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A IDENTIDADE E O PAPEL DA IGREJA

Aula 2 – Israel encarna seu papel e identidade missionais


entre as nações

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Salmos 67
1 Que Deus tenha misericórdia de nós
e nos abençoe, e faça resplandecer o
seu rosto sobre nós
2 para que sejam conhecidos na terra
os teus caminhos, ó Deus, a tua
salvação entre todas as nações.

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Salmos 67
3 Louvem-te os povos, ó Deus;
louvem-te todos os povos.
4 Exultem e cantem de alegria as
nações, pois governas os povos com
justiça e guias as nações na terra.

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Salmos 67
5 Louvem-te os povos, ó Deus;
louvem-te todos os povos.
6 Que a terra dê a sua colheita,
e Deus, o nosso Deus, nos abençoe!
7 Que Deus nos abençoe,
e o temam todos os confins da terra

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Recapitulando

Deus elegeu um povo com um propósito. Esse propósito é
missional, ou seja, ser missão entre as nações. Israel foi eleito
para ser luz entre as nações. Para ser abençoado e abençoar.

O povo eleito só consegue manter sua identidade e cumprir o seu
papel se a história que o conduz é a história que Deus escreve e
as imagens que o molda são as imagens que Deus imprimiu
nesse povo.

Quando a igreja não reconhece sua identidade e se deixa
conduzir pela história do mundo e incorpora as imagens que o
mundo consumista lhe impõe perde o seu significado.

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Deus forma Israel como um povo missional

A promessa abraâmica: abençoado para abençoar

Gênesis 1-11 – o contexto da promessa abraâmica

Gênesis 12.1-3 – escolhido em favor das nações

Êxodo: a formação de um povo santo

Êxodo 1-18 - Um povo redimido

Êxodo 19-24 – Povo da Aliança

Êxodo 25-40 – A presença de Deus no meio do seu povo

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Israel encarna seu papel e identidade missionais entre as nações


Um povo de contraste entre os povos

O chamado missional de Israel em diferentes contextos

Confederação tribal: Um povo santo “no centro das nações”.

Monarquia: um reino sacerdotal “no centro das nações”

Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as nações

A promessa de Israel reunido e restaurado: O povo escatológico de
Deus

O período intertestamentário: O eclipse de uma visão missional

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Israel encarna seu papel e identidade missionais entre as nações

Gênesis 12.2-3
2 “Farei de você um grande povo, e o

abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você


será uma bênção. 3 Abençoarei os que o
abençoarem e amaldiçoarei os que o
amaldiçoarem; e por meio de você todos os
povos da terra serão abençoados”.

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Israel encarna seu papel e identidade missionais entre as nações

Êxodo 19.3-6

3 Logo Moisés subiu o monte para encontrar-se
com Deus. E o Senhor o chamou do monte,
dizendo: “Diga o seguinte aos descendentes de
Jacó e declare aos israelitas: 4 Vocês viram o
que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas
de águias e os trouxe para junto de mim.

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Israel encarna seu papel e identidade missionais entre as nações

Êxodo 19.3-6
5 Agora, se me obedecerem fielmente e

guardarem a minha aliança, vocês serão o meu


tesouro pessoal entre todas as nações. Embora
toda a terra seja minha, 6 vocês serão para
mim um reino de sacerdotes e uma nação
santa. Essas são as palavras que você dirá aos
israelitas”.
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Israel encarna seu papel e identidade missionais entre as nações


Por esses textos podemos ver claramente o
papel e a identidade do povo de Deus no Antigo
Testamento,

Deus escolhe realizar a missão por meio desse
povo, um povo de contraste em meio à idolatria
pagã, encarnando as intenções de Deus rumo a
história da redenção.

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Contextos


A identidade e o papel do povo de Deus não
pode mudar dependendo do contexto em que
esse povo vive. Se há uma missão a cumprir ela
deve ser realizada independente da situação
social ou cultural em que se vive.

Israel passou por diferentes contextos, a saber,
confederação tribal, monarquia, exílio,
subjugação e diáspora.
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Contextos


O restante do antigo testamento mostra até que
ponto Israel cumpriu sua missão.

Em cada situação, eles deveriam ser o povo de
Deus em favor das nações, fosse como uma livre
confederação de tribos, ou como uma monarquia
unida e forte, ou como um povo disperso entre
as nações.

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Contextos


A primeira estrutura social
que Israel adota na terra
durante o período dos
juízes é a da livre
confederação de tribos.

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Confederação tribal: Um povo santo “no centro das nações”


Israel é estabelecido na terra, no meio de nações
pagãs, para brilhar como luz na escuridão.

“Assim diz o Senhor Deus: Esta é Jerusalém; eu a
coloquei no meio dos povos, com nações em
torno dela” (Ez 5.5).

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Confederação tribal


A vida de Israel deve ser diferente à medida que
encarna os decretos e leis de Deus — a Torá
(Ler Deuteronômio 4.5-8)


Missão é o povo de Deus vivendo à maneira de
Deus publicamente, diante dos olhos das nações.

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Confederação tribal

Perigos que Israel precisa evitar


Idolatria (Dt 4.15,16)

esquecer os feitos poderosos de Deus e a
maneira de viver que o agrada (Dt 4.9)

deixar de ensinar os feitos poderosos de Deus e
a Torá aos seus filhos, e aos filhos de seus filhos
(Dt 4.9,10).
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Confederação tribal


O livro de Juízes retrata como constantemente o
povo sucumbiu a esses perigos.

Ao invés de ser luz, Israel foi vencido pelas
trevas. Ao invés de ser uma comunidade de
contraste, Israel tornou-se igual às outras
nações.

Deus, por sua vez, continua cumprindo sua parte
na promessa enviando a cada período um líder
militar (juiz) para conduzir Israel
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Confederação tribal


“Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um
fazia o que lhe parecia certo” (Jz 21.25).

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Monarquia (1000-586 a.C)


“comunidade templo-régio-profética”

O templo, o rei e os profetas são dádivas de
Deus para sustentar Israel no seu chamado de
povo sacerdotal diante das nações pagãs ao seu
redor.

“Queremos um rei sobre nós, para que sejamos
como todas as demais nações, e para que o
nosso rei nos julgue, nos lidere e lute em nossas
batalhas” (1Sm 8.19,20)
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Monarquia (1000-586 a.C)


Legado de Davi

Derrota os inimigos de Israel

Promove a vida do templo de Israel

Administra e faz vigorar a Torá

Davi é chamado a mediar o governo de Deus
como um mediador da aliança e a manter a
identidade e o chamado missionais de Israel a
fim de que possa ser uma nação fiel diante dos
povos.
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Monarquia (1000-586 a.C)


O modelo de reinado de Davi se torna o
prenúncio e esperança do governo de Deus no
futuro.

Salomão escreve nos Salmos 72.17:

17 Permaneça para sempre o seu nome e dure
a sua fama enquanto o sol brilhar. Sejam
abençoadas todas as nações por meio dele, e
que elas o chamem bendito.

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Monarquia (1000-586 a.C)


Salomão ao dedicar o templo ora para que não
só os israelitas sejam ouvidos nele, mas também
os estrangeiros. (1Rs 8.27-30)

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Monarquia (1000-586 a.C)


Israel deveria ser coletivamente para Deus ‘um reino de
sacerdotes e uma nação santa’, que fosse às nações e
fosse mediador entre Deus e as nações levando a luz
da revelação de Deus. Em vez de ver o templo como
um símbolo de sua tarefa de expansão da presença de
Deus a todas as nações, Israel erradamente considerou
o templo o símbolo da sua eleição como o único povo
verdadeiro de Deus e que a presença de Deus devia ser
restrita a eles como nação étnica somente.

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Monarquia (1000-586 a.C)


Deus presenteia os israelitas com os profetas
“para que estes façam o povo cumprir a aliança.

“A preocupação central dos profetas era
comunicar a Israel o que significava ser Israel”.

Ler Jeremias 4.1,2

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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações


a identidade e o papel missionais do povo
assumem uma nova forma uma vez que Israel foi
despojado de sua soberania nacional e precisa
agora aprender a viver como uma pequena
minoria em meio às culturas pagãs.

As duas tentações: assimilação ou recolhimento

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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações

Contra a assimilação tem papel importante os
anciãos e a literatura no exílio

Jeremias e Ezequiel escrevem aos anciãos

O fato de Jeremias escrever uma carta aos
anciãos para ser lida ao povo indica que os judeus
se reuniam para decisões importantes e também
para ouvir a Palavra do Senhor por meio dos
profetas.
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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações

Os escritos de Daniel se fazem importantes para
os que estão na dispersão:

Há uma evidente oposição entre o reino de Deus e os
impérios do mundo;

Deus será vitorioso contra toda oposição; e

“o imperativo da fé é viver a vida agora com confiança e
obediência que reflitam a vitória final de Deus

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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações

Os escritos de Daniel se fazem importantes para
os que estão na dispersão:

Há uma evidente oposição entre o reino de Deus e os
impérios do mundo;

Deus será vitorioso contra toda oposição; e

“o imperativo da fé é viver a vida agora com confiança e
obediência que reflitam a vitória final de Deus

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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações

Contra o recolhimento:

Jeremias convoca o povo de Israel à plena participação
na vida cultural do império babilônico

Envia carta aos anciãos, sacerdotes, profetas e ao povo

Jeremias 29.4-7

O chamado abraâmico de abençoar persiste

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Exílio, subjugação e diáspora: Um povo santo disperso entre as
nações


eles continuam sendo um povo “a-fim-de-que”,
abençoados a fim de que possam por sua vez
abençoar. Continuam sendo um povo “venha e junte-
se a nós”

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A promessa de Israel reunido e restaurado: O povo escatológico de
Deus


Os profetas apontam para um tempo em que Israel será
novamente reunido, e todas as nações serão
incorporadas na aliança para servir ao Deus verdadeiro.

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O período intertestamentário: O eclipse de uma visão missional


A história do Antigo Testamento termina com fracasso e
também com esperança.

Na promessa que Deus faz de reunir e restaurar Israel e
estabelecer um reino mundial, um Israel exaurido
mantém viva a esperança. Israel anseia que Deus envie
seu Messias e seu Espírito para libertá-lo do cativeiro.

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O período intertestamentário: O eclipse de uma visão missional


No período intertestamentário, Israel é um “caldeirão
efervescente” de esperança escatológica, ansiando pela
vinda do reino, dividido em facções e partidos conforme
suas diferentes visões do reino vindouro.

Zelotes, essênios, fariseus e saduceus

Facções divididas por suas ideias do reino vindouro,
mas compartilhando da mesma visão equivocada da
eleição
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O período intertestamentário: O eclipse de uma visão missional


o templo se tornou um antro de revolucionários
violentos exigindo a rigorosa segregação dos odiados
gentios, em vez de uma casa de oração para a qual
todas as nações são convidadas a cultuar o Deus de
Israel (Mc 11.17).

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O período intertestamentário: O eclipse de uma visão missional

o templo se tornou um antro de revolucionários
violentos exigindo a rigorosa segregação dos odiados
gentios, em vez de uma casa de oração para a qual
todas as nações são convidadas a cultuar o Deus de
Israel (Mc 11.17).

A história do Antigo Testamento aponta para um tempo
futuro em que somente um povo com um novo coração,
um novo espírito, que tenha a lei escrita em seu ser
será reunido e restaurado — e por meio dele, os
propósitos de Deus se cumprirão.
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Organizado por Luciano Ferreira – ministro.luciano@gmail.com

Criado para estudo na Comunidade Evangélica de Confissão
Luterana Monte Alegre em Telêmaco Borba – PR –
luteranamontealegre@gmail.com

Os slides são baseados no livro de MICHAEL W. GOHEEN: A
Igreja missional na Bíblia: Luz para as nações (E-book) da
Edições Vida Nova -
https://www.vidanova.com.br/livros/igreja-missional-na-biblia-a-e
-book

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