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Licenciatura em Ciências Biológicas 
  
  
  
 
 
 
 
ALEX ALENCAR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
  
 
 
SÍNDROME DE BURNOUT: uma análise a respeito da 
problemática e seus efeitos em professores em meio à pandemia da 
covid­19 no Brasil 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
    
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
ALEX ALENCAR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DE BURNOUT: uma análise a respeito da 
problemática e seus efeitos em professores em meio à pandemia da 
covid­19 no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada no curso de graduação do Centro 
Universitário  AGES  como  um  dos  pré­requisitos  para 
obtenção do título de licenciado em Ciências Biológicas. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Ana Karla Araújo Montenegro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paripiranga 
2021 
ALEX ALENCAR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DE BURNOUT: uma análise a respeito da problemática e seus 
efeitos em professores em meio à pandemia da covid­19 no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia  apresentada  como  exigência  parcial  para 
obtenção do título de licenciado em Ciências Biológicas à 
Comissão  Julgadora  designada  pela  Coordenação  de 
Trabalhos de Conclusão de Curso da Ages. 
 
Paripiranga, _____ de _____________ de ________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
Profa. Flavia Michelle Silva Wiltshire 
Ages 
 
 
 
 
Prof.  
Ages 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu pai, que sempre me apoiou. 
A Shesley Layane, pessoa que eu amo. 
Aos meus amigos, Everton e Raul. 
À orientadora, Ana Karla, uma pessoa muito humana. 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao  meu  pai,  Edivaldo  Morais,  que  sempre  trabalhou  intensamente  e  me 
apoiou todas as vezes que precisei, obrigado por sempre me ouvir e nutrido minha 
mente com coisas positivas, você é uma das pessoas mais importantes da minha 
vida, possuo o mesmo respeito e amor pelo meu avô, Antônio Pias, (in memoriam) 
Ao  Centro  Universitário  AGES,  pela  formação  e  oportunidade  oferecida 
em uma região com pouco investimento em educação. 
À orientadora, Ana Karla, a melhor professora de todas, a mais empática e 
brilhante, busca sempre acolher todos os alunos. 
Ao  coordenador,  Fabio  Luiz,  um  professor  brilhante  de  conhecimentos 
técnicos em Anatomia e outras áreas, além de ser muito empático e justo. 
Aos professores, Flávia Michelle, Ana Karla, Judson, Ana Angélica, Tiago 
Rosário, Daniel Queissada e Daniela Droppa. 
A Shesley Layane, a pessoa mais especial da minha vida, que me apoiou 
em  um  momento difícil e sempre esteve  disponível para conversar, além de  ter 
permitido que eu fosse uma das pessoas mais importantes em sua vida, obrigado 
por todos os momentos, por me completar, preencher meus medos e me fazer feliz 
e pela paciência de me ouvir em situações difíceis, admiro a sua inteligência, sua 
capacidade técnica, seu amor pela natureza e pelos animais, seu modo de agir com 
as pessoas, sua gentileza e a confiança que tem em mim, eu te amo. 
A Raul Celestino, o meu melhor amigo, uma das pessoas mais importantes 
da minha vida, te admiro desde 2013, quando nos conhecemos, você sempre se 
mostrou presente, ajudando em momentos em que eu não estava bem, além de ser 
uma das pessoas mais sensata, humana e inteligente que conheço, principalmente 
em relação à matemática, nunca entendi como que alguém pode ser tão inteligente, 
obrigado. 
A Everton Porfírio, meu melhor amigo virtual, você mora longe, mas é uma 
das pessoas mais importantes da minha vida, desde quando nos conhecemos em 
alguns  grupos  em  2016,  parecia  algo  sem  sentido,  porém  percebo  a  pessoa 
humana  e  inteligente  que  você  é,  obrigado  por  sempre  me  ouvir  e  dizer  o  que 
pensa,  a  sua  sinceridade  é  uma  de  suas  melhores  características,  além  da 
compreensão da realidade e inteligência. 
A Esther Santana, uma das pessoas mais inteligentes que já conheci, possui 
um amplo conhecimento em Biologia, inglês e é mestranda, algo impressionante, 
obrigado por sempre me ouvir, você é empática e incrível. 
A  Paolo  Guin  e  Jailson  Mendel,  amigos  distantes  que  sempre  me 
fortaleceram nos estudos. 
Ao meu estimado amigo, André, uma das pessoas mais inteligentes que eu 
conheço, o qual possui um discernimento da realidade e da área de Letras incrível, 
obrigado  por  sempre  me  ouvir  e  compartilhar  seus  pensamentos,  você  é  uma 
pessoa maravilhosa. 
Por  fim,  meus  agradecimentos  a  todos  os  amigos  e  colegas,  Tácia,  Ana 
Gabriela,  Emilly,  Renan,  Deirada,  Gabriel,  José  Luiz,  Rômulo  Pimentel  e 
Guilherme, que estiveram presentes e sempre dialogaram comigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se pode falar de educação sem amor. 
 
Paulo Freire 
RESUMO 
 
 
O  presente  trabalho  a  partir  da  problemática  proposta,  tem  como  objetivo  geral:  analisar  a 
Síndrome de Burnout e os seus efeitos nos docentes ativos em meio à pandemia da covid 19 no 
Brasil,  a  qual  tem  enquanto  sintomas:  o  esgotamento  mental  e  físico,  causando  problemas 
cardíacos, depressão e transtornos de ansiedade. O trabalho se divide em tópicos como analisar 
a profissão do professor e seus aspectos psicológicos, nota­se que os professores são submetidos 
muitas  vezes  a  uma  complexidade  de  demandas,  diante  disso,  exige­se  competências 
pedagógicas, habilidades emocionais e sociais; discutir sobre as dificuldades do professor em 
tempos  de  pandemia,  ou  seja,  a  alta  demanda  laboral,  novas  ferramentas  de  trabalho  e  a 
insuficiente formação; apontar os problemas causados pela pandemia aos professores, como: 
condições como esquizofrenia, tensão, estresse, afastamento, SB, ansiedade e abuso de álcool;
relatar sobre as características e os aspectos da Síndrome de Burnout, a qual é uma reação para 
tensões  que  são  crônicas  e  geradas  nas  pessoas  em  contato  com  outros  indivíduos,  sendo 
manifestada  por  fadiga  constante,  falta  de  apetite,  distúrbio  do  sono  e  dores  musculares,  e 
psiquicamente: falta de atenção e memória; dialogar a respeito das formas de tratamento, como: 
psicoterapia,  medidas  farmacológicas,  intervenções  psicossociais  e  afastamento  do  agente 
estressor, e enquanto prevenção para o problema: promoção de energia no trabalho, funções em 
grupo e formação continuada. A presente pesquisa é de natureza aplicada. 
 
 
PALAVRAS­CHAVE: Burnout. Docentes. Pandemia. 
 

ABSTRACT 
 
 
The present work, based on the proposed problematic, has the general objective: to analyze the 
Burnout Syndrome and its effects on active teachers in the midst of the covid 19 pandemic in 
Brazil,  which  has  as  symptoms:  mental  and  physical  exhaustion,  causing  cardiac  problems, 
depression and anxiety disorders. As for the topics, there is: to analyze the teacher's profession 
and  its psychological aspects, it is noted that teachers are often subjected to a complexity of 
demands,  in  view  of  this,  it  requires  pedagogical  competencies,  emotional  and  social  skills; 
discuss the teacher's difficulties in pandemic times, that is, the high labor demand, new work 
tools and insufficient training; point out the problems caused by the pandemic to teachers, such 
as: conditions such as schizophrenia, tension, stress, absence, SB, anxiety and alcohol abuse; 
report about the Burnout Syndrome characteristics and aspects, which is a reaction to tensions 
that are chronic and generated in people in contact with other individuals, being manifested by 
constant fatigue, lack of appetite, sleep disturbance and muscle pain, and psychically: lack of 
attention  and  memory;  dialogue  about  the  forms  of  treatment,  such  as:  psychotherapy, 
pharmacological measures, psychosocial interventions and stressor removal, and as prevention 
for the problem: promotion of energy at work, group functions and continuing education. This 
an applied nature research.  
 
 
KEYWORDS: Burnout. Teachers. Pandemic. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

LISTAS 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
1:  Relação entre professores e alunos .................................................................................. 16 
2: Estresse crônico e paradigmas da educação ...................................................................... 43 
3: Número de artigos publicados sobre a Síndrome de Burnout no Brasil por Estados .......... 44 
4: Número de artigos publicados sobre a Síndrome de Burnout mundialmente ..................... 46 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
1: Desencadeadores e facilitadores da Síndrome de Burnout ................................................ 39 
2: Valores empresariais ........................................................................................................ 40 
3: Distribuição de artigos ..................................................................................................... 40 
4: Número de artigos publicados por área ............................................................................. 41 
5: Experiência formativa para a prevenção da Síndrome de Burnout .................................... 45 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 13 
2.1 Profissão do professor, questões sociais e seus aspectos psicológicos......................... 14 
2.2 Dificuldades do professor em tempos de pandemia .................................................... 19 
2.3 Aspectos psicológicos dos professores durante a pandemia ........................................ 23 
2.4 Aspectos a respeito da Síndrome de Burnout (SB)  .................................................... 26 
2.5 Diagnóstico, prevenção e tratamento da Síndrome de Burnout (SB)  .......................... 33 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 49 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 52 
 
ANEXOS ............................................................................................................................ 59
11 

1 INTRODUÇÃO 

O presente trabalho tem como tema: Síndrome de Burnout: uma análise a respeito da 
problemática  e  seus  efeitos  em  professores  em  meio  à  pandemia  da  COVID­19  no  Brasil, 
alicerçado, principalmente, com as teorias de Vio et al., (2020), os quais dissertam a respeito 
da exaustão causada aos professores por conta do medo, da insegurança e da grande demanda 
de  trabalho  remoto,  pois  as  aulas  presenciais  foram  interrompidas  e  houve  uma  grande 
necessidade de planejar e organizar a profissão com um pouco espaço de tempo. 
O trabalho também inclui a produção de Diehl e Carlotto (2020), que abordam a respeito 
do significado de Síndrome de Burnout (SB), a qual envolve variáveis cognitivas e atitudinais, 
ou seja, uma redução da realização pessoal passada pelo professor, além de despersonalização 
e  exaustão  emocional  por  conta  dos  estressores  que  são  psicossociais,  pois  há  uma  grande 
demanda para poucos recursos disponíveis ou inadequados, ou seja, é causada por um desgaste 
psíquico que também se torna físico em relação ao contato com pessoas. 
Rojas, Martínez e Riffo (2020) afirmam que a Síndrome de Burnout é conhecida como 
a  síndrome  do  trabalhador  queimado,  sendo  documentada  pela  primeira  vez  na  literatura 
científica nos Estados Unidos, em 1974, por Herbert Freudenberger, caracterizando­a como um 
esforço  em  excesso  ao  executar  um  trabalho  por  horas  contínuas,  levando  a  uma  exaustão, 
seguida de irritação, desmotivação, aborrecimento e problemas familiares e pessoais, contendo 
sintomas como a baixa realização pessoal no trabalho, exaustão emocional e despersonalização, 
ou seja,  realizar um trabalho com a qualidade e ações que não são muito humanas, além disso, 
há fatores agravantes como bebidas alcoólicas e excesso de cigarros.  
Já  Pereira,  Santos  e  Manenti  (2020)  relatam  a  respeito  de  quando  a  situação  de 
emergência  do  Coronavírus  (2019­nCoV)  ganhou  contorno,  em  torno  de  03  de  fevereiro  de 
2020, sendo em 26 de fevereiro de 2020 o primeiro caso, levando a uma tensão em todo o país 
por  conta  das  notícias  que  o  vírus  se  espalhou  por  munícipios  e  capitais,  atingindo, 
posteriormente,  a  educação  brasileira  e  levando  as  escolas  a  suspenderem  as  atividades 
presenciais, por conta disso, houve um grande debate entre os professores a fim de garantir a 
educação  em  meio  à  pandemia,  sendo  envolvida  a  questão  também  ideológica,  pois  forças  
neoliberais e conservadoras exploram a mão de obra que não está adaptada às ferramentas. 
Durante o momento que o Brasil perpassa, é possível observar a disseminação do novo 
coronavírus,  todos  os  casos  de  infecção  e  epidemias  recentes  mostram  que  é  uma  ameaça 
12 

contínua aos seres humanos e à economia, sendo necessária a restrição de diversas atividades 
nas  escolas  e  em  outros  locais,  o  que  pode  levar  ao  problema  da  Síndrome  de  Burnout,  
especialmente em consequência da mudança de rotina e dos problemas que os docentes passam 
por conta da formação fragilizada, diante disso, quais consequências que a pandemia leva ao 
trabalho dos professores? 
A partir da problemática proposta, o presente estudo tem como objetivo geral: analisar 
a Síndrome de Burnout e os seus efeitos aos docentes ativos em meio à pandemia no Brasil e 
ainda, como objetivos específicos: analisar a profissão do professor e seus aspectos psicológicos; 
discutir  sobre  as  dificuldades  do  professor  em  tempos  de  pandemia;  apontar  os  problemas 
causados  pela  pandemia  aos  professores; relatar  sobre  as  características  e  os  aspectos  da 
Síndrome  de  Burnout  e  dialogar  a  respeito  das  formas  de  tratamento  e  prevenção  para  o 
problema. 
Assim, supõe­se que, a pandemia  leva à alta exigência e cobrança da capacidade dos 
professores  para  trabalhos  através  da  internet,  ou  seja,  diversos  problemas  de  formação  e 
adaptação são apresentados por estes profissionais, acarretando na Síndrome de Burnout, em 
que há uma despersonalização, problemas emocionais e físicos nos docentes, principalmente, 
levando em conta o excesso de trabalho e a alta demanda exigida para pessoas que estão isoladas 
e com baixo contato social. 
Este tema é de grande importância, pois, em hipótese, no atual momento vivido no Brasil, 
existem diversos profissionais que estão apresentando dificuldades e problemas psicológicos 
que  afetam  suas  vidas  no  trabalho  e  no  âmbito  pessoal,  e  com  a  falta  da  divulgação  de 
informações  científicas  a  respeito  da  Síndrome  de  Burnout  (SB)  e o  aumento  do  número  de 
casos, podem levar a uma emergência pública, além do novo coronavírus, o qual vem causando 
uma crise humanitária no século XXI. Diante disso, é necessário conscientizar os docentes para 
que busquem uma ajuda especializada, para que haja melhora na condição em que se encontram, 
isto é, para as aulas remotas ou presenciais com limitação. 
Quanto  aos  métodos  de  pesquisa  empregados,  segundo  Gil  (2010),  a  abordagem  é 
qualitativa, a qual não se preocupa com uma representatividade  numérica,  mas, sim, com os 
aprofundamentos  e  o  entendimento  a  respeito  de  um  grupo  social  ou  organização,  sendo 
defendido tal pressuposto de modelo para pesquisas de ciências sociais e suas especificidades, 
a pesquisa é de natureza aplicada, objetivos descritivos e explicativos, com procedimentos de 
pesquisa bibliográfica (materiais já elaborados, contendo livros e artigos científicos). 
 
13 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
Dentre os teóricos que compõem este trabalho, estão Pereira, Santos e Manenti (2020) 
os quais comentam a respeito do contexto em que os professores estão inseridos na pandemia 
que se iniciou ao final de 2019, surgindo na província de Wuhuan na China e impactando as 
formas de socialização e os âmbitos da vida social em geral. Contudo, no Brasil, começou a 
ganhar  forma  entre  03  de  fevereiro  (declaração  de  Emergência  em  Saúde  Pública  de 
Importância Nacional ­ ESPIN) e 26 de fevereiro de 2020 (primeiro caso confirmado) havendo 
um  clima  de  tensão  em  todo  país  e  o  isolamento  repentino  com  planejamento  de  atividades 
remotas. 
Modesto,  Souza  e  Rodrigues  (2020)  abordam  que  os  professores  estão  tendo  que 
adaptarem o trabalho presencial para o remoto em curto espaço de tempo, levando a Síndrome 
de  Burnout,  a  qual  produz  sintomas  como  o  esgotamento  mental  e  físico,  com  problemas 
cardíacos, depressão e transtornos de ansiedade; há três dimensões para o problema, a exaustão 
emocional (carência ou falta de energia), baixa realização profissional e despersonalização, ou 
seja,  o  indivíduo  passa  a  acreditar  na  não  existência  de  condições  para  a  realização  de  suas 
tarefas. 
Já Diehl e Carlotto (2020), abordam também a respeito do significado de Síndrome de 
Burnout (SB), que envolve variáveis cognitivas e atitudinais, ou seja, uma redução da realização 
pessoal para o trabalho do professor, além de despersonalização e exaustão emocional por conta 
dos  estressores  que  são  psicossociais,  pois  há  uma  grande  demanda  para  poucos  recursos 
disponíveis ou inadequados, ou seja, é causado um desgaste psíquico que também se torna físico 
em relação ao contato com pessoas ou a origem do problema. 
Rojas, Martínez e Riffo (2020) relatam que a Síndrome de Burnout é conhecida como a 
síndrome do trabalhador queimado, foi documentada pela primeira vez na literatura científica 
nos  Estados  Unidos,  em  1974,  por  Herbert  Freudenberger.  Vio  et  al.,  (2020),  dissertam  a 
respeito da exaustão causada aos professores por conta do medo, da insegurança e  da grande 
demanda de trabalho remoto 
Melo, Dias e Volpato (2020) argumentam sobre o fato da Síndrome de Burnout ser uma 
tensão  gerada  nas  pessoas  ao  manter  um  contato prolongado  e  direto  com  outros  indivíduos 
durante o trabalho, com sintomas como fadiga constante, distúrbio do sono, dores musculares, 
falta de apetite, falta de atenção, frustração, ansiedade, alterações da memória e irritabilidade. 
14 

Souza e Bezerra (2019) descrevem a Síndrome de Burnout como contendo quesitos específicos 
de cada autor. 
 
 
2.1 Profissão do professor, questões sociais e seus aspectos psicológicos 
 
 
De acordo com Diehl e Marin (2016), os professores possuem uma fragmentação em 
seu  trabalho  e  complexidade  de  demandas  impostas,  principalmente  com  a  questão  da 
transformação  rápida  do  contexto  social,  diante  disso,  as  responsabilidades  para  tais 
profissionais e exigências são ampliadas, exigindo­se competências pedagógicas, habilidades 
emocionais  e sociais; a saúde do docente é um tema de relevância para a pesquisa  nacional, 
principalmente em contextos estressantes. 
Já  para  Jacomini  e  Penna  (2016),  a  profissão  docente  apresenta  problemas  de 
desvalorização política e social, mesmo havendo a garantia do Estado em promover os direitos 
de reivindicar salário, aposentadoria e carreira, ou seja, há uma regulamentação para a função 
desde a Constituição Federal Brasileira de 1989, com a contemplação de planos de trabalho e 
ingresso por meio de concurso público, além de, depois da Emenda Constitucional n. 19/1998, 
ocorrer o piso salarial profissional, tornando obrigatório a promoção da educação em todos os 
estados, Distrito Federal e municípios. 
Diehl  e  Marin  (2016)  também  argumentam  que  a  Organização  Internacional  do 
Trabalho (OIT) considera a profissão docente uma das mais estressantes, pois ensinar se tornou 
uma atividade que há desgaste, repercutindo na saúde física, mental e desempenho no trabalho, 
além de problemas osteomusculares, apatia, desânimo e desesperança; o impacto está também 
presente em todos os níveis de ensino e instituições, sendo públicas ou privadas, ou seja, há um 
intenso envolvimento emocional em relação às problemáticas dos alunos, falta de motivação e 
desvalorização social do trabalho. 
Outros fatores, também citados pelos autores acima, são a exigência de qualificação do 
desempenho,  as  classes  com  grandes  números  de  alunos,  extensiva  jornada  de  trabalho  com 
inexistência de tempo para o descanso e lazer e relações interpessoais que não são satisfatórias; 
dentre os motivos de estresse ocupacional, estão a falta de controle sobre o tempo, burocracia 
em  excesso,  indisciplina  dos  estudantes,  dificuldade  para  os  docentes  se  adaptarem  a  novas 
iniciativas educacionais e problemas para se relacionarem com os supervisores das escolas. 
15 

Para  Valle  (2011), o  professor  possui  a tarefa  complexa  de trabalhar  na  formação  de 
discentes em um meio de transformações e inovações tecnológicas que dificultam e desafiam a 
formação docente e sua profissão, sendo possível argumentar que existe uma missão de adaptar 
o  ensino  para  alunos  com  características  e  necessidades  diferentes,  por  conta  disso,  muitos 
problemas sérios são reproduzidos na saúde mental do professor, como o estresse e os distúrbios 
do sono, diante de tal problemática, a saúde mental deve ser uma preocupação no campo do 
ensino, pois existe uma cobrança para tais trabalhadores, mas não o diálogo a respeito de suas 
condições psicológicas, excluindo o papel da Psicologia nas necessidades biopsicossociais. 
Outro fator que leva aos problemas da categoria docente é a indisciplina dos alunos, a 
qual é um dos  maiores estressores, Libâneo (2013)  argumenta  que  a  formação do professor 
está ligada a duas dimensões: a teórico­científica e a pedagógica, com a escola tendo a função 
social  de  possibilitar  o  domínio  de  conhecimentos  culturais  e  científicos,  apesar,  deve­se 
adicionar o fato de que os alunos desinteressados/indisciplinados ou desistentes estão ligados 
a fatores como desigualdade social e a responsabilidade da instituição de ensino, ou seja, a 
educação depende de fatores externos e internos (esforço dos discentes), necessitando haver 
o trabalho escolar em relação às lutas sociais pela transformação. 
Em relação ao fato psicológico, Diehl e Marin (2016) indicam que há a incidência, entre 
estudos  de  1985  e  2007,  de  estresse,  síndrome  de  Burnout,  transtornos  mentais,  doenças 
osteomusculares,  problemas  vocais  e  outros,  além  disso,  em  torno  de  2016,  o  estresse  e  a 
síndrome  de  Burnout  (estresse  de  caráter  que  persiste  em  relação  às  situações  e  pressão 
emocional de forma repetitiva) são os principais fatores que levam ao afastamento do trabalho 
docente nas escolas. 
Boarini  (2012)  aponta  que  os  comportamentos  indisciplinados  que  afetam  o  docente 
podem estar mostrando conflitos velados na instituição, ou seja, uma insatisfação com a escola, 
a  qual  se  torna  mais  indiferente  em  relação  às  questões  críticas/sociais,  além  disso,  há  o 
indicativo  que  o  local  não  utiliza  corretamente  os  recursos  digitais,  devendo  utilizar  as 
tecnologias a favor do aprendizado, não tornando­as distante da realidade presente, algo que é 
constantemente alvo de estudos em relação à formação docente. 
Ferreira et al., (2016) destacam que a indisciplina e a falta de controle docente para as 
tarefas  propostas,  além  do  descontrole/estresse  levam  ao  burnout;  indicam  confusões 
conceituais como resultado da carência na formação docente, com três representações de tais 
comportamentos: há disputas de poder em sala de aula (o professor trabalha de forma autoritária 
e os discentes  não aceitam), as relações professor­aluno e  mensagens em relação à  função e 
natureza escolar. 
16 

Carlotto et al. (2019) também argumentam que a categoria docente é uma das profissões 
com  alto  risco  para  desgastes  e  adoecimento,  além  de  haver  uma  grande  relação  com  o 
afastamento da função, sendo causado pela alta demanda de produção e tempo de trabalho com 
elevada  carga  horária  semanal;  apesar  disso,  a  saúde  dos  professores  ainda  é  uma  questão 
secundária  no  campo  da  educação  (gestores  e  educadores),  além  de  haver  um  baixo 
reconhecimento do problema, o que causa um custo econômico e social e atinge diretamente na 
qualidade da educação comunitária, pois também existe uma questão de preconceito e estigmas 
com limitações de atividades por conta da infraestrutura da rede pública. 
Para  Camargo  e  Rosso  (2011),  a  profissão  docente  exige  uma  alta  carga  de  energia 
afetiva no processo, pois existe a relação de cuidados em relação ao estado emocional do aluno 
e seu aprendizado, sendo esse um ponto principal para o sucesso na profissão e nas práticas 
docentes, além das necessidades de reinvenção constante na profissão, porém há um ponto que 
é  desafiador  para  a  saúde  mental  do  educador,  que  são  as  regras  e  questões  burocráticas 
estabelecidas no ambiente de trabalho, ou seja, isso se revela na quebra de comprometimento 
nas relações de energia psíquica através de tensões e agentes estressores (fala­se de desgaste e 
sofrimento mental e físico) (figura 1). 
 

Figura 1:  Relação entre professores e alunos. 
Fonte: Camargo; Rosso (2011). 
 
Em  relação  à  profissão,  para  Tostes  et  al.  (2018),  o  professor  possui  a  função  de  se 
adaptar ao mercado capitalista em que há novos métodos de gerência, inovações tecnológicas 
e ritmo de produção mais acelerado, ocorre também a desqualificação dos docentes por conta 
17 

da  produtividade  em  seu  trabalho  sobrecarregado  e  possíveis  fracassos  escolares,  levando  a 
doenças ocupacionais. 
Já para Souza e Leite (2011), há um contexto histórico desde a metade do século XIX a 
respeito do capitalismo e as extensas jornadas, alienação do trabalho e baixos salários, fatores 
esses que seguem presentes atualmente e provocam o mal­estar docente, com a desvalorização, 
exigências  profissionais,  indisciplina,  violência,  superlotação  de  salas,  temperatura,  ruído, 
ameaças de alunos, roubos, falta de tempo para si e outras questões que levam o professor a se 
questionar  a  respeito  de  sua  escolha  profissional  e  o  sentido  da  própria  profissão,  além  de 
problemas como disfunções vocais, estresse, síndrome de burnout e depressão. 
Em relação à profissão dos docentes, segundo Pereira (1999), o modelo de formação 
que  causa  dificuldades  atualmente  advém  dos  anos  30,  nos  quais,  com  o  surgimento  das 
licenciaturas, as disciplinas de natureza pedagógica possuíam um foco de aproximadamente um 
ano,  enquanto  as  de  conteúdo  duravam  cerca  de  três  anos,  constituindo­se  o  modelo  da 
racionalidade técnica, em que o professor é visto como um técnico, um especialista que aplica 
com  rigor,  na  sua  prática  cotidiana,  as  regras  que  derivam  do  conhecimento  científico  e  do 
conhecimento pedagógico. 
O  autor  citado  acima  também  adiciona  que  os  desafios  para  o  docente  envolvem  a 
separação entre teoria e prática na preparação profissional, a prioridade dada à formação teórica 
em detrimento da formação prática e a concepção da práxis como mero espaço de aplicação de 
conhecimentos  teóricos,  sem  um  estatuto  epistemológico  próprio,  levando  a  problemas  de 
gestão  da  sala  de  aula  e  indisciplina  no  espaço  de  ensino,  que  acarretam  fenômenos 
ocupacionais negativos. 
A  profissão  docente,  contemporaneamente,  segundo  Perrenoud  (2002),  é  baseada  no 
desenvolvimento da capacidade de refletir a respeito do sistema, as estruturas de ação individual 
ou coletiva, durante e sobre os momentos ativos de compromisso ativo no ensino, além disso, 
cada pessoa reflete sobre sua própria prática, mas caso não haja um questionamento metódico 
nem regular, não há tomada de consciência nem mudanças, contendo também o ato de continuar 
progredindo mesmo quando existem dificuldades e situações de crise, o docente contemporâneo 
também não se limita à formação inicial, ele reexamina seus objetivos, procedimentos, saberes 
e suas evidências sempre que possível. 
Perrenoud (2002) também adiciona que o professor reflexivo faz perguntas em um ciclo 
de  aperfeiçoamento  de  sua  profissão,  seja  consigo  mesmo  ou  com  o  trabalho  em  equipe 
pedagógica,  além  de  tentar  compreender  os  seus  erros,  além  disso,  a  prática  reflexiva  é  um 
trabalho  e  se  torna  regular  com  postura  e  identidade  particulares,  para  isso,  é  necessário 
18 

transformar o ofício docente em uma profissão plena e integral, envolvendo a formação inicial 
e  contínua  para  desenvolver  a  postura  reflexiva;  em  melhoria  ao  ensino,  os  países  também 
devem  renunciar  em  algumas  questões:  não  deve  sobrecarregar  o  currículo  com  saberes 
disciplinares  e  metodológicos,  mas,  sim,  haver  a  resolução  de  problemas,  envolvendo  a 
capacidade de autorregulação, diferente do antigo padrão desatualizado. 
Segundo Rodrigues (2016), a profissão do professor possui a dificuldade de atingir todos 
os  alunos  no  processo  de  ensino  e  aprendizagem,  ou  seja,  mesmo  sendo  constituído  um 
pensamento  que  questiona  suas  atitudes,  sua  experiência  e  seu  saber  diante  de  situações 
problemas que requerem uma ação inovadora que impulsiona o educador para a busca de novos 
aprendizados (saberes), ainda existem dificuldades em diversos períodos históricos, mas seguir 
o método inovador no ensino proporciona impactos positivos para a educação no geral. 
Neto e Bezerra (2016) comentam também a respeito das diferenças entre os professores 
em  contextos  históricos  diferentes,  os  antecessores  possuíam  baixo  saber  específico  e 
pedagógico  para  sua  profissão  em  uma  perspectiva  tradicionalista,  enquanto  que  havia  a 
necessidade de se  formalizar para possuir o saber da profissão de educador, visando possuir 
conhecimento  e  princípios  da  ciência  para  aplicar  em  sala  de  aula  (pedagogia),  sendo  um 
diferenciador entre um docente e um leigo para a área do  ensino nas escolas, algo não debatido 
na sociedade, o que revela o problema da desvalorização docente. 
A  profissão  docente  para  Morin  (2011),  possui  a  separação  inadequada  dos  saberes 
através  de  suas  fragmentações,  compartimentações  entre  disciplinas  e  problemas 
polidisciplinares,  tornando  conjuntos  e  problemas  essenciais  invisíveis,  ou  seja,  a 
hiperespecialização é um problema que impede o docente de ver os problemas globais, sendo 
um  fato  limitante:  o  desafio  da  globalidade,  cujo  o  envolvimento  é  político,  sociológico  e 
econômico, levando ao estresse e outros casos negativos no ambiente de trabalho.  
Morin (2011) também cita sobre o desafio da expansão descontrolada do saber que leva 
os professores a transitarem no ensino, entre linguagens discordantes, além do desafio cultural 
advindo do século XX, em que há uma separação entre as culturas humanas e a ciência, com as 
primeiras  sendo  alimentadoras  da  inteligência  geral  e  a  segunda  é  separadora  das  áreas  do 
conhecimento e não reflete, ou seja, existe uma grande exigência para que os docentes estejam 
sempre  atualizados  em  relação  aos  conteúdos,  algo  que  é  comum  em  educadores  mais 
experientes, mas é um processo difícil para os que possuem mais problemas psicológicos (como 
o estresse) e dificuldades técnicas. 
Segundo Tracz (2013), os professores na maior parte das escolas possuem problemas 
para o uso de inovações tecnológicas no ensino, além de apresentarem uma resistência diante 
19 

de tais recursos, como uma forma de defesa para os agentes estressores e a ansiedade, sendo 
citado também que quando há a aplicação na sala de aula, não é em sua plenitude, mas sim de 
maneira sutil e muitas vezes serve como “passatempo” para discentes, ou seja, é um problema
que já foi citado em períodos anteriores e há um agravamento na pandemia. 
 
 
2.2 Dificuldades do professor em tempos de pandemia 
 
 
O  problema  do  novo  coronavírus  se  origina,  segundo  Li  et  al.  (2020),  quando  houve 
uma disseminação inicial através do mercado de frutos do mar de Huanan (South China Seafood 
City  Food  Market)  em  Wuhan  (China),  às  9  horas,  no  dia  7  de  janeiro  de  2020, o  vírus  foi 
identificado  e  oficialmente  denominado  pela  OMS  como  Sars­Cov­2,  o  Sars­Cov  ocorreu 
primeiramente em 2002, que, inicialmente, infectou cerca de 8.422 pessoas e causou 916 mortes 
em  todo  mundo  durante  a  epidemia,  todos os  casos  de  infecção  e  epidemias  mostram  que o 
coronavírus é uma ameaça contínua aos seres humanos e à economia, o que levou à sociedade 
entrar em um lockdown e a ocorrerem as aulas remotas. 
Com o advento da pandemia de 2020, houveram dificuldades para os professores, para 
Paludo  (2020),  pois  cerca  de  216  países  foram  afetados  com  o  aprofundamento  das 
desigualdades  socias  e  econômicas,  o  que  levou  a  problemas  na  educação,  professores  e 
professoras  presenciam  a  alta  demanda  laboral,  novas  ferramentas  de  trabalho,  falta  de 
formação suficiente, além disso, os docentes também enfrentam o problema de atender grupos 
do ensino básico com tecnologias como o aparelho celular, o qual  não era visualizado como 
uma importante ferramenta pedagógica. 
Anjos (2020) também aponta que com o advento da pandemia, os sistemas tradicionais 
de ensino,  linguagem e comunicação sofreram uma drástica  mudança, havendo uso de aulas 
remotas em plataformas digitais, as quais apresentam dificuldades em relação à interação, falta 
de acesso dos alunos às tecnologias, causando redução de interesse, conhecimento e motivação 
dos  discentes,  sendo  necessário  estabelecer  um  pensamento  de  condicionar  os  alunos  a 
participarem das aulas para um bônus de nota. 
Flores  e  Lima  (2021)  apontam  que  os  professores  no  contexto  da  pandemia  não  se 
sentem  preparados  para  lecionar  com  os  recursos  tecnológicos  no  ensino  remoto,  pois  não 
receberam  a  formação  ou  apoio  adequado  anteriormente,  havendo  a  maior  presença  da 
transmissão de conteúdos e centralidade do professor no processo, com a exigência da gestão 
20 

de sala de aula, produzindo conteúdos midiático; também é ressaltado que a escola necessitou 
de  uma  inclusão  digital  e  paradigma  educacional  para  que  os  professores  não  sofressem 
dificuldades. 
Já para Rondini, Pedro e Duarte (2020), existem dificuldades como o curto período de 
tempo  para  se  adaptar  à  pandemia,  o  desempenho  dos  alunos  abaixo  do  que  é  esperado 
(demonstrando despreparo), a desigualdade social, pois é possível observar que parte dos alunos 
possuem um smartphone de última geração, enquanto outros apenas utiliza uma televisão, algo 
que limita o planejamento das aulas e o ensino, além do aprendizado de uso das plataformas 
remotas pelos docentes e estudantes; os desafios enfrentados não estão apenas relacionados com 
os  conteúdos  ou  metodologias,  mas,  sim,  com  fatores  econômicos,  familiares  e  sociais  dos 
estudantes. 
Rocha et al. (2020) adicionam que há dificuldades dos professores em relação à conexão 
de internet, desconhecimento ou desinteresse para a utilização de ferramentas tecnológicas por 
conta de fatores de formação, excesso de trabalho, falta de contato físico com os estudantes, 
problemas  técnicos  durante  as  aulas  remotas,  como  a  ausência  de  som  e  imagem,  além  das 
dificuldade  socioeconômicas  dos  estudantes,  causando  um  afastamento  da  inclusão  digital  e 
revelando o problema de paradigma tradicional da educação, no qual há apenas transmissão do 
conhecimento para os discentes. 
Já para Cipriano e Almeida (2020), há o fato de 60% das classes D e E não possuírem 
acesso à internet no Brasil, enquanto que os outros 40% acessam à rede pelo aparelho celular, 
com uma qualidade de serviço não sendo adequada para a educação de modo geral, ou seja, 
isso  gera  problemas  para  os  professores  promoverem  o  ensino  e  aprendizagem  com  uma 
qualidade adequada, pode­se também ressaltar que 30% dos lares brasileiros não possuem uma 
condição  básica  de  acesso  à  internet,  justamente  por  conta  de  problemas  sociais  e  a 
implementação  inadequada  de  rede,  levando  também  ao  professor  não  possuir  estrutura  de 
trabalho e os alunos não exercem seus papéis de cidadãos. 
Jaskiu e Lopes (2020) trazem a questão dos desafios para os professores em relação as 
TDIC  levando  em  conta  as  mulheres  mães  e  professores,  com  o  fato  de  apenas  41%  da 
população rural do país estar conectada à internet e os smartphones serem o recurso para acesso 
on­line de 97% das pessoas, enquanto isso, o computador é utilizado por 56,6%, além disso, 
outro desafio é a falta de tais tecnologias, em adição com a necessidade do planejamento de 
atividades impressas para os alunos. 
Para Jaskiu e Lopes (2020), o problema de ocorrerem atividades impressas é da equipe 
diretiva, o quadro de funcionários e os trabalhadores pedagógicos da escola estarem expostos 
21 

ao  novo  Coronavírus  (covid­19),  mesmo  havendo  a  utilização  de  álcool  gel  e  máscaras,  a 
movimentação  de  pessoas  frequente  pode  contaminar  muitas  outras  no  ambiente,  contando 
também  com  a  falta  de  autonomia  docente  na  disponibilização  de  aulas  gravadas,  pois  em 
algumas  instituições há uma sequência pré­definida de aulas que serão gravadas, ou seja, há 
uma  dificuldade  na  disposição  e  elaboração  do  ensino  assíncrono,  sendo  um  problema 
encontrado em diversos locais. 
Outra dificuldade encontrada pelos professores durante a pandemia, para Jaskiu e Lopes 
(2020), é de que temas que deveriam ser trabalhados em um maior número de aulas, acabaram 
sendo  resumidos  em  apenas  um  momento  de  ensino  remoto,  o  que  leva  à  dificuldade  de 
aprendizagem, desconsideração pelas desafios enfrentados por alunos e o aumento do trabalho 
dos  docentes  para  a  orientação  de  atividades,  já  que  existe  o  atendimento  particular  via 
WhatsApp, contando com o envio de áudios e vídeos, ou seja, há um aumento da carga horária 
dos educadores. 
Jaskiu e Lopes (2020) também adicionam a respeito das dificuldades para o andamento 
das aulas, pois enquanto o professor interage, a máquina não se constitui como um espaço para 
emoções, contatos sociais, formação política, ética, estética e histórica de forma similar à sala 
de aula, ou seja, há uma desconsideração pelas lutas pedagógicas e educacionais, revelando um 
estudo e educação tecnicista para o trabalho de baixo custo para fortalecer uma determinada 
massa de diplomados, mas com a falta de conhecimento científico e ética inerentes à profissão. 
Os professores também sofrem problemas e dificuldades, de acordo com Jaskiu e Lopes 
(2020), no que tange a não entrega de atividades por conta dos alunos, fazendo com que os pais 
simplifiquem os males apontando os docentes como responsáveis universais de coisas erradas, 
isso  faz  com  que  os  educadores  sejam  sempre  indevidamente  julgados,  esse  é  o  ponto  da 
valorização docente, a qual piora com o advento da pandemia, causando mal­estar, cansaço e 
burnout, além disso, dependendo do local de trabalho, alguns alunos devolvem as atividades 
enviadas em branco e há, também, uma impossibilidade de contato com os responsáveis. 
Outro  ponto  importante  salientado  por  Jaskiu  e  Lopes  (2020)  é  o  dos  professores 
expostos a uma realidade com uma sobrecarga de tarefas, com filhos na quarentena, é necessário 
haver  o  cuidado  com  as  crianças  (orientar  os  estudos)  e  realizar  corretamente  as  refeições  e 
atividades  físicas  (quando  existem),  isso  envolve  as  mães  na  pandemia,  as  quais  possuem  a 
jornada  de  cozinhar,  lavar  roupas  e  outros  afazeres,  um  modelo  que  não  é  benéfico  para  as 
donas de casa/professoras e causa as dificuldades da síndrome de burnout, de dores na cervical 
e lombar. 
22 

Em  relação  às  atividades  escritas  para os  alunos  sem  acesso  à  internet,  para  Jaskiu  e 
Lopes (2020), gera o problema da exposição à saúde, como já citado, e a demanda de tempo 
para todos, pois os docentes necessitam editar e reeditar atividades impressas para os discentes, 
ocorrendo também a reorganização de tempo e diferentes datas para entrega e correção, o que 
demanda  um  tempo  extra,  além  disso,  os  docentes  passam  por  dificuldade  no  ensino  dos 
conteúdos, pois apenas o livro didático não é o essencial para que os estudantes aprendam os 
temas exigidos e importantes. 
Outras dificuldades enfrentadas pelos professores, para Branco e Adriano (2020), são 
com a dificuldade de acesso ao conhecimento da cultura digital durante a pandemia, situação 
proveniente das fragilidades na formação inicial, pois muitos conceitos de tecnologia surgiram 
em torno de 2002, com a Resolução CNE/CP n° I, ou seja, as Diretrizes Curriculares Nacionais 
(DCNs), além da Resolução CNE/CP n° 2 de julho de 2015, que dialogam sobre o emprego das 
linguagens digitais no ensino, além de competências para o mundo contemporâneo, incluindo 
a BNCC, a qual cita isso diretamente. 
Branco e Adriano (2020) adicionam que tal problema advém de um histórico da falta de 
formação inicial para o trabalho dos professores com tecnologias ou a inexistência de resultados 
esperados pela  licenciatura,  isso  leva à  negação dos recursos tecnológicos para a prática e o 
ensino em sala de aula, fato que ocorre por falta de conhecimento e impossibilidade de adquirir 
os utensílios digitais, ou seja, há também a não aceitação e a dificuldade atual para utilizar as 
potencialidades, interação e experiência. 
Segundo Branco e Adriano (2020), há diversas limitações que dificultam o trabalho dos 
professores na pandemia e limitam as possibilidades de aprendizagem dos alunos por conta da 
falta  de  conhecimento  sobre  o  uso  das  linguagens  digitais,  revelando  uma  exclusão  de  uma 
parcela dos estudantes e distanciando a sociedade ideal esperada para o Brasil, sendo necessária 
a  formação  continuada  para  que  os  docentes  consigam  superar  as  fragilidades  da  formação 
inicial e desenvolvam a autonomia de seu trabalho e a participação dos alunos. 
Os professores também passam por tensões, para Branco e Adriano (2020), no campo 
cognitivo  para  o  ensino  de  conteúdo  em  um  sistema  educativo  que  tende  à  instrução  e 
transmissão, além disso, há uma dificuldade em como os docentes e alunos utilizam a internet 
para  a  propagação  de  informação  nas  mídias,  pois  é  necessário  construir  uma  reflexão 
pedagógica  envolvendo  a  escola  e  o  currículo,  ou  seja,  isso  diz  respeito  à  necessidade  da 
formação continuada e capacitação da gestão escolar. 
Já  segundo  Barretto  (2015),  há  um  problema  da  qualidade  dos  cursos  de  licenciatura 
para  a  formação  docente,  os  quais  ainda  possuem  arquétipos  antigos  que  envolvem  a 
23 

permanência  de  desequilíbrios  sociais  e  históricos  na  formação  docente,  diferente  do  que  é 
proposto por Brasil (1996), em que a educação superior tem por finalidade, em seu artigo 43, 
de  estimular  a  criação  cultural  e  o  desenvolvimento  do  espírito  científico,  algo  que  não  é 
viabilizado por tais instituições de ensino que permanecem com um modelo ultrapassado, algo 
que causa os problemas atuais da pandemia. 
Os professores também sofrem de dificuldades na quebra de um paradigma tradicional 
de  ensino  durante  a  pandemia,  o  qual,  de  acordo  com  Moran,  Masetto  e  Behrens  (2012), 
contempla a leitura e a escrita em um paradigma de repetição e memorização de datas, fórmulas, 
números  que  não  trazem  um  significado  para  os alunos  na  aprendizagem,  sendo  o  papel  do 
professor  mudar  tal  metodologia  para  uma  que  leve  ao  aprender,  principalmente  a  partir  da 
categoria de conhecimento que é denominada de digital, ou seja, exige­se a postura do docente 
de  criar  possibilidades  de  encontros  presenciais  e  virtuais  que  envolvam  a  sociedade  do 
conhecimento, com os alunos passando a ser descobridores, produtores e transformadores. 
Os docentes enfrentam, segundo Lévi (1999), o fato dos saberes se tornarem codificados 
com o avanço das NTDICs, em bases de acesso online, mapas de diversos fenômenos e notícias 
mundiais, simulações interativas, com uma alta potência de mutação contextual em relação a 
antigos padrões abstratos de conhecimento, além disso, o ideal mobilizador da informática em 
relação ao contexto do ensino EAD é o da inteligência coletiva, ou seja, para que se haja uma 
valorização, a utilização otimizada e a presença de uma sinergia entre as competências a serem 
dominadas, algo que não acontece na realidade e causa problemas que levam ao ensino remoto 
precário. 
Triyono et al. (2020) afirmam que apenas o autodesenvolvimento (feito por treinamento 
ou  atividades  educacionais  para  treinar  coletivamente  os  docentes)  dos  professores  sem  o 
planejamento ao longo da pandemia não será suficiente para melhorar a qualidade do ensino e 
evitar  as  diversas  dificuldades  enfrentadas,  ou  seja,  o  conhecimento  e  as  habilidades  dos 
professores aumentarão quando o treinamento que é oferecido é realmente bem planejado para 
a realidade de ensino (remoto), revelando mais um problema. 
 
 
2.3 Aspectos psicológicos dos professores durante a pandemia 
 
 
Em relação à saúde mental de docentes em tempos de pandemia, para Pereira, Santos e 
Manenti  (2020),  os  sistemas  educativos  são  forçados  para  uma  reforma  por  conta  das 
24 

transformações  sofridas  no  mundo  do  trabalho  por  conta  das  crises  econômicas,  impondo  à 
escola  o  redirecionamento  dos  profissionais,  os  quais  necessitam  ser  proativos,  aptos  e 
competitivos  para  se  aperfeiçoar,  com  isso,  abre­se  um  espaço  para  a  exploração  e  a 
precariedade  que  levam  a  um  sofrimento  mental  por  conta  de  tais  condições,  como 
esquizofrenia, tensão, estresse, afastamento, Síndrome  de Burnout (SB), ansiedade, abuso de 
álcool, além da intromissão do trabalho em todos os espaços da vida do professor. 
De  acordo  com  Cruz  et  al.  (2020),  durante  surtos  de  doenças  infecciosas,  crescem 
rumores  e  há  a  existência  de  atitudes  de  mente  fechada  em  relação  ao  problema,  levando  a 
problemas como episódios de pânico, ansiedade, estresse e depressão, o que representa uma 
modificação da rotina, medo e preocupação em relação às exigências provocadas pela mudança 
de  rotina,  além  de  alterações  de  humor  e  afeto  nos  docentes,  desatenção,  desconcentração, 
anedonia (perda dos prazeres em fazer atividades), pequenos acidentes e aumento de erros. 
Já para Cipriano e Almeida (2020),  a falta de acesso a serviços de boa qualidade para a 
população escolar e a falta de gerenciamento de políticas geram experiências negativas para os 
docentes  e os  alunos,  sendo o  cenário  de  pandemia  um  agravante,  pois  existe o  aumento  do 
estresse emocional, alteração do sono, ansiedade, sobretudo, por conta da privação do contato 
humano  e  a  preocupação  com  riscos  de  contaminação  da  covid­19,  além  de  quadros  de 
depressão,  síndrome  do  pânico,  raiva,  medo,  insônia  e  raiva;  transtornos  mentais  e  doenças 
físicas também podem estar relacionadas ao distanciamento social. 
Segundo Ribeiro et al. (2020), diferentemente, certos estressores não afetam diretamente 
a saúde e o bem­estar das pessoas, mas há uma adaptação ao meio ambiente por mecanismos 
humanos,  podendo  ser  transformados  ou  minimizados,  sendo  assim,  alguns  professores  se 
adaptam  e  outros  desenvolvem  doenças  mentais,  como  depressão,  estresse  e  diminuição  da 
saúde  mental,  disfonia,  sedentarismo  nos  horários  vagos  e  ansiedade,  além  dos  casos  de 
remuneração  insuficiente  por  conta  de  cortes  para  economia  e  custeios  para  manter  as 
tecnologias, sendo tais profissionais ainda invisíveis na produção científica a respeito do tema 
no Brasil; existe também o fato dos professores gravarem de madrugada por conta de ruídos. 
Para  Souza  et  al.  (2020),  com  o  fenômeno  da  aula  remota  síncrona  e  assíncrona,  os 
professores  devem  se  adaptar  rapidamente  ao  modelo  de  ensino  em  que  há  pouco  domínio, 
assim como administrar a rotina estressante de transformar o ambiente domiciliar em um local 
de  trabalho,  arcando  com  despesas  como  computador,  microfone,  impressora,  internet, 
mobiliário,  câmera,  ou  seja,  existe  uma  precarização  laborais  e  uma  jornada  intensiva  de 
trabalho, além disso, há um problema atual de uma volta às aulas com riscos à saúde do discente 
25 

e docente do local de trabalho, algo que estimula o surgimento de greves e disputas judiciais na 
profissão. 
Monteiro  (2020)  informa  que  na  pandemia,  para  professores,  a  chance  de  haver  o 
desenvolvimento de estresse, ansiedade e depressão chega a ser o dobro, levando em conta a 
comparação  do  trabalho  docente  com  outras  profissões,  principalmente  por  conta  das 
dificuldades em relação às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), além disso, é 
provável também sintomas físicos, como falta de ar, dores abominais (intestino), rouquidão da 
voz, o que leva ao questionamento se existe ou não a presença da covid­19 mesmo enquanto 
existe o isolamento do profissional 
Em relação à saúde psicológica do professor, de acordo com Oliveira e Santos (2021), 
há uma necessidade repentina de se reinventar na pandemia, com um mal­estar envolvido por 
não  conseguir  atingir  os  objetivos  propostos  pela  instituição,  como  o  uso  de  recursos 
tecnológicos,  resultando  no  afastamento  do  profissional  da  escola,  além  de  relações 
interpessoais indiferentes e ruins, desinteresse dos estudantes pelo aprendizado, altas cobranças 
e  qualificações,  com  falta  de  tempo  para  descanso;  os  docentes também  enfrentam  cefaleia, 
humor deprimido, agressividade em excesso, indecisão, alteração da memória, concentração e 
memória, contando também o papel do educador na gestão do planejamento escolar. 
Monteiro (2020) também afirma que na pandemia, para os docentes, há a presença de 
sofrimento psicológico, com frustrações, estresse, tentativas de suicídio, incertezas a respeito 
do  próprio  emprego  e  sua  continuidade  para  os  não  concursados  e  depressão,  além  de 
afastamento  em  relação  à  sociedade  e  família,  uma  grande  carga  de  emoções  e  experiências 
negativas, tédio, confusão, raiva, informações falsas espalhadas pela população (fake news), ou 
seja, a condição mental do professor torna­se propensa ao desenvolvimento de transtornos de 
modo geral. 
Outros  fatores  negativos  à  saúde  mental  do  professor,  para  Morin  e  Carrier  (2021), 
incluem  a presença de insônia, quadros depressivos piorados, ansiedade, estresse crônico, os 
problemas  são  mais  presentes  em  mulheres,  já  que  contam  uma  jornada  maior  de  trabalho 
doméstico, além disso, também é notável a presença de pesadelos e outros problemas de sono, 
ou até mesmo um quadro de insônia crônica, sendo necessário haver um regulamento do horário 
para dormir, exposição ao sol com todos os cuidados necessários e nos horários corretos para 
tal, contando também com a proteção contra o novo coronavírus. 
Para Faro et al. (2020), há também o fato dos professores serem propensos à ingestão e 
dependência  de  substâncias  para  manter  um  estado  mental  saudável,  pois  há  uma  maior 
presença de síndrome do pânico, medo, estresse (moderado ou grave), ansiedade, depressão, 
26 

insônia,  solidão,  tédio,  ruminação  após  trabalhos  sem  um  resultado  esperado,  perda  de 
concentração ou diminuição, além de um mal humor ligado à sensação de cansaço persistente, 
falta de crença em relação ao isolamento e à realidade vivida por toda a sociedade. 
Os  professores  também  enfrentam  problemas  como  os  pensamentos  xenofóbicos 
ligados ao medo e a insegurança psicológica ao novo coronavírus e suas origens, para Monteiro 
e Souza (2020), há o desconforto mental sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs),  como  computadores  e  outros  recursos  utilizados  para  o  ensino  remoto  durante  a 
pandemia,  sociofobia,  pois  há  um  receio  de  julgamentos  durante  as  aulas  e  em  relação  à 
sociedade em geral e o medo de isolamento com suas consequências à saúde física e psicológica 
dos educadores. 
 
 
2.4 Aspectos a respeito da Síndrome de Burnout (SB) 
 
 
De acordo Rojas, Martínez e Riffo (2020), a Síndrome de Burnout (SB) não é um tema 
atual de estudos, pois é estudada há muitos anos, sendo conhecida como “a síndrome do
trabalho queimado”, documentada nos Estados Unidos por Herbert Freudenberger em  1974, 
envolvendo  esforço  excessivo  para  executar  um  trabalho  por  horas,  chegando  a  se  esgotar, 
sendo  um  estágio  de  exaustão  extensiva  com  irritação,  desmotivação  e  aborrecimento  que 
afetam  o  trabalho,  a  família  e  os  contextos  pessoais  do  indivíduo seguida  de  irritação, 
desmotivação,  aborrecimento  e  problemas  familiares  e  pessoais,  contendo  sintomas  como  a 
baixa realização pessoal no trabalho, exaustão emocional e despersonalização. 
Em  relação  à  Síndrome  de  Burnout  (SB),  de  acordo  com  Diehl  e  Carlotto  (2020), 
envolve variáveis cognitivas e atitudinais, como a redução da relação pessoal para o trabalho 
realizado  pelos  docentes,  além  da  despersonalização  e  exaustão  emocional  por  estressores 
psicossociais, sendo decorrente por conta de uma resposta crônica nas situações estressantes de 
trabalho e apresenta­se em quatro dimensões: a ilusão pelo trabalho, desgaste psíquico causado 
pelo contato com pessoas ou fontes de problemas, indolência (insensibilidade desenvolvida no 
ambiente de trabalho) e culpa por cobranças e atitudes/negativas desenvolvidas na profissão, as 
quais não condizem com o papel do docente. 
Modesto, Souza e Rodrigues (2020) também argumentam que o Burnout traz sintomas 
como esgotamento mental e físico que pode levar a problemas cardíacos, transtornos de sono, 
ansiedade  e  depressão,  contendo  três  dimensões:  exaustão  emocional  (carência  ou  falta  de 
27 

energia,  com  baixo  entusiasmo),  baixa  realização  profissional  (autoavaliação  negativa  do 
profissional  em  relação  à  sua  profissão)  e  despersonalização  (tratar  pessoas  próximas  como 
objetivos, ou seja, insensibilidade emocional.), com as mulheres apresentando maiores índices 
do que homens, levando em conta sua longa jornada de trabalho. 
Já para Melo, Dias e Volpato (2020), a Síndrome de Burnout é uma reação para tensões 
que são crônicas e geradas em pessoas em contato com outros indivíduos, sendo manifestada 
de  quatro  classes:  fadiga  constante,  falta  de  apetite,  distúrbio  do  sono  e  dores  musculares; 
psiquicamente, falta de atenção e memória, frustração e ansiedade; no comportamento, através 
de irritabilidade intermitente ou instantânea, hiperatividade, conflitos com colegas aumentados, 
pausas para descanso extensas, além de problema de horários no trabalho docente; por fim, há 
os sintomas defensivos, com isolamento, sentimentos de onipotente, redução da qualidade das 
aulas e atitudes que são cínicas. 
Melo, Dias e Volpato (2020) também dialogam que o Burnout é causador de mal­estar, 
exaustão e fadiga, perda de energia, esgotamento, com problemas emocionais, mentais e físicos, 
como  infelicidade,  autoestima  reduzida,  desamparo,  perda  do  desejo  pela  profissão 
(entusiasmo), além de uma sensação de poucos recursos para cuidar de outras pessoas, sendo 
algo que corrói ao longo dos anos e há efeitos perturbadores à vida do professor com a síndrome, 
ou seja, um problema de saúde pública.  
Segundo  Batista  et  al.  (2010),  a  Síndrome  de  Burnout  se  divide  em  três  dimensões: 
exaustão  emocional,  baixa  realização  profissional  e  despersonalização;  a  primeira  é 
caracterizada por falta de energia e um sentimento de recursos esgotados para o trabalho, além 
de um conflito pessoal com sobrecarga, a segunda diz respeito pela tendência da autoavaliação 
negativa, havendo o sentimento de insatisfação, enquanto que a terceira dialoga sobre um estado 
psíquico  que  prevalece  a  dissimulação  afetiva  e  o  distanciamento, ou  seja,  há  a  presença  da 
impessoalidade nas relações diárias. 
Já para Souza e Bezerra (2019), ao ultrapassar um limite adequado pelo ser humano, há 
um  conjunto  de  sintomas  físicos,  psíquicos  e  de  comportamento,  os  quais  irão  atingir 
negativamente a habilidade de trabalho do professor, levando­o a adoecer, ou seja, a Síndrome 
de Burnout, sendo representada por uma tensão emocional de forma inconsciente em relações, 
as quais são baseadas nos grandes esforços no trabalho e irritabilidade, desânimo, agressividade, 
reações fisiológicas, depressão e baixo rendimento na produtividade, além disso, há a presença 
de  uma  baixa  autoestima  e  negação  do  estresse  e  baixa  energia,  ocorrendo  também  um 
desequilíbrio entre a capacidade do professor e a exigência da instituição de ensino. 
28 

Silva (2020) dialoga a respeito da etimologia da palavra Burnout no Português, a qual 
deriva­se do inglês, “burn” significa queima e  “out” exterior, ou seja, um distúrbio psíquico 
que é o resultado do excesso de trabalho, levando à exaustão extrema, esgotamento e estresse, 
como  no  caso  dos  professores  que  podem  ser  afetados  no  desempenho  no trabalho,  práticas 
educativas, qualidade de vida e comportamento dos alunos, além disso, as relações interpessoais 
são afetadas, com os estudantes, gestores, pais dos alunos, isso acontece por conta da demanda 
em atividades extracurriculares ou fora do horário regular, falta de reconhecimento profissional. 
Silva (2020) argumenta também a respeito da definição da Síndrome de  Burnout pela 
11°  Revisão  da  Classificação  Internacional  de  Doenças  (CID­11),  no  qual  é  uma  síndrome 
resultante do estresse crônico no local de trabalho, com  baixo gerenciamento de sucesso, ou 
seja, é um fenômeno ocupacional, não sendo uma doença ou condição de saúde e não estando 
relacionada com experiências em outras áreas que o indivíduo vive, além disso, o Ministério da 
Saúde adiciona os principais sintomas: cansaço excessivo, mental e físico; alterações no apetite, 
dor  de  cabeça  frequente;  negatividade  constante;  sentimento  de  fracasso,  insegurança  e 
incompetência, com alterações repentinas do humor. 
De  acordo  com  o  autor  acima,  outros  sintomas,  para  o  Ministério  da  Saúde,  são 
isolamento,  fadiga,  dores  musculares,  pressão  alta,  problemas  gastrointestinais  e  há  uma 
alteração  nos  batimentos  cardíacos.  Já  Pereira  (2002)  dialoga  que  existem  sintomas  físicos, 
como  a  fadiga  constante  e  progressiva,  distúrbios  do  sono,  cefaleia,  perturbações 
gastrointestinais,  transtornos  cardiovasculares,  imunodeficiência,  disfunções  sexuais  e 
alterações na menstruação. 
Pereira  (2002)  também  argumenta  a  respeito  dos  sintomas  e  comportamentos  da 
Síndrome de Burnout: irritabilidade, negligência, agressividade em excesso, dificuldade para 
se adequar a  mudanças, problemas para relaxar, comportamentos de alto risco e suicídio; os 
sintomas  psíquicos  envolvem  a  falta  de  atenção,  alteração  de  memória  e  sentimento  de 
alienação  e  solidão,  com  uma  lentificação  do  pensamento,  impaciência,  dificuldade  de  auto 
aceitação, labilidade emocional, desânimo, astenia, depressão, desânimo e paranoia. 
Os sintomas defensivos, para o autor citado acima, incluem a tendência ao isolamento, 
perda de interesse pelo trabalho (ou pelo prazer), ironia, cinismo, sentimento de onipotência, 
sendo assim, a síndrome afeta negativamente o desempenho social e  laboral do profissional. 
Carlotto (2011) também afirma que a categoria docente vem sendo uma das mais investigadas 
em  relação  à  Síndrome  de  Burnout  (SB),  pois  a  profissão  é,  independentemente  do  nível  de 
ensino ou o nível da escola (pública ou privada), alvo de diversos estressores psicológicos e 
sociais no local de trabalho. 
29 

De acordo com Carlotto (2011), a profissão docente passou de um espaço vocacional 
para  o  ensino  técnico  e  burocrático,  pois  tarefas  que  exigem  muito  dos  professores  são 
transformadas  em  uma  rotina  intensa,  contendo  cada  vez  menos  tempo  para  se  adequar  ao 
trabalho,  convívio  social  e  poucas  oportunidades  para  que  a  criatividade  seja  utilizada 
adequadamente, além disso, a SB também diz respeito a fatores como o baixo salário e precárias 
condições  laborais,  críticas  públicas  para  a  categoria  dos  educadores,  com  cobranças  para  o 
fracasso, causando uma sobrecarga mental ou emocional; a própria função de um docente exige 
também precisão, concentração e atenção.  
Diferentemente,  para  Capellini  et  al.  (2015),  alguns  aspectos  que  podem  levar  ao 
desenvolvimento  da  Síndrome  de  Burnout  (SB)  estão  divididos  em  físicos:  ventilação, 
temperatura,  ruído,  pouco  espaço  físico,  altas  temperaturas;  organizacionais:  jornada  de 
trabalho muito extensa e com sobrecarga e por último, há o problema de infraestrutura escolar, 
ou seja, a disponibilidade de recursos e materiais didáticos, contendo adaptações, capacitação 
e  formação  de  professores;  diante  de  tais  fatos,  a  escola  se  mostra  propícia  para  gerar  a 
problemática. 
Para Deps e Morte (2015), a Síndrome de Burnout também leva ao enfraquecimento do 
sistema de defesa humano, ou seja, o imunológico, o que leva a doenças presentes e possíveis 
infecções  constantes  de  bactérias,  fungos  e  vírus,  além  de  hipertensão,  distúrbios  na 
alimentação  (intestino  e  estômago),  problemas  na  pele,  como  alergias,  com  isso  advindo  do 
excesso de pressão do trabalho ao professor, ressaltando­se também que doenças desconhecidas 
pela literatura do fenômeno podem se manifestarem e levarem  ao abandono da profissão, pois 
os objetivos estabelecidos pedagogicamente na escola não são alcançados. 
Capellini  et  al.  (2015)  também  apontam  dados  a  respeito  da  Síndrome  de  Burnout, 
apesar de ainda serem incertos por conta das variações entre as populações estudadas, há um 
número de indivíduos acometidos que pode variar de 4% a 85,7%, além disso, mulheres com 
altas demandas de trabalho também são mais suscetíveis a desenvolverem o quadro ocupacional, 
revelando que tais profissionais estão em riscos, pois os quadros clínicos podem vir a piorar ao 
longo do tempo, trazendo problemas à saúde do docente e o processo de aprendizagem e ensino 
dos estudantes. 
A  SB  também  é  citada,  segundo  Moreno  et  al.  (2011),  pela  Lei  n°3048/99,  da 
Previdência  Social,  considerando  a  síndrome  do  esgotamento  profissional  uma  doença  do 
trabalho, revelando que as pessoas com esse fenômeno possuem um comportamento agressivo 
(tensão)  e  são  instáveis  emocionalmente  e  fisicamente,  alguns  fatores  também  são  comuns, 
como  as  aposentadorias  precoces,  riscos  à  saúde  por  conta  da  profissão  realizada  pelos 
30 

professores, já que existe uma falta de energia e entusiasmo nos portadores do problema, além 
disso,  o  fenômeno  ocupacional  é  citado  como  um  evento  psicossocial  ligado  à  situação  de 
trabalho (laboral), contendo um contexto social e individual. 
De  acordo  com  Latorraca  et  al.  (2019),  cerca  de  72%  das  pessoas  que  trabalhavam 
ativamente no Brasil devem experimentar, durante algum período, estresse laboral ou condições 
relacionadas a isso, com a Síndrome de Burnout representando cerca de 32% de dos casos, pois 
é um processo multidimensional físico, psicológico e social para haver o diagnóstico específico, 
ou seja, com exaustão emocional, baixa realização profissional e despersonalização, além disso, 
cerca de 10% dos afastamentos e faltas nos ambientes para trabalho estão ligadas a estressores, 
com  aspectos  que  são  percebidos  nas  relações  interpessoais,  diminuição  da  produtividade, 
atrasos e ausência de motivação. 
Silva  (2013)  também  complementa  que  o  humanismo,  com  o  passar  dos  anos,  foi 
substituído  pelo  fundamentalismo  e  consumismo  feroz  do  sistema  capitalista,  havendo  uma 
forte desigualdade entre países desenvolvidos e detentores do capital e os outros subalternos a 
isso,  além  dos  três  mundos  presentes  na  sociedade  moderna:  o  mundo  globalizado,  a 
perversidade  da  globalização  e  o  mundo  como  poderá  ser;  as  críticas  estão  associadas  ao 
marxismo, visando a não exclusão dos mais pobres em meio à concorrência e a pressão sofrida 
pelos trabalhadores, o que  leva a  fatores estressantes, além  de  haver relações de poder entre 
detentores do capital e as populações, com um sistema rígido de gestão. 
Em  relação  à  Síndrome  de  Burnout,  de  acordo  com  Melo  et  al.  (2015),  o  termo  foi 
utilizado em 1969 por Brandley, mas apenas passou a ser conhecido de forma vasta em 1974 
por Freudenberguer, com paciente contendo ansiedade, depressão, perda de energia, perda de 
sensibilidade e compreensão, com riscos de deterioração física e/ou mental por consequência 
da  piora  de  um  quadro,  sendo  também  um  dos  problemas  agravantes  ocupacionais  mais 
importantes para a sociedade. 
Melo et al. (2015) também diferenciam o estresse normal e a Síndrome de Burnout, o 
primeiro diz respeito a uma manifestação ou sentimento que desaparece depois ou pode deixar 
de  causar  efeitos  negativos  ao  indivíduo  após  um  período  de  tempo  ou  até  um  descanso, 
enquanto que a segunda é um estado crônico com a presença de um estado crônico de estresse 
no ambiente de trabalho, o qual não pode ser reduzido com repouso ou afastamento laboral. 
De  acordo  com  Nunes  e  Smeha  (2017),  os  professores  necessitam  de  tempo  para  a 
preparação de aula e o desenvolvimento dos processos que serão trabalhados ou abordados nas 
avaliações e nas aulas, o que leva a um desgaste emocional e  físico por conta do excesso de 
trabalho com redução do sentimento de satisfação e prazer para o trabalho com atividades, tal 
31 

relação pode estar também ligada ao contato entre os docentes e os alunos, envolvendo também 
a valorização do trabalho com a própria satisfação do educando e da comunidade que frequenta 
a escola. 
Já para Carvalho e Magalhães (2011),  Burnout significa algo que parou de funcionar 
corretamente  por  conta  de  uma  falta  ou  exaustão  de  energia,  contendo  uma  resposta  para 
estressores  laborais  crônicos, o  fenômeno  ocupacional  também  acontece  por  conta  de  novas 
configurações de organizações, além de determinadas exigências de qualidade e competência 
que afetam os profissionais de  modo geral, ou seja, de mudanças que ocorrem  no mundo do 
trabalho,  o  qual  nem  sempre  possibilita  uma  realização  para  o  professor,  com  diversas 
insatisfações. 
De acordo com Albuquerque, Melo e Neto (2012), a Síndrome de Burnout diz respeito 
da sensação de estar acabado ou esgotado, ou seja, é uma resposta longa a estresses cotidianos 
e em relações interpessoais no trabalho, sendo um fenômeno ocupacional, em professores (com 
maior  riscos  de  desenvolver  o  problema),  há  a  perda  do  envolvimento  com  os  alunos  e  os 
objetivos escolares, outros profissionais apresentam também um desgaste com clientes e perda 
de energia, contendo também um desinteresse e falta de desejo para as atividades. 
Para Nunes e Smeha (2017), a Síndrome de Burnout se caracteriza por níveis elevados 
de  estresse  no  local  de  trabalho,  contendo  falta  de  motivação,  concentração,  a  presença  de 
irritabilidade  e  o  isolamento,  ou  seja,  o  docente  pode  vir  a  se  tornar  agressivo  e  perder  a 
motivação para o trabalho, com um desânimo persistente, sensação de impotência e ausência 
de emoções empáticas com as pessoas ao redor, o fato está ligado também a diversas discussões 
a respeito das melhorias no ensino brasileiro, levando em conta das dificuldades enfrentadas 
pelos professores e seu trabalho muito externo em diversos turnos para o complemento da renda 
e sustento da família. 
Nunes  e  Smeha  (2017)  também  afirmam  que  a  classe  dos  docentes  está  na  segunda 
colocação  entre  as  profissões  que  apresentam  o  maior  número  de  doenças  ocupacional, 
envolvendo depressão e ansiedade, os quais são unidos à Síndrome de Burnout, além disso, ao 
longo do tempo, os sinais dos fenômenos vêm sendo mais frequentes, justamente por conta da 
alta carga de posicionamentos para manter o equilíbrio do cargo e das funções/ações diárias, 
incluindo também o abandono da profissão em casos mais graves da SB. 
Rausch  e  Dubiella  (2013)  apontam  a  respeito  da  profissão  docente  e  a  Síndrome  de 
Burnout, na qual os professores estão atuando também fora da sala de aula, o que constitui um 
fator  de  estresse  laboral,  ou  seja,  há  atividades  de  administração  em  reuniões  pedagógicas, 
atualização e adequação de cadernos envolvendo a lista de chamada e atendimentos aos alunos, 
32 

com  um  agravamento  do  problema  em  casos  de  muitos  alunos  por  turma,  levando  ao 
esgotamento emocional docente por conta da pressão dos trabalhos realizados, principalmente 
ao deixarem suas famílias. 
Rausch  e  Dubiella  (2013)  também  adicionam  que  os  professores  também  são  muito 
expostos a situações que não há um preparo pedagógico, seja por conta da falta de formação, 
ou pela ausência de equipamento adequado para o trabalho em sala de aula, isso se soma às 
cobranças e o acelerado ritmo de trabalho que leva ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout, 
pois  diversos  horários  são  recompensados  por  salários  parcelados,  diante  de  tal  fato,  o 
profissional  se  sente  desestimulado  e  sem  esperança  sobre  a  profissão,  já  que  as  demandas 
escolares tendem a aumentar mais ainda. 
Para  Andrade  e  Oliveira  (2012),  a  Síndrome  de  Burnout  (SB)  está  ligada  com  o 
cansaço/esgotamento no trabalho, o que leva a dificuldades  no sistema de ensino e reduz os 
padrões  de  melhoria  educacional  esperados  e  a  aprendizagem  do  aluno  também,  o  convívio 
social do portador também é afetado, causando problemas, o que leva ao desgaste e problemas 
para se sentir feliz, pois há apenas a presença de estresse e adoecimento mental e físico, algo 
que afeta seu meio. 
Em uma análise mais antiga, Levy, Sobrinho e Souza (2009) dialogam que os docentes 
que  tendem  a  desenvolver  a  Síndrome  de  Burnout  são  os  mais  jovens,  ou  seja,  com  baixa 
experiência  prática  no  campo  do  ensino,  isso  ocorre  porque  os  docentes  antigos  estão 
habilitados  para  os  conflitos  e  situações  de  sala  de  aula  e  colegas  de  trabalho,  isso  envolve 
habilidades e recursos técnicos que foram adquiridos ao longo dos anos, reduzindo de forma 
contínua a sobrecarga causada pela escola e o ensino, além dos atritos da relação entre docente 
e discente e aluno­professor. 
Para Dalcin e Carlotto (2018), a Síndrome de Burnout responde a um estresse crônico 
ocupacional e modifica as relações sociais, cognitivas, atitudinais e emotivas, a qual envolve a 
ilusão por um trabalho, comportamento indolente, desgaste psicológico e culpa por não atingir 
os objetivos esperados no ambiente laboral, sendo a área da docência uma das mais atingidas, 
pois  o  professor  deve  lidar  com  o  desinteresse  dos  alunos  e  a  indisciplina,  além  da  falta  de 
diálogo com os pais dos estudantes e a coordenação da escola. 
 
 
 
 
 
33 

2.5 Diagnóstico, prevenção e tratamento da Síndrome de Burnout (SB)  
 
 
Para  Capellini  et  al.  (2015),  em  relação  à  prevenção  do  fenômeno  ocupacional,  os 
professores devem utilizar da interação através de práticas educativas para que possa dificultar 
o surgimento de problemas emocionais em tais trabalhadores ou nos alunos, ocorrendo através 
de  atividades  educativas  e  habilidades  sociais  para  evitar  problemas  de  comportamento  que 
levem ao agravamento ou surgimento da SB, ou seja, essas propostas em crianças pré­escolares 
e escolares levam a um aumento de repertório intelectual e redução de indisciplina. 
Já para Cardoso e Rossato (2017), a prevenção da Síndrome de Burnout (SB) envolve 
promover a energia e assiduidade no trabalho através do melhor conforto e sensação do trabalho 
no ambiental laboral, além da identificação e tratamento correto do fenômeno laboral, pois o 
tratamento  busca  a  origem  do  que  causa  o  problema,  não  apenas  o  estresse  ou  depressão 
apresentados pelo paciente, outrossim, é a possibilidade de uma melhoria da rotina, adicionando 
esportes e outras atividades, para que a monotonia não se torne parte da vida do docente afetado, 
assim  como  a  formação  continuada  para  o  profissional,  já  que  também  é  uma  questão  de 
aperfeiçoamento. 
Deps e Morte (2015) dialogam que diversas condições ambientais levam ao bem­estar 
alterado  do  educador,  como  o  ruído  e  a  indisciplina,  portanto,  as  relações  interpessoais  e  a 
solução de conflitos devem ser trabalhadas para que a Síndrome de Burnout seja parcialmente 
prevenida  em  docentes,  ou  seja,  os  estudantes  e  seus  sucessos  estão  relacionados  também  à 
relação entre professores e alunos com cooperação, além de práticas sociais na escola, contando 
com um maior investimento do Estado no estudo das soluções para a SB, não apenas para as 
possíveis origens do problema. 
Urban (2009) cita a respeito da didática e relação entre a dimensão histórico­científica 
e técnico­prática do trabalho docente para a redução do estresse e auxílio da jornada de trabalho, 
produzindo  uma  sociedade  com  indivíduos  qualitativamente  diferentes,  contendo  a  ação, 
reflexão e repetida ação na busca por respostas no ensino, além disso, o perfil ideal de professor 
depende da escola, ou seja, docentes progressistas possuem amorosidade, coragem, humildade, 
tolerância,  tensão  entre  paciência  e  impaciência,  compreendendo  um  docente  com  preparo 
teórico­prático interdisciplinar, os quais são menos propensos a desenvolverem a Síndrome de 
Burnout. 
Santos  e  Belmino  (2016)  também  concordam  e  dialogam  a  respeito  da  utilização  de 
recursos didáticos como sons, fotos, imagens, televisão, computador e livro sendo facilitadores 
34 

de situações e experimentações para o aprendizado dos estudantes, criando­se um ambiente de 
socialização de informações. 
Capellini et al. (2015) também citam que as interações realizadas pelo professor podem 
ser negativas e/ou positivas, levando a problemas de comportamento que favorecem o estresse 
do  docente  responsável  pela  turma,  sendo  necessário  o  estabelecimento  de  habilidades  de 
comunicação,  valorização  de  comportamentos  habilidosos  (mais  comuns  em  meninas), 
afetividade,  ensino  visando  a  resolução  de  problemas,  além  disso,  a  participação  familiar 
também é importante para que o fenômeno ocupacional da Síndrome de Burnout não ocorra, 
contendo também o estímulo à interação social e criatividade. 
Em relação ao tratamento para o enfrentamento da Síndrome de Burnout, para Moreno 
et al. (2011), o Ministério da Saúde argumenta que o tratamento do fenômeno ocupacional se 
dá  por  meio  de  acompanhamento  psicoterápico,  com  intervenções  psicossociais  e 
farmacológicas, ou seja, o uso de medicamento específico para o controle, além disso, algumas 
estratégias para a prevenção e/ou redução dos sintomas  são o uso de meditação, habilidades 
comportamentais,  educação  a  respeito  da  saúde,  treinamento  de  capacidades  técnicas  e 
atividade física. 
Moreno et al. (2011) também afirmam que existem intervenções também em relação à 
relação  do  indivíduo  e  organização  de  trabalho,  compreendendo  determinadas  ações  para 
melhorar o exercício de funções em equipe e a comunicação, além de mudanças de condições 
ambientais e físicas; o foco da intervenção também pode ser dividido em diferentes tipos, ao 
invés de buscar solucionar e esperar a solução de um problema no ambiente de ensino, o que 
causa uma frustração em casos negativos de experiência. 
Segundo Moreno et al. (2011), há três níveis de intervenções, a primeira diz respeito à 
modalidade  de  ser  centrada  na  resposta  do  profissional  de  forma  individual,  no  contexto  da 
organização onde o indivíduo trabalha e a união de ambos os conceitos, ou seja, uma interação 
ocupacional e própria individualista (combinação), com as duas últimas sendo mais adequadas 
para  realidades  com  grandes  variáveis  e  alta  variabilidade  de  causadores  de  estresses 
psicossociais, além disso, o tratamento da Síndrome de Burnout deve ser elaborado visando a 
necessidade  individual  de  cada  paciente  e  visando  levar  o  docente  ou  trabalhador  de  outra 
profissão estressante para a resposta ao ambiente laboral. 
De acordo com Moreno et al. (2011), as estratégias individuais para o tratamento da SB 
incluem  a  compreensão  de  características  pessoais  e  o  pensamento  emocional  em  relação  a 
determinada situação estressante apresentada, consistindo na aprendizagem do profissional de 
estratégias adaptativas para enfrentar o estresse, o que leva a prevenir respostas não desejadas 
35 

em  relação  ao  efeito  do  estresse,  além  disso,  existem  estratégias  de  coping  para  prevenir  o 
desenvolvimento  do  fenômeno  ocupacional,  envolvendo  um  esforço  comportamental  e 
cognitivo para tolerar ou dominar as demandas externas e  internas apresentadas, podendo se 
dividir na categoria emocional e focando no problema. 
Moreno  et  al.  (2011)  argumentam  que  primeiramente  há  uma  procura  de  estratégias 
visando processos defensivos com valores positivos para situações negativas, visando diminuir 
e  reduzir  a  importância  negativa  e  emocional  causada  pelo  ambiente  causador  de  estresse, 
enquanto  que  o  coping  focalizando  no  problema  tenta  visualizar  e  definir  a  dificuldade 
vivenciada pelo paciente, no qual procuram­se soluções e escolhas; algumas dessas estratégias 
incluem  confrontar  e  desafiar  a  situação,  além  de  haver  o  afastamento  que  visa  o  indivíduo 
esquecer que a situação realmente está acontecendo e o autocontrole, contando também com o 
suporte social através de pessoas para se obter apoio para a solução de uma problemática. 
Em  adição,  Moreno  et  al.  (2011)  afirmam  que  as  estratégias  de  coping  também 
abrangem  a  aceitação  de  responsabilidades  para  receber  e  entender  a  situação,  levando  o 
professor a acreditar na sua função e capacidade de responsabilizar­se sobre um ocorrido, ou 
seja,  nada  pode  ser  feito  para  mudar,  além  da  fuga­esquiva,  na  qual  há  pensamentos  de 
minimizar  situações  através  da  fantasia,  isto  é,  tornam­se  abstratas  as  situações  de  conflito, 
incluindo  também  estratégias  de  planos  para  a  resolução  final  do  problema  e  a  reavaliação 
positiva para refletir positivamente sobre os acontecimentos estressantes. 
Já as estratégias organizacionais, para o autor citado anteriormente, dialogam sobre a 
mudança  do  contexto  ocupacional,  modificando  a  realidade,  o  ambiente  e  o  clima  de 
desenvolvimento  de  atividades,  ou  seja,  na  instituição  que  o  profissional  trabalha,  como  o 
professor na escola, ou seja, a organização recebe uma intervenção visando a revisão do tempo 
para  descanso,  mudanças  na  gestão  ou  direção  e  estilos  de  liderança  presentes,  além  disso, 
alguns autores também defendem a troca de condições de horário, autonomia laboral e decisões 
importantes de plano de carreira. 
Moreno et al. (2011) também adicionam que a Síndrome de Burnout não é um problema 
que advém das pessoas, mas, sim dos ambientes de trabalho, assim sendo, é uma experiência 
subjetiva geradora de atitudes e sentimentos negativos e prejudiciais do indivíduo com o local 
de trabalho, além disso, para o tratamento, investiga­se a perda de comprometimento, desgaste 
físico  e  emocional,  desempenho  de  atuação  em  aulas  por  professores,  como  a  baixa 
produtividade  existente  na  instituição,  isso  inclui  as  regras  laborais  muito  rígidas  e  a 
burocratização (interesse em aspectos econômicos); acrescenta­se que é necessária a atuação 
dos serviços relacionados à saúde do trabalhador para evitar agravos e doenças do tipo. 
36 

Carvalho e Magalhães (2014) também afirmam a respeito de estratégias de prevenção 
contra a Síndrome de Burnout, envolvendo a inteligência emocional como forma de prevenir o 
fenômeno, ou seja, é importante possuir atributos emocionais e condições materiais para que a 
profissão  seja  exercida  com  segurança  e  autonomia,  além  do  estresse  surgir  por  conta  da 
necessidade  de  adaptação  dos  professores,  interpretando­se  como  um  desafio  que  leva  à 
excitação emocional, humilhação, fadiga e esforço excessivo. 
De  acordo  com  o  autor  citado  acima,  os  desafios  que  os  professores  e  outros 
profissionais passam também são de manter concentração, contendo um efeito somático, mental 
ou físico, isto é, diante dos fatores apresentados, a emoção e a interpretação da mesma causa 
uma série de eventos bioquímicos, os quais levarão a várias descargas hormonais pelo sistema 
nervoso autônomo, ou seja, cita­se o sistema límbico (responsável pelo controle emocional) e 
nervoso central, além do hipotálamo, a fim do organismo enfrentar uma situação e ocorrer a 
homeostase, por certo, é uma forma essencial para o tratamento da Síndrome de Burnout. 
Sousa (2020) diz também que uma forma eficaz para se tratar a Síndrome de Burnout é 
a terapia comportamental, a qual visualiza que o comportamento negativo está baseado e como 
o portador pode se entender para poder mudar atitudes e a rotina, pois há determinadas situações 
que  fixaram  a  inadequação  afetando  a  vida  do  indivíduo,  pois  SB  advém  de  uma  interação 
negativa entre o ambiente e o profissional, como as burocracias e dificuldades de ascensão e 
salários. 
Para Ballone (2008) a SB tem origem através de situações adaptativas que o indivíduo 
perpassa, o que exige uma participação emocional persistente, ou seja, o problema ocorre por 
conta  de  uma  falta  de  estabilidade  emocional  suficiente  e  adequada  para  tais  estímulos 
psicológicos,  levando o profissional  a sentir­se doente e exausto, sendo assim, a  inteligência 
emocional compreende e utiliza as emoções a favor dos professores, a qual facilita e analisa a 
forma mais adequada de pensar, contendo a reflexão para crescimento intelectual e emotivo. 
Para Carvalho e Magalhães (2014), portanto, a inteligência emocional é quando há o 
equilíbrio de atitudes e emoções para o desenvolvimento do autocontrole, algo essencial para o 
tratamento  da  Síndrome  de  Burnout  é  garantir  o  sucesso  social,  profissional  e  pessoal,  isso 
acontece através de dúvidas, determinações e críticas através de uma auto percepção e treino, 
ou  seja,  duvidar  de  ideias  dramáticas  alimentadas,  fatos  tristes  que  causam  ansiedade,  de 
motivos falsos que demonstram uma incapacidade de ser feliz. 
Ortiz­acosta  e  Beltrán­jiménez  (2011)  dialogam  que  a  prevenção  da  SB  inclui  a 
melhoria e fortalecimento da inteligência emocional, além de mudanças culturais no estilo de 
organização do trabalho, visando regras menos rígidas e uma proibição à exploração do trabalho, 
37 

contendo também restrições ao excesso de trabalho individual e redução da competitividade em 
casos  específicos,  contendo  também  metas  terapêuticas  com  o  estudo  das  emoções  e  as 
insatisfações do trabalhador. 
Carvalho  e  Magalhães  (2014)  também  adicionam  que  é  necessário  um  setor 
especializado e multiprofissional para o cuidado da saúde  mental,  incluindo uma abordagem 
interdisciplinar  para  atender  diversas  demandas  diferentes,  isso  envolvendo  uma  visão 
biológica,  psicológica  e  social  para  o  sofrimento  cognitivo  dos  professores  e  outros 
profissionais no ambiente de trabalho, além do enfrentamento (coping) que visa mudar o estilo 
de vida para novas possíveis demandas, evitando, assim, emoções e comportamentos negativos 
para o desenvolvimento laboral que o indivíduo pode enfrentar, levando em conta lembrar dos 
limites para respeitá­los, para que, então, a realização própria seja alcançada. 
De  acordo  com  Latorraca  et  al.  (2019),  é  possível  observar  que  os  estudos  visando 
avaliar  a  flexibilização  de  tempo  (horários  laborais)  do  trabalhador  refletiram  resultados 
positivos  nos  quadros  de  saúde  e  bem­estar  sobre  a  Síndrome  de  Burnout,  enquanto  que  as 
propostas para modificação e melhoria de contratos levaram a efeitos com pontos positivos e 
negativos  ou  apenas  negativos,  isso  inclui  o  método  para  condições  visando o  bem­estar  no 
trabalho. 
Latorraca et al. (2019) também dialogam a respeito de programas de computador para 
prevenir e tratar o estresse, os quais trazem resultados incertos por conta do meio eletrônico, 
principalmente  em  um  período  de  pandemia,  enquanto  que  as  intervenções  pessoalmente  e 
diretas  por  profissionais  da  área  da  saúde  mental  levam  a  resultados  positivos  em  relação  à 
problemática ressaltada, tais aplicativos para combate ao estresse remetem aos ECRs (eliminar, 
combinar, reorganizar e simplificar), visando técnicas de relaxamento através de mindfulness, 
ou seja, isso revela um método ligado à prevenção do estresse da SB. 
Outro tratamento para a Síndrome de  Burnout, para o autor acima,  inclui a troca das 
atividades/tarefas de trabalho, a qual inclui benefícios pequenos em relação aos desfechos de 
casos,  mudanças  no  estilo  e  características  de  gestão  da  organização  (treinamento  de 
professores através de coachings), habilidades para controle emocional e intervenções múltiplas, 
incluindo aumento de salários pela melhor execução da docência, com promoção pela mentoria 
para cargos. 
De acordo com Albuquerque, Melo e Neto (2012), existe no SUS a Política Nacional de 
Saúde Mental e do Trabalhador, ambas deveriam agir unidas para a saúde mental de todos os 
profissionais  com  Burnout,  sendo  necessário  haver  uma  discussão  pública  da  prevenção  do 
fenômeno ocupacional, sua prevenção, tratamento, reabilitação e estratégia para tal, o debate 
38 

também  deve  adicionar  os  possíveis  fatores  de  desgastes  psicológicos  laborais,  como  as 
limitações técnicas, materiais e pessoais, alta demanda durante o trabalho, pressões da escola 
(para  os  professores),  é  preciso  existir,  principalmente,  o  apoio  público  de  psicólogos  para 
acompanhar casos individuais. 
Albuquerque, Melo e Neto (2012) também citam que para tratar a Síndrome de Burnout 
é necessária a atuação das secretarias de saúdes para gerir e analisar as condições de trabalho 
em  relação  ao  problema  ocupacional  dos  professores,  envolvendo  recursos  materiais  e 
psicológicos, além da prevenção de agravos à saúde  mental de tais cidadãos, principalmente 
levando  em  conta  o  fato  dos  profissionais  concursados  apresentarem  maiores  problemas, 
enquanto  que  os  servidores  não  concursados  apresentam  uma  rotatividade  maior  e  falta  de 
estabilidade  laboral,  diante  disso,  é  preciso oferecer  uma  estrutura  de  segurança  e  estímulos 
para a realização profissional dos docentes. 
As estratégias, segundo Nunes e Smeha (2017), para enfrentar a Síndrome de Burnout 
iniciam com a busca de um terapeuta ou médico, os quais farão a avaliação dos sintomas e as 
dimensões  de  baixa  realização  pessoal,  exaustão  emocional  e  despersonalização,  haverá 
também a anamnese médica e a utilização de técnicas, além disso, pode haver a confusão entre 
o  fenômeno  ocupacional  e  o  estresse  natural  e  a  depressão;  a  análise  diagnóstica  também 
engloba o ambiente de trabalho do professor ou outro profissional, contendo entrevistas com 
amigos  e  familiares  e  as  atividades  desenvolvidas  pelo  trabalhador  com  a  problemática 
cognitiva e física. 
Carlotto (2002) também adiciona que é necessária a valorização docente no combate da 
Síndrome de Burnout, os quais devem se sentir amados e importantes pela comunidade onde 
eles atuam e trabalham, pois o problema acontece quando o profissional sente que seus esforços 
não  geram  recompensas  emocionais  suficientes,  além  disso,  há  a  necessidade  de  um  bom 
desenvolvimento de competências e  habilidades  na educação para lidar com os pedidos e as 
demandas laborais, já que existe um grande conhecimento a respeito dos conceitos técnicos que 
serão  ensinados  e  pouco  se  sabe  a  respeito  dos  estudantes  e  a  própria  visão  do  docente 
(professional self). 
Sousa (2020) também adiciona que medidas preventivas para a Síndrome de Burnout 
giram  em  torno  de  um  programa  para  treinamento  e  prevenção  de  demissões  no  trabalho, 
visando identificar o que motiva cada profissional, com ajustes, limitação das horas de trabalho 
e horas reservadas para o descanso; as atividades em equipe e contato humano também deve 
ser  levado  em  consideração,  com  os  membros  se  ajudando  quando  necessário,  ou  seja,  as 
experiências são dialogadas para um bem comum, contando com atividades  físicas regulares 
39 

para professores e outros trabalhadores, para que consigam dormir e evitar a insônia promovida 
pelo fenômeno ocupacional. 
Para Borges et al. (2002), a Síndrome de Burnout diz respeito à exaustão emocional por 
conta do contato e tratamento excessivo de humanos com outros semelhantes, envolvendo uma 
preocupação excessiva com os problemas externos e comportamentos negativos para tais fatos, 
como  a  ausência  de  responsabilidade  no  trabalho  e  comprometimento  para  as  funções 
(professores  que  não  demonstram  evolução  no  ensino  e  em  suas  habilidades),  os  autores 
também citam uma tabela que demonstra diversos fatores. 

Tabela 1: Desencadeadores e facilitadores da Síndrome de Burnout. 
Fonte: Borges et al. (2002). 

Os autores acima também citam que a Síndrome de Burnout está também relacionada 
aos valores organizacionais de uma cultura, ou seja, há um reconhecimento de obrigações e um 
estresse gerado para que as disposições solicitadas pelas instituições sejam cumpridas, com a 
conservação de comportamentos laborais propostos em conflito com os direitos de autonomia 
do  trabalhador,  uma  hierarquia  e  a  falta  de  igualdade  (algo  que  deve  ser  resolvido  para  o 
tratamento do fenômeno ocupacional); de modo geral, a tabela a seguir informa sobre tais fatos. 
40 

Tabela 2: Valores empresariais. 
Fonte: Borges et al. (2002). 
 
Para Cavalcante et al. (2012), a Síndrome de Burnout é de grande interesse para a ciência 
de  diversos  países,  pois  com  as  tendências  capitalistas,  as  exigências  para  os  profissionais 
aumentaram e o estresse (fraqueza individual) também, havendo a diferença para o fenômeno 
ocupacional, o qual se caracteriza por comportamentos ditos negativos (irritabilidade, falta de 
assiduidade, incapacidades cognitivas de concentração e conflitos diversos no ambiente laboral) 
e  levam  a  prejuízos  sociais,  empresariais  e,  a  longo  prazo,  educacionais,  algo  que  pode  ser 
visualizado na tabela a seguir, comparado ao aumento do número de artigos na base SCIELO 
entre 2009 e 2000. 

Tabela 1 – Distribuição dos artigos por período de publicação na base de dados SCIELO de 2000 a
2009.

Período N° %

Ano de 2000 a 2003 6 24

Ano de 2004 a 2006 8 32

Ano de 2007 a 2009 11 44

Total 25 100

Tabela 3: Distribuição de artigos. 
Fonte: Cavalcante et al. (2012). 
 
41 

Cavalcante  et  al.  (2012)  também  cita  a  respeito  da  distribuição  das  ocupações  que 
recebem  o  maior  número  de  publicações  sobre  a Síndrome  de  Burnout,  sendo observado  na 
amostra  que  os  professores  compreendem  um  conjunto  de  20%  das  categorias  em  estudo, 
principalmente por conta de problemas em sala de aula, com os profissionais da saúde com 60%, 
pois  lidam  com  a  morte  e  questões  humanitárias  conflitantes  e  difíceis  para  indivíduos 
empáticos, além de outros números. 
 

Categoria N° %

Profissionais da Área da 15 60
Saúde

Professores 5 20

Policiais civis 1 4

Paciente atendido em 1 4
clínica psiquiátrica

Outras categorias 3 12

TOTAL 25 100

Tabela 4: Número de artigos publicados por área. 
Fonte: Cavalcante et al. (2012). 
 
De acordo com Sousa (2020), para o tratamento, deve­se haver o afastamento em relação 
à empresa e um grupo de suporte para a pessoa com a Síndrome de Burnout, após isso, deve­se 
identificar de onde vem o fenômeno, como a falta de um determinado ideal e empatia/apoio de 
outras  pessoas  ou  perdas  reais  que  necessitam  de  mudanças  para  boas  atividades,  além  da 
readaptação  com  a  aprendizagem  técnica  do  ambiente  laboral,  sendo  também  importante  a 
formação  inicial  mais  completa  dos  professores  para  o  entendimento  do  comportamento 
humano, visto que há uma carga horária média de 60 horas para cada disciplina. 
Além do que foi citado, Teles (2003), no livro que dialoga sobre o que é a psicologia, 
afirma que tal área almeja três objetivos: a descrição, a predição e o controle do comportamento, 
a  primeira  visa  descrever  em  quais  condições  um  fenômeno  ocorre,  sendo  necessária  a 
impessoalidade do profissional, ou seja, não deve haver sua intromissão pessoal para comprovar 
um  resultado;  a  segunda  é  a  capacidade  de  prever  um  fenômeno  que  está ocorrendo  em  um 
paciente  por  meio  de  relações  de  causa­efeito  pré­estabelecidas  em  teorias  comprovadas;  a 
42 

última  consiste  em  manipulação  comportamental  de  um  indivíduo  para  relações  humanas. 
Todos são necessários para descrever precisamente o comportamento humano. 
Para a prevenção da Síndrome de  Burnout em casos de indisciplina de turmas com o 
professor,  segundo  Nicola  e  Paniz  (2016),  qualquer    recurso  ou  método  diferente  do  mais 
utilizado  pelo  professor  é  útil,  devendo  ser  acompanhado  de  uma  reflexão  pedagógica  em 
relação à sua função no ensino, para que um objetivo proposto, inicialmente, seja alcançado, 
além de possibilitar uma maior relação professor­aluno e aluno­aluno, o livro didático não deve 
ser  um  recurso  exclusivo/único  para  uso,  já  os  jogos  oferecem  estímulos  para  que  haja  o 
desenvolvimento  criativo  dos  discentes,  mostrando  que  há  uma  nova  maneira  (lúdica, 
participava) de se relacionar com o conteúdo escolar (evita­se conflitos/indisciplina). 
Diante disso, segundo Teles (2003), isso é essencial para o professor, o intuito desse 
campo do conhecimento é de oferecer auxílio para que o indivíduo saiba lidar consigo próprio, 
com  as  experiências  de  vida  e  com  o outro,  além  das  atividades  subjetivas  na  consciência  e 
inconsciência  pessoal,  o  estudo  do  comportamento  humano  e  animal  —  principalmente 
chipanzés  e  ratos  —  e o  bem­estar  do  Homem  são os  principais  pontos  de  pesquisa  para os 
psicólogos, ou seja, a área da Psicologia da Educação é essencial para a prevenção da Síndrome 
de Burnout. 
Para Levy, Sobrinho e Nunes (2009), também é  necessário, para prevenir o  Burnout, 
estabelecer as relações interpessoais de relacionamento e reflexões com as equipes pedagógicas 
e da gestão, ou seja, há uma criação de um espaço de trocas de experiências e apoio mútuo entre 
os indivíduos, contando também com profissionais da saúde mental e contando com os pais e 
alunos como um feedback, além de estruturas arquitetônicas adequadas, atividades voltadas à 
promoção de emoções, empatia e valores humanos.  
Outra medida para estimular os alunos em sala de aula e evitar a Síndrome de Burnout, 
para Pinho (2018), é sempre se  mostrar instigante e  inovador,  adequando sua metodologia  à 
visão  de  mundo  dos  discentes,  oferecendo  o  máximo  de  possibilidades,  para  estimular  o 
interesse ativo dos alunos, o mais importante é variar situações e deixar que os alunos escolham, 
dentre  as  opções  citadas  pelo  professor,  o  que  vão  trabalhar,  de  quais  colegas  querem  estar 
próximos  e  quanto  tempo  vão  permanecer  em  determinada  atividade  ou  brincadeira  com 
objetivos estabelecidos, isso faz com que o docente reduza sua carga de estresse em atividades 
lúdicas e melhore suas relações interpessoais. 
43 

 
 
 

Figura 2: Estresse crônico e paradigmas da educação. 
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021) 
 
Também para impedir que docentes se sintam isolados com a Síndrome de Burnout, a 
valorização  dos  professores  é  extremamente  necessária,  Scheibe  (2010)  adiciona  que  os 
professores sofrem grande pressão para que apresentem um melhor desempenho, envolvendo 
os  resultados  dos  alunos,  as  críticas  a  respeito  da  formação  de  tais  profissionais  e  outras 
questões, sendo necessário trabalhar projetos  de  formação continuada com  base  no processo 
longo  e  continuado  de  construção  de  habilidades  para  o  trabalho  docente  para  lidar  com 
frustrações e levá­los a lutarem por melhores condições de trabalho junto com a comunidade.   
Raimann  (2015)  também  informa  que  a  sociedade,  para  valorizar,  deve  enxergar  o 
trabalho docente enquanto uma articulação entre as condições objetivas (preparação de aulas, 
relação de quantidade de alunos por professor, planejamento, lutas por salário e qualificação) e 
subjetivas  para  a  profissionalização,  sendo  esse  processo  dialético  na  construção  de  uma 
identidade  e  desenvolvimento  profissional,  além  de  considerar  os  saberes,  as  técnicas  e  as 
competências relativas a seu desempenho docente, com fatores que influenciam, como o Estado 
capitalista liberal que possui uma concepção de educação que deve ser seguida. 
Freire (2004) concorda com o autor anterior, sendo uma das prioridades da prevenção 
da Síndrome de Burnout a formação docente e a experiência, pois um ponto importante é que 
não há a atividade docente sem  os alunos, ou seja, o professor, para atuar na diversidade de 
saberes  docentes,  deve  possuir  uma  reflexão  crítica  sobre  a  sua  prática  cotidiana,  exigindo 
pesquisa para o ensino, não há o ensino sem uma pesquisa profunda anteriormente, sendo uma 
44 

característica de um profissional que busca constatar, intervir, educar e se educar, além de ser 
um indagador proficiente na área ensinada.  
Para Gonçales e Gonçales (2017), em relação à Síndrome de Burnout, há diversos tipos 
de satisfação ou motivação ao exercer uma função, a problemática do fenômeno não diz respeito 
a  uma  depressão,  a  qual  a  culpa  e  o  desânimo  para  a  vida  do  indivíduo,  o  esgotamento 
profissional produz tristeza e uma irregularidade negativa do pensamento, com o trabalho sendo 
o agente causador ou estressor, levando a baixa tolerância às frustrações e pouco rendimento, 
há, inclusive, um dado que reforça a tendência ao problema em locais com uma maior tendência 
de  rotatividade  e  estresse  no  trabalho,  os  números  indicados  abaixo  revelam  os  artigos 
publicados em relação aos locais. 
 

Figura 3: Número de artigos publicados sobre a Síndrome de Burnout no Brasil por Estados em 2017. 
Fonte: Gonçales; Gonçales (2017). 
 
Dalcin e Carlotto (2018), diferentes dos autores anteriores, propõem uma oficina para a 
escuta  dos  profissionais  acometidos  pela  SB,  a  qual  visa  enfrentar  o  estresse  e  melhorar  as 
conversas,  contendo  encontros  entre  os  intervalos  e  o  funcionamento  de  uma  formação 
continuada para as escolas, , inicialmente, o envio de convites para um determinado indivíduo, 
por  um  profissional  da  Psicologia  e  informando  os  diversos  benefícios  mentais  de  tal 
experiência formativa, com o modelo sendo descrito a seguir. 
45 

Tabela 5: Experiência formativa para a prevenção da Síndrome de Burnout. 
Fonte: Dalcin; Carlloto (2018). 
 
Prata (2010) cita que é papel da gestão promover o desenvolvimento de habilidades e 
competências  na  formação  continuada  (capacitação  de  profissionais),  isso  faz  com  que  os 
docentes eliminem ou reduzam a carga dos agentes estressores sobre sua profissão, prevenindo 
o  surgimento  de  um  fenômeno  como  o  de  Burnout,  além  de  promover  a  sensibilização  de 
46 

professores  e  alunos  para  a  presença  das  tecnologias  no  dia  a  dia,  algo  essencial  durante  a 
pandemia do novo coronavírus. 
Barreto (2015) informa que a Universidade ainda deve adotar um padrão de ensino que 
não vise apenas a transferência contínua de conteúdo, ou seja, uma reflexão que traga o foco 
para as habilidades de um professor contemporâneo e a ligação com competências de ensino 
que são necessárias, sendo o atual ensino superior responsável por separar a teoria e a prática 
em busca apenas de teorias que não interagem com o ambiente de ensino das salas de aula do 
Brasil, ou seja, isso leva a uma fragmentação na formação dos docentes e o contínuo ritmo de 
desenvolvimento da Síndrome de Burnout. 
Gonçales e Gonçales (2017) citam que é necessário implantar e aplicar políticas públicas 
promovendo  a  redução  do  estresse  dos  trabalhadores,  não  só  os  docentes,  pois,  além  dos 
profissionais de todas as áreas estarem propícios a apresentarem a Síndrome de Burnout, faz­
se  presente o  pensamento  da  necessidade  dos  horários  em  que  há  um  lazer  e o  relaxamento 
exista, sendo possível observar o detrimento de tal área no Brasil por conta do número de artigos 
produzidos sobre o tema em comparação com outros países, como a imagem informa a seguir, 
contendo o número de 56 artigos publicados nacionalmente, 1 em Portugal e 1 na Espanha: 

Figura 4: Número de artigos publicados sobre a Síndrome de Burnout mundialmente em 2017. 
Fonte: Gonçales; Gonçales (2017). 
 
Para  a  prevenção  da  Síndrome  de  Burnout  causada  pela  indisciplina  dos  alunos,  de 
acordo  com  Fonseca  e  Fonseca  (2016),  envolve  o  diálogo  e  troca  de  mensagens  entre  o 
professor e o aluno, fazendo com que o estudante participe das discussões e pesquisas; o estudo 
dirigido, no qual o docente elabora um roteiro e estabelece a profundidade dos debates em sala 
de aula; método Montessori, levando à atenção, capacidade do aluno se disciplinar por meio 
da  percepção  do  ambiente  (jogos  sensoriais,  educação  buscando  a  inteligência  por  meio  de 
47 

atividades), essencial para diminuir a indisciplina; uso de jogos (ludicidade, integração afetiva 
e cognitiva, criando entusiasmo) e dramatização (desenvolvimento da empatia). 
Os autores citados acima também citam os métodos socializados de ensino, como os 
trabalhos  em  grupo:  favorecimento  do  diálogo,  construção  do  conhecimento,  cooperação, 
divisão de tarefas, respeitar e ouvir opiniões contrárias/críticas construtivas, promover o hábito 
de convívio com a sociedade, excelente  modo de diminuir a  indisciplina; estudos de caso e 
estudo do meio, desenvolvendo situações reais para os discentes terem contato e desenvolvam 
estratégias  de  solução  com  o  conteúdo  trabalhado;  a  solução  de  problemas  melhora  o 
raciocínio, o método da descoberta visa participação ativa por indução. 
Em  relação  às  estratégias  para  a  prevenção  do  problema  da  Síndrome  de  Burnout, 
segundo Viveiro e Diniz (2009), as atividades diversificadas contribuem para a motivação dos 
discentes, sendo necessária para a aprendizagem significativa, as atividades de campo são úteis 
para  a  exploração  de  conteúdos  de  forma  conceitual  (conteúdos  e  disciplina),  atitudinal 
(promover a mudança de pensamento e evolução qualitativa crítica do aluno) e procedimental, 
havendo a divisão em excursão e estudo do meio, com sentido similar, podendo ocorrer em 
diversos lugares, como jardins, museu de história, indústrias, bairros, havendo o confronto da 
prática e teoria, ou seja, todos os procedimentos citados reduzem a indisciplina e o estresse. 
Longo (2012) adiciona que jogos didáticos promovem o desenvolvimento dos alunos 
em  relação  à  cognição  (inteligência,  personalidade,  socialização  e  criatividade  são 
desenvolvidas), dentre os exemplos, há  jogos de perguntas e respostas em que o objetivo é 
dividir a turma em grupos, para que haja a socialização e valorização docente; em outro jogo, 
existe a utilização de um tabuleiro do corpo humano ou mesmo um jogo de ecoponto, visando 
identificar, de acordo com cores, as ações humanas que afetam o meio ambiente, ou seja, são 
diversas  as  atividades  que  podem  reduzir  o  estresse  docente  e  melhorar  sua  relação 
interpessoal, promovendo a satisfação com o trabalho. 
Para  Tavares,  Azevedo  e  Morais  (2014),  a  escola  também  passou  a  preferir  uma 
organização rígida com o estabelecimento de normas, compartimentalização/especialização do 
saber e suas funções, inserção de uma pedagogia visando resolver problemas educacionais com 
o  ensino  de  técnicas,  permanecendo  até  os  dias  atuais,  os  quais  acentuaram  também  a 
hierarquização  no  ambiente  escolar  e  fizeram  com  que  o  diretor  impusesse  suas  normas, 
enquanto que o professor e os outros funcionários devem executar a função proposta, deve­se, 
então, modificar o pensamento de administração escolar para o de gestão através de programas 
públicos para a prevenção de Burnout. 
48 

Em relação ao planejamento e a organização do trabalho escolar, segundo Lück (2009), 
o diretor deve estabelecer a prática do planejamento de gestão, orientar a elaboração de planos 
de ação, promover e liderar a participação da comunidade na escola, ajudar e elaborar planos 
de ensino e de aula e estabelecer o alinhamento entre o que é proposto pelos docentes e outros 
planos  para  as  ações  educacionais,  além  de  reforçar  a  prática  do  planejamento  em  diversos 
níveis do trabalho cotidiano, ou seja, tal funcionário deve sempre agir continuamente para suprir 
e auxiliar os professores na escola, sendo importantes agentes para evitar o estresse crônico e 
frustrações laborais, algo significativo na prevenção da Síndrome de Burnout. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Diante  das  informações  apresentadas  e  discutidas,  é  possível  evidenciar  que  os 
professores possuem dificuldades no trabalho, principalmente, levando em consideração a falta 
de  valorização  da  profissão,  nota­se  que  a  saúde de tal  servidor  é  atingida  por  conta  da  alta 
carga horária de trabalho e do estresse crônico que pode ser adquirido ao longo do tempo. A 
profissão  apresenta  problemas  políticos  e  sociais,  mesmo  havendo  a  garantia  do  Estado  em 
promover os direitos de reivindicar salário, aposentadoria e carreira. 
É possível afirmar que a profissão é uma das mais estressantes, pois ensinar se tornou 
uma atividade que há desgaste, repercutindo na saúde física, mental e desempenho no trabalho, 
além de problemas osteomusculares, apatia, desânimo e desesperança; o impacto está também 
presente em todos os níveis de ensino e instituições, sendo públicas ou privadas, ou seja, há um 
intenso envolvimento emocional em relação às problemáticas dos alunos, falta de motivação, 
desvalorização social do trabalho. 
Com  o  advento  da  pandemia,  os  sistemas  tradicionais  de  ensino,  linguagem  e 
comunicação sofreram uma drástica mudança, havendo uso de aulas remotas em plataformas 
digitais, as quais apresentam dificuldades em relação à interação, falta de acesso dos alunos às 
tecnologias,  causando  redução  de  interesse,  conhecimento  e  motivação  dos  discentes,  sendo 
necessário estabelecer um pensamento de condicionar os alunos a participarem das aulas para 
um bônus de nota, algo que também está relacionado à formação inadequada dos docentes mais 
antigos, pois existe uma dificuldade para o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação 
(TICs). 
Os  problemas  psicológicos  enfrentados  pelos  professores  na  pandemia  são  a  falta  de 
acesso  a  serviços  de  boa  qualidade  para  a  população  escolar  e  a  falta  de  gerenciamento  de 
políticas,  gerando  experiências  negativas  para  os  docentes  e  os  alunos,  tendo  o  cenário  de 
pandemia como um agravante, pois existe o aumento do estresse emocional, alteração do sono, 
ansiedade, sobretudo, por conta da privação do contato humano e a preocupação com riscos de 
contaminação da covid­19, além de quadros de depressão, síndrome do pânico, raiva,  medo, 
insônia  e  raiva;  transtornos  mentais  e  doenças  físicas  também  podem  estar  relacionadas  ao 
distanciamento social. 
A  Síndrome  de  Burnout  (SB)  advém  do  estresse  crônico  laboral,  pois  traz  sintomas 
como esgotamento mental e físico que pode levar a problemas cardíacos, transtornos de sono, 
50 

ansiedade  e  depressão,  contendo  três  dimensões:  exaustão  emocional  (carência  ou  falta  de 
energia,  com  baixo  entusiasmo),  baixa  realização  profissional  (autoavaliação  negativa  do 
profissional  em  relação  à  sua  profissão)  e  despersonalização  (tratar  pessoas  próximas  como 
objetivos, ou seja, insensibilidade emocional.), com as mulheres apresentando maiores índices 
do que homens, levando em conta sua longa jornada de trabalho. 
Também  a  respeito  da  definição  da  Síndrome  de  Burnout,  é  resultante  do  estresse 
crônico  no  local  de trabalho,  com  baixo  gerenciamento  de  sucesso, ou  seja,  é  um  fenômeno 
ocupacional,  não  sendo  uma  doença  ou  condição  de  saúde  e  não  estando  relacionada  com 
experiências em outras áreas que o indivíduo vive, além disso, o Ministério da Saúde adiciona 
os principais sintomas: cansaço excessivo, mental e físico; alterações no apetite, dor de cabeça 
frequente; negatividade constante; sentimento de fracasso, insegurança e incompetência, com 
alterações repentinas do humor. 
Para prevenir a Síndrome de Burnout, os professores devem utilizar da interação através 
de práticas educativas para que possa dificultar o surgimento de problemas emocionais em tais 
trabalhadores ou nos alunos, ocorrendo através de práticas educativas e habilidades sociais para 
evitar problemas de comportamento que levem ao agravamento ou surgimento da SB, ou seja, 
essas  propostas  em  crianças  pré­escolares  e  escolares  levam  a  um  aumento  de  repertório 
intelectual e redução de indisciplina. 
Também  para  impedir  que  os  professores  se  sintam  isolados  com  a  Síndrome  de 
Burnout, a valorização é extremamente necessária, pois muitos sofrem grande pressão para que 
apresentem  um  melhor  desempenho,  envolvendo  os  resultados  dos  alunos,  e  as  críticas  a 
respeito  da  formação  e  outras  questões,  sendo  necessário  trabalhar  projetos  de  formação 
continuada  com  base  no  processo  longo  e  continuado  de  construção  de  habilidades  para  o 
trabalho  docente  para  lidar  com  frustrações  e  levá­los  a  lutarem  por  melhores  condições  de 
trabalho junto com a comunidade.   
A prevenção da Síndrome de Burnout (SB) envolve promover a energia e assiduidade 
no trabalho através do melhor conforto e sensação do trabalho no ambiental laboral, além da 
identificação e tratamento correto do fenômeno laboral, pois o tratamento busca a origem do 
que causa o problema, não apenas o estresse ou depressão apresentados pelo paciente,  com a 
possibilidade de uma melhoria da rotina, adicionando esportes e outras atividades, para que a 
monotonia não se torne parte da vida do docente afetado, assim como a formação continuada 
para o profissional, já que também é uma questão de aperfeiçoamento. 
O  tratamento  do  fenômeno  ocupacional  se  dá  por  meio  de  acompanhamento 
psicoterápico, com intervenções psicossociais e farmacológicas, ou seja, o uso de medicamento 
51 

específico para o controle, além disso, algumas estratégias para a prevenção e/ou redução dos 
sintomas são o uso de meditação, habilidades comportamentais, educação a respeito da saúde, 
treinamento de capacidades técnicas e atividade física, com intervenções no local de trabalho 
do  professor  que  passa  por  dificuldades,  para,  assim,  diferenciar  o  problema  da  depressão  e 
ansiedade e poder eliminar/solucionar os agentes estressores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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59 

ANEXO A ­ TERMO DE RESPONSABILIDADE DO REVISOR DE LÍNGUA 
PORTUGUESA 

 
 

 
60 

ANEXO B ­ DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE HABILIDADE COM A 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 
 
 

 
 
 
61 

ANEXO C ­ TERMO DE RESPONSABILIDADE DO TRADUTOR 

 
62 

ANEXO D ­ DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE HABILIDADE COM A 
LÍNGUA ESTRANGEIRA 

 
   
63

    Oliveira, Alex Alencar de, 2000 
         Síndrome de Burnout: uma análise a respeito da problemática e 
seus efeitos em professores em meio à pandemia da covid­19 no 
Brasil/ Alex Alencar de Oliveira. Paripiranga, 2021. 
 
   64 f.: il. 
     
       Orientador (a): Profª. Drª. Ana Karla Araújo Montenegro 
   Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências 
Biológicas) – UniAGES, Paripiranga, 2020. 
    
   Fenômeno ocupacional. 2. Tratamento da Síndrome de Burnout. 3. 
Condição de trabalho dos professores. I. Título. II. UniAGES 
                                    

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