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Esterilização de Meios

É necessária devido à presença de micro-organismos


contaminantes pode levar a prejuízos. Ex:
 Produção de penicilina  evita a presença de produtores de
penicilinase.
 Fermentações em geral  competição pelo substrato.

São dois os tipos de esterilização utilizados em escala industrial


 ambos empregando vapor.
Descontínua (Batelada)  o meio é adicionado ao reator e a
seguir aquecido. Meio e reator são esterilizados conjuntamente
Contínua  o meio é enviado para um trocador de calor
chegando ao reator já esterilizado. É necessário a esterilização
prévia do reator.
Esterilização de Meios
Processo descontínuo
O aquecimento pode ser realizado por vapor direto (diluição do
meio) ou indireto (serpentina ou camisa) meio deve ser agitado.

São 3 fases:
I - Aquecimento
II - Esterilização
III - Resfriamento

A destruição térmica se dá,


também, nas fases I e III,
desde que T>Tm
(temperatura mínima letal).
Esterilização de Meios
Processo descontínuo
Vantagens:
 esterilização simultânea de meio e fermentador;
 menor contaminação.

Desvantagens:
 manutenção do meio em T (>100oC)/horas  pode alterar
as características do meio;
 elevados consumo de vapor (aquecimento) e de água
(resfriamento);
 tempos não produtivos  fermentador utilizado como
tanque p/ esterilização.
Esterilização de Meios
Processo contínuo - Representação esquemática
Tubo de espera
Injeção direta
tres.=
de vapor ou
indireta(TC)

Trocadores
de calor
Esterilização de Meios
Processo contínuo
Apenas 1 fase  destruição
microbiana durante
aquecimento e resfriamento é
desprezível.
Condições de Operação
 Vapor saturado com pressão de
6,8 a 8,5 atm;
 Diâmetro do tubo de espera varia
de 10 a 30 cm
 Tempo de enchimento do
fermentador: < 8h;

 No de Re = 36.000 a 80.000; Ti=Temperatura inicial; Tf=Temperatura final do meio;


Te=Temperatura de esterilização; Tm=Temperatura
 Temperatura de 130 a 165 ○C. mínima letal; =Tempo de esterilização
Esterilização de Meios
Processo contínuo
Vantagens:
 Tempo de esterilização () pequeno (5 a 15 min)  menor
destruição de nutrientes  maior rendimento da fermentação.
Economia de vapor e água de resfriamento.
 Os esterilizadores contínuos podem ser utilizados para
sacarificação das matérias primas amiláceas.
Cinética da Destruição Térmica
Velocidade de destruição dos micro-organismos num meio
depende:
 Micro-organismo (gênero, espécie, idade da cultura, esporos);
 Meio (composição, pH, sólidos em suspensão);
 Temperatura.

Se o micro-organismo
é mantido em
Tcte > Tm.
O que acontece com o
no de micro-
organismos vivos (N)
durante o tempo?
Cinética da Destruição Térmica
 a destruição do micro-organismo se comporta de acordo
com a cinética de 1ª ordem.
dN
  k.N N- no de micro-organismos vivos
dt após um tempo t a uma dada T.
dN N0- no de micro-organismo em
  k.dt t=0.
N k- constante de velocidade de
N t
dN destruição térmica do micro-
N N  0  k.dt organismo.
0 k- f (micro-organismo, meio e
temperatura).
N
ln   k.t
N0 A partir de valores experimentais de
ln N  ln N 0  k.t N p/ diferentes t  calcula-se k num
determinado meio e a uma dada T.
Cinética da Destruição Térmica
Destruição do B. stearothermophilus a 105oC
t (min) N
25 85000 ln N  12,1626  0,0341t
50 35000
r  0,9998
100 6000
200 200
250 40

12
k=0,0341
10

8
ln N

0
0 100 200 300
t (m in)
Cinética da Destruição Térmica
Tempo de redução decimal (D)
É o tempo necessário para reduzir N a 10% de N0 destruir
90% dos micro-organismos vivos existentes.

ln 0,1N 0   ln N 0  k.D
p/ k=0,0341 temos,

k.D  ln N 0  ln 0,1N 0  D=2,303/0,0341

N0 D=67,5 min.
k.D  ln  ln 10
0,1N 0 Ou seja: a 105oC o tempo
necessário para destruir
2,303
D 90% dos micro-
k organismos é de 67,5 min.
Cinética da Destruição Térmica
Efeito da temperatura sobre o k
Definidos o microrganismo e o meio, de acordo com Arrhenius
temos: 
k  A. exp  
 RT 
onde A=cte empírica
R=cte universal dos gases perfeitos
T=temperatura absoluta
=energia de ativação de destruição do micro-organismo
linearizando a equação temos:
1
ln k  ln A   
RT

Y b a X
Cinética da Destruição Térmica
Efeito da temperatura sobre o k
Conhecendo-se k=f(T)
pode-se calcular as 1
ln k  ln A   
constantes da RT
equação de Arrhenius.

Em particular, o valor


de  - Energia de =68,7 kcal/mol
ativação de destruição
de micro-organismo.
Valores de  entre 65
e 85 kcal/mol p/ muitos
micro-organismos. k versus 1/T de esporos de B. stearothermophilus
Cinética da Destruição Térmica
Considerações gerais 1 N0
t  ln
k N
1º- Os meios não possuem uma única espécie
contaminante escolher um micro-organismo de referência –
Bacillus stearothermophilus esporulado.
2º- Formação de aglomerados celulares aumento da
resistência à destruição térmica
3º- Esterilização é a operação que tem por finalidade destruir
todos os micro-organismos do meio, logo N=0  a equação
deixa de ser aplicável!!! definição de probabilidade de falha.
Cinética da Destruição Térmica
Probabilidade de falha (P)
Sendo:
Et = no total de operações de esterilização
Ef = no de operações que falharam
Logo, define-se probabilidade de falha (P) pela relação:

Ef
P
Et
Ef Expressa em porcentagem.
P .100
Et Ex: 3% ou P=0,03
Cinética da Destruição Térmica
Probabilidade de falha (P)
Se P=0,03 (3%) significa que em 100 esterilizações, 3 falharam.
Se N0 é o no de micro-organismos vivos por partida em 100
partidas temos 100N0.
Se considerarmos que N=1 micro-organismo nas operações
que falharam N=3 micro-organismos vivos nas 100 partidas.
Assim:
1 100 N 0 1 N 0
t  ln  ln
k 3 k 0,03
1 N0
t  ln
k P
Cinética da Destruição Térmica
Probabilidade de falha (P)
Exemplo:
Supor N0 = 2,5 x 1010 micro-organismos vivos
Supor k = 3,4 min-1
Calcule t para P = 10%, 1% e 0,1%.
Para P = 0,1 (10%)

1 2,5x1010
t ln  7,7 min
3,4 0,1 Observar a relação
inversa entre t e P.
Para P = 0,01 (1%)  t = 8,4 min
Para P = 0,001 (0,1%)  t = 9,1 min
Processo Descontínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
Qual será o tempo () em
que o meio deve
permanecer na Te? 
considerar o aquecimento e
resfriamento.
É preciso conhecer:
 N1no inicial de células;
 Pprobabilidade de falha;
 curvas de aquecimento
e resfriamento;
 TmT mínima letal;
 TeT de esterilização;
 variação de k c/T.
Processo Descontínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
N2
ln  k e
N3
Aquecimento
t2
N1
ln   kdt Resfriamento
N 2 t1
t4
N3
ln   kdt
P t3
Processo Descontínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
Considerando o início e o fim
do processo temos:
t2 t4
N1
ln  k e   kdt   kdt
P t1 t3

Cálculo das integrais:


Escolhem-se vários t na fase
de aquecimento/ resfriamento
 determina-se as T
correspondentes  como k
varia com T (Arrhenius ou
Bigelow)  tem-se k=(t) 
pode-se calcular as integrais.
Processo Descontínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
?

Exemplo:
a)Volume de mosto = 100 m3
b)N1 = 7,2 x 109 células/litro
c)Te = 120oC
d)Tm = 80oC
e)P = 0,1%
f)Variação de k (min-1) c/T’(oC)
k = 6,04 x 10-11e0,2T’
g)Curvas de aquecimento e
resfriamento
k=6,04 x 10-11e0,2T’

Valores de k no
resfriamento
t (min) T’ (○C) k (min-1)

t(min) T’ (○C) k (min-1) 0 120 1,6

20 75 0,0002 2 114 0,48


Valores de k no 30 87 0,0022 4 109 0,18
aquecimento 40 97 0,016 6 105 0,080

50 105 0,080 8 101 0,036

60 112 0,32 10 97 0,016

70 116 0,72 15 88 0,0026

80 120 1,60 20 80 0,0005


Podemos representar graficamente a variação de k versus t

19,40 3,23
Processo Descontínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
N1=7,2 x 109 células/litro x 105 litros=7,2 x 1014 células
P=0,001
ln(N1/P)=41,12
k=6,04 x 10-11e0,2Te’, sendo Te=120oCke=1,60 min-1
Substituindo esses valores e os resultados das integrais do
aquecimento (=19,40) e resfriamento (=3,23) na equação abaixo:
80 20
N1
ln  k e    kdt   kdt temos,
P 24 0

41,12 = 1,60  + 19,40 + 3,23


 = 11,6 min    12 min
Processo Contínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()

Qual será o tempo () em


que o meio deve
permanecer na Te? 
considerar o aquecimento e
resfriamento muito rápidos.
É preciso conhecer:
 N1no inicial de células;
 Pprobabilidade de falha;
 TmT mínima letal;
 TeT de esterilização;
 variação de k com T.
Processo Contínuo
Cálculo do tempo de esterilização ()
Considerando o aquecimento e o resfriamento muito rápidos
as integrais podem ser desprezadas.

t2
0 t4 0
N1
ln  k e .   k.dt   k.dt
P t1 t3

N1
ln  k e .
P

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