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Prosa
Profª. Nathaly Caldas
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Rica na produção poética e também na prosa. A prosa aumenta sua área de interesse
O universo temático amplia-se com a ao incluir preocupações de ordem
preocupação dos artistas com o destino do política, social, econômica, humana e
Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da espiritual. A piada foi sucedida pela
sua antecessora, foi construtiva. gravidade de espírito, a seriedade da
alma, propósitos e meios.
A maioria dos poetas de 30 absorveram
experiências de 22, como a liberdade temática,
o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o
verso livre e o antiacademicismo. Assim não Essa geração foi grave, assumindo uma
precisou ser tão combativa quanto a de 22, postura séria em relação ao mundo,
devido a utilização de uma linguagem poética cujas dores, considerava-se responsável.
modernista já estruturada. Passaram a Outra característica dessa época é o
aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de encontro do autor com seu povo,
purificação de meios e formas direcionando e havendo uma busca do homem
ampliando a temática da inquietação filosófica brasileiro em diversas regiões, tornando
e religiosa. o regionalismo importante.
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Principais Autores – Prosa
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Em março de 1931, recebe no Rio de Casa-se com o poeta bissexto José Auto da Cruz
Janeiro o prêmio de romance da Oliveira, em 1932. É fichada como "agitadora
Fundação Graça Aranha, mantida pelo comunista" pela polícia política de Pernambuco.
escritor, em companhia de Murilo Seu segundo romance, "João Miguel", estava
Mendes (poesia) e Cícero Dias pronto para ser levado ao editor quando a
(pintura). Conhece integrantes do Partido autora é informada de que deveria submetê-lo
Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a a um comitê antes de publicá-lo. Semanas
fundar o PC cearense. depois, em uma reunião no cais do porto do Rio
de Janeiro, é informada de que seu livro não
fora aprovado pelo PC, porque nele um operário
mata outro. Fingindo concordar, Rachel pega os
originais de volta e, depois de dizer que não via
no partido autoridade para censurar sua obra,
foge do local "em desabalada carreira",
rompendo com o Partido Comunista.
O QUINZE
(...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-
branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas
de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e
gemendo (...)
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O Quinze é o primeiro e mais
popular romance de Rachel de Queiroz,
publicado em 1930.
O título se refere a grande seca de 1915,
vivida pela escritora em sua infância.
A trama se dá em dois planos, um enfocando o
vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a
relação afetiva de Vicente, rude proprietário e
criador de gado, e Conceição, sua prima culta e
professora.
Conceição é apresentada como uma moça que
gosta de ler vários livros, inclusive de
tendências feministas e socialistas o que
estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante
das velhas tradições. O período de férias,
Conceição passava na fazenda da família, no
Logradouro, perto do Quixadá. Apesar de ter
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22 anos, não dizia pensar em casar, mas
sempre se "engraçava" a seu primo Vicente.
Ele era o proprietário que cuidava do gado, era
rude e até mesmo selvagem.
PERSONAGENS
Conceição - Conceição é forte de espírito, culta, humana e com idéias
um tanto avançadas sobre a condição feminina. O único homem que lhe
despertou desejos é o primo Vicente. Conceição tem uma admiração
antiga e especial pelo rapaz, talvez porque ele é real, sem as falsidades
comuns dos moços bem-educados. Ao descobrir que ele não é tão puro,
a admiração esfria, criando uma barreira intransponível para a
realização plena do seu amor. Tinha vocação para solteirona: "Conceição
tinha vinte e dois anos e não falava em casar. As suas poucas tentativas
de namoro tinham-se ido embora com os dezoito anos e o tempo de
normalista; dizia alegremente que nascera solteirona". Conceição sente-
se realizada ao criar Duquinha, o afilhado que lhe doaram Chico Bento e
Cordulina. É uma realização íntima, preenchendo o vazio da decepção
amorosa. http://4.bp.blogspot.com/-a6PB4rKe1io/UEqaKo-qJpI/AAAAAAAAB6I/UFhnVXe_P4g/s400/mulher_discreta.jpg
escola, Vicente, desde menino, quis ser vaqueiro. No início, isso causava
tristeza e desgosto à família, principalmente à mãe, Dona Idalina. Com o
tempo, todos passaram a admirar o rapaz. Vicente é o vaqueiro não-tradicional
da região. Cuida do gado com um desvelo incomum, mas cuida do que é seu,
ao contrário dos outros (Chico Bento é o exemplo) que cuidam de gado alheio.
Tem boas condições financeiras, mas é humano em relação à família e aos
empregados. Vicente tinha dentes brancos com um ponto de ouro. Na
intimidade, quando se põe a pensar na vida e na felicidade, associa tais coisas à
Conceição. Tem uma admiração superior por ela. Gradualmente, à medida que
vai notando a maneira fria com que ela passa a tratá-lo, Vicente começa a
descrer no amor e na possibilidade de casar e ser feliz.
Chico Bento - Chico Bento é o protótipo do
vaqueiro pobre, cuidando do rebanho dos
outros. Ele é o vaqueiro de Dona Maroca, da
fazenda das Aroeiras, na região de Quixadá. Ele
e Vicente são compadres e vizinhos. Como é
peculiar da pobreza brasileira e nordestina,
Chico Bento tem a mulher (Cordulina) e cinco
filhos, todos ainda pequenos. Pedro, o mais
velho, tem doze anos. Expulso pela seca e pela
dona da fazenda, Chico Bento e família
empreendem uma caminhada desastrosa em
direção a Fortaleza. Perde dois filhos no
caminho: um morre envenenado (Josias), o
outro desaparece (Pedro). Antes de embarcar
para São Paulo, é obrigado a dar o mais novo
(Duquinha) para a madrinha, Conceição. De
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sofredora, com o destino atrelado ao destino
do marido. É o exemplo da miséria como
conseqüência da falta de instrução
Ao decidir escrever Memorial de Maria Moura,
- imenso painel sem retoque de relações
sociais, culturais, morais e afetivas entre
personagens sabia e comovidamente
delineadas, Rachel de Queiroz adotou um
estilo narrativo em que muitas sequências se
encontram montadas maneira de uma
telenovela. Tanto desta forma que a obra foi
adaptada para a televisão (minissérie).
O romance é uma das narrativas mais
marcantes da escritora, também cronista do
Estado, e a trama situa-se em meados de 1850,
no sertão. Misturam-se na narrativa todas as
forças e fraquezas; todas as virtudes e defeitos
da condição humana, desde o amor ao ódio,
desde o crime ao remorso.
Na obra são retomados alguns dos temas
básicos de Rachel de Queiroz: o Nordeste
problemático, a preocupação social, a força da
autora como criadora de figuras femininas
singulares.
Memorial de Maria Moura, publicado em
1992, escrito em primeira pessoa. O leitor se
delicia com o discurso polifônico (várias vozes)
e a mudança constante de ponto de vista: ora
fala a personagem Marialva, ora o Beato
Romano, e, no mais das vezes, a própria Moura
conversa com o leitor. É quase possível vê-la,
sentada no batente da fazenda, dentro de suas http://1.bp.blogspot.com/_AW99Q2itN10/S-zVXx8bzdI/AAAAAAAABWE/GwOK2v4G0h0/s1600/gloria-pires-7raz%C3%A3o.jpg
Saindo da prisão, Paulo Honório pega emprestado com o agiota Pereira uma quantia em
dinheiro e começa a negociar gado e todo tipo de coisas pelo sertão. Assim, ele enfrente toda
sorte de injustiças, fome e sede, passando por tudo isso com muita frieza e utilizando de
meios antiéticos, como ameaças de morte e roubo. Após conseguir juntar algumas
economias, retorna a sua terra natal, Viçosa, com o desejo de adquirir a fazenda São
Bernardo, onde tinha trabalhado.
Angústia
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I- Personagens:
• Luís da Silva – homem tímido e solitário
• Marina – vizinha
• Julião Tavares – homem rico e ousado
• Seu Ramalho ( humilde ) e D. Adélia ( simples )
• Seu Ivo - presente
• Criada Vitória
• D. Mercedes – espanhola
• Camilo Pereira da Silva, Velho Trajano, Amaro Vaqueiro
Angústia é um relato aflito das frustrações de Luís da Silva, personagem central. Este é um
funcionário público que trabalha na diretoria da fazenda escrevendo artigos por encomenda.
Jornalista e com pretensões literária.
Faz constantes alusões a sua infância - relata várias histórias desse tempo por todo o decorrer
do livro. Seu avô, o velho Trajano, chegou a ter poder e escravos. Seu pai, Camilo Pereira da
Silva, pegou os negócios na fazenda quando iam mal. Aos catorze anos perde o pai. "Desejava
em vão sentir a morte de meu pai. Tudo aquilo era desagradável. [...] Que iria fazer por aí à toa,
miúdo, tão miúdo que ninguém me via?". Vai para a cidade, onde passou fome até se
estabelecer com emprego.
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http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/323838?tp=KM&w=298
O romance prossegue em um ritmo rápido,
com a raiva que Luís da Silva tinha por Julião
Tavares crescendo exponencialmente. Ele
descobre que Julião Tavares tinha feito nova
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conquista e o segue até Bebedouro, local da
casa desta nova "vítima".
Quando Tavares voltava para casa, após várias considerações e pensamentos difusos, Luís da
Silva acaba estrangulando-o com uma corda. Atordoado e com medo, Luís da Silva volta para
casa e é tomado por uma forte febre que produz alucinações, imagens e lembranças que o
perturbam.
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Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de
retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos
castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como
regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
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ESTUDO DA LINGUAGEM
Tipo de discurso: indireto livre
Foco narrativo: terceira pessoa
Adjetivos, figuras de linguagem:
Metáfora: " - você é um bicho, Fabiano".
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Prosopopéia: compara Baleia como gente
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o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob
condições sub-humanas de sobrevivência.
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José Lins do Rego
Nasceu no município de Pilar Paraíba.
Encontra a maior expressão literária na prosa
com a decadência da estrutura social e
econômica dos latifúndios e engenhos.
Com as recordações dos tempos de menino e
adolescente, o escritor conciliou ficção com
as recordações, a captar a vida nordestina
quando havia transformações. Ele não tem a
capacidade de análise e de critica, mas
transpõe o imaginário do povo nordestino.
Sua força artística estaria na “sinceridade” da
transposição de fatos históricos para
ficcionais. Teria para outros mais “memória”
que “invenção”. Entretanto a transposição de
um fato real para o plano artístico não ocorre
sem deformação. Quanto mais artística for a
autobiografia mais ela se afastara dos fatos
Obras de José Lins do Rego
Pode ser dividido em ciclos:
• O ciclo da cana-de-açúcar
• Ciclo do cangaço, misticismo e seca
• Obras independentes
• Outras obras
Os ciclos em torno do engenho
1º Ciclo: Cana-de-açúcar
Retrata a temática de
decadência do ciclo da cana-de-
açúcar.Também pode existir
romances de realismo social,
diferenciando-se das narrativas
anteriores.
Narrado em 1ª pessoa por Carlos Melo (personagem), que aponta suas tensões sociais
envolvidas em um ambiente de tristeza e decadência, é o primeiro livro do ciclo da cana-de-
açúcar. Publicado em 1932, Menino do Engenho é a estréia em romance de José Lins do Rego
e já traz os valores que o consagraram na Literatura Brasileira.
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3º Ciclo: Obras independentes
Apresentam temas diferentes e diversificados, com
lutas proletárias, lirismo erótico e memorialismo.
Obras: O moleque Ricardo, Pureza, Água Mãe, Riacho Doce,
Eurídice e Meus verdes anos.
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Jorge Amado
Nasceu em Pirangir, na Bahia, mudou-se
para o Rio de Janeiro e ficou conhecido com
o romance o País do Carnaval. Foi preso em
1936 e libertado em 1937. Morou em
Buenos Aires e publicou a Biografia de
Prestes. Foi eleito deputado federal, em
1945 no Brasil e se tornaria mundialmente
conhecido, quando residiu na França, na
União Soviética e na Democracia Popular.
Seus livros estão traduzidos para mais de
trinta línguas. As obras eram regionalistas e
de denúncia social. Passou por varias fases e
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voltou-se para as crônicas.
Obras de Jorge Amado
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo
O País do Carnaval, romance (1930)
curso, romance (1961)
Cacau, romance (1933)
Os pastores da noite, romance (1964)
Suor, romance (1934)
O Compadre de Ogum, romance (1964)
Jubiabá, romance (1935)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance
Mar morto, romance (1936)
(1966)
Capitães da areia, romance (1937)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Terras do Sem-Fim, romance (1943) Teresa Batista cansada de guerra, romance
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944) (1972)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945), O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta
(Tradução francesa: "Bahia de tous les saints"), infanto-juvenil (1976)
Gallimard, Paris, 1979 Tieta do Agreste, romance (1977)
Seara vermelha, romance (1946) Tocaia grande, romance (1984)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água,
romance (1961)
Destaques - O país do Carnaval
Primeiro romance de Jorge Amado, O país do Carnaval faz
um retrato crítico e investigativo da imagem festiva e
contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo
Rigger, um brasileiro que não se identifica com o país.
Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil
depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno
marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo
de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir
questões sobre amor, política, religião e filosofia. Dúvidas
sobre os rumos do país ocupam o grupo.
O protagonista mantém uma relação de estranhamento
com o Brasil do Carnaval, acredita que a festa popular
mantém o povo alienado. Os exageros e a informalidade
brasileira são motivo de espanto, apesar de a proximidade
com o povo durante as festas nas ruas fazer com que ele se
sinta verdadeiramente brasileiro. Aturdido pelas
contradições, Rigger decide voltar para a Europa.
Mestiçagem e racismo, cultura popular e atuação política
são alguns dos temas de Jorge Amado que aparecem aqui em
estado embrionário. Brutalidade e celebração revelam-se,
neste romance de juventude, linhas de força cruciais de uma
literatura que se empenhou em caracterizar e decifrar o
enigma brasileiro.
Destaques - Cacau http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/b049f571bb7165ea6fb5d377e5dfdfd2924.jpg
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Destaques - Gabriela Cravo e Canela
Gabriela Cravo e Canela é um dos romances mais
célebres de Jorge Amado e representa um momento
de mudança na produção literária do autor. Se numa
primeira fase o romancista abordou temas em que a
preocupação social sobressaía, posteriormente sua
obra caracteriza-se por uma crônica de costumes,
deliciosamente marcada por tipos populares,
poderosos coronéis e mulheres sensuais. Dona Flor e
Tereza Batista, personagens, respectivamente, dos
romances Dona Flor e seus dois maridos e Tereza
Batista cansada de guerra são figuras típicas dessa
fase.
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Destaques -Tieta do Agreste
Antonieta pastoreia cabras em Mangue Seco e entrega-se
a diversos amantes nas dunas da região. A carola Perpétua
denuncia ao pai, Zé Esteves, as aventuras da irmã, e a
liberdade da moça escandaliza a pequena Sant’Ana do
Agreste. Depois de levar uma surra de cajado, Tieta é
escorraçada de casa pelo pai.
Depois de perambular por localidades próximas,
prostituindo-se para sobreviver, Tieta segue para São
Paulo, onde se torna cafetina. Envia dinheiro à família,
mas ninguém conhece seu paradeiro. Quando a
correspondência é interrompida, Perpétua conclui que a
irmã está morta. Mas após mais de 25 anos da partida
Tieta regressa.
A volta da filha pródiga revoluciona a pequena cidade
baiana. Graças à influência dela, a luz gerada pela
hidrelétrica de Paulo Afonso chega a Sant’Ana do Agreste,
o que leva uma indústria altamente poluidora a querer se
instalar ali, ameaçando o destino ecológico do lugar. Além
disso, Tieta volta a povoar as fantasias dos homens e vive
uma relação incestuosa com seu sobrinho, o seminarista
Ricardo.
Nesse extenso panorama de costumes e de aceleradas transformações, muitas histórias,
vividas por numerosos personagens, somam-se à trama central. A narrativa inclui
intervenções do autor, diálogos apimentados que registram a fala da região e descrições de
hábitos e histórias tradicionais.
Relações de poder e corrupção, religiosidade, liberação sexual, moda e consumo, conflito
entre progresso e preservação ambiental são assuntos que, incorporados ao enredo do livro,
ganham tratamento crítico bem-humorado.
Essa combinação faz de Tieta uma narrativa experimental e inovadora.
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Érico Veríssimo
Iniciou sua carreira no jornalismo
em 1930 e tornou-se professor de
literatura nos Estados Unidos. Sua
estréia na literatura ocorre com
Fantoches.
O marco inicial de sua
popularidade,entretanto, foi a
publicação do romance Clarissa,
embora sua obra costumasse ser
dividida em três fases. A primeira
fase do escritor corresponde à
publicação de Clarissa (1933), a
segunda fase corresponde a “O
tempo e o vento”, obra que trata
sobre a formação do Rio Grande do
Sul. A terceira fase foi
representada por “O prisioneiro”, O
senhor embaixador e Incidente em
antares.
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Obras de Érico Veríssimo
• Clarissa
• O tempo e o vento
• Solo de clarineta
• Fantoches
• Entre outras
Acredita-se que a cidade para qual Clarissa se muda é
Clarissa Porto Alegre devido a algumas descrições, no livro o autor
não especifica a localidade. Na pequena pensão ela
conhece a infiel Ondina e seu marido Barata; Tonico um
menino com deficiência física e sua mãe Dona Tatá;
Levinsky, um judeu comunista e; o músico Amaro que é
apaixonado por Clarissa.
Amaro é um personagem que chama atenção, ele é um
bancário que sonha em ser pianista e está sempre
compondo. Ele possui uma paixão secreta e platônica por
Clarissa. A personagem principal se torna amiga de
Tonico, um menino deficiente que tem apenas a mãe,
uma pessoa simples que precisa trabalhar de costureira
para sustentar o filho. Clarissa chega a ter contato com o
Dr. Maia que mora na casa rica ao lado da pensão.
Quando o menino Tonico morre, ela passa a fantasiar um
romance com ele.
Não há grandes reviravoltas ou emblemas dramáticos
nesta obra. A menina relata com naturalidade e certa
inocência o que acontece a sua volta, a única grande
revelação da obra é quando ela descobre que dona
Ondina é casada com um caixeiro viajante, Barata, e
possui um caso com Nestor, um solteirão de boa vida. A
maneira como Veríssimo narra a história prende o leitor,
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assim como a riqueza de detalhes, é possível ter uma ideia
de como eram as coisas no Brasil durante esse período.
O tempo e o vento
Composta de três romances – "O
Continente", "O Retrato" e "O
Arquipélago" –, a obra traz
acontecimentos e histórias de
dimensões épicas, que narram 200
anos do processo de formação do
estado do Rio Grande do Sul.
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O tempo e o vento
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Livro 1: O Continente
Publicados originalmente em 1949, a saga de "O
Tempo e o Vento" começa com os dois volumes
de "O Continente". Esta primeira parte da
trilogia narra o nascimento do Estado do Rio
Grande do Sul através das famílias Terra, Caré,
Cambará e Amaral.
Livro 2: O Retrato
Rodrigo Terra Cambará decide voltar a sua terra-natal, Santa Fé, após ter ido estudar
medicina em Porto Alegre. Nesse segundo romance da trilogia acompanha-se a decadência
social de Santa Fé na passagem para o século 20 causada por interesses e jogos políticos.
Livro 3: O Arquipélago
O terceiro e último romance da trilogia "O tempo e o vento" narra a volta de Rodrigo
Cambará à Santa Fé depois de passar muitos anos no Rio de Janeiro ao lado do então
presidente Getúlio Vargas, seu amigo e aliado. Assim, o poder da família Terra Cambará, que
era somente local, adquire em "O Arquipélago" um âmbito nacional. Após o fim do Estado
Novo, Rodrigo está derrotado politicamente e doente. Rodrigo se vê na luta de não morrer na
cama, uma vez que “Cambará macho não morre na cama”.
Dionélio Machado
(1895-1985), formou-se em medicina,
especializando-se em psiquiatria. Foi também
jornalista e chegou a se eleger deputado. Situou-
se entre grandes autores intimistas e urbanos na
geração de 30 que trabalharam na linha de
exploração psicológica. Ao lado de Graciliano
Ramos fez uma principal obra chamada Os ratos.
Além de sua obra, escreveu grandes romances,
contos e ensaios.
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Publicado em 1935, Os Ratos, do escritor
gaúcho Dyonélio Machado, tornou-se uma das
obras mais influentes da 2 geração do
Modernismo, além de ter sido homenageada
com o prêmio Machado de Assis.
Sua narrativa apresentada numa linguagem
simples, direta, rápida, com um tal domínio da
expectativa do leitor que lembra o trabalho de
Camilo Castelo Branco em Amor de Perdição. A
preocupação com a boa linguagem não afasta
o escritor da realidade urbana.
Assim, os diálogos entre as personagens
retratam a língua coloquial, sem preocupação
de formalidade.
Cada um dos 28 capítulos tem sua própria
célula de suspense, que é resolvida no máximo
no seguinte, em que obrigatoriamente surgir
outra.
http://www.revistabrasileiros.com.br/wp-content/uploads/2013/08/IMG_0069.jpg
http://www.passeiweb.com/estudos/livros/os_ratos
http://4.bp.blogspot.com/-URCPIu4qOYA/UVsk5WBztUI/AAAAAAAAcS8/8sDJeb97mAk/s1600/DYONELIO+2.jpg
Obras de Dionélio
Machado
• Os ratos (1935)
• O louco do cati (1942)
• Desolação (1944)
• Deuses econômicos (1966)
Ufa!! Terminamos!