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1ª AULA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 02/08/21

Objetivos

Objetivo geral

Investigar as instituições de Direito Internacional Público e sua relação com o


ordenamento jurídico brasileiro.

É claro que já podemos pensar qual diferente são os reflexos de um tratado


internacional no âmbito por ex: da França e no Brasil. Imaginemos um tratado
realizado no âmbito da união Europeia, o estado francês não demora anos
para ratificar o tratado para que ele integre o ordenamento jurídico da França.
Os tratados de Direito Humanos começaram a ser ratificado no Brasil na
década de 90, o Collor que começou esse processo de ratificação dos tratados
e a maior parte deles foi feito no governo do Fernando Henrique.

O estado internamente vai valorizar essas normas que vão ser criadas entre os
outros estados. Sabemos pelo nosso prevê passado, que o Brasil não tem uma
tradição de valorizar tratados internacionais, ou existe uma dificuldade muito
grande ainda hoje dos operadores do direito em entender de fato como
funciona a relação do direito interno com o direito internacional. Durante todo o
período da ditadura militar foi retirado dos currículos do curso de direito a
disciplina de direito internacional, a única faculdade que permaneceu com a
disciplina de direito internacional foi a Faculdade de direito da USP. Vivemos
no período de ditadura uma tentativa de nos afastar do que estava
acontecendo no mundo.

Então foi com o Collor que iniciou o processo de abertura economia e junto
essa abertura vem também à abertura cultural, se pensarmos naquela época
todo acesso à cultura que o brasileiro tinha se dava por meio da televisão e
dominado por um único canal de televisão, a rede globo. O nosso país foi
globalizado muito recentemente e as normas de direito internacional também
recentemente passaram a integrar com mais força, coerência e lógica o nosso
ordenamento jurídico porque elas passaram a ser valorizadas.

O direito internacional só terá efeito no ordenamento jurídico interno na medida


em que esse estado esteja disposto a estabelecer essa conexão porque
estamos tratando de um direito que pressupõe a existência de sujeitos
soberanos dai a primeira diferença de direito internacional do direito interno.

Não podemos se opor a aplicação do direito por que é um poder dever, pois a
norma jurídica ao contrario das outras é dotada de coercibilidade, somos
obrigados a cumprir. Já a norma religiosa apesar dela ter outras características
ela pressupõe uma organização social assim como a norma jurídica, mas não
tem coerção nos dias de hoje. O estado é uma ficção jurídica criada por nos, o
estado moderno nada mais é do que uma criação social onde nessa forma de
estruturação que nos escolhemos onde serão repartidas funções do estado que
será exercida por varias pessoas. Temos uma sociedade tão complexa, que
criamos um fantasma chamado estado e acreditamos na existência dele, outros
povos também reconhece desde que reconheçamos o deles. E ai vem à
questão do direito internacional, porque é um direito construído pelos
fantasmas.

Se acontecer no nosso tempo um processo de desacreditação acontecerá uma


revolução.

Vamos começar pensar um pouco em direito internacional, que o direito não é


exatamente da forma como o naturalizamos que existe uma diversidade de
formas de organização social e como se darão essas relações entre esses
estados que são soberanos, qual poder eles tem em nossas vidas.

Objetivos específicos:

A) Possibilitar a compreensão dos conceitos fundamentais, ressaltando a


importância do Direito Internacional Público;
B) Analisar a nova ordem jurídica internacional, observando a eficácia da
norma internacional e a relação entre o DIP e o ordenamento jurídico
interno;
C) Abordar as perspectivas de atuação das organizações internacionais;

2ª AULA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 05/08/21

Para cada ordenamento jurídico de cada estado nação, está relação do direito
internacional público com o estado vai se der de uma forma única. Então
existem estados em que o próprio ordenamento jurídico ele é mais aberto à
integração do direito internacional público. Existem ordenamentos jurídicos que
são constituídos de forma que o direito internacional venha complementa-lo às
vezes até diretamente sem grandes processos formais de integração dos
tratados internacionais ao ordenamento interno. Existem outros que exigem um
grau de procedimentos mais detalhados mais específicos para que essa norma
do DI passe a integrar o ordenamento jurídico interno, isso tudo depende de
como que a estrutura do ordenamento jurídico de cada estado nação vai se
colocar frente ao direito internacional. O Brasil ainda tem uma resistência ao
DI, mas vem diminuindo, pois acaba que as pautas que são colocadas hoje no
âmbito do DI e que acabam no fundo tendo reflexo na própria economia de
cada nação.

Então os estados se colocam mais abertos para estabelecer relações com


outros países sobre tudo no momento de globalização em que vivemos.

Objetivos específicos:

A) Possibilitar a compreensão dos conceitos fundamentais, ressaltando a


importância do Direito Internacional Público; vamos perceber qual é a
importância do DI sob a ótica no nosso ordenamento e verificando
também como que numa análise não muito, profunda do direito
comparado como isso se da em outros países.
B) Analisar a nova ordem jurídica internacional, observando a eficácia da
norma internacional e a relação entre o DIP e o ordenamento jurídico
interno; O DI vem se fortalecendo com esse processo de globalização
sobre tudo com a formação de organizações internacionais e as
governamentais principalmente. Existe um levantamento de cerca de 8

a10 mil que existem .


C) Abordar as perspectivas de atuação das organizações internacionais;
Na aula passada a professora ressaltou com que o DI ele vem se
fortalecendo nesse processo de globalização sobre tudo com a
formação de organizações internacionais, as governamentais
principalmente. Hoje nos temos no mundo um levantamento que existe
cerca de 80 a 10 mil organizações internacionais. E elas são feitas com
vista a atender temas grupo de países determinada politica pública. Isso
é resultado do nosso momento histórico, se não existisse esse processo
de globalização tão intenso que se deu no pós-guerra, isso não seria
dessa forma, isso tudo força com que o Brasil também comece a mudar
o entendimento da relação do ordenamento jurídico brasileiro, com esse
direito estrangeiro.
D) Tratar da responsabilidade dos sujeitos da sociedade internacional;
Aqui vamos ver o que é a sociedade internacional, que ela compreende
um grupo menor de atores do que uma comunidade internacional. E qual
grau de responsabilização nesse tempo histórico de cada um desses
sujeitos. Se fizermos uma analise constataremos como que mudou essa
relação do DI.
E) Compreender as dimensões do domínio público internacional e os
métodos internacionais de solução de controvérsias; É necessário que
compreendamos que as tentativas de solução de controvérsias entre
estado nação se dá de forma muito diferente dos métodos e
mecanismos de solução de controvérsias num âmbito interno de um
país. Normalmente quando existe uma controvérsia entre os cidadãos
nos recorremos ao judiciário, e o judiciário é que vai resolver essa
controversa, numa relação triangular . Com o Estado Juiz na ponta do
triangulo e as partes em cada uma dessas bases do triangulo.
Já no processo de relações de controvérsias do direito internacional, não
existe essa triangulação. Porque a controvérsia ela existe entre nações
soberanas ou entre organizações internacionais que foram criadas por
organizações e que não existe esse processo de triangularização porque
não existe essa posição hierarquicamente superior. O que existe é uma
submissão por delegação, o estado delega uma parcela da sua
soberania a uma organização internacional no que diz respeito a uma
determinada matéria.
F) Analisar os processos de integração regional, notadamente o direito
comunitário;

Métodos didáticos:

Aulas expositivas, estudos orientados, seminários temáticos exibição de


documentários sobre temas previamente selecionados, serão métodos
utilizados. Exame da jurisprudência das Cortes Internacionais.
Objetivando diversificar o modo de estudo, serão ainda desenvolvidos
debates, seminários e confrontações temáticas. Utilizar-se-á ainda
material didático disponível para demonstração e discussão casuística
(decisões de tribunais brasileiros). Por fim, pretende-se aplicar estudos
dirigidos em reforço e em preparação do processo avaliativo.

Bibliografia

MAZZUOLI, Valeiro de Oliveira. Curso de direito internacional


público.13. Rio de janeiro Forense
Guerra, Sidney. Curso de direito internacional público.12.. São Paulo.
Saraiva 2019
Rezeck, Francisco. Direito Internacional público curso elementar. 17.
São Paulo Saraiva 2018

Provas
1ª 16/09
Trabalho 04/11, 08/11 e 11/11
O trabalho a parte escrita deve ter um relatório com a referência da parte
escrita, da corte de quais foram os fundamentos utilizados para aquela
decisão, quais os tratados internacionais utilizados, quem que essa
decisão envolveu perante qual tribunal e citar qual foi o caso especifico.
Então é isso que deve estar escrito e basicamente será um guia para
nossa apresentação. E com base nessas informações deve ser montado
o power point.

40:00

Unidades de ensino 1 – Sociedade Internacional

1.1 – Origem histórica

 Idade média; alianças entre senhores feudais para garantir a


segurança. Poder Papal; Não podemos falar que lá na idade
média existia direito internacional, pois não existia nem estado
quanto mais direito. Existiam as sementes que depois acabou
se transformando num sistema jurídico. Na Grécia havia uma
relação que poderíamos dizer que seria como um embrião do
que seria o direito internacional, pois existia o cidadão o
sujeito homem, tinha status de cidadão, pertencia a uma
família daquela cidade. Roma também tinha um sistema
absolutamente patriarcal ele era fundado na ideia de que o
senhor que era o pater famílias ele era o dono de tudo
inclusive das pessoas e de suas vontades. Inclusive a religião
era familiar cada um tinha seus deuses. Quando a mulher
casava passava a cultuar os deuses do marido e como ela era
propriedade do marido ela integrava os bens desse parter
família. Trabalho era coisa para pessoa que não tinha valor
social, mais de mil anos depois que surgiu a ideia que
trabalho enobrece na época do cristianismo. Quem trabalhava
era os escravos e as mulheres que trabalhavam no âmbito
interno. A ideia de escravidão também era muito diferente, ai
que vem a questão do direito internacional. O escravo em
Roma era o cidadão de uma cidade estado que foi prisioneiro
de guerra levado para outra cidade. Essa ideia de perder sua
cidadania transformava o cidadão em escravo, então ele tinha
que trabalhar. E nessa relação entre cidades e estados em
algum momento eles vão começar a estabelecer normas entre
essas cidades para poder regular essa questão do escravo.
Como a ideia de ser romano estava ligada o fato de ser o
status de cidadão romano e o império foi crescendo, mas
havia poucos cidadãos romanos, pois era só o que nasceu
com status, ou era escravo ou cidadão. Com muito
estrangeiro não dava para ser todo mundo escravo, então
chegou um momento que o imperador decidiu que não
poderia ter mais ter expansão, porque precisamos cuidar de
tudo que tem, porque não tem mais romano para cuidar só
estrangeiro nos domínios do império romano. Com o passar
do tempo quem se ocupava da guerra era só os romano
porque a guerra era uma coisa nobre e tinha pouco romano,
com isso o enfraquecimento do império devido às invasões
barbaras eles não conseguiram proteger toda área de
expansão que teve, pois não tinha mais pessoas nobres.
Então os estrangeiros com medo das guerras começaram a
se juntar nos feudos, que era uma região onde eles muravam,
onde um senhor feudal que era um nobre da região dono da
terra mais submisso a um rei. E as pessoas sem proteção ia
morar lá com o senhor feudal trabalhando para pagar por
estar lá. Com as pessoas se juntando para obter proteção os
senhores feudais começaram a fazer alianças para garantir a
segurança dos feudos e permitir que os comerciantes podem-
se passar nos seus feudos sem ter que ficar pagando um
tanto de imposto para todo senhor feudal. Na idade media o
que há é o fortalecimento do poder papal e assim terá o poder
da igreja e o poder dos reis. Devemos lembrar que os
senhores feudais estavam submetidos ao poder de um reino
na região, porem com um rei enfraquecido. À medida que o
reino vai se fortalecendo e com o surgimento da burguesia,
devemos lembrar que essa burguesia nasce do comercio. O
comerciante começou a ganhar dinheiro e por fim da idade
media vamos ter os comerciantes que tem muito dinheiro os
nobres que tem terras e status, os reis estavam enfraquecidos
por estarem pobres e dai termos a união com a burguesia.
Nascendo o estado que conhecemos hoje, o estado burguês
porque era a luta do burguês que era um Zé ninguém em
termos de status politico e social, mas tinha dinheiro e o rei
precisava fortalecer o seu reino começando a fazer
concessões para essa burguesia. Assim o burguês não será
mais sem importância passando a ter algum status dentro
daquela sociedade, e o burguês em troca disso aceito a
financiar o estado. E com isso mais para frente chegamos à
revolução francesa, quando esse sistema cai, da monarquia
absolutista. Mas para a monarquia continuar sobrevivendo o
monarca teve que abrir mão do seu poder politico. Podemos
perceber de uma forma melhor o nascedouro do direito
internacional na idade média.

 Sec. XVI e XVII: Direito das Gentes

Francisco de Vitória e Hugo Grócios Sobre a lei de Guerra e


Paz)
Tratados de Estfalia (Fim a Guerra dos 30 Anos (católicos e
protestantes) e “criou um sistema pluralista e secular de
Estado independentes”).

Com a colonização das Américas começam um debate lá pelo


sec. XVI e XVII sobre o direito internacional, sobre as novas
terras que foram encontradas discutem sobre esse novo
mundo e quem era o dono. Assim começam a surgi os
teóricos do direito internacional, Francisco de Vitória e Hugo
Grócios eles discutem as questões do direito internacional da
necessidade de ter normas que regulam as relações entre as
nações, como essas relações devem ser feitas para tentar
resolver os conflitos entre elas sem necessidade de haver
guerra, porque a guerra como recurso de soluções de
controvérsias do mundo masculino era algo utilizado na
historia da humanidade desde sempre. Com o
reconhecimento da necessidade de criar uma estabilidade
maior, porque a guerra cria um sistema de instabilidade a todo
o momento. Então o tratado de Estfalia ele é um documento
fundamental para pensarmos no direito internacional porque
ele vai por fim a uma guerra que é chamada de Guerra dos 30
anos que foi desenvolvida por conflitos existentes na Europa
entre os católicos e protestantes, que se alastrou varrendo os
reinos. Esse tratado cria um sistema que vai enfraquecer o
poder papal, e os estados começam a ter mais estabilidade e
o poder estatal começa a se fortalecer, o poder monárquico e
o poder da igreja começa a enfraquecer. Iniciando assim, um
apontamento que deve existir uma separação ali entre os
assuntos que são da igreja e os que são dos monarcas. Mas
naquele momento ainda estava tudo misturado, mas se fomos
parar para pensar ainda esta, o Brasil hoje fazendo um
levantamento no congresso o tanto de pessoas que estão
representando igreja, que foi eleito com o nome que ele tem
por representar uma função na igreja. Estamos vivendo um
processo da idade media antes era um processo de
separação da igreja agora está de junção. Isso é importante
para a formação do direito internacional porque com a diluição
do poder da igreja e o fortalecimento dos poderes do estado
que esses estados começam a criar normas de interação
entre eles, porque antes quem acabava mediando era a
própria igreja.
AULA 3ª DIA 09/08/2021

 Surgimento dos Estados modernos: soberania clássica


 Congresso de Viena (1815): fim das guerras napoleônicas e estabeleceu
um novo sistema multilateral de cooperação política e econômica
(Europa).

A professora perguntou se existe direito internacional, e respondeu: Não existe


um direito internacional que teria um poder a cima do poder dos estados que
determinaria normas para todos. Não temos uma sociedade internacional da
forma como os sujeitos do direito internacional se configuram hoje uma
sociedade internacional onde existam um poder central e uma legislação ou
judiciário ou executivo que vá ditar normas para o mundo inteiro.

Direito é uma criação social um produto da construção da cultura humana, é


um desenvolvimento cultural do ser humano, só existe direito inclusive para
sociedades que produzem cultura. O ser humano por meio dessa criação tenta
criar normas para atentar se organizar na solução dos conflitos que vierem a
ocorrer entre os atores dessa sociedade. Em, uma concepção moderna o
próprio estado também é um sujeito dentro dessa organização social e o
estado ele tanto cria as normas, mas também se submete. Mas o direito só tem
sentido de existir em uma sociedade que existam conflitos.

As sanções do direito internacional são de caráter politico ou econômico.

A partir da criação da bomba atômica o ponto de partida muda na relação entre


estados nações, porque antes quando existia um conflito era a guerra e
resolviam o conflito. As soluções dos problemas via guerra, veio assim no
mundo até a 2ª guerra, porém com a tecnologia as armas utilizadas em
combates se tornaram mais recentes, a ponte de chegar a uma bomba que tem
um potencial destrutivo de destruir o próprio planeta. Dizem que existe bomba
capaz de destruir o planeta.

A partir da bomba nuclear tudo muda na relação do direito internacional, e a


partir disso que começam a surgir os direitos humanos e direito internacional
dos direitos humanos.

Toda nação que é estado parte da carta tratado constitutivo da ONU ele aceita
declaração universal porque ela é uma resolução do conselho de segurança.

AULA 4ª DIA 12/08/2021


 Período entre Guerras – Tratado de Versalhes (1919);
 Pós Segunda Guerra.
 Direito Internacional pós-moderno (?)
 ONU
 DH
 TPI
 Direito Ambiental

Na ultima aula foi falado da formação dos estados nacionais e de fato do


desenvolvimento de um direito internacional verdadeiramente como
conhecemos hoje a parti de então, sobre a estruturação dos estados na
concepção moderna de estado. A ideia de soberania, um poder que não
existe outro acima dele, e que na teoria todos os estados são igualmente
soberanos. Então dentro dessa ideia todos os estados teriam soberania e
nessa relação entre eles uma igualdade uma paridade do exercício do
poder interno no âmbito dos seus respectivos estados. A ficção é isso que
demonstra, da mesma forma que existe uma ficção um pressuposto jurídico
da própria existência do direito interno de que todos são iguais perante a lei.
Existe também essa ideia no direito internacional de que todos são
igualmente soberanos.

No pós-segunda guerra houve um rearranjo forçado das estruturas de poder


de como se dá essas relações entre os estados modernos porque a solução
viável para resolução de conflitos que seria a guerra, tornou-se uma solução
muito perigosa. A partir de então essa ideia de soberania absoluta, aquela
ideia clássica, ela começa a sofrer modificações e alguns teóricos começam
a aportar a existência de um fenômeno relacionado à soberania
principalmente no fim do século passado inicio desse século nas ultimas
décadas do século passado, entre esses filósofos principalmente
Habermas, ele trás a ideia de que a concepção de estado não se encaixa
mais naquele modelo do estado moderno o estado clássico baseado na
ideia de soberania absoluta. Na atual conjuntura no rearranjo das relações
entre os estados, porque no direito internacional agora existem outros
atores além dos próprios estados, e esses outros atores começam adquirir
uma relativa importância sobre tudo às organizações internacionais
governamentais. E ele vai trazer a ideia de que existe agora não mais um
estado moderno, mais sim um pós-moderno e diante dessa constatação do
Habermas, haveria, portanto nessa percepção o direito internacional pós-
moderno. Baseado nessa ideia de estado pós-moderno suas caraterísticas
seria a alteração do próprio conceito de soberania e de como essas
relações se dão entre os estados, e entre estados e organizações
internacionais. Sejam elas governamentais ou não governamentais com os
próprios indivíduos com empresas etc.
Então o Habermas vai dizer o seguinte, que a partir principalmente do fim
da guerra fria começa a fortalecer uma ideia de que a soberania passa a ser
muito mais porosa, ou seja, que o próprio estado nacional ao exercer essa
soberania, e ele trás esse conceito de porosidade porque pensem em uma
substancia porosa, ela facilita o fluxo dos líquidos dos gases. Então ele vai
trazer essa ideia, há na concepção de estado pós-moderno uma maior
porosidade entre as relações que existem no âmbito interno e no âmbito do
direito internacional. Então este estado pós-moderno com essa soberania
porosa ele vai sofrer muito mais influencias e interferências tanto dos atores
do âmbito do direito internacional quanto dos seus atores internos.

Então a partir dessa nova realidade esses estados eles sofrem pressão de
movimentos sociais no âmbito interno, da sociedade civil organizada, de
empresas de vários atores dentro do próprio direito interno e também no
âmbito do direito internacional. Então começamos a pensar nas
organizações internacionais e como elas vão se multiplicar nessas décadas
do final do século passado e nesse século de organizações governamentais
não governamentais empresas transacionais. Então a uma serie de
elementos que vão interagir e pressionar esse estado.

Habermas é um autor alemão europeu, ele estava pensando dentro da


realidade de vida dele, e dentro da perspectiva europeia, esse modelo de
pós-nacional é o mais adequado na realidade europeia. Eles vivem em uma
comunidade de estado onde tem um parlamento europeu, tem um conselho
de ministros que reúnem todos os ministros de todos os estados membros.
Esse modelo que ele trás de estado pós-nacional na perspectiva europeia é
perfeitamente adequado. Na década de 70 e 80 vivíamos em ditadura
militar, o Brasil era fechado depois começa com próprio processo de
redemocratização, começa a abertura para o mercado externo e para
desenvolver e fortalecer essas relações do direito internacional. Estudamos
em direitos humanos que todo processo de radicação tratados de direitos
humanos é depois do fim da ditadura. Ai o Brasil começa a ser um ator
importante no direito internacional, porque antes ele era estado par, que é
aquele que não cumpri com a civilidade.

Vamos ter organizações internacionais como a ONU, que foi criada logo no
pós-guerra e é uma organização governamental bem sucedida, que tem um
objetivo primordial que é estabelecer a paz entre as nações. Hoje
praticamente todos estados do mundo integram a ONU. No tratado de
fundação da ONU, vem estabelecendo que os objetivos principais é buscar
o desenvolvimento e a paz entre as nações, ela foi criada de 48 para cá não
existiu um grande conflito internacional. A ONU tem vários órgão que a
compõe, mas podemos falar de dois principais , a assembleia geral que tem
democracia, cada estado tem um assento e um voto. Mas ela não caiu no
mesmo erro da liga das nações e os vencedores da 2ª guerra eles que
arquitetaram de fato a criação da ONU, chamaram a participar também os
perdedores e criaram um órgão dentro da ONU que é o conselho de
segurança. E esse órgão é de fato aquele que concentra o poder. As
decisões mais relevantes dentro do âmbito da existência do poder da ONU
estão na mão do conselho de segurança. O conselho de segurança não é
um órgão democrático, pois tem poder de veto dos seus membros
permanentes. Então os vencedores da guerra são os membros
permanentes do conselho de segurança. Temos dentro dessa realidade um
rearranjo de poder que existia até então. Esses membros permanentes do
conselho de segurança eles são aqueles que têm poder de veto, podem
vetar uma resolução, uma decisão que passa pelo conselho de segurança
que é da competência do conselho.

O poder de veto significa que pode 14 votos favoráveis mais se tiver um


veto acabou não pode se aprovada a resolução. Pensando na ONU num
sistema pós-guerra de guerra fria era difícil ter uma resolução aprovada
porque aquilo que interessava aos Estados Unidos a União Soviética vetava
aquilo que interessava a União Soviética os Estados Unidos vetava.
Ficando algo meio engessado e só depois com a queda do muro de Berlim
e a resolução da União Soviética, e ai hoje a Rússia herdou a cadeira da
União Soviética, fazendo parte do conselho de segurança. Mas pra época
conselho de segurança era o retrato do poder de fato, hoje não é mais. A
Alemanha hoje é uma nação que tem muito poder no âmbito internacional, o
Japão é outro e existe nação que tem muito poder e que não integram as
decisões do conselho de segurança. Há diversos estudos diversas
propostas para reformular o conselho de segurança inclusive para que
tenha pelo menos um representante de cada continente, ai já ouviu falar
que o Brasil sempre quis ser um candidato no conselho de segurança,
porque o Brasil tem uma tradição de resolução pacifica controverso com
seus vizinhos. A uma tradição da própria diplomacia brasileira de ser uma
diplomacia muito respeitada, também tinha essa tradição, porque a partir
desse governo a diplomacia brasileira hoje está sendo ridicularizada.

Depois que a ONU foi criada e ela abre espaço para criação de diversas
outras organizações internacionais que são inclusive temáticas, do clima,
comercio, da água mares de tudo quanto é tema. E existem hoje milhares
de organizações internacionais, e isso tudo começa a fazer com que o
direito internacional nessas ultimas décadas isso é um processo muito
recente, começa alia a fervilhar, vamos ter tratados e mais tratados, nunca
se fez tanto tratado internacional como nos últimos 50 anos. Depois
começaram a surgir às organizações regionais.

Por isso Habermas chegou à conclusão de que vivíamos outra realidade,


mas essa realidade não ocorre como ocorre na Europa para o restante do
mundo. Estás organizações começam a adquirir uma relevância muito
importante e a ONU principalmente, ela vai encabeçar esse movimento e
ela conseguiu pelo menos até hoje que não houve uma grande guerra,
então ela está atingindo seu objetivo. Um dos maiores deveres de casa da
ONU é a questão climática, pois temos 2 grandes problemas, a questão
climática e a questão dos refugiados.

O Brasil tem uma politica muito boa de recepção dos refugiados embora
agora a situação não esteja grandes coisas, tanto que os haitianos são
incorporados e nem ouvimos falar disso. No SAJ da PUC Minas Barreiro, foi
recebido um grupo de haitianos para pode prestar auxílio, que a embaixada
brasileira deu asilo para eles.

AULA 5ª DIA 16/08/2021

Características da Sociedade Internacional

 Universalidade: Composta por todos os sujeitos do DIP busca alcançar a


universalidade das nações;
 Aberta: Princípio da não coerção de participação;
 Paridade/horizontalidade: Igualdade jurídica entre seus membros (art. 2,
carta da ONU);
 Poder originário: Não é fundamentado em outro direito positivado;
 Anárquica: Não tem um poder central.

Nós podemos apontar ai algumas características desse direito internacional


dessa sociedade internacional aqui há umas variedades de interpretação em
relação essas características na doutrina.
AULA 10ª DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 09/09/21

A aula começou 22:00


A soberania é um conceito é uma ideia que é vista de fora para dentro, ou seja,
dos outros países que vão enxergar aquela nação, vão reconhecer a soberania
como um elemento e reconhecendo a existência de soberania e tendo um povo
e um território delimitado reconhece como um estado nação. Mas essa
soberania também é construída de dentro para fora, porque para que ela seja
reconhecida esse povo tem que se organizar para construir essa ideia de
nação. Hoje nos vivemos uma dimensão que tudo está ligado à economia em
razão do processo de globalização que é um processo muito novo na história
da humanidade. Podemos falar que essa globalização ela ocorreu nos últimos
50 anos, e os vivemos um processo de globalização tamanho que a uma
interdependência econômica tão grande que a ação de um estado ela pode
resultar em um dano a economia em um país diretamente. Basta pensarmos
que há quatro anos a china voluntariamente desacelerou seu processo de
crescimento econômico e isso que foi uma decisão do governo chinês para
resolver questões internas que causou uma quebradeira geral. E varias nações
do mundo que não tinha suas economias sem minimamente estáveis, o Brasil
foi um dos que foi muito afetado com essa decisão do governo chinês.

Então essas posições vacilantes quanto ao reconhecimento de uma estrutura


estatal de uma democracia fortalecida, a professora fala democracia porque o
valor democracia ele é um valor ocidental, o mundo inteiro não vê que o estado
tem que ser um estado democrático de direito, isso é uma ilusão. Até o
processo de impeachment que existiu começou dali aquilo foi um rompimento
com a ordem legal aquele processo significou um rompimento com a tradição
de um estado de direito. Embora claro ele tivesse todo um formato jurídico,
pegaram lá uma justificativa jurídica que era a pedalada fiscal, mas é claro isso
é só quem não quer enxergar que obviamente houve ali um tratamento que só
foi dado àquele governante dentro do nosso país.

A professora não acha que minimamente plausível a possibilidade de uma


intervenção armada no Brasil, por vários motivos. Um é a dimensão do
território, então uma operação de intervenção já é muito arriscada pelo próprio
tamanho do estado. Outra coisa que o Brasil é uma das maiores economia do
mundo mesmo com tudo que vem acontecendo, mas ate pelo tamanho nos
somos uma das maiores economias do mundo. Ai não seria uma questão
bélica porque a professora acha que poderia acabar com o exercito acabar
com tudo no Brasil, não temos necessidade disso não, porque não temos
efetivo militar nem tradição armamentista e bélica e o que temos não serve
para nada, nem para fazer desfile. O Brasil poderia acabar com as forças
armadas como muitos estados não tem. Na realidade se o Brasil entra-se em
guerra com qualquer nação não teria estrutura nem tradição para guerra.
Na opinião da professora o boicote econômico ela é hoje na modernidade, que
após esse processo de globalização que vivemos nos últimos 50 anos,
podemos dizer que a guerra ela é no âmbito econômico. A maior guerra que se
trava hoje ela é econômica e ai nos já estamos assistindo em razão dessa
fragilidade da soberania face das ações internas, o Brasil está carecendo de
demostrar sua soberania não é porque os outros estados não reconhecem, nos
estamos demostrando uma fragilidade em termos de soberania em termos de
estado de reconhecimento de instituições sólidas. Isso já está gerando reflexos
econômicos, bastante multinacionais já foram fechadas e as bolsas
despencando.

Tem-se um investidor em bolsas de valores e tem um capital especulativo,


quem é investidor internacional em bolsa de valor ele não tem compromisso
com alguma nação ele quer lucro. Eles vão medindo para saber onde investir,
mas a hora que chega que não sabe o que pode acontecer naquele país, se vai
ter golpe, se vai ter uma decisão do governo que vai virar tudo de ponta cabeça
se tem uma instabilidade institucional em termos de estado, eles vão embora. E
o capital especulativo nesse tipo de investimento ele é volátil, amanha vai todo
mundo embora e de repente o país quebra.

Hoje nós estamos muito interligados e todos muito interdependentes, como


uma vez a professora brincou na aula falando que o estado mais soberano na
ideia clássica de soberania que existe é a Coreia do norte, porque o que eles
decidem não tem influencia externa que vai abalar a estrutura do que está
acontecendo lá. Mas nessa ideia de soberania clássica é obvio que ela não que
que sejamos igual a Coreia do norte é em termos de ter esse poder autônomo
e não depende de mais ninguém.

Hoje a própria ideia o próprio conceito de soberania é muito diferente do


conceito de soberania que existia no inicio do século passado. No inicio dos
anos 1900 a ideia de soberania já é muito diferente da que tem hoje, cem anos
depois. Porque hoje a uma interdependência entre as nações tamanha que tem
autores que chegam a dizer que nos vivemos na era do Estado pós-moderno,
exatamente porque sai do conceito clássico de soberania da modernidade esse
autor Habermas que vai ser um dos precursores dessa ideia. Porque ele vai
falar dessa porosidade que a soberania vai ter, ele ainda diz existe soberania
estatal, mas essa soberania não é mais aquele poder que o Estado podia fazer
tudo e qualquer coisa que ele quisesse ele não consegue mais ter esse poder.
Mas seja por pressão da própria sociedade civil interna e externa porque
sabemos que isso existe uma prova disso é a própria existência do Tribunal
Penal Internacional. Porque se fosse depender das nações dos governos
puramente nunca existiria um TPI, mas houve uma pressão da sociedade civil
muito grande para que ele fosse criado. Claro tem nações muito relevantes que
não reconhecem a jurisdição do tribunal penal internacional, e isso cria vários
problemas, mas ele existe.
Hoje no próprio sistema econômico se pensarmos que existem empresas
multinacionais e a empresa tem um lucro que é maior que o PIBI da maior
parte das nações do mundo. Uma empresa que consegue ter capital maior que
o PIBI de dezenas de estados a fora, como que essa empresa não consegue
influenciar nas tomadas de decisões no âmbito interno desses estados que são
mais dependentes. Vamos pensar nas grandes empresas do ramo de
alimentos como elas conseguem dificultar a aprovação de leis que visam
regular a produção e venda de alimentos proibirem a venda de produtos que
não tem valor alimentício que vamos ao supermercado e compramos. Essas
grandes empresas estão saindo dos países que tem uma estrutura de estado
mais solida que já conseguiram aprovar varias leis que criam barreiras para
seus produtos e elas estão indo para os países em desenvolvimento que não
tinha uma tradição cultural de não consumir esse tipo de produto.

A questão da soberania hoje ela ultrapassa essa noção clássica que o estado
pode tudo até mesmo porque o estado não tem esse poder sozinho de tomar
decisões, tanto que até os Estados Unidos que é um império não conseguem
se desvincular da influencia que as grandes multinacionais têm sobe os
governos, que são, por exemplo, as grandes financeiras. Arte quando teve a
quebra dos Estados Unidos de 2008 e 2009, do sistema de financiamento na
aquisição de casas, foi uma pirâmide que eles fizeram no sistema financeiro.
Ali nos viemos como um estado nação fica frágil frente a esse sistema
econômico que é estruturado hoje que é maior que a dimensão do estado. E se
pensarmos que existem hoje ainda questões que não sabemos para onde vai,
mas que está ai no tabuleiro do xadrez do direito internacional como
criptomoeda. Uma das requisições dos estados nação hoje é que ele tenha o
monopólio da emissão da moeda, o que é um estado sem ter controle das
operações financeiras que existem dentro de seu território, como o estado
sobrevive sem arrecadar imposto que a criptmoeda impede a arrecadação de
imposto, pois não tem o controle.

Quanto mais em um estado a economia migra para o capital especulativo e sai


do capital produtivo, mais frágil esse estado se torna. Então as suas bases em
termos de soberania ficam cada vez mais frágeis porque o que é concreto é a
produção.

Quanto mais frágil um estado menos soberania ele tem, é claro que existe um
princípio no direito internacional de que a soberania é reconhecida por meio da
reciprocidade. E esse reconhecimento pode se dar de forma expressa então
um estado declara que reconhece o outro ou de forma tácita quando o estado
pratica atos somente com os estados soberanos, então que dizer que ele esta
reconhecendo que aquele é um estado soberano. Um exemplo ele manda
representação diplomática para aquele estado quer dizer que ele está
reconhecendo que ele é soberano. Mas uma coisa é esse reconhecimento
reciproco outra coisa é como os estados vão atuar em relação ao outro vão se
relacionar com o outro. E ai é que vem a questão da soberania real, já
devemos ter ouvido falar, por exemplo, que existem setores da economia que
são fundamentais para que o estado seja soberano que não se deve privatizar
que o estado deve ter o controle.

AULA DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 13/09/21


Nós estamos estudando uma das dimensões do Estado que é a
soberania. Vale a pena lembrar que a ideia de soberania é uma ideia
que não existe nenhum poder superior aquele poder. Ou alguns
dizem que a soberania é o poder incontrastável de dizer o direito
dentro de uma limitação territorial, então seria o exercício desse
poder, que é o poder de dizer o direito, dizer o que é o direito dentro
de uma determinada delimitação espacial. Se nos partimos dessa
ideia da soberania como esse poder incontrastável de dizer o direito,
nos vamos chegar à conclusão que vivendo nesse mesmo planeta
existem vários países vários estados, estado nação que vão dividir
esse poder pelo espaço real, concreto e territorial desse planeta.

Então na verdade nos somos um conjunto de nações soberanas que


vão exercer o seu poder de dizer qual é o direito no âmbito territorial.
Já vimos que a ideia da soberania ela é baseada no principio da
reciprocidade então para que um estado reconheça a soberania do
outro assim como os outros reconheçam a sua própria soberania.
Então essa ideia da reciprocidade é que faz de fato as soberanias
existir, que possibilita a existência da própria soberania. Então nos
podemos dizer, por exemplo, que existem grupos povos, localizados
em determinados espaços territoriais que não tem para si o
reconhecimento desse atributo. Então não podemos dizer que eles
são um estado nação.

Só para ilustrar vamos pensar no Curdistão. A aluna perguntou se a


Palestina seria uma situação assim. A professora confirmou que seria
uma situação assim, porém a Palestina hoje ela já é reconhecida
como estado nação por vários outros estados no mundo o problema
maior da palestina é em relação a delimitação territorial e não em
relação a autoridade, essa ligação entre autoridade e povo ou
reconhecer soberania por um determinado povo. Então existe ali um
problema em relação ao território. A delimitação de onde seria os
limites do estado palestino. Então entra na dimensão território
porque ninguém duvida de que os palestinos são um povo e que
existe entre eles um vínculo que poderia originar a ideia de soberania
nacional, mas deve está vinculada as partes territoriais.

Então esse mesmo problema vai existir em relação aos judeus antes
do estado de Israel ser criado, que o estado de Israel só foi criado no
pós-segunda guerra. Então era um povo que tinha uma identificação
cultural, mas não tinha um território. Só que os judeus ainda tinha
um problema maior eles estavam muito mais espalhados pelo mundo,
depois houve todo um acordo encabeçado pelo próprio estados
unidos para criação do estado de Israel naquele território especifico e
esse é também um dos motivos que Israel foi criado artificialmente,
não o estado em termos de povo e representação, mas a delimitação
territorial foi artificial e isso gera até hoje um monte de problemas.
Porque vários povos eles demandam pra si o direito de ocupar aquele
território que hoje é ocupado pelo estado Israelense. Mas podemos
pensar, por exemplo, em relação ao Tibe, existe até um movimento
grande pela independência do Tibe ele é vinculada a China. Ele não
tem soberania, embora tenha um povo e tenha um território definido,
mas não se reconhece soberania ao povo tibetano. Inclusive o líder
do povo tibetano ele está na Inglaterra, ele teve asilo politico. Então
é um povo que tem território e não tem soberania por exemplo. Os
curdos o exemplo que a professora ia dar que é um povo que ocupa
ali vários estados, um pedaço do Iraque a parte leste da Turquia.

Existe um projeto de se criar um estado que se chama curdistão,


esse povo tem uma identidade muito própria e eles estão em uma
parte que está dentro do Iraque outra parte na Turquia no local do
território. Existe esse projeto de criação do curdistão, mas não tem
reconhecimento nenhum outro estado reconhece o curdistão como
estado nação. E o problema deles são ainda maiores porque temos
um povo mas não tem nem o reconhecimento da soberania e nem a
delimitação do estado de forma clara. Então tem essas questões em
relação à soberania mais para aqueles estados que já reconhecem
reciprocamente a soberania e a delimitação dos seus próprios
territórios, esse poder de dizer o direito fica mais claro e mais fácil de
ser identificado.
Vamos imaginar que um brasileiro tenha praticado um crime aqui, o
brasileiro (A) matou o brasileiro (B) no território brasileiro e (A) fugiu
para o Uruguai. As autoridades brasileiras descobrem que ele está no
Uruguai e no Brasil houve um processo criminal e ele foi condenado
pelo crime de homicídio a 14 anos de prisão. Ao localizar esse
brasileiro no Uruguai as autoridades brasileiras podem determinar a
polícia brasileira se dirija até o Uruguai efetue a prisão dele e o traga
de volta para o Brasil?

Não pode, porque a polícia brasileira é policia dentro do território


brasileiro que é onde o Brasil tem soberania. Fora do território
nacional a policia não tem jurisdição o juiz não tem, então não é
possível realizar nenhum ato jurisdicional.

O Brasil pode pedir ao Uruguai para extradita-lo. Mas a extradição é


um exercício de poder soberano de qualquer estado.

Extradição é um ato da soberania, portanto nenhum estado


pode ser obrigado a extraditar nenhuma pessoa em nenhuma
condição e situação. Além de a extradição ser um ato de
soberania ela é também um ato discricionário e no caso do
Brasil a constituição estabelece que esse seja um ato privativo
do presidente da república. É um ato discricionário do
presidente da república.

Ato discricionário é avaliar a conveniência oportunidade e não é


obrigado. A discricionariedade é exatamente o oposto do ato que é
vinculado. Na ideia do funcionalismo público só podem fazer o que a
lei permiti que é o contrario do princípio geral que existe para todo
cidadão.

Para nós todo cidadão, podemos praticar todos os atos que não seja
proibido pelo ordenamento jurídico, mas o funcionário público não ele
vai praticar o ato desde que esse ato seja permitido por lei no
exercício de sua função.

Mas a extradição é um ato discricionário, ou seja, o presidente como


está na constituição brasileira é o chefe do executivo é quem tem o
poder decidir se ele vai extraditar alguém ou não. Mas antes de
chegar a essa decisão do executivo a constituição em seu art. 151 e
152 estabelece que deva haver uma apreciação objetiva em relação
aos pedidos de extradição quanto à legalidade do pedido de
extradição que o Brasil vai receber.
Essa ideia de extradição existe porque ela é um instituto que é na
verdade uma criação de uma cooperação internacional entre os
estados. Eles criaram essa ideia de extradição porque se formos
voltar no exemplo do inicio da aula, se brasileiro (A) mata brasileiro
(B) no território brasileiro e foge para o Uruguai, vejamos bem, o
Uruguai não vai processar essa pessoa, porque via de regra não tem
elemento de concessão para que a lei penal Uruguaia seja aplicada ao
caso especifico. Então para que não exista impunidade porque
impunidade não favorece nenhum estado nação, então foi criado esse
instituto da extradição. Extraditar é o ato de entregar uma pessoa a
um estado soberano.

Então existem duas formas de extradição no mundo:

Extradição ativa, diz respeito que aquele estado é ativo em relação


ao que pede a extradição, nesse exemplo o Brasil ia pedir a
extradição do brasileiro que estava em território Uruguaio que
praticou um crime no Brasil para que ele possa ser punido no Brasil.
Isso é uma Extradição ativa.

Extradição passiva, é quando o Estado nação no caso o Brasil,


recebe um pedido de extradição de um outro Estado nação de uma
pessoa que se encontra no território brasileiro. Essa pessoa deve está
no Brasil para poder receber o pedido de extradição dela. Na
modalidade passiva ele sempre é uma decisão do chefe do executivo
o presidente da república, mas antes do presidente decidir é feita
uma análise jurídica da situação. Então essa analise da legalidade ou
não da extradição é feita pelo STF, a constituição determina também
a competência do STF para analisar a legalidade de um pedido de
extradição feito por qualquer outro estado nação ao Brasil.

A extradição é também um instituto que é baseado no princípio da


reciprocidade. Há muitos acordos bilaterais entre estado nação em
relação à extradição, mas há acordos que podem ser multilaterais em
relação ao pedido de extradição. A extradição é um instituto que visa
reduzir ao máximo a possibilidade da ocorrência de impunidade.
Então o Brasil pode pedir no exemplo que a professora deu ao
Uruguai que entregue o brasileiro que está em seu território isso se
trata do processo de extradição ativo da nossa perspectiva
obviamente, mas se for olhar pela perspectiva do Uruguai é passivo.
O Uruguai entrega o brasileiro se quiser e caso negue não precisa
nem de fundamentar sua decisão no caso de negar isso está no
âmbito do exercício do poder soberano de cada nação.
Na extradição ativa onde o Brasil pede a extradição de alguém,
vamos lembrar o caso de uns brasileiros que praticaram tráfico de
droga na Indonésia e lá eles foram condenados a pena de morte,
porque o tráfico de drogas na indonésia é punido com a pena de
morte. O ministério das relações exteriores pediu ao governo da
Indonésia que se extraditam os brasileiros para que eles
respondessem aqui no Brasil pelo fato que eles praticaram lá.

Na aula de penal um estudamos a aplicação extraterritorial da lei


penal, quando seria possível aplicar extraterritorial mente a lei
brasileira ao crime praticado fora do território nacional. Isso não é
regra, pois a lei deve ser aplicada aos fatos praticados no âmbito do
território nacional. Existe exceção, nos vimos no caso de impunidades
diplomáticas essa é uma exceção ao principio da terrítoriedade.

Outro exemplo é de um brasileiro que morava em Nova Iorque e


matou a namorada estadunidense no Central Parque e a policia de
Nova Iorque começou a investigar o caso. Quando o brasileiro se
tornou o principal suspeito ele fugiu para o Brasil. Os Estados unidos
fez um pedido de extradição e o que o Brasil faz diante dessa
situação...Existe uma vedação constitucional que cria uma
impossibilidade absoluta de extradição de brasileiro nato, o Brasil não
extradita brasileiro existe uma vedação constitucional não é possível
a extradição o STF vai dizer, olha não é possível a extradição dessa
pessoa porque ele é brasileiro. A regra seria ele ficar impune então
oque acontece a maior parte das nações do mundo preveem a
possibilidade de aplicação da sua lei para fatos ocorridos fora do
território nacional para evitar justamente a impunidade. E existe um
elemento de conexão que é o fato do sujeito ser brasileiro e está no
território nacional. Então nesse caso especificamente é possível a
aplicação da lei penal brasileira.

É um caso que foge a regra, mas é para evitar a impunidade porque


existe essa regra em todos os estados nação que é minimamente
democrático, são princípios de direito internacional, a não extradição
de seu cidadão. Porque se a extradição é um ato de soberania quem
cuida do cidadão é o estado nação para aplicar sanção a ele. É uma
situação excepcional que é a aplicação extraterritorial da lei penal
brasileira. Então nesse caso do sujeito que praticou um crime fora do
Brasil entrou no território nacional e como é vedada a extradição o
Brasil vai processa-lo aqui pelo crime praticado em Nova Iorque, mas
lá a pena prevista era pena de morte e no Brasil não tem pena de
morte. Nesse caso então só aplica a lei brasileira ele vai responder de
acordo com o que está na lei brasileira.

Agora no caso da Indonésia se os brasileiros fossem extraditados


para o Brasil seria aplicada a lei penal brasileira pelo crime de trafico
praticado na Indonésia e ai não seriam punidos com pena de morte.
Mas naquela época era a Dilma a presidente ela quis conversar com o
presidente da Indonésia porque as famílias dos brasileiros ficaram
desesperadas e procuraram o Itamarati e tal. E o presidente da
Indonésia não quis conversar sobre o assunto praticou a pena lá deve
ser cumprida lá. É um ato que é o exercício da soberania.

Resumindo a extradição ativa é o Brasil pedir a extradição de qual


quer pessoa para qualquer outro estado, agora cabe o estado deferir
ou não o pedido. Na extradição ativa basta saber qual o interesse que
o Brasil tem de fazer o pedido de extradição de uma determinada
pessoa.

Na extradição passiva, ou seja, o estado estrangeiro pede ao Brasil


para entregar alguém a esse determinado estado. A constituição
prevê algumas restrições:

1ª Brasileiro nato não pode ser extraditado, isso está expresso lá no


art. 5º da constituição que prevê como um direito fundamental. É
vedada a extradição de Brasileiros natos. E naturalizado a regra é a
vedação, mas existem as exceções em relação a isso;

a) No caso do naturalizado, se o crime pelo qual o estado está


requerendo a extradição tiver sido praticado por ele antes do
processo de naturalização. E se o crime for de tráfico
internacional de drogas e independe se esse crime de tráfico
internacional de drogas foi antes ou depois de sua
naturalização.
b) Se naquele país que onde a pessoa praticou o crime tiver
previsto uma pena que é vedada pelo nosso ordenamento
jurídico o STF pode concluir pela ilegalidade da extradição ou
condicionar a extradição. Exemplo em um determinado país é
prevista a possibilidade de prisão perpetua para determinado
crime, então a extradição só poderá ser realizada
condicionalmente. Ou seja, se o estado que está requerendo a
extradição se comprometer a fazer uma comutação dessa pena,
se a pena máxima no Brasil é quarenta anos, então quarenta
anos de prisão.
Essa primeira fase da legalidade é toda analisada pelo STF e
mesmo se o STF concluir pela possibilidade da extradição, o
presidente pode simplesmente nega a extradição.

No caso de um brasileiro naturalizado tiver praticado um crime de


tráfico de drogas o STF irá fazer a análise da legalidade e quem irá
decidir em última instância é o presidente da república ele que
decidirá se extradita ou não a pessoa ao seu juízo
discricionariamente.

Esses são os principais requisitos em relação à extradição, mas


podemos pensar que a extradição;

1ª Ela é baseada na reciprocidade, isso quer dizer que a ideia da


soberania é feita na base da reciprocidade a extradição também.
Porque como é um ato discricionário um desdobramento do próprio
exercício da soberania os estados nessa cooperação internacional eles
vão levar em conta para tomar suas decisões de extraditar ou não
uma determinada pessoa, como que aquele estado que está
requerendo a requerendo à extradição vem se comportando em
relação a este instituto ao longo das décadas.

Também existe limitação em relação à extradição do estrangeiro uma


é a pena incompatível com as penas previstas no ordenamento
brasileiro, mas isso pode ser feito desde que o Estado se comprometa
a fazer a comutação dessa pena. Não pode extraditar também um
estrangeiro que esteja em território nacional, ele não pode ser
extraditado se ele foi condenado no outro país formando um crime
politico ou crime de opinião. No caso de Batiste a defesa dele alegava
que o crime havia uma conotação política em relação ao crime. O
próprio supremo na analise da legalidade eles entenderam que não se
tratava de crime politico.

A deportação é um ato também praticado por um Estado nação que


é um ato de exercício de sua soberania, que é quando o estado nação
ele vai mandar embora do seu território um estrangeiro que
encontra-se em seu território mais que está em uma situação
irregular. Neste caso não tem nada haver com a prática de crime. É
quando a pessoa, por exemplo, está sem visto de entrada, o brasil
pode deixar a pessoa ficar por apenas seis meses sem o visto de
entrada e a pessoa fica até um ano então ela está irregular e será
deportado do país.
Já a expulsão é a retirada compulsória obrigatória de um estrangeiro
que se encontra em território nacional e essa expulsão será porque o
sujeito praticou um crime em território nacional e o Brasil ao invés de
puni-lo aqui, porque poderia ser aplicada a nossa lei e nesse caso
acha melhor expulsar o individuo do território nacional. Ou ainda
quando esse estrangeiro tenha praticado uma conduta desonrosa
incompatível com o interesse nacional e a moralidade e o Estado
entenda que não tem mais justificativa para o individuo permanecer
nesse território. Foi o que fizeram com os jogadores argentinos
porque eles praticaram um ato que era incompatível primeiramente
com a lei que estava em vigor e quando ocorre à expulsão a pessoa é
proibida de reingressar no território brasileiro, fica vedada sua
entrada inclusive se entrar constitui crime.

Outro instituto é a entrega que é muito semelhante à extradição só


que a entrega é para um tribunal internacional, a extradição é
sempre para outro estado soberano de Estado soberano pra Estado
soberano. A entrega é um instituto que existe de um estado nação
que se compromete porque assinou um tratado a entregar uma
pessoa para um julgamento no âmbito do tribunal no caso do TPI, no
brasil a possibilidade de entrega que existe hoje é só em relação ao
TPI, inclusive essa entrega pode ser feita até mesmo de brasileiro
nato para ser julgado pelos crimes de competência do TPI
obviamente dentro de sua jurisdição. Porque o Brasil ratificou o
tratado que constituiu o TPI e se comprometeu a entregar qualquer
pessoa que tenha praticado crime de competência do Tribunal Penal
Internacional, que são crimes contra a humanidade de guerra
genocídio e agressão são situações excepcionais. Então o instituto é
diferente.

Outro instituto será o banimento é uma pena que advém da pratica


de um determinado crime por uma pessoa e o estado aplica a ela o
banimento. E o banimento é a expulsão do seu cidadão nacional do
seu território. Essa pena era muito aplicada na antiguidade, hoje a
constituição veda isso viola direitos humanos porque acaba criando
uma situação de apatridia, que são pessoas que não têm sua
nacionalidade reconhecida por nenhum país. Não é possível aplicar
pena de banimento é proibido no Brasil.

Lembrando que a jurisdição do TPI é sempre subsidiária isso está no


próprio estatuto de Roma que é o tratado constitutivo do TPI, ou
seja, o TPI só vai processar um individuo quando ele entender que o
estado nação onde se encontra o individuo está em uma condição de
fragilidade ou omissão em seu poder judiciário em processar aquela
pessoa.

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