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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

- FURG

ESCOLA DE ENGENHARIA

Engenharia Mecânica

ESTUDO DE CASO: ANALISE DE SEGURANÇA E ERGÔNOMIA NO


TRABALHO COM TORNOS INDUSTRIAIS
Disciplina: Segurança do Trabalho

Jéssica Acosta Brum


107487

Prof. Dr. Lauro Roberto Witt da Silva

Rio Grande - RS
2021
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste na análise ergonômica do trabalho com tornos industriais.


Além da ergonomia, serão abordados aspectos antropométricos, biomecânicos, comandos
e controles, ambientais e a organização do trabalho. Os dados e informações apresentadas
tiveram embasamento de estudos de casos disponíveis na internet, devidamente
referenciados neste trabalho.

2. OBJETO DE ESTUDO

O torno mecânico é uma ferramenta muito utilizada em oficinas mecânicas para


a fabricação de peças. Por se tratar de um equipamento com partes móveis e cortantes,
traz riscos ao operador. É imprescindível que os gestores, supervisores, técnicos de
segurança do trabalho e os usuários do equipamento tenham ciência dos riscos
operacionais, assim como os riscos relativos a ergonomia. Para (CRISTINA et al., 2011),
a “A atividade laboral quando executada em condições adversas ou com técnicas
inadequadas resultam em demandas e doenças do trabalho”.

3. ERGONOMIA

A ergonomia consiste na adequação do trabalho ao executante. Para isso são avaliados


diversos aspectos relativos ao ambiente (conforto térmico, visibilidade, iluminação,
ventilação e, entre outros), ao trabalhador (posicionamento, repetitividade de
movimentos, esforços físicos e, entre outros) e ao equipamento (localização, condições
de operação e estado do equipamento).

“Os conceitos e benefícios da ergonomia têm sido amplamente divulgados nos últimos
anos, porém apesar de saberem da importância da aplicação das práticas ergonômicas para os
funcionários e para as instituições, ainda é muito difícil encontrar pessoas que se adaptem o
serviço aos servidores, se não por meio de fiscalização constante dos órgãos competentes, e
ainda assim, o foco maior é dado a prevenção de acidentes de trabalho, não necessariamente
as adequações dos postos de trabalho” (SOUSA et al., 2017, p. 3)

Nos tópicos seguintes serão apontados aspectos antropológicos e biomecânicos,


referentes ao trabalho com tornos mecânicos.

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3.1 Aspectos Antropométricos

Antropometria é estudo das dimensões e das partes do corpo humano. A


ergonomia utiliza a antropometria como ferramenta para adaptar o ambiente de trabalho
as medidas médias do corpo humano.
O estudo de caso guiado por Witcel Fidelis et al. ( 2020), aponta a necessidade
de operadores de torno alternarem as posições em pé ereto e inclinado para compensar a
altura do posto de trabalho, torno da Figura 1. Esta situação ocorre, porque as ferramentas
e o posicionamento das peças estão abaixo da altura do cotovelo do operador e ainda há
uma variação de 25 cm de altura entre os tornos.

Figura 1 Torno

Fonte: Witcel Fidelis et al. ( 2020)

Como solução para o problema, os Witcel Fidelis et al. (2020) sugere a instalação
de uma banqueta de aproximadamente 1 metro de altura para que o operador do torno
possa escorar o peso do corpo.

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3.2 Aspectos Biomecânicos

Cristina et al. ( 2011) observou na análise de operações com o torno industrial a


sobrecarga muscular ocasional causada pela postura invariável da atividade.

Figura 2 Posição de trabalho do operador, o punho encontra-se acima da linha do cotovelo,


havendo abdução no movimento do ombro

Fonte: (CRISTINA et al., 2011)

Os operadores reclamam constantemente de dores nas costas, joelhos e quadril.


Como alternativa foi sugerido uma adaptação no equipamento para que seja possível
alternar a posição entre em pé e sentado, desta forma tem-se a diminuição da sobrecarga
muscular.

4 COMANDOS E CONTROLES

A Norma Regulamentadora n°12 – NR12, estabelece os meios de segurança que


máquinas e equipamentos de partes móveis devem possuir para que seja assegurada a
integridade do operador. A NR12 exige que tornos industriais possuam sinalização nos
seus dispositivos de segurança, os trilhos/correias do equipamento devem estar com
proteção, para que não entre em contato com o operador, e que estes equipamentos
estejam distantes, no mínimo, 60cm.

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5 ASPECTOS AMBIENTAIS

As condições ideais e ergonômicas para o ambiente de trabalho estão presentes


na Norma Regulamentadora n° 17 – NR17, referente a ergonomia. Nela são avaliadas a
iluminação ideal, a temperatura de conforto térmico e delimitado a quantidade de dB que
trabalhador poderá ficar exposto por determinado período de tempo.
Cristina et al. ( 2011) descobriu por meio de entrevistas, no seu estudo de caso,
que há desconforto térmico no local de soldagem, devido a altas temperaturas, como
mostra a Figura 3.
Figura 3 Manifestação sobre a temperatura/clima

Fonte: Cristina et al. (2011).

O estudo conduzido por Cristina et al. (2011) também identificou desconforto


acústico. Para solucionar este problema, é solicitado aos operadores a utilização de
abafadores acústicos.

6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

A organização do espaço de trabalho influi no desempenho do operador. Ter as


ferramentas de uso frequente próximas e devidamente identificadas eleva a motivação
além de influir positivamente na produtividade do funcionário.
Os trabalhos analisados não trouxeram soluções referentes a organização. Como
sugestão para a atividade em questão, proponho a instalação de prateleiras próximas aos
tornos, porém respeitando os limites de distância da NR12, com o intuito de posicionar
as chaves de regulagem, aço ferramenta e metais de apoio. Desta forma, estes itens não

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ficam apoiados sobre o equipamento, poluindo visualmente o ambiente de trabalho e,
ainda podendo causar acidentes.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos estudos de casos permitiu aprofundar o conhecimento a respeito


da importância da ergonomia no ambiente de trabalho. A aplicação correta das normas
N12 e NR17 podem evitar a ocorrência de diversos acidentes e deterioração da saúde dos
operadores de equipamento com partes móveis, como o torno.

8 REFERÊNCIAS

CRISTINA, Tassiana et al. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DO OPERADOR DE


TORNO EVALUATION ACTIVITY OPERATOR AROUND FOR PARTS
SEMIAUTOÁTICO SERIAL - ERGONOMIC STUDY . Revista Gestão Industrial,
[s. l.], p. 1–15, 2011.
SOUSA, ERICA BARBOSA DE et al. Aplicaçao Da Análise Ergonômica Do Trabalho
Do Soldador. [s. l.], 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.14488/enegep2017_tn_stp_241_399_34526
WITCEL FIDELIS, Nayara Vargas; FERNANDES, Carlos Aparecido. Análise
Ergonômica Do Trabalho De Um Operador De Torno Mecânico Em Uma Universidade
Do Paraná. [s. l.], 2020. Disponível em: https://doi.org/10.37423/200100120

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