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INSTITUTO FEDERAL GOIANO – Campus Urutaí

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


PRIMEIRO PERIODO
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
Professor Fabiano Arantes
Acadêmicos: Arthur, Camila Gracyelle, Jéssica Ferreira, Marília, Moana e Victor.
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Introdução

A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2.000 a.C..
Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-européia, como, por exemplo, aqueus, jônicos,
eólios e dórios.

Formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razões disso, cada uma delas
desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram
chamadas de polis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado. As duas polis mais importantes
da Grécia foram: Esparta e Atenas.

Sociedade da Grécia Antiga

A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedo. O artesanato grego, com
destaque para cerâmica, teve grande aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam
vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos
alcançaram um grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos,
devedores ou prisioneiros de guerra foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha
sua própria forma político-administrativa, organização social e Deuses protetores. De modo geral, a polis
reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre algumas
centenas de quilômetros quadrados e 10.000km². Compreendia uma área urbana e outra rural. A acrópole
concentrava-se o centro comercial e manufatura. Ali, muitos artesões e operários produziam tecidos, roupas,
sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se as
atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos ou cabras, ovelhas,
porco e cavalos. Esse acampamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para
com as outras polis gregas, embora existissem muito comércio e divisão de trabalho entre as cidades gregas.

A maioria das cidades-estados gregas era pequena, com população de aproximadamente 20.000
habitantes ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores no séc. IV a.C., essas
cidades eram Atenas, com estimados 170.000 habitantes em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente
125.000 habitantes. Esparta tinha apenas 40.000 habitantes em sua área urbana, sendo uma cidade-estado
pouco urbanizada em relação as outras. Atenas era a maior e a mais rica cidade da Grécia Antiga durante o séc.
V e VI a.C.. Existem relatos da época que reportam volume comercial externo da ordem de 180 milhões de
dracmas áticos, valor duas ou três vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época.

Governo: dominava a Macedônia o rei Felipe II, que participava como juiz nas cidades gregas.
Conhecendo a defesa das cidades, durante a luta entre Tebas e Esparta, ataca e sai vencedor. Após a vitória,
morre, em 336 a.C., assassinado.

Governo de Alexandre: acreditava-se que ele era o próprio filho de Zeus e da rainha Olímpia. Foi
desde cedo enviado à Grécia para estudar. Unificou o povo grego e construiu um dos maiores impérios da
antiguidade. Fundou na foz do Nilo a cidade de Alexandria. Morreu aos 33 anos.

As cidades gregas: os gregos anteriormente viviam em minúsculas comunidades vividas como genos.
Com o tempo, esses genos foram se agrupando, a fim de se manterem melhores condições de vida, e deram
origem às cidades.

A evolução grega: em algumas cidades, a agricultura foi substituída por outras atividades econômicas,
que atraíram elementos estrangeiros e provocaram aumento no número de escravos. O aparecimento da
moeda foi outro fator da revolução da economia.
Esparta e Atenas: os atenienses constituíram a democracia padrão na Grécia Clássica. Os espartanos,
como mantinham condições de vida semelhantes a de um exército recluso sofrendo poucas modificações
políticas. Tanto Esparta quanto Atenas mantiveram constantes lutas pela hegemonia grega.

Período Helenístico: O regime se impôs na religião. Foi estabelecido o culto dos reis, transformando o
rei quase em um Deus. A cultura Helenística orientava-se no sentido de causar efeito, e se caracterizava pelas
grandes proporções. Os principais centros estruturais foram Pérgamo e Rodes.

As meninas aprendiam ofícios domésticos e trabalhos manuais. O principal objetivo da educação grega
era preparar os meninos para ser um bom cidadão. A infância não era valorizada na cultura antiga: era uma
idade de passagem e pouco se fazia um investimento afetivo. Existiam dois modelos educativos: Esparta e
Atenas;

Esparta é uma cidade-estado localizada na região do Peloponeso que fica no extremo sul da Grécia.
Um dos destaques dessa cidade é o modelo educativo, que tem como base a formação rígida e militarizada dos
homens mantendo-os sempre preparados para servir ao estado ou para enfrentar guerras, desde criança ate
atingir os sessenta anos. Assim a educação espartana tinha como objetivo principal formar soldados fortes,
valentes e capazes para a guerra. Logo, as atividades físicas eram muito valorizadas. Para os espartanos a
educação recebia o nome de Agogê, isto é, ‘’treinamento’’ ou ‘’adestramento’’ , não dando espaço para o
senso crítico e artístico, pois os jovens estudantes tinham que aprender a aceitar ordens dos superiores e falar
somente o necessário. As meninas espartanas também tinham uma educação específica, participando apenas
de atividades como arco e flecha. Porém a finalidade da mulher nessa época era dotá-las de um corpo forte e
saudável para gerar filhos sadios e vigorosos para a área militar.

Em Atenas: após a adoção do alfabeto iônico, totalmente fonético, que se tornou comum a toda
Grécia, teve um esplêndido florescimento em todos os campos: da poesia ao teatro, da história à filosofia.  A
partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Além de formar o homem, a educação deve ainda
formar o cidadão. A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. A
noção de Paidéia se afirma de modo orgânico e independente na época dos sofistas e de Sócrates e assinala a
passagem explícita – da educação para a Pedagogia, de uma dimensão teórica, que se delineia segundo as
características universais e necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia como saber autônomo, sistemático,
rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme, e não mais como éthos e como práxis apenas.

A civilização grega iniciou-se quando invasores de origem indo-européia ocuparam o continente,


dando início à civilização micênica. A Grécia era constituída por diversas regiões autônomas, que mantiveram a
língua e a cultura. A religião era politeísta. Os deuses eram imortais, embora tivessem comportamento
semelhante ao do homem, sendo benevolentes e também agindo por inveja ou vingança. A civilização tinha a
obrigação a eles devida, como oferendas, preces e sacrifícios.

Os mitos gregos surgiram quando ainda não havia escrita e eram transmitidos por poetas ambulantes,
chamados rapsodos, que recitavam de cor em praça pública. Entre os poetas está Homero, criador das
epopéias Ilíada e Odisséia. As epopéias desenvolveram um papel pedagógico significativo. Descreviam a
história grega no período da civilização micênica e transmitiam os valores culturais mediante o relato das
realizações dos deuses e dos antepassados. Os poetas pertenciam à mesma linhagem de adivinhos,
curandeiros, médicos, músicos, bailarinos e feiticeiros. Eram conhecidos como homem divinos, possuidores de
uma mântica entusiástica, isto é, de uma inspiração que leva a adivinhação. Os que mais mantinham uma
relação com o filósofo são o adivinho, o poeta e o sábio. Estes personagens têm em comum uma capacidade
extraordinária de vidência para além das aparências sensíveis. É exatamente isto que deles herdou o filósofo.

Uma das características que diferem o mito da razão é que o mito não resolvia a questão, seja da
origem, seja da constituição dos seres e do universo, ao apresentar uma resposta pronta e dogmaticamente
entregue para que seja aceita inquestionavelmente, o mito afasta a possibilidade de investigação acerca das
verdadeiras causas. Com ele a “verdadeira” causa já está explicitada e tudo que se diga a seu respeito não é
essencial e mera tagarelice. Enquanto o mito, assumido pela filosofia, toma a forma de um problema
explicitamente formulado, pronto para ser questionado.

O surgimento da filosofia na Grécia não é na verdade, um salto realizado por um povo privilegiado, mas
culminância de um processo que se fez através de milênios e para o qual ocorreram diversas transformações,
que ajudaram a alterar a visão mítica predominante, e contribuíram para o surgimento da filosofia:
 A invenção da escrita gera nova idade mental, porque a postura de quem escreve é diferente daquela
de quem apenas fala, como a escrita fixa a palavra para além de quem a proferiu, e exige maior rigor,
clareza, o que estimula o espírito crítico.
 A invenção da moeda desempenha um papel revolucionário. Muito mais do que um metal precioso
que se troca por qualquer mercadoria, a moeda é um artifício racional, uma convenção humana, uma
noção abstrata de valor. Vinculando-se ao nascimento do pensamento racional critico.
 A lei escrita: Drácon, Sólon, Clistenes são os primeiros legisladores que marcaram uma nova era.
 A pólis se fez pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, concedida pelos deuses
e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito da discussão da argumentação.

- Mito e filosofia: continuidade e ruptura.

A diferença entre o pensamento mítico e filosofia nascente: a cosmologia racional distingue-se da


cosmogonia mítica. Para alguns estudiosos, apesar das diferenças, o pensamento filosófico nascente ainda
apresenta vinculação com o mito. Enquanto para outros estudiosos acreditavam que a filosofia deixava de ser
mito para se tornar filosofia, ocorrendo uma ruptura entre o mito e a filosofia.

Alguns autores chamaram de “milagre grego” a passagem da mentalidade mítica para o pensamento
critico racional e filosófico, destacando o caráter repentino e único desse processo.

Os sofistas eram os professores que ensinavam a importância da palavra, pois esta era a arte e a arma
para entrar no poder, e para possuir o poder deveriam ter o dom de falar bem na polis, por isso necessitava do
conhecimento para falarem bem. Sócrates criticava os sofistas pela forma de ensinar e por cobrarem pelas
aulas e não se importarem com os métodos de ensino, querendo apenas ser bem remunerados. A partir do
surgimento da filosofia, a arte de questionar tornou-se cotidiana. Ao invés de colocarem a razão humana a
serviço dos deuses, enalteceram a serviço do próprio homem, recusavam Glorificavam o homem como o ser
mais importante do universo. O primeiro povo a enfrentar explicitamente os problemas da natureza, as ideias,
as tarefas e objetivos do processo educativo foi o povo grego.

Questões: (respostas no verso)

1- Qual a importância dos agrupamentos humanos que habitavam os territórios gregos?


2- Sobre “As cidades gregas”. O que eram os genos?
3- Qual o objetivo da nova educação, que nascia o pensamento episteme e esquecia o éthos e a
práxis ?
4- Defina educação do ponto de vista espartano, tanto para mulheres quanto para os homens.
5- Qual a diferença prática mais aparente entre o mito e a razão?

6- Quais os processos gestados ao longo dos tempos que culminaram para o despertar da filosofia?
Quais as suas contribuições para o pensamento crítico?

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