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ESTADO DE SANTA CATARINA

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA


DIRETORIA DE CONTABILIDADE GERAL
GERÊNCIA DE ESTUDOS E NORMATIZAÇÃO CONTÁBIL

INFORMAÇÃO Nº 021/2007

Florianópolis, 12 de julho de 2007.

Referência: Solicitação de orientação


do Contador da Fazenda Estadual,
junto à Secretaria do
Desenvolvimento Regional de
Tubarão, Sr. Arcângelo Felisberto -
Classificação orçamentária de
despesa.

Senhor Diretor,

Em resposta ao pedido de orientação do Contador da Fazenda Estadual,


junto à Secretaria do Desenvolvimento Regional de Tubarão, Sr. Arcângelo
Felisberto, através de e-mail enviado a esta Gerência em 10 de julho do
corrente, a respeito da correta classificação orçamentária para as despesas
com multas e juros sobre as faturas de telefone, temos a informar que:

Conforme determina o parágrafo 2º do artigo 6º do Decreto nº 202, de 20


de abril de 2007, que dispõe sobre a racionalização da utilização dos recursos
de telefonia fixa no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública
Estadual e estabelece outras providências, “o valor das despesas com
teleprocessamento, multas e juros cobrados nas notas fiscais de prestação de
serviços de telecomunicações deverão ser empenhados em subelementos
próprios, de acordo com a classificação prevista no Decreto nº 2.895, de 21 de
janeiro de 2005” (grifos nossos).

Os subelementos previstos no Decreto 2.895/05 para as despesas com


multas, juros e encargos financeiros são os seguintes:

Para as despesas com Outros Serviços de Terceiros - Pessoas Físicas:


36.40 - encargos financeiros dedutíveis
36.41 - multas dedutíveis
36.42 - juros
36.43 - encargos financeiros indedutíveis
36.44 - multas indedutíveis

Para as despesas com Outros Serviços de Terceiros - Pessoas Jurídicas:


39.35 - multas dedutíveis
39.36 - multas indedutíveis
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39.37 - juros
39.38 - encargos financeiros dedutíveis
39.39 - encargos financeiros indedutíveis

Note-se que há uma diferenciação entre as despesas com multas


dedutíveis e indedutíveis, conforme discriminação do subelemento que segue:

Multas dedutíveis - registra o valor das despesas com multas incidentes


sobre obrigações devidas a pessoas físicas (consideradas como despesa
operacional para efeito de apuração do lucro tributável).

Multas indedutíveis - registra o valor das despesas com multas


incidentes sobre obrigações, devidas a pessoas físicas (não consideradas
como despesa operacional para efeito de apuração do lucro
tributável).

Portanto, há de se resgatar na legislação federal as hipóteses de dedução


como despesas operacionais. Dessa forma, o Decreto Federal nº 3.000, de 26
de março de 1999 (RIR/99), no § 5º do seu art. 344 estabelece que:

Art. 344 caput

(...)

§ 5º Não são dedutíveis como custo ou despesas


operacionais as multas por infrações fiscais, salvo as
de natureza compensatória e as impostas por
infrações de que não resultem falta ou insuficiência
de pagamento de tributo (Lei nº 8.981, de 1995, art. 41, §
5º). (Grifos nossos).

Para melhor elucidar o disposto acima, no sítio eletrônico da Secretaria


da Receita Federal, está disponibilizado um tópico de Perguntas e Respostas
acerca de multas1. Selecionamos abaixo algumas questões que consideramos
importantes para o bom entendimento da matéria:

300. As multas por infrações fiscais são dedutíveis na determinação do


lucro real?

As multas por infrações fiscais, como regra geral, não são dedutíveis
como custo ou despesa operacional. Entretanto, poderão ser dedutíveis
as multas de natureza compensatória e as impostas por infrações de que
não resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo (RIR/99, art.
344, § 5º).

1
Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2001/PergResp2001/pr300a307.htm
Acesso em: 12 de julho de 2007.
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301. O que deve ser entendido por multas fiscais?

Consideram-se multas fiscais aquelas impostas pela lei tributária (PN


CST nº 61/79). Quando decorrentes de falta ou insuficiência de
pagamento de tributo, e não sejam de natureza compensatória, serão
indedutíveis.

302. As multas não qualificadas como fiscais serão, então,


dedutíveis?

A vedação à dedutibilidade de multas (art. 344, § 5º, do RIR/99), refere-


se especificamente às multas impostas pela legislação tributária, pois diz
respeito à dedutibilidade de multas por infrações fiscais.

As multas decorrentes de infração às normas de natureza não


tributária, tais como as decorrentes de leis administrativas, penais,
trabalhistas etc. (como por exemplo: multas de trânsito, pesos e
medidas, SUNAB, FGTS, INSS, CLT etc.), embora não se caracterizem
como fiscais, são indedutíveis na determinação do lucro real por não
se enquadrarem no conceito de despesa operacional dedutível para
fins do imposto de renda e não atenderem ao disposto no art. 299 do
RIR/99, que condiciona a dedutibilidade das despesas a que elas
sejam necessárias à atividade da empresa e à manutenção da
respectiva fonte produtora (PN CST nº 61/79, item 6).

307. Quais as infrações que não resultam falta ou insuficiência de


pagamento de tributo, cujas multas são dedutíveis?

São aquelas relativas às obrigações acessórias não erigidas pela


legislação como indispensáveis ao lançamento normal do tributo. Nesse
caso, as multas a elas correspondentes, por não resultarem falta ou
insuficiência de pagamento de tributo, são dedutíveis.

Como exemplo de multa dessa natureza cita-se a aplicada às pessoas


jurídicas que deixarem de fornecer aos beneficiários, no prazo legal, ou
fornecerem com inexatidão, o comprovante de pagamentos com retenção
na fonte (PN CST 61/79).

Diante das razões acima expostas, entendemos que as despesas com


multas sobre as faturas de telefone devem ser registradas como multas
indedutíveis. De forma análoga, os encargos financeiros sobre as faturas de
telefone devem ser registradas como encargos financeiros indedutíveis,
por não haver dispositivo legal em contrário.
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Era o que tínhamos a informar.

Graziéla Luiza Meincheim Adriano de Souza Pereira Tatiana Borges


Gerente de Estudos e Contador da Fazenda Estadual Contadora da Fazenda Estadual
Normatização Contábil CRCSC nº 25.111/O-7 CRCSC nº 22.809/O-3
CRCSC nº 25.039/O-2

De acordo,

Wanderlei Pereira das Neves


Diretor de Contabilidade Geral
Contador CRC/SC nº 15.874/O

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