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M.A.P.A.

– MATERIAL DE AVALIAÇÃO PRÁTICA DE APRENDIZAGEM

SANEAMENTO BÁSICO – MÓDULO 53/2021

ACADÊMICO: R.A.:

CURSO: Engenharia Civil.

DISCIPLINA: Saneamento Básico.

VALOR DA ATIVIDADE: 3,5 pontos. PRAZO:

Prezado(a), aluno(a)!

Seja bem-vindo(a) à nossa atividade M.A.P.A. da disciplina de Saneamento Básico. Essa


atividade tem como tema principal a prestação de serviços na área de saneamento
básico. Ela busca abordar os conteúdos que serão estudados ao longo de toda a nossa
disciplina.

As suas tarefas serão:

1) Determinar a qualidade da água de um corpo hídrico, bem como, especificar


o tipo de tratamento adequado para que ela se torne potável.
2) Apresentar as principais características das medidas estruturais e não estruturais
que podem estar presentes em um sistema de drenagem urbana e calcular o
volume de uma cisterna.
3) Realizar os passos iniciais do gerenciamento de resíduos sólidos de uma indústria.
4) Calcular o volume útil de uma fossa séptica e sumidouro.

Bom trabalho.
Abraço.

EQUIPE PEDAGÓGICA
PRIMEIRA ETAPA

A partir de um estudo realizado em 1970 pela “National Sanitation Foundation”


dos Estados Unidos, a CETESB adaptou e desenvolveu o IQA – Índice de Qualidade das
Águas que incorpora nove variáveis consideradas relevantes para a avaliação da
qualidade das águas, tendo como determinante principal a sua utilização para
abastecimento público.

A criação do IQA baseou-se numa pesquisa de opinião junto a especialistas em


qualidade de águas, que indicaram as variáveis a serem avaliadas, o peso relativo e a
condição com que se apresenta cada parâmetro, segundo uma escala de valores
“rating”. Das 35 variáveis indicadoras de qualidade de água inicialmente propostos,
somente nove foram selecionados. Para estes, a critério de cada profissional, foram
estabelecidas curvas de variação da qualidade das águas de acordo com o estado
ou a condição de cada parâmetro.

Estas curvas de variação, sintetizadas em um conjunto de curvas médias para


cada parâmetro, bem como seu peso relativo correspondente, são apresentados na
figura 1.

O IQA é calculado pelo produtório ponderado das qualidades de água


correspondentes às variáveis que integram o índice.

A seguinte fórmula é utilizada:

𝑛
𝑤𝑖
𝐼𝑄𝐴 = ∏ 𝑞𝑖
𝑖=1

onde:

IQA: Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;

qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva


“curva média de variação de qualidade”, em função de sua concentração ou medida;

wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em


função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo que:

n: número de variáveis que entram no cálculo do IQA

Para o cálculo do IQA seguindo os índices da CETESB elaboramos a tabela com


os parâmetros e seus respectivos pesos.
Figura 1
Logo para o cálculo do IQA elaboramos a seguinte tabela com os valores
fornecidos e os pesos calculados de cada parâmetro, seja por meio dos gráficos ou
equações:

i Parâmetro Valor unidade qi wi qi^wi


1 Colifomrmes Totais 5000 NMP/100ml 11,76 0,15 1,45
2 PH 6,8 adm 87,72 0,12 1,71
3 DBO5 5 mg/L 53,97 0,10 1,49
4 Nitrogênio Total 3 mg/L 78,25 0,10 1,55
5 Fósforo Total 0,01 mg/L 96,26 0,10 1,58
6 Temperatura 20,5 º 94,00 0,10 1,58
7 Turbidez 60 UNT 32,06 0,08 1,32
8 Resíduo Total (SST) 2 mg/L 80,08 0,08 1,42
9 Óxigênio Dissolvido 66,3 % 69,80 0,17 2,06
IQA 55

9 Óxigênio Dissolvido 6 mg/L 69,80%

Para a classificação do corpo hídrico com respeito a Resolução CONAMA nº


357/2005. Utilizaremos os parâmetros levantado na tabela original fornecida e faremos
comentários conforme a resolução.

O enquadramento do corpo hídrico é classe 2 para águas doce. Pois conforme


o que consta na resolução:

II - coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato primário deverá ser


obedecida a Resolução CONAMA n° 274, de 2000. Para os demais usos, não deverá ser
excedido um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais
de pelo menos 6 (seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com
freqüência bimestral. A E. coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro
coliformes termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental
competente; Nossa amostra tem 5.000NPM/ml então é atendido

III - cor verdadeira: até 75 mg Pt/L; Nossa amostra tem 50 mg Pt/L é atendido

IV - turbidez: até 100 UNT; Atendido (60 UNT);

V - DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L; Atendido (5 mg/L);

VI - OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2; Atendido

IX - fósforo total:

a) até 0,030 mg/L, em ambientes lênticos; e,


b) até 0,050 mg/L, em ambientes intermediários; Atendido

Conforme o que consta na resolução CONAMA o tratamento para águas de


classe 2 deve ser o tratamento convencional.

A figura a seguir mostra as principais etapas deste sistema de tratamento.

Etapa de captação: Caso o manancial não esteja em cota superior, ou seja mais
elevada que o ponto de consumo, ou o ponto de tratamento a captação deverá ser
feita com bombas. Caso contrário basta desviar parte da vazão do manancial para o
tratamento.

Etapa de coagulação e floculação. Nesta etapa são adicionado coagulantes e


floculantes estas substâncias químicas tem como objetivo aglomerar a partículas em
suspensão esse mecanismo atua nas propriedades de superfície. Na aglomeração das
partículas finas elas forma flóculos e estes têm maior peso para decantarem nas etapas
seguintes.

Etapa de decantação. Nesta etapa as partículas finas já aglomeradas e em forma de


flóculos decantam em suspensão a velocidade do fluxo de água desta etapa deve ser
bastante baixa.

Etapa de Cloração e Fluoretação. Na etapa de cloração e fluoretação são adicionados


Cloro como desinfetante e Flúor

Reservatório. Toda a água tratada deve ser armazenada em algum reservatório prota
para distribuição e consumo.
SEGUNDA ETAPA

Podemos conceituar medidas estruturais e não estruturais da seguinte forma:

MEDIDAS ESTRUTURAIS significam intervenções físicas nas áreas afetadas, em forma de


obras de contenção, drenagem, remoção ou mesmo recuperação das encostas com
proteção vegetal.

MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS compreendem tudo aquilo que permite otimizar o


gerenciamento dos riscos como a elaboração de planos de contingência ou
preventivos de defesa civil, mapeamento das áreas de risco, capacitações dos técnicos
municipais, informação e sensibilização das comunidades locais, levantamento do
arcabouço legal para discutir as ações de desapropriação e remoção de moradias e
à implantação de programas habitacionais.

Figura 2 fonte (Tambolim)

Cálculo do reservatório de cisterna

𝑉 = 0,042 ∗ 𝑃 ∗ 𝐴 ∗ 𝑇

𝑉 = 0,042 ∗ 1500𝑚𝑚 ∗ 240𝑚2 ∗ 6

𝑉 = 0,042 ∗ 1,5𝑚 ∗ 240𝑚2 ∗ 6 = 90,72𝑚2


Dado que a cisterna terá largura de 2,5m, calculamos sua profundidade efetiva.

𝑉 = 𝐴𝑏 × ℎ

𝜋 ∙ 2,52
𝐴𝑏 = = 4,9087𝑚2
4

𝑉 90,72
ℎ= = = 18,48𝑚
𝐴𝑏 4,9087
TERCEIRA ETAPA
A elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos é uma tarefa no
mínimo multidisciplinar. Devemos ressaltar neste ponto também que qualquer planta de
processos alimentícios ou químicos não é de responsabilidade do engenheiro civil. Mas
como estamos respondendo uma questão contextualizada, didática. Apresentaremos
um plano simplificado de gerenciamento de resíduos. Até mesmo porque não temos
mutas informações sobre o processo em si. Nem mesmo quantidades produzidas e
subprodutos. É muito importante frisar essa questão pois o volume de um resíduo gerado
pode ou não viabilizar sua utilização como combustível e ou matéria prima de outro
processo.

A caracterização de todos os resíduos sejam eles urbanos domésticos ou


industriais é feita com base na norma NBR 10.004:2004. Que cita outras normas para
procedimentos de amostragem, solubilidade, lixiviação entre outras.

Do ponto de vista das propriedades físicas, químicas e biológicas para a


caracterização dos resíduos as principais serão:

Massa específica (é a razão da massa pelo volume do material). Essa


propriedade é muito útil para levantamentos de espaço de estocagem, movimentação
e peso a ser transportado. Umidade é a quantidade de água contida no material,
sabemos que certos resíduos como lodos de tratamento de água e esgoto tem altíssimo
teor de umidade sendo necessária sua remoção prévia para utilização e transporte.
Reatividade química- do ponto de vista de resíduos é a propriedade que define se o
material disposto no ambiente reage, ou não. Os agentes do ambiente são água e
oxigênio, além de micro organismos. Mas com respeito a reatividade é um critério para
caracterizá-los com reativos ou inertes. Toxidade e patogenicidade são propriedades
químicas e biológicas muitíssimo importante na caracterização de resíduos pois os
mesmos em certas concentrações podem causar morte e contaminação.

Partindo da informação que o principal resíduo será orgânico, para a sua


classificação vamos utilizar o fluxograma que a norma apresenta para a classificação
de resíduos. Como indica o fluxograma nosso resíduo tem origem conhecida e não
consta nos anexos A ou B da norma NBR 10.004:2004. Logo, podemos classificá-lo como
resíduo classe II A não inerte. Pois como dito no item 4.2.2.1 da referida norma, tais
resíduos podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
Como o principal resíduo são laranjas fora dos padrões de qualidade e o
bagaço, devemos pensar que tais resíduos apresentam bastante água na sua
composição. A primeira alternativa seria a utilização de tal matéria orgânica em um
biodigestor que poderia gerar biocombustível para a utilização na fazenda, ainda mais
que foi dito que existe criação de gado. Na leitura de alguns artigos encontrou-se essa
informação importante:

A industrialização de citros para a produção de sucos gera grandes quantidades de


resíduos, que equivale a 50% do peso da fruta e tem uma umidade aproximada de 82%.
Atualmente, os resíduos da laranja são utilizados principalmente como complemento
para ração animal (ABECITRUS, 2008).
Neste momento reiteramos nosso posicionamento com respeito a falta de dados
da planta de processamento de suco para a recomendação correta de destino do
resíduo, entretanto neste ponto também cabe ao engenheiro civil indicar que
dependendo do volume processado pode ser interessante utilizar técnicas de
valorização do resíduo. E isso seria feito por outro profissional como um Engenheiro de
Alimentos por exemplo.

Feito este adendo, outras alternativas possíveis seria a desidratação geral dos
resíduos e sua queima como biomassa, ou a simples compostagem para
aproveitamento de adubo.

QUARTA ETAPA

Cálculo do volume útil da fossa séptica

Para o cálculo do volume da fossa séptica utilizaremos a fórmula fornecida da


NBR 7229:1993.

𝑉 = 1000 + 𝑁 ∙ (𝐶 ∙ 𝑇 + 𝐾 ∙ 𝐿𝑓)

Onde:

𝑉 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑛𝑒 ú𝑡𝑖𝑙 (𝐿).

𝑁 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠

𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜
𝐶 = 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑗𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑎
𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎

𝑇 = 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜, 𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑎𝑠

𝐾 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑔𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑎𝑠

𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜
𝐿𝑓 = 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑜𝑚, 𝑑𝑖𝑎
𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎

Substituindo na equação os valores fornecidos tomando o devido cuidado com


a compatibilidade de unidades temos:

𝑉 = 1000 + 16 ∙ (80 ∙ 1 + 65 ∙ 0,2)

𝑉 = 2.488𝐿

Cálculo do volume útil do sumidouro.

𝑁∗𝐶∗𝑇
𝑉=
𝐶𝑖
Onde:

𝐶 = 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑗𝑜𝑠

𝑁 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠

𝐶𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜

Novamente substituindo os valores fornecidos e tomando cuidado com a


compatibilidade de unidades temos:

200 ∗ 80 ∗ 1
𝑉=
60

𝑉 = 267𝐿

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Sperling, Marcos Von Introdução à Qualidade das águas e ao Tratamento de Esgotos.


Editora UFMG-2011

Tambolim, Helen Parques multifuncionais como instrumentos de melhoria do manejo das


águas pluviais em cidades em desenvolvimento: estudo de caso da Bacia do Alcântara,
São Gonçalo, Rio de Janeiro, 2019.

http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx

https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/wp-
content/uploads/sites/12/2017/11/Ap%C3%AAndice-D-%C3%8Dndices-de-Qualidade-
das-%C3%81guas.pdf

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