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AULA 8

POLÍTICAS GOERNAMENTAIS PARA O


ENSINO SUPERIOR
1. Profissionalização do professor.
2. Cotas para as universidades: polêmica.
3. Pro Uni.
4. PAC do ensino superior.
Destaca Bacelar (1997, p. 30):
• Dessa forma, tem-se uma pressão advinda da
globalização, onde os atores maiores do que
muitos estados querem operar na escala
global e contestam os estados nacionais. A
internacionalização dos fluxos econômicos
quer acabar com a regulação dos estados
nacionais (...) os atores globais pressionam
com todos os meios disponíveis para que o
poder da regulação dos estados nacionais
desapareça (...)
• Existe uma pressão muito forte para reduzir o
papel dos Estados periféricos. E um desses
elementos é o Banco Mundial que tem conduzido
todas as políticas no sentido de desmontar focos
de regulação nacional (...). Através da conquista
do mercado mundial e da exploração da força de
trabalho, os grupos hegemônicos vão impondo
seu domínio.
• O processo de acumulação, concentração,
centralização e internacionalização do capital,
que se constitui na própria essência do sistema
capitalista, leva a uma crescente polarização.
• Draibe (1993, p.97-98), apresenta as múltiplas formas
de se proceder à privatização dos serviços públicos. A
transferência (incluindo a venda) para a propriedade
privada de estabelecimentos públicos; a cessação de
programas públicos e o desengajamento do governo de
algumas responsabilidades específicas ("privatização
implícita"); reduções (em volume, capacidade,
qualidade) de serviços publicamente produzidos,
conduzindo a demanda para o setor privado
("privatização por atribuição"); o financiamento
público do consumo de serviços privados - através da
contratação e terceirização, reembolso ou "idenização"
dos consumidores, ticktes e "vales" com pagamento
direto aos provisores privados; formas de desregulação
ou desregulamentação que permitem a entrada de
firmas privadas em setores antes monopolizados pelo
governo.
Germano (1997, p. 123) destaca que as orientações para
as políticas sociais neoliberais seguem algumas
estratégias:
• 1) o corte de gastos sociais;
• 2) a privatização lucrativa e não lucrativa dos serviços
sociais;
• 3) a descentralização, através da municipalização e da
transferência de ações e serviços para instituições
comunitárias, populares e filantrópicas;
• 4) a centralização dos gastos sociais em programas
seletivos, focalizados, em contraposição à
universalização do sistema de proteção social, com
ênfase nos programas sociais de emergência, tendo em
vista o 'combate à pobreza' e a compensação dos
efeitos negativos dos ajustes econômicos.
Lima (1997, p. 37), pois os fundamentos que
inspiram as políticas públicas têm caráter
neoconservador e neoliberal e assumem as
seguintes características:
• Anunciam e concretizam cortes nas despesas
públicas com a educação, assim apostando num
aumento da qualidade através de ganhos de
eficiência interna e do crescimento da
produtividade das instituições, o modelo
institucional gerencialista emerge vigorosamente,
entre discursos políticos, atos legislativos,
medidas aparentemente avulsas de
administração e gestão, ganhando adeptos entre
os setores conservadores e tecnocráticos dentro
e fora da universidade.
Nessa década, não se registram reformas
significativas de reestruturação do ensino
superior, mas cresce o debate acerca da
autonomia, democratização e avaliação
universitária, a partir de várias investidas de
reformas no ensino superior, tais como:
• O Programa de Avaliação da Reforma
Universitária – PARU (1983) que trata dedois
grandes temas: a gestão das IES (poder e
tomada de decisões; administração
• O Chile foi o país que primeiro introduziu
reformas no sistema educacional, durante o
regime autoritário de Pinochet, nos moldes da
descentralização da educação pública,
combinando com os setores privados
(Agrau,1998, p. 27).
• A Comissão Nacional para a Reformulação do
Ensino Superior, que ao concluir o seu
relatório em novembro de 1985, propõe o
modelo norte americano de universidade,
dando ênfase aos cursos de graduação de
caráter geral,transferência para a pós-
graduação da formação para profissões
específicas e liberdade de opção entre o
sistema de créditos, departamentos ou ciclo
básico;
• O Programa Nova Universidade - PNU, que
pretendia dar uma “dimensão qualitativa ao
ensino de graduação” a partir do
financiamento de projetos de todas as
universidades vinculados a quaisquer das das
linhas prioritárias de ação;
• O Grupo Executivo para a Reformulação da
Educação Superior – GERES, que chegou a
elaborar um anteprojeto de Lei de
Reformulação para as IES federais e tematiza
um ponto polêmico que é a indissociabilidade
entre ensino e pesquisa nas universidades,
considerando a pesquisa um elemento
estranho à tradição do ensino superior
brasileiro, incorporada a partir da reforma.
Referências
• AMARAL, Nelson Cardoso. Limite à expansão do setor
privado no Brasil. Goiânia: UFG (mimeografado).
• BACELAR, Tânia. Como as grandes tendências da conjuntura
atual rebatem trabalho das Organizações não
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• Centro Josué de Castro de Estudos e Pesquisas. 1997.
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• BANCO MUNDIAL. The Financing and Management of
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Referências
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• BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – GRUPO DE TRABALHO
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Referências
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• DRAIBE, Sônia M. As políticas sociais e o neoliberalismo.
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• DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 7ª ed. São Paulo,
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• HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. O breve século XX
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‫؟‬Reformadas o alteradas? La cosmética del
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