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2ª geração -

Prosa
Profª. Nathaly Caldas

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Essa geração alargava a


sua área de interesse ao
incluir preocupações
novas de ordem política,
social, econômica,
humana e espiritual. A
consciência da
nacionalidade, que
predominou na década
de 1920, a partir de
1930 tende a ampliar-se
e a tornar-se consciência
social mais ampla, que
situa as questões
regionais e locais num
contexto universalista.
Segunda geração (1930-1945) - Prosa

Rica na produção poética e também na prosa. A prosa aumenta sua área de interesse
O universo temático amplia-se com a ao incluir preocupações de ordem
preocupação dos artistas com o destino do política, social, econômica, humana e
Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da espiritual. A piada foi sucedida pela
sua antecessora, foi construtiva. gravidade de espírito, a seriedade da
alma, propósitos e meios.
A maioria dos poetas de 30 absorveram
experiências de 22, como a liberdade temática,
o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o
verso livre e o antiacademicismo. Assim não Essa geração foi grave, assumindo uma
precisou ser tão combativa quanto a de 22, postura séria em relação ao mundo,
devido a utilização de uma linguagem poética cujas dores, considerava-se responsável.
modernista já estruturada. Passaram a Outra característica dessa época é o
aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de encontro do autor com seu povo,
purificação de meios e formas direcionando e havendo uma busca do homem
ampliando a temática da inquietação filosófica brasileiro em diversas regiões, tornando
e religiosa. o regionalismo importante.
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Segunda geração (1930-1945)

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Principais Autores – Prosa
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 Cornélio Pena (1896-1958)


 Cyro dos Anjos (1906-1994)
 Érico Veríssimo (1905-1975)
 Graciliano Ramos (1892-1953)
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 Jorge Amado (1912-2001)


 José Américo de Almeida (1887-1957)
 José Lins do Rego (1901-1957)
 Lúcio Cardoso (1913-1968)
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 Marques Rebelo (1907-1973) http://www.upf.br/nexjor/wp-content/uploads/2012/01/ev-01.jpg

 Octávio de Faria (1908-1980)


 Patrícia Galvão (1910-1962)
 Rachel de Queiroz (1910-2003)
Segunda geração (1930-1945) - Prosa
JOSE AMERICO DE ALMEIDA
Foi escritor (romancista, ensaísta, poeta e cronista),
político, advogado, folclorista, professor universitário e
sociólogo brasileiro.
Lançou em 1928, A Bagaceira, considerado a primeira
obra desta fase, abordando os temas do Nordeste: a
seca, o cangaço e o ciclo açucareiro.
Foi tradutora, escritora, jornalista e dramaturga brasileira.
Autora de destaque na ficção nordestina e temas sobre a mulher. Sua prosa
regionalista retrata, numa linguagem enxuta e viva, o Ceará.
A autora consegue aliar a preocupação social (flagelo da seca e coronelismo) à
preocupação com os traços psicológicos das personagens.

Principais obras: O Quinze, Memorial de Maria Moura,


João Miguel, Caminho de Pedras e Lampião.

Em março de 1931, recebe no Rio de Casa-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz
Janeiro o prêmio de romance da Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora
Fundação Graça Aranha, mantida pelo comunista" pela polícia política de Pernambuco.
escritor, em companhia de Murilo Seu segundo romance, "João Miguel", estava
Mendes (poesia) e Cícero Dias pronto para ser levado ao editor quando a
(pintura). Conhece integrantes do Partido autora é informada de que deveria submetê-lo
Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a a um comitê antes de publicá-lo. Semanas
fundar o PC cearense. depois, em uma reunião no cais do porto do Rio
de Janeiro, é informada de que seu livro não
fora aprovado pelo PC, porque nele um operário
mata outro. Fingindo concordar, Rachel pega os
originais de volta e, depois de dizer que não via
no partido autoridade para censurar sua obra,
foge do local "em desabalada carreira",
rompendo com o Partido Comunista.
O QUINZE
(...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-
branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas
de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e
gemendo (...)

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O Quinze é o primeiro e mais
popular romance de Rachel de Queiroz,
publicado em 1930.
O título se refere a grande seca de 1915,
vivida pela escritora em sua infância.
A trama se dá em dois planos, um enfocando o
vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a
relação afetiva de Vicente, rude proprietário e
criador de gado, e Conceição, sua prima culta e
professora.
Conceição é apresentada como uma moça que
gosta de ler vários livros, inclusive de
tendências feministas e socialistas o que
estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante
das velhas tradições. O período de férias,
Conceição passava na fazenda da família, no
Logradouro, perto do Quixadá. Apesar de ter

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22 anos, não dizia pensar em casar, mas
sempre se "engraçava" a seu primo Vicente.
Ele era o proprietário que cuidava do gado, era
rude e até mesmo selvagem.
PERSONAGENS
Conceição - Conceição é forte de espírito, culta, humana e com idéias
um tanto avançadas sobre a condição feminina. O único homem que lhe
despertou desejos é o primo Vicente. Conceição tem uma admiração
antiga e especial pelo rapaz, talvez porque ele é real, sem as falsidades
comuns dos moços bem-educados. Ao descobrir que ele não é tão puro,
a admiração esfria, criando uma barreira intransponível para a
realização plena do seu amor. Tinha vocação para solteirona: "Conceição
tinha vinte e dois anos e não falava em casar. As suas poucas tentativas
de namoro tinham-se ido embora com os dezoito anos e o tempo de
normalista; dizia alegremente que nascera solteirona". Conceição sente-
se realizada ao criar Duquinha, o afilhado que lhe doaram Chico Bento e
Cordulina. É uma realização íntima, preenchendo o vazio da decepção
amorosa. http://4.bp.blogspot.com/-a6PB4rKe1io/UEqaKo-qJpI/AAAAAAAAB6I/UFhnVXe_P4g/s400/mulher_discreta.jpg

Vicente - Filho de fazendeiro rico, com condições de mandar os filhos para a


http://images.forwallpaper.com/files/images/f/fe1b/fe1be0d6/258201/cowboy-at-rodeo.jpg

escola, Vicente, desde menino, quis ser vaqueiro. No início, isso causava
tristeza e desgosto à família, principalmente à mãe, Dona Idalina. Com o
tempo, todos passaram a admirar o rapaz. Vicente é o vaqueiro não-tradicional
da região. Cuida do gado com um desvelo incomum, mas cuida do que é seu,
ao contrário dos outros (Chico Bento é o exemplo) que cuidam de gado alheio.
Tem boas condições financeiras, mas é humano em relação à família e aos
empregados. Vicente tinha dentes brancos com um ponto de ouro. Na
intimidade, quando se põe a pensar na vida e na felicidade, associa tais coisas à
Conceição. Tem uma admiração superior por ela. Gradualmente, à medida que
vai notando a maneira fria com que ela passa a tratá-lo, Vicente começa a
descrer no amor e na possibilidade de casar e ser feliz.
Chico Bento - Chico Bento é o protótipo do
vaqueiro pobre, cuidando do rebanho dos
outros. Ele é o vaqueiro de Dona Maroca, da
fazenda das Aroeiras, na região de Quixadá. Ele
e Vicente são compadres e vizinhos. Como é
peculiar da pobreza brasileira e nordestina,
Chico Bento tem a mulher (Cordulina) e cinco
filhos, todos ainda pequenos. Pedro, o mais
velho, tem doze anos. Expulso pela seca e pela
dona da fazenda, Chico Bento e família
empreendem uma caminhada desastrosa em
direção a Fortaleza. Perde dois filhos no
caminho: um morre envenenado (Josias), o
outro desaparece (Pedro). Antes de embarcar
para São Paulo, é obrigado a dar o mais novo
(Duquinha) para a madrinha, Conceição. De
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Fortaleza, Chico Bento e parte da família vão, de


navio, para São Paulo. É o exílio forçado, é a
esperança de vida melhor e, quem sabe, de
riqueza para quem só conheceu miséria no
Ceará.

Cordulina - É a esposa de Chico Bento.


Personifica a mulher submissa, analfabeta,

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sofredora, com o destino atrelado ao destino
do marido. É o exemplo da miséria como
conseqüência da falta de instrução
Ao decidir escrever Memorial de Maria Moura,
- imenso painel sem retoque de relações
sociais, culturais, morais e afetivas entre
personagens sabia e comovidamente
delineadas, Rachel de Queiroz adotou um
estilo narrativo em que muitas sequências se
encontram montadas maneira de uma
telenovela. Tanto desta forma que a obra foi
adaptada para a televisão (minissérie).
O romance é uma das narrativas mais
marcantes da escritora, também cronista do
Estado, e a trama situa-se em meados de 1850,
no sertão. Misturam-se na narrativa todas as
forças e fraquezas; todas as virtudes e defeitos
da condição humana, desde o amor ao ódio,
desde o crime ao remorso.
Na obra são retomados alguns dos temas
básicos de Rachel de Queiroz: o Nordeste
problemático, a preocupação social, a força da
autora como criadora de figuras femininas
singulares.
Memorial de Maria Moura, publicado em
1992, escrito em primeira pessoa. O leitor se
delicia com o discurso polifônico (várias vozes)
e a mudança constante de ponto de vista: ora
fala a personagem Marialva, ora o Beato
Romano, e, no mais das vezes, a própria Moura
conversa com o leitor. É quase possível vê-la,
sentada no batente da fazenda, dentro de suas http://1.bp.blogspot.com/_AW99Q2itN10/S-zVXx8bzdI/AAAAAAAABWE/GwOK2v4G0h0/s1600/gloria-pires-7raz%C3%A3o.jpg

calas de homem, contando os "causos" de sua


vida.
Inicialmente, o romance tem três núcleos de
ação: o de Maria Moura, dos primos inimigos
dela e o do Padre José Maria (Beato Romo).
Posteriormente surge o sub-núcleo Marialva e
Valentim (com seus parentes mãe, pai e tio, no
"circo"). Os últimos capítulos são narrados por
Moura e pelo Beato que se joga numa
aventura suicida com ela.
Enredo
Maria Moura, ainda jovem, meteu-se em brigas com seus primos, por uma questão de
herança de terra. A personagem mostra-se arisca desde os primeiros momentos em que
aparece, no Brasil rural do século XIX que decorrem as empolgantes peripécias da vida
dessa personagem, uma espécie de "José do Telhado" no feminino.
Tinha ela apenas 17 anos de idade quando conheceu uma série de acontecimentos
altamente dramáticos: encontrou a mãe morta, foi violada pelo padrasto e viu as suas
terras cobiadas por primos sem escrúpulos. Enfrenta a ganância dos primos Irineu, Tonho e
sua mulher Firma, já que a prima Marialva está mais interessada em fugir com um artista
de circo de olhos verdes iguais aos dela.
Cercada pelos parentes, que pretendiam
sequestrá-la e tomar suas posses, a moça
incendeia sua casa no sítio Limoeiro, que
ficava próximo da Vila Vargem da Cruz. Foge
com um bando de homens, que lembram
em tudo cangaceiros
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Uma mulher vulgar sucumbiria a tantas
adversidades, mas Maria Moura possua outra
têmpera: ”Minha primeira ação tinha de ser a
resistência [...] Vou procurar as terras da Serra
dos Padres - e lá pode ser para mim outro
começo de vida. Mas garantida com os meus
cabras. Pra ninguém mais querer botar o pé no
meu pescoço.”
A partir desses acontecimentos, ela se
embrenha no mato, organiza roubo, constitui
morada, planta, manda assassinar o padrasto
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que a assediava desde os tempos que a mãe


dela era viva “(...) Sonho com aquela cara de
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enforcada, a face roxa, os olhos estatelados, a
ponta da língua saindo da boca, diz a
sinhazinha, assim chamam Maria, cuja
história se passa na época da escravidão no
Brasil). A seguir, Maria trama a morte do
assassino que ela mesma tinha seduzido para
matar o padrasto
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Sobre a criação desse livro, Rachel de Queiroz já contou:


”Eu estava fazendo um trabalho com minha irm Maria Luiza sobre
a seca do Nordeste. Fomos procurar livros antigos e descobrimos
que a primeira grande seca registrada oficialmente aconteceu em
Pernambuco em 1602. Nessa seca, uma mulher chamada Maria de
Oliveira tornou-se conhecida, porque, juntamente com os filhos e
uns cabras, saiu assaltando fazendas. Pois eu fiquei com essa
mulher na cabeça. Uma mulher que saía com os filhos e um bando
de homens assaltando fazendas era a Lampiona da época, pensei.
Ao mesmo tempo, eu sempre admirei muito a Rainha Elisabeth I da
Inglaterra, que morreu no início do século XVII. Li várias biografias
dela, a ponto de me sentir uma espécie de amiga íntima, dessas
que conhecem todos os pensamentos e sofrimentos. A certa altura,
pensei: Essas mulheres se parecem de algum modo. E comecei a
misturar as duas. Estava pronto o esqueleto do romance. A partir
da fui desenvolvendo os episódios (...)”
Obras de Rachel de Queiroz
• O Quinze (1931)
• João Miguel (1931
• Caminho de Pedra (1931)
• As três Maria (1939)
• Dora, Doralina (1975)
• Memórial de Maria Moura (1992)
Graciliano Ramos
É o principal dos romancistas da geração
de 1930, além de ter se dedicado à
literatura, o escritor também exerceu
atividades ligadas ao jornalismo, à vida
pública e à política. Foi preso sob
acusação de subversão e depois de passar
por várias prisões, foi levado para a ilha
Grande, no estado do Rio de Janeiro, onde
permaneceu dez meses encarcerado.
Dessa experiência, nasceria Memórias do
Cárcere, obra que ultrapassava os limites
do pessoal para se tornar um importante
depoimento da realidade brasileira da
época e uma denúncia do atraso cultural e
do autoritarismo da era Vargas.
Obras de Graciliano Ramos
• Caetés (1933)
• São Bernardo (1934)
• Angústia (1936)
• Vidas Secas (1938)

• Além de Romancista ele também


escreveu ainda Contos, Crônicas e
impressões de viagens
São Bernardo
Paulo Honório: personagem central e narrador do livro. Homem rude e
violento, dá sua vida ao trabalho. Para conseguir o que quer, não mede
esforços e nem meios, vindo a praticar diversos atos antiéticos.
Negra Margarida: doceira que cuidou de Paulo Honório durante a
infância.
Salustiano Padilha: ex-dono da fazenda São Bernardo e pai de Luís.
Luís Padilha: após a morte do pai herdou a fazenda, mas se entregou à
bebida, jogos e às mulheres. Vítima dos planos de Paulo Honório, vê-se
endividado e é obrigado a vender a fazenda.
Madalena: professora primária que fora criada pela tia. Casa-se com
Paulo Honório. Instruída e educada, tem opinião própria e forte, o que
desagrada a seu marido.
Dona Glória: tia de Madalena.
Seu Ribeiro: senhor que trabalha na fazenda. Fica próximo de Madalena.
Joaquim Sapateiro: ensina Paulo Honório a ler na prisão.
Azevedo Gondim: jornalista amigo de Paulo Honório. Havia sido
encarregado de escrever as histórias do narrador, mas por utilizar uma
linguagem mais erudita, desentende-se com Paulo Honório.
Casimiro Lopes: amigo antigo de Paulo Honório, executa as ordens dele
sem pestanejar.
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Mendonça: dono da fazenda Bom-Sucesso, é assassinado para que Paulo


Honório possa aumentar as áreas de sua fazenda.
Dr. Magalhães: juiz amigo de Paulo Honório.
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/sao-bernardo-resumo-obra-graciliano-ramos-702009.shtml

Criado por uma negra doceira, Paulo Honório foi


um menino órfão que guiava um cego e vendia
cocadas durante a infância para conseguir algum
dinheiro. Depois começou a trabalhar na duro na
roça até os dezoito anos. Nessa época ele
esfaqueia João Fagundes, um homem que se
envolve com a mulher com quem Paulo Honório
teve sua primeira relação sexual. Então é preso e
durante esse período aprende a ler com o
sapateiro Joaquim. A partir de então ele passa
somente a pensar em juntar dinheiro.
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Saindo da prisão, Paulo Honório pega emprestado com o agiota Pereira uma quantia em
dinheiro e começa a negociar gado e todo tipo de coisas pelo sertão. Assim, ele enfrente toda
sorte de injustiças, fome e sede, passando por tudo isso com muita frieza e utilizando de
meios antiéticos, como ameaças de morte e roubo. Após conseguir juntar algumas
economias, retorna a sua terra natal, Viçosa, com o desejo de adquirir a fazenda São
Bernardo, onde tinha trabalhado.
Angústia
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2494/1/ANGUSTIA---Graciliano-Ramos-Resumo/Paacutegina1.html

http://livroseresumos.com.br/wp-content/uploads/2014/02/Angustia-graciliano-ramos.jpg

• Romance de confissão – livro escuro e sombrio


• Economia vocabular – a palavra que corta como faca
• Estudo completo da frustração
• Sem predomínio de regionalismo
• A paisagem interessa na medida que interage com psicológico

I- Personagens:
• Luís da Silva – homem tímido e solitário
• Marina – vizinha
• Julião Tavares – homem rico e ousado
• Seu Ramalho ( humilde ) e D. Adélia ( simples )
• Seu Ivo - presente
• Criada Vitória
• D. Mercedes – espanhola
• Camilo Pereira da Silva, Velho Trajano, Amaro Vaqueiro
Angústia é um relato aflito das frustrações de Luís da Silva, personagem central. Este é um
funcionário público que trabalha na diretoria da fazenda escrevendo artigos por encomenda.
Jornalista e com pretensões literária.
Faz constantes alusões a sua infância - relata várias histórias desse tempo por todo o decorrer
do livro. Seu avô, o velho Trajano, chegou a ter poder e escravos. Seu pai, Camilo Pereira da
Silva, pegou os negócios na fazenda quando iam mal. Aos catorze anos perde o pai. "Desejava
em vão sentir a morte de meu pai. Tudo aquilo era desagradável. [...] Que iria fazer por aí à toa,
miúdo, tão miúdo que ninguém me via?". Vai para a cidade, onde passou fome até se
estabelecer com emprego.
http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2010/06/escritor-homem-escrevendo-oliver-ray.jpg?w=360&h=450

Sempre foi muito isolado. "Eu ia jogar pião, sozinho, ou


empinar papagaio. Sempre brinquei só." Passa horas no
café, conversando com Moisés, judeu com ideias
comunistas, mas não presta atenção. Pensa nas suas
dívidas e prestações. Vive agitado, antigas imagens o
perseguem, não consegue trabalhar, em tudo vê Julião
Tavares e Marina. Esse é seu estado atual.
Por volta de um ano, quando os negócios iam tranqüilos
e equilibrados, avista pela primeira vez uma nova
vizinha: Marina. Moça nova e bonita. Fica a observá-la
até travar uma amizade que evolui para namoro. Se
encontravam no quintal da casa.
Marina gostava de luxo, admirava D. Mercedes:
"uma espanhola madura da vizinhança, amigada
em segredo com uma personagem oficial que
lhe entra em casa alta noite." D. Adélia, mãe de
Marina, pede a Luís que arranjasse um emprego
para a filha. Marina não se interessa por tal. Lia
romances fúteis e falava frivolidades. Luís da
Silva gasta muito dinheiro com os arranjos para o
casamento.
Compra roupas que Marina recebe com desdém. Comprou um anel que ela nem chegou a
usar. Até que "ao chegar à Rua do Macena recebi um choque tremendo. Foi a decepção maior
que já experimentei. À janela da minha casa, caído para fora, vermelho, papudo, Julião Tavares
pregava os olhos em Marina, que, da casa vizinha, se derretia para ele, tão embebida que não
percebeu a minha chegada."
Ele espreitava os dois e começava a ter
alucinações e devaneios. Apesar de tudo, Luís
da Silva ainda nutria esperança que Marina
fosse sua: "Se Marina voltasse... Porque não?
Se voltasse esquecida inteiramente de Julião
Tavares, seríamos felizes."

http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/323838?tp=KM&w=298
O romance prossegue em um ritmo rápido,
com a raiva que Luís da Silva tinha por Julião
Tavares crescendo exponencialmente. Ele
descobre que Julião Tavares tinha feito nova

http://www.usabilidoido.com.br/imagens/seguindo_caminho_chao.jpg
conquista e o segue até Bebedouro, local da
casa desta nova "vítima".

Quando Tavares voltava para casa, após várias considerações e pensamentos difusos, Luís da
Silva acaba estrangulando-o com uma corda. Atordoado e com medo, Luís da Silva volta para
casa e é tomado por uma forte febre que produz alucinações, imagens e lembranças que o
perturbam.
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A narrativa do livro tem início quando ele


desperta do torpor. Ele agora é um homem
destruído e sujo. Angústia é um livro forte, e
com uma narrativa psicológica densa
Vidas Secas http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vidas-secas-resumo-obra-graciliano-ramos-702011.shtml

Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de
retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos
castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como
regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.

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O estilo seco de Graciliano


Ramos, que se expressa
principalmente por meio do
uso econômico dos adjetivos,
parece transmitir a aridez do
ambiente e seus efeitos sobre
as pessoas que ali estão.
Personagens
Baleia: cadela que é tratada como Filhos: o mais novo admira a figura do pai
membro da família. Pensa, sonha e age vaqueiro, integrado à terra em que vivem. Já o
como se fosse gente. mais velho não tem interesse nessa vida
Sinhá Vitória: mulher de Fabiano. Mãe sofrida do sertão e quer descobrir o sentido
de 2 filhos, é batalhadora e das palavras, recorrendo mais à mãe.
inconformada com a miséria em que Patrão: fazendeiro desonesto que explorava
vivem. É esperta e sabe fazer conta, seus empregados, contrata Fabiano para
sempre prevenindo o marido sobre trabalhar.
trapaceiros.
Fabiano: vaqueiro rude e sem
instrução, não tem a capacidade de se
comunicar bem e lamenta viver como
um bicho, sem ter frequentado a
escola. Ora reconhece-se como um
http://turmad2012.files.wordpress.com/2012/07/personagens-vidas-secas1.png

homem e sente orgulho de viver


perante às adversidades do nordeste,
ora se reconhece como um animal.
Sempre a procura de emprego, bebe
muito e perde dinheiro no jogo.
O livro possui 13 capítulos que, por não terem uma linearidade temporal, podem ser lidos
em qualquer ordem. Porém, o primeiro, "Mudança", e o último, "Fuga", devem ser lidos
nessa sequência, pois apresentam uma ligação que fecha um ciclo. "Mudança" narra as
agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto que
em "Fuga" os retirantes partem da fazenda para uma nova busca por condições mais
favoráveis de vida. Assim, pode-se dizer que a miséria em que as personagens vivem em
Vidas Secas representa um ciclo. Quando menos se espera, a situação se agrada e a família é
obrigada a se mudar novamente.
http://4.bp.blogspot.com/-GD1TkjlPG2I/Tv2ov5B0fxI/AAAAAAAABMA/dARI9TZMMps/s1600/BaleiadeVidasSecas.jpg

http://www.mensagenscomamor.com/images/jpgs/img/f/frases_de_vidas_secas02.jpg
ESTUDO DA LINGUAGEM
Tipo de discurso: indireto livre
Foco narrativo: terceira pessoa
Adjetivos, figuras de linguagem:
Metáfora: " - você é um bicho, Fabiano".

http://randomnana.files.wordpress.com/2014/02/romance_b.jpg
Prosopopéia: compara Baleia como gente

ANÁLISE DAS IDÉIAS


Comentário Crítico:
Esse livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da
época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje
tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca,

http://lounge.obviousmag.org/dossier/vidas_secas_graciliano_ramos.jpg
o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob
condições sub-humanas de sobrevivência.

http://anovademocracia.com.br/46/22b.jpg
José Lins do Rego
Nasceu no município de Pilar Paraíba.
Encontra a maior expressão literária na prosa
com a decadência da estrutura social e
econômica dos latifúndios e engenhos.
Com as recordações dos tempos de menino e
adolescente, o escritor conciliou ficção com
as recordações, a captar a vida nordestina
quando havia transformações. Ele não tem a
capacidade de análise e de critica, mas
transpõe o imaginário do povo nordestino.
Sua força artística estaria na “sinceridade” da
transposição de fatos históricos para
ficcionais. Teria para outros mais “memória”
que “invenção”. Entretanto a transposição de
um fato real para o plano artístico não ocorre
sem deformação. Quanto mais artística for a
autobiografia mais ela se afastara dos fatos
Obras de José Lins do Rego
Pode ser dividido em ciclos:
• O ciclo da cana-de-açúcar
• Ciclo do cangaço, misticismo e seca
• Obras independentes
• Outras obras
Os ciclos em torno do engenho
1º Ciclo: Cana-de-açúcar
Retrata a temática de
decadência do ciclo da cana-de-
açúcar.Também pode existir
romances de realismo social,
diferenciando-se das narrativas
anteriores.

Principais Obras: Menino de


Engenho, Doidinho, Banguê, O
moleque Ricardo, Usina e Fogo
Morto.
Menino de Engenho
Análise da obra................................................

Narrado em 1ª pessoa por Carlos Melo (personagem), que aponta suas tensões sociais
envolvidas em um ambiente de tristeza e decadência, é o primeiro livro do ciclo da cana-de-
açúcar. Publicado em 1932, Menino do Engenho é a estréia em romance de José Lins do Rego
e já traz os valores que o consagraram na Literatura Brasileira.

http://2.bp.blogspot.com/_IV1YxFDSGZ0/SqrXT9KKhFI/AAAAAAAAAI8/ghcHoLucc04/s320/1.jpg

Durante a década de 30 do século XX, virou


moda uma produção que se preocupava em
apresentar a realidade nordestina e os seus
problemas, numa linguagem nova, introduzida
pelos participantes da Semana de Arte
Moderna de 22. José Lins do Rego seria o
melhor representante dessa vertente, se certas
qualidades suas não atenuassem fortemente o
tom crítico esperado na época.
Personagens

Carlinhos - É o narrador do romance. Órfão aos


quatro anos, tornou-se um menino melancólico,
solitário e bastante introspectivo. De sexualidade http://4.bp.blogspot.com/_Y_wLuUnkHlQ/TNGZ907oFhI/AAAAAAAAANQ/NLYdRr7vVYs/s1600/Andr%C3%A9_Menino+do+Engenho.jpg

exacerbada, mantém, aos doze anos, a sua primeira


relação sexual, contraindo “doença-do-mundo” - a
popular gonorréia......................................................
Coronel Zé Paulino - É o todo-poderoso senhor de
engenho - o patriarca absoluto da região. Era uma
espécie de prefeito - administrava pessoalmente,
dando ordens e fazendo a justiça que ditava a sua
consciência de homem bom e generoso.
Tia Maria - Irmã da mãe de Carlinhos (Clarisse),
torna-se para este a sua segunda mãe. Querida e
estimada por todos pela sua bondade e simpatia,
era chamada carinhosamente de Maria Menina.
Personagens
Velha Totonha - É uma figura admirável e fabulosa. Representa bem o folclore ambulante dos
contadores de histórias.
Antônio Silvino - Representa bem o cangaceiro sempre temido e respeitado pelo povo, em
virtude de seu senso de justiça, tirando dos ricos e protegendo os fracos. Compõe bem a
paisagem nordestina.
Tio Juca - Não chega a representar um papel de destaque no romance. Por ser filho do senhor
de engenho, fazia e desfazia (sobretudo sexo com as mulatas), mas não era punido. De certa
forma, representa o papel de pai de Carlinhos.
Lula de Holanda - Embora ocupe pouco espaço, o Coronel Lula é uma personagem relevante,
pois representa o senhor de engenho decadente que teima em manter a fachada
aristocrática.
Sinhazinha - Embora não fosse a dona da casa (era cunhada do Coronel), mandava e
desmandava no governo da casa-grande. Era odiada por todos por seu rigor e carranquice, e
pode ser identificada com as madrastas ruins dos contos populares.
Negras - Restos do tempo de escravidão, destacam-se
a negra Generosa, dona da cozinha, a vovó Galdina,
que vivia entrevada numa cama.
2º Ciclo: Cangaço, Misticismo e Seca
Seu significado sociológico está na história do cangaço no
nordeste brasileiro, intimamente ligada à história do
patriarcalismo. Nesse ciclo, José Lins se aproxima dos
escritores do grupo nordestino

Obras: Pedra Bonita e Cangaceiros

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3º Ciclo: Obras independentes
Apresentam temas diferentes e diversificados, com
lutas proletárias, lirismo erótico e memorialismo.
Obras: O moleque Ricardo, Pureza, Água Mãe, Riacho Doce,
Eurídice e Meus verdes anos.

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Jorge Amado
Nasceu em Pirangir, na Bahia, mudou-se
para o Rio de Janeiro e ficou conhecido com
o romance o País do Carnaval. Foi preso em
1936 e libertado em 1937. Morou em
Buenos Aires e publicou a Biografia de
Prestes. Foi eleito deputado federal, em
1945 no Brasil e se tornaria mundialmente
conhecido, quando residiu na França, na
União Soviética e na Democracia Popular.
Seus livros estão traduzidos para mais de
trinta línguas. As obras eram regionalistas e
de denúncia social. Passou por varias fases e
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voltou-se para as crônicas.
Obras de Jorge Amado
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo
O País do Carnaval, romance (1930)
curso, romance (1961)
Cacau, romance (1933)
Os pastores da noite, romance (1964)
Suor, romance (1934)
O Compadre de Ogum, romance (1964)
Jubiabá, romance (1935)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance
Mar morto, romance (1936)
(1966)
Capitães da areia, romance (1937)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Terras do Sem-Fim, romance (1943) Teresa Batista cansada de guerra, romance
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944) (1972)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945), O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta
(Tradução francesa: "Bahia de tous les saints"), infanto-juvenil (1976)
Gallimard, Paris, 1979 Tieta do Agreste, romance (1977)
Seara vermelha, romance (1946) Tocaia grande, romance (1984)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água,
romance (1961)
Destaques - O país do Carnaval
Primeiro romance de Jorge Amado, O país do Carnaval faz
um retrato crítico e investigativo da imagem festiva e
contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo
Rigger, um brasileiro que não se identifica com o país.
Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil
depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno
marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo
de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir
questões sobre amor, política, religião e filosofia. Dúvidas
sobre os rumos do país ocupam o grupo.
O protagonista mantém uma relação de estranhamento
com o Brasil do Carnaval, acredita que a festa popular
mantém o povo alienado. Os exageros e a informalidade
brasileira são motivo de espanto, apesar de a proximidade
com o povo durante as festas nas ruas fazer com que ele se
sinta verdadeiramente brasileiro. Aturdido pelas
contradições, Rigger decide voltar para a Europa.
Mestiçagem e racismo, cultura popular e atuação política
são alguns dos temas de Jorge Amado que aparecem aqui em
estado embrionário. Brutalidade e celebração revelam-se,
neste romance de juventude, linhas de força cruciais de uma
literatura que se empenhou em caracterizar e decifrar o
enigma brasileiro.
Destaques - Cacau http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/b049f571bb7165ea6fb5d377e5dfdfd2924.jpg

Cacau é a narrativa das aventuras de José


Cordeiro - o Sergipano -, trabalhador numa
fazenda, onde divide um casebre com alguns
companheiros de labuta e sofrimento. É um
homem que recusa a oportunidade de se casar
com a filha do patrão, para levar adiante, "de
coração limpo e feliz", o seu sonho
revolucionário.
Destaques - Capitães da Areia
Nesta história crua e comovente, Jorge Amado narra a vida de um grupo de meninos pobres
que moram num trapiche abandonado em Salvador. Os Capitães da Areia têm entre nove e
dezesseis anos e vivem de golpes e pequenos furtos, aterrorizando a capital baiana.
Do valente líder Pedro Bala, com seu rosto atravessado por uma cicatriz de navalha, ao
carola Pirulito, que reza todas as noites para purgar seus pecados; do sensato Professor, o
único inteiramente letrado do grupo, ao sedutor Gato, aprendiz de cafetão, cada um desses
meninos tem sua personalidade própria, sua concepção de mundo, seus sonhos modestos.

A má fama do grupo, no entanto,


se espalha pela cidade. Contra
eles se levantam os jornais, a
polícia, o juizado de menores e as
“famílias distintas”. Mas há
também quem os ajude: o padre
José Pedro, a mãe de santo
Don’Aninha, o estivador João de
Adão e o capoeirista Querido-de-
Deus.
Os meninos crescem e encontram caminhos variados: marinheiro, artista, frade, gigolô,
cangaceiro.
O líder Pedro Bala decide lutar e assumir a tarefa de mudar o destino dos mais pobres.
Influenciada pela militância comunista do autor na época em que foi escrita, a narrativa
de Capitães da Areia transcende a orientação política mais imediata. Divididas entre a
inocência da infância e a crueza do universo adulto, as crianças têm de lidar com um
cotidiano ao mesmo tempo livre e vulnerável, revelando um desamparo e uma fragilidade
que, em muitos aspectos, permanecem atuais.
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Destaques - Gabriela Cravo e Canela
Gabriela Cravo e Canela é um dos romances mais
célebres de Jorge Amado e representa um momento
de mudança na produção literária do autor. Se numa
primeira fase o romancista abordou temas em que a
preocupação social sobressaía, posteriormente sua
obra caracteriza-se por uma crônica de costumes,
deliciosamente marcada por tipos populares,
poderosos coronéis e mulheres sensuais. Dona Flor e
Tereza Batista, personagens, respectivamente, dos
romances Dona Flor e seus dois maridos e Tereza
Batista cansada de guerra são figuras típicas dessa
fase.

Se desde o primeiro momento a prosa de Jorge


Amado é recheada de tipos característicos que
representam a gente da sua terra, a partir de
Gabriela o autor reforça ainda mais uma perspectiva
popular e não tem medo de abusar da linguagem
simples e do tom coloquial na construção de sua
narrativa, fato que lhe proporciona cair nas graças do
grande público.
Destaques - Dona Flor e Seus Dois Maridos
Num domingo de Carnaval, Vadinho parou de sambar e caiu duro. Uma vida de boemia
chegava ao fim: cachaça, jogatina e noites de esbórnia arruinaram o jovem malandro. Dona
Flor acorreu em prantos ao corpo do marido, fantasiado de baiana. Em sete anos de
casamento, sofrera com as safadezas de Vadinho, mas o amava.
Viúva, Florípedes Guimarães concentra-se nas aulas de cozinha na escola Sabor e Arte. Um
ano depois da morte de Vadinho, porém, o desejo do corpo lhe incendeia o recato da alma.

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Destaques -Tieta do Agreste
Antonieta pastoreia cabras em Mangue Seco e entrega-se
a diversos amantes nas dunas da região. A carola Perpétua
denuncia ao pai, Zé Esteves, as aventuras da irmã, e a
liberdade da moça escandaliza a pequena Sant’Ana do
Agreste. Depois de levar uma surra de cajado, Tieta é
escorraçada de casa pelo pai.
Depois de perambular por localidades próximas,
prostituindo-se para sobreviver, Tieta segue para São
Paulo, onde se torna cafetina. Envia dinheiro à família,
mas ninguém conhece seu paradeiro. Quando a
correspondência é interrompida, Perpétua conclui que a
irmã está morta. Mas após mais de 25 anos da partida
Tieta regressa.
A volta da filha pródiga revoluciona a pequena cidade
baiana. Graças à influência dela, a luz gerada pela
hidrelétrica de Paulo Afonso chega a Sant’Ana do Agreste,
o que leva uma indústria altamente poluidora a querer se
instalar ali, ameaçando o destino ecológico do lugar. Além
disso, Tieta volta a povoar as fantasias dos homens e vive
uma relação incestuosa com seu sobrinho, o seminarista
Ricardo.
Nesse extenso panorama de costumes e de aceleradas transformações, muitas histórias,
vividas por numerosos personagens, somam-se à trama central. A narrativa inclui
intervenções do autor, diálogos apimentados que registram a fala da região e descrições de
hábitos e histórias tradicionais.
Relações de poder e corrupção, religiosidade, liberação sexual, moda e consumo, conflito
entre progresso e preservação ambiental são assuntos que, incorporados ao enredo do livro,
ganham tratamento crítico bem-humorado.
Essa combinação faz de Tieta uma narrativa experimental e inovadora.

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Érico Veríssimo
Iniciou sua carreira no jornalismo
em 1930 e tornou-se professor de
literatura nos Estados Unidos. Sua
estréia na literatura ocorre com
Fantoches.
O marco inicial de sua
popularidade,entretanto, foi a
publicação do romance Clarissa,
embora sua obra costumasse ser
dividida em três fases. A primeira
fase do escritor corresponde à
publicação de Clarissa (1933), a
segunda fase corresponde a “O
tempo e o vento”, obra que trata
sobre a formação do Rio Grande do
Sul. A terceira fase foi
representada por “O prisioneiro”, O
senhor embaixador e Incidente em
antares.

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Obras de Érico Veríssimo
• Clarissa
• O tempo e o vento
• Solo de clarineta
• Fantoches
• Entre outras
Acredita-se que a cidade para qual Clarissa se muda é
Clarissa Porto Alegre devido a algumas descrições, no livro o autor
não especifica a localidade. Na pequena pensão ela
conhece a infiel Ondina e seu marido Barata; Tonico um
menino com deficiência física e sua mãe Dona Tatá;
Levinsky, um judeu comunista e; o músico Amaro que é
apaixonado por Clarissa.
Amaro é um personagem que chama atenção, ele é um
bancário que sonha em ser pianista e está sempre
compondo. Ele possui uma paixão secreta e platônica por
Clarissa. A personagem principal se torna amiga de
Tonico, um menino deficiente que tem apenas a mãe,
uma pessoa simples que precisa trabalhar de costureira
para sustentar o filho. Clarissa chega a ter contato com o
Dr. Maia que mora na casa rica ao lado da pensão.
Quando o menino Tonico morre, ela passa a fantasiar um
romance com ele.
Não há grandes reviravoltas ou emblemas dramáticos
nesta obra. A menina relata com naturalidade e certa
inocência o que acontece a sua volta, a única grande
revelação da obra é quando ela descobre que dona
Ondina é casada com um caixeiro viajante, Barata, e
possui um caso com Nestor, um solteirão de boa vida. A
maneira como Veríssimo narra a história prende o leitor,
http://www.tudosobrefloripa.com.br/images/noticias/52395/clarissa1__grande.jpg
assim como a riqueza de detalhes, é possível ter uma ideia
de como eram as coisas no Brasil durante esse período.
O tempo e o vento
Composta de três romances – "O
Continente", "O Retrato" e "O
Arquipélago" –, a obra traz
acontecimentos e histórias de
dimensões épicas, que narram 200
anos do processo de formação do
estado do Rio Grande do Sul.
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http://luciointhesky.files.wordpress.com/2013/10/verc3adssimo-2.jpg
O tempo e o vento
http://www.alphafm.com.br/v2/wp-content/uploads/2013/09/interna8.jpg

Livro 1: O Continente
Publicados originalmente em 1949, a saga de "O
Tempo e o Vento" começa com os dois volumes
de "O Continente". Esta primeira parte da
trilogia narra o nascimento do Estado do Rio
Grande do Sul através das famílias Terra, Caré,
Cambará e Amaral.
Livro 2: O Retrato
Rodrigo Terra Cambará decide voltar a sua terra-natal, Santa Fé, após ter ido estudar
medicina em Porto Alegre. Nesse segundo romance da trilogia acompanha-se a decadência
social de Santa Fé na passagem para o século 20 causada por interesses e jogos políticos.

Livro 3: O Arquipélago
O terceiro e último romance da trilogia "O tempo e o vento" narra a volta de Rodrigo
Cambará à Santa Fé depois de passar muitos anos no Rio de Janeiro ao lado do então
presidente Getúlio Vargas, seu amigo e aliado. Assim, o poder da família Terra Cambará, que
era somente local, adquire em "O Arquipélago" um âmbito nacional. Após o fim do Estado
Novo, Rodrigo está derrotado politicamente e doente. Rodrigo se vê na luta de não morrer na
cama, uma vez que “Cambará macho não morre na cama”.
Dionélio Machado
(1895-1985), formou-se em medicina,
especializando-se em psiquiatria. Foi também
jornalista e chegou a se eleger deputado. Situou-
se entre grandes autores intimistas e urbanos na
geração de 30 que trabalharam na linha de
exploração psicológica. Ao lado de Graciliano
Ramos fez uma principal obra chamada Os ratos.
Além de sua obra, escreveu grandes romances,
contos e ensaios.

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Publicado em 1935, Os Ratos, do escritor
gaúcho Dyonélio Machado, tornou-se uma das
obras mais influentes da 2 geração do
Modernismo, além de ter sido homenageada
com o prêmio Machado de Assis.
Sua narrativa apresentada numa linguagem
simples, direta, rápida, com um tal domínio da
expectativa do leitor que lembra o trabalho de
Camilo Castelo Branco em Amor de Perdição. A
preocupação com a boa linguagem não afasta
o escritor da realidade urbana.
Assim, os diálogos entre as personagens
retratam a língua coloquial, sem preocupação
de formalidade.
Cada um dos 28 capítulos tem sua própria
célula de suspense, que é resolvida no máximo
no seguinte, em que obrigatoriamente surgir
outra.

http://www.revistabrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2013/08/IMG_0069.jpg

http://www.passeiweb.com/estudos/livros/os_ratos
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Obras de Dionélio
Machado
• Os ratos (1935)
• O louco do cati (1942)
• Desolação (1944)
• Deuses econômicos (1966)
Ufa!! Terminamos!

Vamos aos exercícios agora?

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