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SÃO CARLOS
2021
Aspectos da Gramática da Língua Brasileira de Sinais
Eu tenho uma noção apenas básica em Libras, não sendo o suficiente para
manter uma conversa com um surdo. O mais triste é que, por mais básica que seja
tal noção, ainda é muito mais que a grande maioria dos brasileiros não-surdos.
Apesar da basicidade de meus conhecimentos, eu ainda tentaria, com muita
força de vontade, me comunicar com um surdo através da Libras, soletrando quando
necessário e criando gestos para palavras que não sei como dizer. Penso que é
como se eu estivesse em um país estrangeiro: é muito rude falar português com um
nativo da França se eu estou no país dele - o mínimo é tentar. Talvez ainda
recorreria à escrita caso fosse necessário, mas em hipótese alguma eu deixaria de
tentar me comunicar e me relacionar com alguém que tenha surdez.
Os surdos já são marginalizados demais pela sociedade (assim como todos
os deficientes). Então, o mínimo que eu posso fazer é mostrar respeito e carinho.
Não posso sequer imaginar a frustração que é não conseguir me comunicar com
quem eu quero. E não é difícil cruzar nosso caminho com surdos, sejamos nós um
atendente de uma lanchonete, um taxista, um professor ou qualquer um dando um
passeio pela rua. Porém é muito fácil deixá-los de lado simplesmente porque eles
não conseguem (literalmente) falar a nossa língua, quando na realidade somos nós
que não conseguimos entender uma simples frase.
Compreendemos que toda essa situação não é nossa culpa, mas, se
virarmos as costas e não tentarmos nos comunicar, acabamos virando cúmplices
dessa marginalização. Por isso, devemos sempre fazer o nosso melhor possível
para que a comunicação e a relação existam, seja através da Libras, da mímica, da
escrita, ou de qualquer outra forma que demonstre que ninguém vai ser minimizado
simplesmente por não escutar.