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FARO
2021
Índice
ÍNDICE ................................................................................................................................................................. 5
ÍNDICE DE TABELAS.............................................................................................................................................. 7
RESUMO .............................................................................................................................................................. 8
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 5
5. CONCLUSÃO .............................................................................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................... 29
ANEXOS ............................................................................................................................................................. 30
Índice de Imagens
5
A indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) vem enfrentando uma
mudança de paradigma nos últimos anos. Embora o BIM já seja uma realidade neste
setor, há ainda um longo caminho a percorrer em busca da total integração entre os
entes envolvidos nos projetos. Esta harmonia entre profissionais da AEC e órgãos
públicos é essencial para a evolução dos tradicionais projetos em CAD geométrico para
os projetos em BIM. Conforme defendido por Eastman et al, citados por Oliveira e Pereira
(2011), o nível de comprometimento é uma das barreiras para a implementação de novas
tecnologias, esforços individuais não são suficientes para atingir o principal objetivo do
BIM, que é a integração absoluta do projeto e dos membros de suas equipes com o
mundo real, sendo importante uma sensibilização coletiva para adoção de sistemas
compatíveis. Segundo Hilgenberg e outros (2012) citados por Menezes et al (2013), o
mercado precisa demonstrar maturidade organizacional e possuir metodologias de
trabalho compatíveis.
Menezes et al (2013) referem ainda que os modelos BIM têm uma maior
probabilidade de conterem informação inequívoca e consistente, comparativamente aos
desenhos CAD, uma vez que incluem informações relativas à natureza dos objetos. Já
os arquivos CAD geométricos, por outro lado, são formados por elemento geométricos
básicos, sem qualquer referência, cabendo ao projetista interpretar e dar significado às
linhas e demais elementos, conforme defendido por Ayres e Scheer (2007), citados por
Menezes et al (2013). “A modelagem tridimensional BIM não só possibilita melhor
visualização do projeto, mas seu próprio processo de desenvolvimento permite a
detecção de conflitos relativos à falta e à incoerência de informações, quando houver”
(Menezes, Viana, Junior, & Palhares, 2013). Destacam também que “um modelo BIM é
organizado como um protótipo do prédio, em termos de pisos do edifício, espaços,
paredes, portas, janelas, entre outros elementos, e uma vasta gama de informações
associadas a cada um desses componentes, através de relações paramétricas”
(Menezes, Viana, Junior, & Palhares, 2013), possibilitando obter dados como estimativa
de custos, simulação de consumo de energia, iluminação natural, entre outros.
Nos casos dos modelos BIM referentes a um novo projeto, de um edifício que
ainda será construído, todas as suas medidas são estipuladas pelos arquitetos e
engenheiros. No entanto, quando o modelo BIM é criado a partir de um edifício já
existente, caso do presente trabalho prático, fazem-se necessárias ferramentas e
métodos de medições com a maior precisão possível e que sejam adequadas às
dimensões do objeto a ser medido. Como é evidente, métodos de medições diretas como
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medição com fitas não são adequados no caso dos edifícios. Por esta razão, recorreu-
se aos métodos de obtenção de coordenadas geométricas esféricas e obtenção de
informação geométrica massiva pelo método conhecido como fotogrametria (nuvem de
pontos).
De acordo com Tomasselli (2009), o termo fotogrametria deriva das palavras
gregas photos, que significa luz, gramma, que significa algo desenhado ou escrito e
metron, que significa "medir". Portanto, Fotogrametria, de acordo com suas origens,
significaria "medir graficamente usando luz".
“A definição de Fotogrametria até a década de 60 era: ‘ciência e arte de obter
medidas confiáveis por meio de fotografias’ (American Society of
Photogrammetry). Com o advento de novos tipos de sensores uma definição mais
abrangente de Fotogrametria foi proposta também pela ASP em 1979, como
sendo: ‘Fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia de obtenção de informação
confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente através de processos de
gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas e padrões de energia
eletromagnética radiante e outras fontes’” (Tommaselli, 2009).
1.1 Justificativa
1.2 Metodologia
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A estrutura do relatório seguirá o enunciado do trabalho, fornecido pelo docente
da UC, dividindo-se nos tópicos apresentados abaixo. Em cada um deles, serão descritos
os passos executados, as ferramentas utilizadas e os conceitos relevantes a se ter em
consideração, bem como o resultado obtido em cada etapa.
a) Aquisição da informação geométrica do interior do edifício com ETT;
b) Obtenção de Informação Geométrica Massiva – Nuvem de Pontos;
c) Modelação da informação da construção – BIM.
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2. Aquisição da Informação Geométrica do interior do edifício com ETT
2.1 Equipamento
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partir do Norte. No eixo de colimação, ou pontaria, é onde está localizada a luneta, que
permite visar os pontos de interesse.
Para se realizar a visada são necessários alguns procedimentos importantes de
preparação do equipamento que serão abordados a seguir nas subsecções 2.1.1, 2.1.2,
2.1.3 e 2.1.4. Após feita a preparação, dá-se início à obtenção das coordenadas dos
pontos, que vão sendo gravadas na memória do equipamento para que posteriormente
se faça a extração do ficheiro para um computador.
Para realização das visadas e obtenção das coordenadas, a ETT foi posicionada
no centro de cada sala, bem como no centro do corredor. Após posicionada, foi
introduzida uma única vez no equipamento a altura do pavimento até o centro da luneta,
para que fosse descontada e assim o nível zero ficasse definido como o pavimento do
edifício. A partir daí foram realizados os procedimentos de centralização, verticalização
e orientação, descritos abaixo.
De acordo com Prates (2020), após centrar e verticalizar a ETT, é preciso fazer
coincidir a origem do limbo horizontal com a direção Norte, para medir ângulos a partir
do Norte, ditos rumos ou azimutes. A direção de referência em topografia, em geral, é a
direção Norte, que será a direção do meridiano que passa pela ETT centrada e
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verticalizada, linha imaginária não materializada. Em alternativa, considera-se o Norte
geográfico na direção da estrela polar, a Polaris da constelação Ursae Minoris, ou o Norte
magnético na direção das linhas do campo magnético terrestre, observável com uma
bússola. Ainda segundo Prates (2020), a orientação do círculo horizontal pressupõe a
ETT centrada num ponto de coordenadas conhecidas, e uma pontaria para um outro
ponto de coordenadas conhecidas, ou em alternativa que o rumo entre ambos seja
conhecido.
a) Quatro cantos superiores das salas (intersecção entre os planos das paredes
e do forro do teto);
b) Os dois vértices superiores de cada abertura de porta;
c) Os quatro vértices de cada abertura de janela;
Os pontos relativos às bases das portas e aos cantos inferiores da sala foram
adicionados manualmente, posteriormente, na fase de tratamento dos dados, como será
explicado adiante.
A sala 3 apresenta uma particularidade em relação às outras salas por conter
dentro de si uma pequena sala com aproximadamente 11,50 m2, o que acabou por se
tornar um obstáculo. Ao posicionar a ETT no centro da sala, alguns vértices das portas
de acesso pelo corredor ficavam obstruídos, não sendo possível obter estes pontos,
tornando o varrimento, de certa forma, incompleto. A falta destes pontos, no entanto, não
impediu o correto posicionamento das portas na etapa da modelagem, uma vez que
ainda era possível contar com os pontos das portas obtidos a partir do corredor.
Na imagem 3, a seguir, é possível verificar a pequena sala localizada dentro da
sala 3 e como obstruiu a visada das portas.
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Imagem 3 - Visada da sala 3
a) Cantos superiores;
b) Vértices superiores das portas;
c) Vértices superiores de duas paredes de cortina de vidro;
d) Vértices da porta do elevador;
e) Vértices da janela situada ao fim do corredor, ao lado do elevador.
Os pontos relativos aos cantos inferiores do corredor e as bases das portas foram
igualmente adicionados manualmente na etapa de processamento dos dados.
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Imagem 4 - Ficheiro SDR da ETT
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Imagem 5 - Colocação da linha separadora
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Após concluída esta etapa do tratamento, já foi possível selecionar e copiar as
coordenadas X, Y e Z de cada sala e do corredor, agora constantes nas colunas C, D e
E, e então colá-las em ficheiros de texto separados, criados um para cada sala e dois
para o corredor. Para tanto, foi utilizado o software TextEdit (Apple), sendo possível
também a utilização do Bloco de Notas (Microsoft). Os ficheiros foram salvos no formato
.txt conforme alíneas abaixo:
Em seguida, dentro de cada ficheiro foi preciso identificar os pontos relativos aos
vértices superiores das portas e os cantos superiores das paredes para que se criasse
os pontos correspondentes na cota zero (no pavimento), completando o varrimento e
perfazendo a geometria completa da área objeto do levantamento. Para identificá-los
bastava observar a coordenada Z dos pontos. Os que tinham uma coordenada Z de
aproximadamente 2.700 (dois metros e setenta) correspondiam aos cantos superiores
das paredes. Já os pontos relativos às portas, tinham uma coordenada Z de
aproximadamente 2.050 (dois metros e cinco centímetros). Após identificados os pontos,
bastava copiá-los, colá-los logo abaixo e alterar o valor da coordenada Z (cota
altimétrica) para 0.000.
Com isso, as portas passariam a ter 4 pontos e as paredes teriam os pontos
relativos aos cantos superiores e inferiores.
Por fim, por uma questão de interoperabilidade, os ficheiros .txt criados
precisaram ser convertidos para o formato RCS para que pudessem ser importados no
software de modelação Autodesk REVIT. Essa conversão foi realizada no software
Autodesk RECAP.
2.4 Resultados
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como referência os pontos já colocados e posicionados anteriormente, nomeadamente
os pontos das portas, cantos de parede e o nível zero. A movimentação dos pontos de
cada ficheiro é feita com as ferramentas rotação e translação. Após corretamente
posicionados os pontos, é possível dar início à modelagem da estrutura básica como
paredes, portas e janelas.
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3. Obtenção de Informação Geométrica Massiva – Nuvem de Pontos
A nível de equipamentos, foi usado uma câmera digital para obtenção das
fotografias, da marca SAMSUNG, modelo WB610, com resolução 4000x3000, distância
focal de 8,2mm.
A nível de softwares, foram utilizados, como já referido, o Agisoft Photoscan para
criação da nuvem de pontos e também o Autodes RECAP para conversão da nuvem de
pontos para o formato RCS, compatível com o software de modelação BIM Autodesk
REVIT.
Para que a nuvem de pontos seja criada em escala real, é necessário que se faça
a inclusão de pontos de controlo, ou Ground Control Points (GCP), no software
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Photoscan, que são pontos previamente obtidos com uma ETT, cujas coordenadas X, Y
e Z servem para colocar o desenho em escala. Estes pontos devem estar já organizados
em um ficheiro de texto txt, contendo o nome dos pontos e as suas coordenadas, através
do método definido na subseção 2.3.
a) Importar fotos
• Workflow > Add photos.
b) Alinhar fotos
• Workflow > Align photos.
• Parâmetros: Medium; Disabled.
• Carregar com o botão esquerdo do rato duas vezes sobre uma foto que
contenha um dos pontos de controlo;
• Na aba que abrir, com a foto, dar zoom in onde se encontra localizado o
ponto de controlo e carregar com o botão direito do rato;
• A bandeira criada tem o nome “Point 1”, deve alterá-lo para o mesmo nome
que consta no ficheiro txt com as coordenadas, para isso basta clicar duas
vezes na bandeira, no menu situado no lado esquerdo na janela e digitar o
nome pretendido;
• Em seguida, deve abrir cada foto que tiver este ponto de controlo (será
indicado por uma bandeirinha sobre a foto, na lista de fotos), e posicionar a
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bandeira precisamente no local correto. A bandeira que antes estava na cor
azul, passa a estar na cor verde, indicando que a sua posição já foi
confirmada;
• Ao criar um ponto de controlo, caso verifique que uma das outras bandeiras
criadas automaticamente estejam obstruídas por algum objeto como uma
persiana, por exemplo, deve excluir esta bandeira carregando nela com o
botão direito e selecionando a opção Remove Marker.
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que será aberta, podem ser deixados os parâmetros pré-definidos, não
sendo preciso marcar ou desmarcar nenhuma opção, bastando confirmar.
h) Criar Mesh
• Workflow > Build Mesh;
• Este passo é necessário para gerar o relatório;
• Parâmetros: Arbytrary; Dense Cloud; Medium.
i) Criar Textura
• Workflow > Build Texture
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• Parâmetros: Generic; Mosaic; 4096.
j) Gerar relatório
• File > Generate Report
3.4 Resultados
Após aquisição das imagens digitais e o seu devido tratamento no software Agisoft
Photoscan, esta etapa resultou em uma nuvem de pontos - Dense Point Cloud,
materializada através de um ficheiro no formato XYZ (txt). Além disso, restou o ficheiro
do projeto, no formato PSZ, e também o relatório do processamento no software
Photoscan (Anexo 1).
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4. Modelação da informação da construção – BIM
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parede da fachada posterior e todas as portas e janelas nela existente. Há que se
ressaltar aqui que, na nuvem de pontos, algumas janelas ficaram obstruídas pelas
persianas, motivo pelo qual é importante conjugar a informação obtida no interior do
edifício com a informação da nuvem de pontos.
Tais ficheiros, como já abordado, foram criados originalmente no formato XYZ (txt)
no entanto foram posteriormente convertidos para o formato RCS no software Autodesk
RECAP, para que pudessem então serem importados para o software de modelação BIM
Autodesk REVIT.
4.2 Modelação
Para dar início à modelação BIM, ao abrir o software Autodesk REVIT a primeira
ação tomada foi definir as unidades de medida padrões do projeto. Para isso, deve-se ir
à aba “Gerenciar” e carrega no botão “Unidades do Projeto” (imagem 7).
Uma nova pequena janela pop up se abre, onde se pode definir as unidades
desejadas para o projeto.
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A próxima etapa consistiu na importação da nuvem densa de pontos para dentro
do ambiente BIM. Para isso, foi preciso ir à aba “Inserir” e então carregar no botão
“Nuvem de Pontos” (imagem 8).
Na janela pop up que se abre para procurar o ficheiro, deve-se alterar o tipo de
ficheiro para RCS, caso contrário os ficheiros não aparecerão para importação. Feita a
importação, deve-se posicionar a nuvem de pontos de modo que fique alinhada às
“setas” indicadoras das vistas de elevação (alçados). Para movimentar a nuvem de
pontos, deve selecioná-la e então usar as ferramentas Rotacionar e Mover do menu
Modificar.
Após corretamente posicionada, foram definidas as linhas do nível 1 e 2 do projeto
(térreo e 1º pavimento) conforme a altura da parede observável na nuvem de pontos.
Para movimentar as linhas de nível de piso, basta selecioná-las e usar a ferramenta
Mover, do menu Modificar.
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Imagem 9 - Linhas de Piso - Autodesk REVIT
A partir daí, já foi possível dar início à modelação da fachada posterior, incluindo
elementos como parede, portas e janelas, parametrizados para que ficassem o mais
próximo possível da realidade. Tais elementos encontram-se no menu Arquitetura. Para
uma melhor visualização do modelo, alternou-se entre as vistas em alçados, em planta
e tridimensional, no menu de navegação na lateral esquerda.
Após modelada a fachada posterior, deu-se início a inclusão dos pontos obtidos
com a ETT, de cada sala e do corredor, pelo mesmo menu indicado na imagem 8. O
posicionamento destes pontos constitui parte importante do processo e deve ser feito
com cuidado, tendo em conta os elementos já presentes no modelo (nuvem de pontos,
paredes, portas e janelas da fachada posterior).
4.3 Resultados
O resultado desta etapa foi um modelo com todos os elementos constantes nas
tabelas do anexo 2. As referidas tabelas foram criadas a partir da função Tabelas, no
menu Analisar, do software Autodesk REVIT. Tal modelo representa parte do pavimento
térreo do edifício do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Algarve e
representa com precisão milimétrica o edifício real. Abaixo, nas imagens 10 e 11 é
possível verificar o resultado final.
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Imagem 10 - Resultado final do modelo BIM em Revit. Fonte: Autor.
Imagem 11 - Resultado final do modelo BIM em REVIT - Fachada Posterior. Fonte: Autor.
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Imagem 12 - Vista em planta do modelo BIM criado em REVIT. Fonte: Autor.
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5. Conclusão
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Bibliografia
Menezes, A. M., Viana, M. S., Junior, M. P., & Palhares, S. R. (2013). CAD e BIM: Evolução ou
Revolução na Aprovação de Projetos de Edificações nas Instâncias Legais? Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Oliveira, L. C., & Pereira, A. C. (2011). O uso de tecnologias BIM em escritórios de arquitetura
relacionados ao modo de implantação. V Encontro de Tecnologia de Informação e
Comunicação na Construção. Salvador.
>9
9
8
7
6
5
4
3
2
1
908
909
907
906
902
901
903
Label X error (m) Y error (m) Z error (m) Error (m) Projections Error (pix)
901 0.062526 -0.005970 -0.001700 0.062834 7 0.320799
902 -0.014613 0.006573 -0.007031 0.017497 7 0.348377
903 -0.022187 -0.000151 0.004409 0.022622 7 0.141652
906 -0.082241 0.002065 0.007022 0.082566 16 0.227552
907 -0.070014 0.021157 0.006026 0.073389 11 0.557838
908 0.166136 -0.014161 0.001313 0.166743 6 0.494353
909 0.035410 -0.022247 -0.009952 0.042986 6 0.680703
910 -0.074296 0.013653 -0.000039 0.075540 7 0.230619
Total 0.079574 0.013288 0.005681 0.080875 67 0.397392
Table. 2. Control points.
Digital Elevation Model
4.6867 m
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