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Organizaçao Administrativa
Organizaçao Administrativa
A Administração Pública, em seu sentido subjetivo, leva em conta seus órgãos e entidades
integrantes e pode ser dividida em Administração Pública Direta e Administração Pública
Indireta. Inicialmente, vale destacar os conceitos de DESCENTRALIZAÇÃO E
DESCONCENTRAÇÃO.
Segundo Rafael Oliveira, a descentralização representa a transferência da atividade
administrativa para outra pessoa, sendo esta física ou jurídica, integrante ou não da própria
estrutura administrativa. Assim, a descentralização de atividades pode ocorrer tanto para
entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista) como para particulares (concessionários e permissionários de serviços
públicos).
Pode-se dizer que a descentralização representa a busca por eficiência e especialização da
atividade administrativa, já que transfere a terceiros especializados a execução de alguns
serviços públicos. Ela ocorre quando o Estado não executa o serviço por meio de sua
Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado – A União, os Estados,
Distrito Federal e Municípios - e a pessoa que executará o serviço, uma vez que recebeu
essa atribuição do Estado.
Há três formas de descentralização administrativa:
Descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional;
Descentralização por delegação ou colaboração;
Descentralização territorial ou geográfica.
A descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional ocorre quando o Estado
cria uma entidade com personalidade jurídica própria e a ela transfere a titularidade e a
execução de determinado serviço público. Esse tipo de descentralização dá origem à
Administração indireta, pressupondo a elaboração de lei para criação ou autorização da criação
da entidade.
Na descentralização por delegação ou colaboração, uma entidade política ou
administrativa transfere, por contrato ou por ato unilateral, a execução de um serviço a uma
pessoa jurídica de direito privado preexistente. Assim, a pessoa que recebe a delegação poderá
prestar o serviço diretamente à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco,
sofrendo a fiscalização do Estado. Esse tipo de descentralização dá origem aos delegatários de
serviço público por meio de concessão, permissão ou autorização.
Há também a descentralização territorial ou geográfica. A Constituição Federal, no §2º do
artigo 18, dispõe sobre a possibilidade de criação dos chamados territórios federais, vejamos:
Art. 18. [...] §2º- Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação
em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Essa é uma modalidade de descentralização na qual a União cria uma pessoa jurídica com
limites territoriais determinados e competências administrativas genéricas.
Já na desconcentração existe uma especialização de funções dentro da própria estrutura
estatal, sem que haja a criação de uma nova pessoa jurídica. Dessa forma, a desconcentração
funciona como uma distribuição interna de funções dentro de uma mesma pessoa jurídica.
Como resultado da desconcentração, temos a criação dos órgãos públicos, conceituados
como “centros de competência especializados, instituídos para o desempenho de funções
estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa jurídica a que pertencem”.
1) Teoria do mandato: segundo essa teoria, o Estado outorga aos seus agentes um
mandato para que aqueles atuem em seu nome. Ocorre que esta teoria não prosperou,
pelo fato de que a relação do agente com o Estado não se reveste de natureza
contratual, mas sim legal, além da concepção de que o Estado não teria vontade própria
para a celebração de um contrato de mandato com o agente. Na verdade, a vontade do
Estado é a vontade do próprio agente, que lhe é imputada.
2) Teoria da representação: por essa teoria, o agente público seria um verdadeiro
representante do Estado. A principal crítica que se faz a essa teoria é a equiparação do
Estado ao incapaz. Assim, é equivocado considerar a Administração Pública como
incapaz de exercer seus direitos e obrigações.
3) Teoria do órgão: criada por Otto Gierke, sendo também chamada de “teoria da
imputação volitiva”. Esta teoria é a mais aceita pelo ordenamento jurídico, e estabelece
que o Estado manifesta sua vontade por meio de seus órgãos, titularizados pelos
agentes públicos. Assim, a atuação do órgão deve ser imputada à pessoa jurídica, esta
sim sujeito de direitos e obrigações.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
disposto no art. 84, VI.
Órgãos
públicos
Já sabemos que o órgão público não possui personalidade jurídica. Entretanto possui
capacidade processual ou judiciária?
Regra geral: o órgão público não possui capacidade processual, já que o artigo 70 do
CPC/2015 somente atribui capacidade processual à pessoa que se encontre no exercício de seus
direitos.
Exceções:
1) A própria legislação pode conferir capacidade processual a alguns órgãos públicos, tal
como ocorre com os órgãos que atuam na defesa dos consumidores (art. 82, III do CDC).
2) Embora não haja lei expressa nesse sentido, temos construção doutrinária e
jurisprudencial no sentido de reconhecer a capacidade processual dos órgãos públicos,
de acordo com dois requisitos: (a) órgão de cúpula da hierarquia administrativa; (b)
defesa de suas prerrogativas institucionais.
Além disso, ainda em sede jurisprudencial, cabe destacar o julgado do Supremo Tribunal
Federal, consignado no Informativo 848. No caso, houve discussão acerca da legitimidade do
Tribunal de Justiça para impetrar mandado de segurança em defesa de sua autonomia
institucional. Assim, entendeu o STF que o TJ, mesmo não possuindo personalidade jurídica
própria, detém legitimidade autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do
Governador de Estado em defesa de sua autonomia institucional (exemplo: ato de Governador
que atrasa o repasse dos duodécimos devidos ao Poder Judiciário).
Por fim, vale estudar as diversas classificações dos órgãos públicos:
3) Quanto à estrutura:
- Simples/unitários: possuem somente um centro de competência. Não há outros órgãos
compondo a sua estrutura organizacional. Exemplo: Assembleia Legislativa.
- Compostos: possuem outros órgãos ligados a sua estrutura, com divisão de atividades.
Exemplo: Congresso Nacional (formado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados).
4) Quanto às funções:
- Ativos: são os órgãos responsáveis pela execução concreta das decisões administrativas,
como no caso da prestação de serviços públicos, execução de obras ou exercício do
poder de polícia estatal. Exemplo: Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Saúde
estadual.
- Consultivos: são os que atuam na emissão de pareceres jurídicos, assessorando outros
órgãos. Exemplo: procuradorias.
- De controle: atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes públicos, seja
no âmbito de um mesmo Poder ou entre Poderes diversos. Exemplo: Tribunal de Contas
da União.
1) Todas gozam de personalidade jurídica própria (são pessoa jurídicas titulares de direitos
e obrigações), não se confundindo com os entes da Administração Direta. Com isso,
todas possuem patrimônio próprio.
2) Possuem seu próprio corpo de pessoal.
3) A criação de qualquer uma dessas entidades depende de lei específica. A lei será de
iniciativa do Chefe do Poder Executivo, de acordo com a redação do art. 61, §1o, II, “b”
e “e” da CRFB1.
1Art.61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal,
aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
Contudo, atenção com a redação do art. 37, XIX da CRFB para não confundir:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
CRIA as autarquias e
fundações públicas de São criadas
direito público diretamente pela
lei
LEI
Vale destacar também o art. 37, inciso XX, que dispõe acerca da criação de subsidiárias:
Entretanto, isso não significa que é necessário editar uma lei específica para a criação de
cada uma das subsidiárias. Para o Supremo Tribunal Federal, basta apenas a autorização
genérica contida na própria lei que autorizou a criação das empresas estatais.
4) Devem obedecer a finalidade pública que foi especificada na própria lei que as instituiu
ou que autorizou a instituição, em razão do princípio da reserva legal. Nesse sentido,
devem desempenhar as atividades administrativas que estiverem previstas na lei.
5) As entidades administrativas sujeitam-se ao controle pela Administração Direta da
pessoa política a qual são vinculadas.
Dessa forma o controle sofrido por parte das entidades da Administração Indireta é um
“controle finalístico”, também chamado de “supervisão ministerial”. Acerca do controle
exercido sobre as entidades administrativas.
Autarquias
2Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
5) Responsabilidade civil: via de regra, submetem-se à responsabilidade civil OBJETIVA,
conforme o art. 37, §6o da CRFB3. Vale salientar que o respectivo ente federado será
subsidiariamente responsável pelos danos causados pelas autarquias.
6) Prerrogativas processuais: a autarquia se encaixa no conceito de “Fazenda Pública”, e,
portanto, possui as prerrogativas processuais correspondentes, quais sejam: (a) prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais; (b) beneficia-se do duplo grau
de jurisdição, através do instituto da “remessa necessária”; (c) execução de seus débitos
através da sistemática dos precatórios ou, excepcionalmente, por RPV; (d) execução
fiscal para cobrança de seus créditos.
7) Foro processual: a competência para o julgamento das autarquias vai variar de acordo
com o seguinte critério: (a) autarquia federal: deve ser processada e julgada na Justiça
Federal, à luz do art. 109, I da CRFB (salvo nos casos de ações relativas a falência,
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e do Trabalho); (b) autarquia
estadual/municipal: ações processadas e julgadas pela Justiça Estadual.
Conselhos profissionais
Os conselhos profissionais possuem a natureza jurídica de autarquias federais, sendo,
portanto, pessoas jurídicas de direito público. São criados por lei e exercem poder de polícia
administrativo quando fiscalizam a respectiva atividade profissional (ou seja, são criados para
exercer atividade tipicamente pública).
Os conselhos profissionais tiveram sua natureza autárquica afirmada pelo STF na famosa
ADIn 1717, sendo por isto designados também como “Autarquias Corporativas”.
Dessa forma, os conselhos profissionais estão submetidos à fiscalização do Tribunal de
Contas e também necessitam realizar concurso público para a contratação de pessoal.
OBS: vale lembrar que, majoritariamente, considera-se a OAB um serviço público independente,
com natureza jurídica “sui generis”, pois suas atividades não se restringem à esfera corporativa.
3§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Neste sentido, já decidiu o STF que a OAB não precisa ter suas contas controladas pelo Tribunal
de Contas da União ou fazer concurso para a contratação de pessoal.
Ponto importante da matéria é a natureza jurídica das anuidades cobradas pelos
Conselhos Profissionais. No Informativo 861 do Supremo Tribunal Federal, decidiu-se que os
pagamentos devidos, no caso de pronunciamento judicial, pelos conselhos de fiscalização NÃO
se submetem ao regime de precatórios.
Isto porque o precatório está associado à programação orçamentária dos entes
públicos. Apesar de os Conselhos de Fiscalização Profissional serem considerados autarquias
especiais, eles não participam do orçamento público e não se confundem com a Fazenda Pública.
Assim, os pagamentos devidos não se submetem ao regime de precatórios.
Os conselhos de fiscalização profissional, caso sejam de âmbito nacional, podem ajuizar ADI,
ADC ou ADPF?
Não, já que não estão presentes no rol taxativo do art. 103 da CRFB.
Atenção! Temos como exceção o Conselho Federal da OAB, à luz de previsão expressa
no art. 103, inciso VII da CRFB.
Todavia, cabe destacar que os conselhos de fiscalização profissional poderão ajuizar
ação civil pública, por expressa previsão do art. 5o da Lei 7347, que elenca as autarquias como
legitimadas.
Agências Executivas
São autarquias ou fundações públicas que, por estarem ineficientes, celebram contrato
de gestão com o respectivo Ministério Superior. Dessa forma, a qualificação de “agência
executiva” depende do cumprimento de dois requisitos: (a) deve possuir um plano de
reestruturação; (b) deve celebrar o contrato de gestão com o Ministério Supervisor
correspondente.
A formalização como “agência executiva” será feita por decreto do Presidente da
República e a entidade que receber tal qualificação deverá cumprir um plano de metas definidas
no próprio contrato de gestão. Em contrapartida, receberá maior autonomia gerencial,
orçamentária e financeira.
Agências Reguladoras
As agências reguladoras nasceram com inspiração no modelo norte-americano, no qual
as agências possuem ampla independência no exercício de suas funções. No Brasil, tais
entidades foram instituídas a partir da década de 90, período em que o governo resolveu
implementar uma política de privatização, passando à iniciativa privada atividades que geravam
gastos para o Estado (vide o Programa Nacional de Desestatização – Lei n. 8031/90).
Com a liberalização da economia, o Estado passou a demandar a existência de órgãos
reguladores, criados em regime especial para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de
serviços públicos por particulares. Assim, pode-se afirmar que tais entidades nasceram a partir
da necessidade de regulação das atividades públicas.
Exemplos de agências reguladoras: ANEEL, ANATEL, ANP, ANCINE.
Características principais:
Por fim, cabe destacar importante julgado veiculado no Informativo 759 do STF: entendeu
o STF ser CONSTITUCIONAL lei estadual prevendo que os dirigentes de determinada agência
reguladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados pela Assembleia
Legislativa. NÃO seria constitucional, porém, a lei estadual que estabelecesse que os dirigentes
somente poderiam ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva da Assembleia
Legislativa, sem participação do Governador, visto que isso violaria a separação dos poderes.
Fundações públicas
4XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação.
as prerrogativas estatais (como no caso de
privilégios processuais e fiscais).
Integram a Administração Indireta, Integram a Administração Indireta, submetendo-
submetendo-se às restrições dos princípios se às restrições dos princípios de direito público.
de direito público.
Sofrem o controle e fiscalização realizado Sofrem o controle e fiscalização realizado pela
pela Administração Direta e controle Administração Direta (afastando-se, assim, o
orçamentário do Tribunal de Contas. controle pelo Ministério Público Estadual) e
controle orçamentário do Tribunal de Contas.
Não possui finalidade lucrativa e Não possui finalidade lucrativa e desenvolve
desenvolve atividades socialmente atividades socialmente relevantes.
relevantes.
Patrimônio composto por bens públicos, Patrimônio composto por bens privados, todavia,
submetendo-se ao regime de direito não afastamos algumas prerrogativas de direito
público (alienação condicionada, público (como a impenhorabilidade de bens
impenhorabilidade, imprescritibilidade e afetados à prestação de serviços públicos).
não onerabilidade).
Regime de pessoal: estatutário. Regime de pessoal: celetista.
Atos e contratos administrativos Seus atos são privados e seus contratos são
considerados como “contratos privados da
Administração”, embora sofra a incidência de
regras de direito público (concurso para
contratação de pessoal, licitação para celebrar
contratos) – nesse sentido, os atos que são
praticados em procedimentos públicos serão
considerados atos administrativos, até mesmo
para fins de controle.
Foro processual: tratando-se de entidades Foro processual: justiça estadual.
federais, serão julgadas pela justiça federal
(inteligência do art. 109, I CRFB, já que são
consideradas autarquias fundacionais), com
exceção das ações de falência, as de
acidente de trabalho e as sujeitas a justiça
eleitoral e do trabalho.
Sendo fundações estaduais ou municipais,
serão julgadas pela justiça estadual.
Responsabilidade: objetiva, de acordo com Responsabilidade: a responsabilidade será
o art. 37, §6o da CRFB. objetiva, se estivermos diante de fundações
estatais de direito privado prestadoras de
serviços públicos.
Empresas estatais
5 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…).
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
6 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado
só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
Sua criação depende de lei autorizativa Sua criação também depende de lei
específica, de iniciativa do Chefe do Executivo. autorizativa especifica, de iniciativa do Chefe
do Executivo.
OBS: seu nascimento, porém, ocorre com a
inscrição dos atos constitutivos no registro OBS: seu nascimento, porém, ocorre com a
correspondente. inscrição dos atos constitutivos no registro
correspondente
Foro processual competente: se a empresa Foro processual competente: como regra, não
pública for federal, a competência é da justiça atrai a competência da justiça federal, mesmo
federal, conforme dispõe o art. 109, I da CRFB. que se trate de sociedade de economia mista
federal.
Por outro lado, se a empresa pública for
estadual/municipal, a competência é da justiça Súmula 556 do STF: “é competente a justiça
estadual. comum para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista”.
EXCEÇÕES:
1) Mandados de segurança contra atos
de império praticados por autoridade
de empresa pública/sociedade de
economia mista (art. 109, VIII CRFB);
2) Se União intervier no processo, como
assistente ou opoente (Súmula 517 do
STF: “as sociedades de economia mista
só têm foro na Justiça Federal quando
a União intervém como assistente ou
opoente”).
Regime de pessoal: regime celetista, devendo Regime de pessoal: também celetista, vide
haver, porém, a realização de concurso observações sobre o regime de pessoal das
público. empresas públicas.
7BRASIL, STF. Ag.Reg. no RE n. 852.302/Alagoas. Relator Ministro Dias Toffoli. Julgamento em 15 de Dezembro de
2015. Publicação em 29 de Fevereiro de 2016.
QUESTÕES
a) Dentre as principais características das autarquias, está o fato de que os atos dos seus
dirigentes equiparam-se aos atos financeiros, sujeitos a mandato de segurança e à ação especial.
As despesas relativas a compras, serviços e obras dispensam as normas de licitação.
c) Por ser entidade com personalidade de direito público interno, a autarquia recebe a
execução de serviço público por transferência, não agindo por delegação e sim por direito
próprio e com autoridade pública, da competência que lhe for outorgada.
COMENTÁRIOS:
GABARITO: C.
a) Imposição.
b) Delegação.
c) Desconcentração.
d) Outorga.
e) Descentralização.
A descentralização administrativa ocorre quando o Estado não executa o serviço por meio de
sua Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado – União,
estados, Distrito Federal e municípios – e a pessoa que executará o serviço, uma vez que
recebeu essa atribuição do Estado.
GABARITO: E.
a) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista e fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação.
c) A fundação pública não pode ser extinta por ato do Poder Público.
d) O chefe do Poder Executivo poderá, por decreto, extinguir empresa pública ou sociedade de
economia mista.
e) A sociedade de economia mista poderá ser estruturada sob qualquer das formas admitidas
em direito.
COMENTÁRIOS:
a) Nos termos do art. 37, XIX, CF/88, a lei específica é exigida apenas para a criação de pessoas
jurídicas de direito público, no que se incluem as autarquias e as fundações públicas de direito
público. Já no tocante às pessoas jurídicas de direito privado, basta autorização legal, seguida
da inscrição dos atos constitutivos no registro público competente, o que se aplica às
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado.
b) O inciso XX do art. 37, CF/88, estabelece que "depende de autorização legislativa, em cada
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;". De acordo com a jurisprudência do STF,
a expressão "em cada caso" deve ser interpretada na linha de que, se houver autorização
genérica para criação de subsidiárias na própria lei autorizadora da instituição da entidade
matriz, suprida estará a exigência constitucional.
c) A presente assertiva peca pela generalização. Há que se definir, primeiro, o que se deve
entender por "Poder Público". Se o conceito adotado for amplo, abarcando os três Poderes da
República, todas as fundações públicas, de uma forma ou de outra, podem ser extintas por
atos do "Poder Público". Se a hipótese for de fundação pública de direito público, sua extinção
terá por pressuposto lei a ser editada pelo Parlamento. Ora, pode-se entender que esta lei não
deixa de ser um ato do "Poder Público". Da mesma forma, se o caso for de fundação pública
de direito privado, a extinção deverá ocorrer mediante lei autorizadora (da extinção), seguida
de ato do Executivo ordenando a baixa no registro público competente.
GABARITO: B.
Quanto à questão da Administração Pública, sabemos que ela se divide em direta e indireta.
Dessa forma, a Administração Indireta é composta pelas autarquias e entidades paraestatais.
Em se tratando da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), é correto afirmar
que
a) é uma entidade paraestatal, pois se trata de uma empresa de capital misto e atua por meio
de convênios de concessão firmados com as prefeituras municipais.
b) é uma entidade paraestatal, pois se trata de uma empresa de capital fechado e atua por meio
de convênios de permissão firmados exclusivamente pela união.
c) é uma autarquia, pois seu capital é exclusivamente do Estado e atua por meio de convênios
de permissão firmados com o legislativo municipal.
d) é uma autarquia, pois seu capital é exclusivamente dos municípios e atua por meio de
convênios de concessão firmados com o executivo municipal.
e) é uma fundação, pois se trata de uma empresa de capital fechado e atua por meio de
convênios de concessão firmados com as prefeituras municipais.
GABARITO: A.
Qual das alternativas a seguir apresenta pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é
autorizada por lei, com patrimônio público ou misto, para a realização de atividades, obras ou
serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do estado?
a) Entidades autárquicas.
b) Entidades estatais.
c) Entidades interferenciais.
d) Entidades federais.
e) Entidades paraestatais.
GABARITO: E.
a) descentralização.
b) especialização.
c) distribuição.
d) departamentalização.
e) profissionalização.
GABARITO: A.
a) humano.
b) explicativo.
c) discriminatório.
d) popular.
e) estatal.
GABARITO: E.
8) 2015 - INSTITUTO AOCP – EBSERH - Técnico em Contabilidade
b) As autarquias.
c) As entidades paraestatais.
e) As fundações.
GABARITO: A.
b) Dos serviços autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
c) Dos serviços atribuídos a pessoas jurídicas diversas da União, públicas ou privadas, vinculadas
a um Ministério.
GABARITO: D.
10) 2014 - INSTITUTO AOCP - MPE-BA - Analista Técnico - Administração
As agências executivas são pessoas jurídicas de direito público que têm por objetivo principal a
execução de atividades administrativas. A qualificação de autarquia ou fundação como agência
executiva poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do
Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que verificará o cumprimento, pela
entidade candidata à qualificação, de alguns seguintes requisitos. Assinale a alternativa que
apresenta estes requisitos.
a) Celebrar parceria com órgão da administração pública e elaborar plano estratégico de sua
adaptação como autarquia especial com autonomia financeira e autonomia que contemple
programas de melhoria da qualidade no atendimento dos interesses dos cidadãos.
b) Celebrar contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor e ter plano estratégico
de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade da
gestão e para a redução de custos, já concluído ou em andamento.
e) Celebrar vínculo com órgãos públicos para a otimização e aperfeiçoamento das rotinas
administrativas dos órgãos públicos, inclusive com planos de redução dos custos dos recursos
materiais, humanos e financeiros utilizados pelos órgãos públicos.
COMENTÁRIOS: CF, Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos
e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
Lei 9.649/98, Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia
ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
GABARITO: B.