valores e aos fat os socais, que
est ão int rinsecam ent e relacionados com a m oral, que o cerne do pensam ent o
pós- posit ivist a.
Ant es de concluir e lem brando que não é nossa pret ensão aqui desenvolve o
assunt o, é int eressant e considerar que o pós- posit ivism o est á at relado com
denom inado m ovim ent o neoconst it ucionalist a. Com fins didát icos, podem os
14
MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direit o. 4. Ed. São Paulo: At las. 2014. pg. 324 a 326.
Assim , t em os, segundo ent endim ent o de Luís Robert o Barroso 16 , um ret orno aos
valores, um a reaproxim ação ent re ét ica e o Direit o, t ant o no pós- posit ivism o
com o no neoconst it ucionalism o. Esses valores, segundo o aut or, est ão fixados
nos princípios, abrangidos pela Const it uição e pelas norm as int ernacionais, de
form a explícit a ou im plícit os em t ais t ext os norm at ivos.
Para a prova, sint et izando t odo esse pensam ent o, t em os:
POS- POSI TI VI SM O
3 - Qu e st õe s
Em relação aos assunt os est udados na aula de hoj e, vale a pena você dar especial
at enção aos fundam ent os dos Direit os Hum anos.
15
BELTRAMELLI NETO, Silvio. D ir e it os H u m a n os. Col. Concurso Públicos, 2ª edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2016, p. 59.
16
BARROSO, Luiz Robert o. I nt e r pr e t a çã o e a plica çã o da const it u içã o: fu nda m e n t os de
u m a dogm á t ica con st it u ciona l t r a n sfor m a dor a , 7ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva S/ A,
2009, p. 328.
Q9 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Não exist e diferença subst ancial ent re Direit os Hum anos e Direit os
Fundam ent ais, pois am bos visam à prot eção da pessoa, est es na órbit a
int erna do Est ado, aqueles na seara int ernacional.
Q1 0 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Em relação aos fundam ent os dos Direit os Hum anos, predom ina a t eoria da
fundam ent ação m oral, segundo o qual os direit os hum anos são direit os
m orais que não aferem validade em norm as posit ivas, m as diret am ent e de
valores m orais da colet ividade hum ana.
3 .2 – Ga ba r it o
Q1. A Q6. I NCORRETA Q11. C
Q2. E Q7. D Q12. A
Q3. A Q8. I NCORRETA Q13. A
Q4. CORRETA Q9. CORRETA Q14. A
Q5. CORRETA Q10. I NCORRETA Q15. I NCORRETA
Com e nt á r ios
A quest ão cobra do candidat o o conhecim ent o das caract eríst icas dos direit os
hum anos. Quais são elas?
Un ive r sa lida de : Significa que t odos os seres hum anos são t it ulares dos direit os
hum anos.
Esse n cia lida de : Os direit os hum anos são essenciais, indispensáveis, para um a vida
digna
H ist or icida de : Os direit os hum anos são const ruídos ao longo da hist ória
Su pe r ior ida de : As norm as que preveem os direit os hum anos são superiores às dem ais
norm as da ordem j urídica
I ndispon ibilida de / ir r e n un cia bilida de : Os direit os hum anos não podem ser
dispost os ou renunciados por vont ade do seu t it ular
I na lie n a bilida de : Direit os hum anos não podem ser cedidos a out rem , nem a t ít ulo
grat uit o, nem a t ít ulo oneroso
I n e x a ur ibilida de / a be r t u r a : O cat álogo de direit os hum anos est á sem pre em
expansão. Sem pre podem ser criados novos direit os hum anos. Eles são inexauríveis
direit o a t er alt o
que o Est ado
abst enção exigir a suj eição im pede
( ou 3º ) devem
agir
direit o à vedação à
direit o à liberdade de
assist ência prisão, salvo
educação credo
j urídica flagrant e
Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a e dem onst ra j ust am ent e o fat o de que a dist inção ent re
direit os hum anos e direit os fundam ent ais reside apenas no plano da posit ivação,
não havendo se falar em diferença de cont eúdo.
Assim , port ant o, esquem at izando:
D ir e it os h u m a nos: são os direit os prot egidos pela ordem int ernacional cont ra as
violações e arbit rariedades que um Est ado possa com et er às pessoas suj eit as à sua
j urisdição.
D ir e it os fu nda m e nt a is: são afet os à prot eção int erna dos direit os dos cidadãos, os
quais encont ram - se posit ivados nos t ext os const it ucionais cont em porâneos.
Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a e explica bem a razão da exist ência do princípio. Em
Direit os Hum anos deve ser observado o princípio da proibição do ret rocesso ( ou
efeit o cliquet ) , que visa a im pedir a redução de direit os hum anos no âm bit o
j urídico.
Dest a form a, quando regulam ent ado um direit o hum ano o legislador não poderá
ret roceder a m at éria, com qualquer m edida prej udicial à sua efet ivação, com o a
im posição de exigências para o seu cum prim ent o ou alt eração de m odo a excluir
um direit o.
Um a curiosidade é que a expressão cliquet ( do francês effet cliquet ) t em a sua
origem no alpinism o. O cliquet é um m ovim ent o que só perm it e ao alpinist a subir,
não lhe sendo possível ret roceder em seu percurso, daí a analogia.
Com e nt á r ios
Trouxem os essa quest ão a fim de expor um a curiosidade
sobre a t eoria geral dos direit os hum anos. A Te or ia da
M a r ge m de Apr e cia çã o surgiu em um j ulgam ent o da
Cort e Europeia, m ais especificam ent e no caso Handyside v. Reino Unido, e é
frequent em ent e ut ilizada em casos nos quais há um a ponderação de direit os.
De acordo com essa t eoria, os Est ados europeus possuem cert a m argem de
apreciação para t om ar decisões quant o a assunt os int ernos, pois as aut oridades
locais t eriam m elhor ent endim ent o da sit uação analisada. Trat ando- se de um a
t eoria de relat ivização. Essa t eoria represent a um m eio de solução de conflit os
concret os exist ent es ent re o sist em a int ernacional de direit os hum anos e a
legislação int erna de cada nação.
Na verdade, a t eoria de m argem de apreciação é vist a no sent ido opost o ao
enunciado da quest ão, de m odo que ela pode sim ser invocada para lim it ar o
exercício de alguns direit os, um a vez que é baseada na subsidiariedade da
j urisdição int ernacional e ponderada pelo princípio da proporcionalidade.
A assert iva est á incor r e t a .
Com e nt á r ios
Quest ão sim ples que cobra a classificação dos Direit os Hum anos de acordo a
part ir da relação ent re o hom em e o Est ado. Essa classificação fixa 4 st at us, quais
sej am :
4 st a t u s de
Je llin e k
st at us st at us
st at us civit at is st at us act ivus
subj ect ionis negat ivus
Com e nt á r ios
Est á incor r e t a a assert iva, pois no st at us negat ivo, com o vim os na quest ão
ant erior, t em os a pessoa na condição de exigir a abst enção est at al. Equivoca- se,
port ant o, a quest ão ao confundir o st at us negat ivo com o st at us de suj eição.
Q9 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Não exist e diferença subst ancial ent re Direit os Hum anos e Direit os
Fundam ent ais, pois am bos visam à prot eção da pessoa, est es na órbit a
int erna do Est ado, aqueles na seara int ernacional.
Com e nt á r ios
Perfeit a a assert iva. Com o vim os em aula não há diferenças subst anciais ent re
Direit os Fundam ent ais e Direit os Hum anos. Há, inclusive, aut ores que sust ent am
que os t erm os deveriam ser unificados, sugerindo- se a expressão Direit os
Hum anos Fundam ent ais ou Direit os Fundam ent ais Hum anos.
De t odo m odo, podem os dist ingui- los do seguint e m odo:
DI REI TOS HUMANOS – direit os prot et ivos à pessoa na órbit a int ernacional.
DI REI TOS FUNDAMENTAI S – direit os prot et ivos à pessoa na órbit a int erna
Est á cor r e t a , port ant o, a assert iva.
Q1 0 . I né dit a / 2 0 1 7
Em relação ao conceit o, fundam ent o e caract eríst icas dos Direit os Hum anos,
j ulgue os it ens subsecut ivos.
Em relação aos fundam ent os dos Direit os Hum anos, predom ina a t eoria da
fundam ent ação m oral, segundo o qual os direit os hum anos são direit os
m orais que não aferem validade em norm as posit ivas, m as diret am ent e de
valores m orais da colet ividade hum ana.
Com e nt á r ios
Essa é um a quest ão bast ant e difícil e que est á incorret a. A dout rina
cont em porânea afirm a que não é possível falar em um a única fundam ent ação
dos Direit os Hum anos. Ent endem os dout rinadores que cada um dos
fundam ent os dos Direit os Hum anos t eve sua cont ribuição para lançar as bases
da nossa disciplina.
Port ant o, a assert iva est á incor r e t a .
Relem brando:
Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva C est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. O m ovim ent o
neoconst it ucionalist a prom oveu o rom pim ent o ent re as áreas pública e privada.
É possível afirm ar- se que houve a const it ucionalização do direit o privado, com o
valor da dignidade hum ana espalhando- se para t odas as áreas ant es isoladas dos
m andam ent os const it ucionais. O neoconst it ucionalism o possui papel im port ant e
no sent ido de aproxim ar a m oral do direit o, o que reflet e necessariam ent e na
apresent ação na prescrição de valores e princípios const it ucionais com carát er
vinculat ivo. É j ust am ent e nesse cont ext o, que as a lt e r na t iva s D e E est ão
corret as.
Em relação à a lt e r na t iva A cum pre m encionar que fica pat ent e a im port ância
que os direit os hum anos ( em t erm os int ernacionais) e direit os fundam ent ais ( em
t erm os nacionais) recebe no t rat am ent o legislat ivo. Além de vincular os Est ados
int ernam ent e quant o à necessidade de serem observados preceit os prot et ivos da
dignidade, a nível int ernacional relat iviza a soberania em prol dos direit os m ais
básicos dos seres hum anos.
A a lt e r na t iva B, por sua vez, faz referência aos direit os de cunho prest acional,
que se apresent am com o som at ório aos direit os de liberdade, que possuem viés
em inent em ent e negat ivo. Em bora j á nos anos de 1917 ( no México) e 1919 ( na
Alem anha) j á t ivéssem os a prescrição de direit os sociais, econôm icos e cult urais
nas respect ivas const it uições, esse m ovim ent o se consolida no início da segunda
m et ade do século XX.
Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão. A possibilidade de
reivindicação dos direit os hum anos por qualquer pessoa em qualquer local
envolve a caract eríst ica j us cogens da norm a int ernacional. Assim , seguindo
alinham ent o dout rinário cont em porâneo, ent endeu a banca, nessa quest ão, que
t odas as norm as de direit os hum anos são j us cogens. Cont udo, é im port ant e
m encionar que esse ent endim ent o não é uníssono, havendo grande divergência
quant o à am plit ude de aplicação dessa regra.
A a lt e r na t iva B est á incorret a. Ao cont rário do que se afirm a, a expressão at rela-
se ao carát er j urídico- posit ivo, vist o que essa expressão se est abelece com a
criação dos prim eiros docum ent os posit ivados prevendo a defesa de direit os.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a. A expressão direit os hum anos refere- se aos
direit os básicos prescrit os na ordem int ernacional. Enquant o os direit os
fundam ent ais se referem aos m esm os direit os básicos, cont udo prescrit os no
ordenam ent o j urídico int erno. Daí se poder afirm ar o cont rário do que diz a
assert iva: direit os fundam ent ais é expressão que revela de form a m ais adequada
a prot eção const it ucional dos direit os básicos dos cidadãos.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. A expressão direit os hum anos é a que ret rat a
com acuidade t écnica os direit os posit ivados em t rat ados e declarações
int ernacionais, no cont ext o da nossa disciplina. Direit os do hom em , por out ro
lado, é expressão que represent a os direit os inat os que, de acordo com a
sociologia do Direit o, exist em porque são int rínsecos à nat ureza hum ana,
bast ando a condição de ser hum ano para possuí- los. Eles possuem cunho
j usnat uralist a e, port ant o, independem de posit ivação.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. Em bora na m aioria das vezes a precisão t écnica
sej a respeit ada, há sit uações nas quais o legislador const it uint e ut ilizou- se a
expressão “ direit os hum anos” para se referir a direit os fundam ent ais, t al com o
Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão. O enfrent am ent o das
at rocidades com et idas em nom e do povo ( cuj o exem plo m áxim e é o nazism o)
perpassa pela defesa dos Direit os Hum anos.
A a lt e r na t iva B est á incorret a. Apesar da im port ância que se pode at ribuir aos
preceit os religiosos, eles não t êm a m esm a vocação com um que possuem os
Direit os Hum anos no enfrent am ent o da quest ão propost a.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. Do m esm o m odo, as lideranças carism át icas nem
sem pre at uarão em favor da solução do problem a apont ado pelo enunciado,
podendo, m uit as das vezes, serem a sua causa.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. I gualm ent e, os int eresses nacionais são
dem asiadam ent e het erogêneos e não possuem o condão int egrat ivo, que a
solução da quest ão em t ela reclam a.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A foi considerada com o corret a e é o gabarit o da quest ão. Em bora
não t enha adot ado o rigor t écnico na diferenciação ent re direit os hum anos e
direit os fundam ent ais, não podem os negar o fat o de que aqueles se referem aos
direit os hum anos ( leia- se, os “ direit os m ais básicos” da pessoa hum ana) , est ão,
em cert o nível, dirigindo- se, t am bém aos direit os fundam ent ais. Nossa
Const it uição faz isso, por exem plo, ao t rat ar das at ribuições inst it ucionais da
Defensoria Pública, em seu art . 134, caput .
A a lt e r n a t iva B est á incorret a, pois esses direit os não precisam est ar,
necessariam ent e, posit ivados da CRFB. Adem ais, “ direit os hum anos” , a rigor
est ariam posit ivados em norm as int ernacionais. I sso para não m encionar a part e
final da assert iva, ext rem am ent e rest rit iva e irreal.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, pois não são inerent es som ent e ao espírit o
hum ano ou pessoa. Pelo cont rário, decorrem de vários fundam ent os, ent re eles
o m oral.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a, pois os “ direit os hum anos” na filosofia decorre
da racionalização da condut a hum ana, abrangendo t odos os direit os que lhes são
inerent es e não apenas os direit os de liberdade.
A a lt e r n a t iva E est á incorret a. Segundo a CRFB, os direit os hum anos se dão
at ravés de um processo de evolução hist órica, ent re cuj os direit os est á o de
liberdade, que convive e se am olda em relação aos dem ais.
Com e nt á r ios
A assert iva est á in cor r e t a . Conform e a t eoria j usnat uralist a, e não posit ivist a,
os direit os hum anos fundam ent am - se em um a ordem superior, universal,
im ut ável e inderrogável. A lei nat ural é obrigat ória em t odo o m undo, universal,
sendo que nenhum a lei hum ana t em qualquer validade se for cont rária a ela.
Segundo a t eoria posit ivist a, por out ro lado, os direit os hum anos t êm fundam ent o
na lei posit iva, cuj o pressupost o de validade est á em sua edição conform e as
regras est abelecidas em um a det erm inada Const it uição.
4 – Re su m o
CON CEI TO: conj unt o de faculdades e inst it uições que, em cada m om ent o hist órico,
concret izam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade hum anas, as quais devem ser
reconhecidas posit ivam ent e pelos ordenam ent os j urídicos em nível nacional e int ernacional.
DI REI TOS HUMANOS: conj unt o de valores e direit os na ordem int ernacional para a prot eção
da dignidade da pessoa
DI REI TOS FUNDAMENTAI S: conj unt o de valores e direit os posit ivados na ordem int erna de
det erm inado país para a prot eção da dignidade da pessoa.
• st at us subj ect ionis ( passivo) : relação na qual a pessoa encont ra- se em est ado de suj eição
em relação ao Est ado.
• st at us libert at is ( negat ivo) : relação na qual a pessoa det ém t ão som ent e a prerrogat iva
de exigir um a abst enção do Est ado
• st at us civit at is ( posit ivo) : relação na qual a pessoa t em a possibilidade de exigir prest ações
do Est ado
• st at us act ivus ( at ivo) : relação na qual a pessoa poderá part icipar na form ação da vont ade
do Est ado
CLASSI FI CAÇÃO DO CASO LÜTH: t odos os direit os possuem um viés negat ivo e posit ivo ao
m esm o t em po. O que varia é a carga ent re um a e out ra, de m odo que os direit os dit os
prest acionais possuem t ão som ent e um a carga prest acional m ais significat iva, ao passo que os
direit os negat ivos, possuem um a carga abst encionist a m ais int ensa.
FUNDAMENTO DA DI GNI DADE: o pon t o e m com u m de t odas os fundam ent os debat idos pela
dout rina est á no sent ido de que exist e um n ú cle o de dir e it os que r e a liza m os dir e it os m a is
bá sicos dos se r e s h um a n os, os dir e it os de dign ida de .
ESTRUTURA N ORM ATI VA: os Direit os Hum anos possuem norm at ividade abert a, com m aior
incidência de princípios que de regras
POS- POSI TI VI SM O
Corrent e da Filosofia do Direit o que busca a reaproxim ação ent re Direit o e Moral, de m odo que
as norm as j urídicas levem consideração valores e com port am ent os ét icos.
Em razão disso, desenvolve- se e consolida- se a t eoria dos princípios, defendidos com o espécie
de norm as e com carát er vinculat ivo.
No âm bit o int erno, essa corrent e do pensam ent o favorece a posit ivação desses valores nas
respect ivas Const it uições, pelo denom inado m om ent o do neoconst it ucionalism o.
Para os Direit os Hum anos, nada a sua nat ureza, esse m ovim ent o corrobora e fort alece a
disciplina no âm bit o int erno e int ernacional.